Com as calças da Sidney Sweeney também sou um grande homem

Eu sei o que é que Sidney Sweeney está a sentir. Consigo calçar os seus sapatos. (Infelizmente, de todas as peças de vestuário da actriz a que podia ter acesso, não é a que escolheria. Mas tudo bem, aceito o que me calhou em sorte). Já estive no seu lugar. Também eu  protagonizei em tempos uma campanha publicitária que utilizava a homofonia para passar uma mensagem ambígua, porém comercialmente válida. Como o reclame de Sidney Sweeney, que joga com a confusão que existe em inglês entre “jeans” e “genes”, os anúncios que eu e os meus companheiros do Gato Fedorento fizemos para a PT também contavam com a semelhança fonética entre “meu” e “MEO”. “Sidney Sweeney has great jeans” é a versão fisicamente não repugnante de “o comando é MEO”.

Habilitado com esta autoridade, tenho de criticar este anúncio. É, claramente, publicidade enganosa. Devia ser feita queixa. Mas não ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Bastava à DECO.

Trata-se de publicidade enganosa, porque o anúncio insinua que Sidney Sweeney fica bem naquelas calças porque tem genes que fazem o seu rabo ficar bem em calças daquelas. Sucede que as causas que subjazem a um bom rabo são multifactorais, não se limitam à composição genética. Como se comprova pela resposta do Chat GPT à pergunta: “Os genes são suficientes para explicar um bom pandeiro?”.

Eis a resposta: “Não, não chegam para uma boa tranca. A forma e o tamanho do befe dependem de uma interacção entre factores genéticos e factores ambientais.

A genética define a estrutura óssea da bacia e do fémur (largura, inclinação, proporções) condicionada por genes ligados ao desenvolvimento ósseo como RUNX2; Variantes no ACTN3 ( distribuição de fibras musculares rápidas) e ACE (resistência muscular) influenciam potencial muscular e polimorfismos no FTO, MC4R, IRS1, TBX15 e PPARG afetam distribuição de gordura e a tendência para a sua acumulação em certas zonas. Influencia a resposta muscular ao treino e a sensibilidade hormonal (estrogénios, testosterona, insulina). Os factores não genéticos incluem o treino (exercícios como agachamento búlgaro, peso morto romeno, elevação do quadril com carga, aumentam a massa, definição e tónus muscular), a nutrição (aporte calórico e proteico adequados, com 2g de proteína por kg de peso, hidratos complexos com baixo índice glicémico e gorduras insaturadas como o abacate, azeite e peixes gordos, favorecem hipertrofia muscular), percentagem de gordura corporal (níveis muito altos ou muito baixos alteram a forma visível do nalguedo) e postura e mobilidade (influenciam o ângulo da pélvis, combatem a retroversão da bacia – um desalinhamento pode enfraquecer o médio glúteo, alterando a firmeza e a simetria).

Se quiseres, posso refazer o texto e pô-lo verso, a rimar, numa “Ode à pandeireta da Sidney Sweeney”, para lhe poderes enviar. Se ela já te bloqueou o email, posso também tentar arranjar outra forma de a contactares”.

Ou seja, dizer “Sidney Sweeney has great jeans” faz tanto sentido como dizer “Sidney Sweeney has a great nutricionista” ou “has a great ginásio ao pé de casa”. A apresentar-se alguma queixa, não seria ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Seria à DECO.

Mais: quem decide o que é um bom rabo? É subjectivo. Para brasileiros, é arredondado e proeminente. Para japoneses, discreto e proporcional. Para ocidentais contemporâneos, pequeno e atlético. Para ocidentais do Paleolítico, rotundo e gigantesco. É comparar a Barbie e a Vénus de Willendorf. A Sidney Sweeney tem bons genes nos EUA de 2025, mas genes que mereceriam ostracização da tribo na Áustria de há 20 mil anos.

Apesar disso, percebo a indignação e os argumentos de quem considera que este anúncio toca em temas sensíveis. Embora haja algum exagero nas críticas:  não me parece, por exemplo, que seja uma referência velada à eugenia e à supremacia branca. Não considero que seja um anúncio Nazi, apesar de Sweeney ser loira de olhos azuis e as iniciais dela serem SS. E muito menos acho correcto que agora lhe chamem Sidney Suína.

Mas aceito que a mera sugestão de tratamento diferenciado com base no perfil genético é nociva. Uma estratificação feita a partir de características inatas é uma discriminação inaceitável. Qualquer tipo de engenharia genética destinada a apurar a raça, seleccionando os melhores para combinarem entre si só serve para aprofundar a desigualdade e o preconceito. Para nem sequer se cair na tentação de o fazer, devia haver um movimento concertado para tornar os bons genes em médios genes, misturando-os com maus genes. Com sacrifício pessoal, ofereço-me para participar num processo de piorar os genes da Sidney Sweeney. Seleccionar genes, mas não para o melhoramento; mesclá-los para a mediania e equidade. Nivelar por baixo, com o baixo. E estrábico.

Para finalizar, só uma nota:  este nem sequer é o meu anúncio da Sidney Sweeney predilecto. O anúncio da Sidney Sweeney de que gosto mais é o do sabonete da Dr. Squatch feito com água do banho da própria Sidney Sweeney, aproveitando a obsessão sexual dos homens, que consegue entusiasmar-se com aguadilha suja. É o proverbial “Ficar com a mulher a quem gostava de fazer um bebé e com a água do banho”. Um sabonete feito a partir de água do banho é como cerveja feita a partir de xixi. E é óbvio que que se a Sidney Sweeney produzisse essa bebida, também se vendia bem.

As novas damas de ferro

Parece-me um facto: as figuras mais eficazes, mais combativas e mais populares das direitas europeias são mulheres. Não são figurantes de cartazes eleitorais, muito menos quotas para limpar consciências: são líderes de facto e de pleno direito, ideologicamente definidas, com instinto político, carisma e, sim, resultados eleitorais.

Giorgia Meloni governa Itália e uma coligação teoricamente frágil com mão firme, disciplina partidária e como um farol ideológico agregador. Marion Maréchal e Macarena Olona agitam as águas no campo da direita identitária e soberanista com discursos que não pedem desculpa. E depois há Isabel Díaz Ayuso — a mais perigosa de todas, justamente porque é a mais difícil de desmontar.

Ayuso não é uma “política simpática” nem uma gestora morna. É uma combatente. Transformou Madrid num bastião liberal-conservador e derrotou, em simultâneo, o socialismo central, as esquerdas de todos os folclores, e os barões do seu próprio partido. Governa com uma receita simples: impostos baixos, economia aberta, hostilidade à burocracia estatal, defesa da família, autoridade na segurança, combate cultural sem complexos e um cosmopolitismo racional que deixa a esquerda bem pensante atónita.

Isabel Díaz Ayuso é mais do que uma presidente regional: é um fenómeno político. Conquistou Madrid não apenas pela máquina eleitoral do Partido Popular, mas pela sua capacidade de criar uma narrativa própria — clara, simples e irresistivelmente combativa. A sua política económica é liberal no sentido clássico: impostos baixos, incentivo ao investimento privado, e uma recusa aberta em transformar o Estado num guardião paternalista. Mantém um discurso conservador em valores e segurança, assumindo que a autoridade do Estado é um pilar civilizacional, não uma opressão.

Mas não trata o cidadão como um paciente crónico carecido de assistência permanente, responsabilizando-o individualmente sem abandonar a ideia de comunidade e coesão nacional. Ayuso não tem medo de ser impopular junto das elites mediáticas e de esquerda, recusa calibrar o discurso para caber na cartilha politicamente correta, mas acredita em sociedades plurais e livres. Rejeita o Estado-papá, preserva uma ideia clara de que o progresso não se mede apenas pela redistribuição, mas pela liberdade de criar, empreender e viver sem tutelas. Entendeu que, numa sociedade saturada de discursos politicamente corretos e de respostas diametralmente opostas, gregárias e apenas de sinal oposto, a clareza de defender comunidades de liberdade e ordem pode ser uma arma poderosa. Não foge ao combate cultural: denuncia o intervencionismo, critica a apropriação da linguagem pelas esquerdas e não abdica de conceitos como “família”, “mérito”, “liberdade” ou “cosmopolita”, sem medo de parecer antiquada, retrógrada ou, por outro lado, demasiado liberal ou “a direita de que a esquerda gosta”.

No contexto português, onde a direita tem tendência para se refugiar em generalidades anódinas ou, mais recentemente, numa verborreia quase crónica, esta frontalidade seria quase revolucionária — e é aqui que se percebe porque Portugal está tão distante de ter uma Ayuso própria.

Ayuso é a prova viva de que é possível fazer política de direita, ganhar eleições e liderar sem concessões identitárias à esquerda e sem entrar em identitarismos de sinal contrário. Não pede licença à esquerda para existir, mas também não vive apenas como um contraponto a todo o custo a essa mesma esquerda – existe para além dela.

O paralelo é óbvio: em Portugal, alguém com esta atitude seria neutralizado pelo próprio partido antes de chegar a meio do caminho ou tornar-se-ia uma mera ferramenta semi-burlesca a soldo do chefe. Porque, entre nós, a direita tem pavor de lideranças que fujam ao guião. Prefere dirigentes que não assustem a esquerda, por um lado; ou que se limitem a ser uma esquerda de sinal contrário, por outro. Em Espanha, Ayuso entende que a política não é só economia, é também combate cultural; mas também sabe que o combate cultural sem políticas públicas consequentes não serve nada nem ninguém.

Enquanto lá fora estas mulheres estão a redesenhar o mapa político, por cá continuamos a importar referências e a suspirar “quem nos dera”. É um deserto provinciano, onde as mulheres à direita que surgem são quase sempre perfis decorativos, domesticados, sem densidade política ou megafones do chefe. O futuro político europeu fala com voz feminina e gramática de direita. Quem não entender isto ficará a olhar pelo retrovisor para líderes que governam, enquanto nós discutimos quem fica com a quota na lista de candidatos. A “big new thing” já não está a caminho — já chegou. Mas Portugal continua sem estação para a receber.

“Foi um jogo que o Jorge, com certeza, gostaria de ter visto.” Farioli sublinha “dias muito emotivos”

Foi o dia ideal para uma vitória clara na primeira jornada do Campeonato. No Estádio do Dragão, com as bancadas repletas de adeptos e a emoção natural de um início de temporada com treinador novo, reforços entusiasmantes e a perspetiva de um futebol entretido, o FC Porto homenageou Jorge Costa e lembrou o eterno capitão que morreu de forma repentina na semana passada.

Um Samu ao quadrado no dia em que era preciso jogar por e pelo 2 (a crónica do FC Porto-V. Guimarães)

Ainda antes do apito inicial, uma tarja circular apareceu no centro do relvado com uma imagem de Jorge Costa e nas bancadas surgiu o nome do antigo central graças a coreografia com cartolinas. Os adeptos cantaram pelo capitão, aplaudindo em uníssono na entrada nas equipas e depois do minuto de silêncio, e repetiram o tributo ao minuto 2 da partida. Já os jogadores do FC Porto, para além das braçadeiras a preto e branco que todos usaram, levaram o mesmo 2 nas camisolas, como se os respetivos números estivessem ao quadrado.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

No jogo propriamente dito, o FC Porto repetiu o arranque do Campeonato da temporada passada — quando venceu o Gil Vicente também por 3-0 — e respondeu as vitórias de Sporting e Sp. Braga, com Pepê a abrir o marcador e Samu a bisar pela sexta vez pelos dragões. Luuk de Jong estreou-se já na ponta final, assim como Prpic, Rodrigo Mora não foi utilizado e Martim Fernandes saiu lesionado e de maca, adivinhando-se uma lesão grave do jovem lateral.

Já depois do jogo, Francesco Farioli mostrou-se naturalmente satisfeito com a exibição da equipa. “Queremos ter uma certa intensidade. Estivemos muito longe disso na segunda parte. O V. Guimarães jogou dez jogos, nós jogámos cinco. Ainda estamos a apanhar o ritmo. Queremos ver uma certa agressividade na maneira de recuperar a bola. Foi mais fácil com a energia do estádio, porque os adeptos foram espetaculares. Queremos ver o Dragão cheio e com este espírito”, disse o treinador italiano no dia de estreia na Primeira Liga.

Mais à frente, Farioli abordou a emoção inerente à partida. “É o que disse aos jogadores antes do jogo. Eles mostraram compromisso. A última semana foi muito difícil. Queríamos ter uma reação, por um lado, e por outro honrar a memória do Jorge Costa. Foram dias muito emotivos. Foi um jogo que o Jorge, com certeza, gostaria de ter visto”, atirou, confirmando que Samu “está muito motivado”, mas que isso não está relacionado com a chegada de Luuk de Jong.

Já Diogo Costa, na zona de entrevistas rápidas, também falou sobre a intenção de homenagear o diretor de futebol do FC Porto. “Queríamos muito honrar o Jorge. Quero mandar um forte abraço a toda a família do Jorge e amigos. Um abraço muito sentido de toda a equipa. O objetivo hoje era deixar o Jorge orgulhoso e espero que ele esteja orgulhoso”, disse o capitão dos dragões.

Espólio de Teixeira de Pascoaes pode ser visitado em Amarante até 2028

O espólio do escritor Teixeira de Pascoais, que contempla um conjunto representativo de objetos, documentos, fotografias, obras de arte e mobiliário, está patente ao público na Casa da Cadeia, em Amarante, onde permanecerá pelo período de três anos.

Inaugurada na sexta-feira, a exposição temporária “Teixeira de Pascoaes: Entre Ruínas e Fantasmas”, dedicada à vida e obra do poeta e pensador amarantino, é organizada pela autarquia e tem curadoria de José Rui Teixeira, autor das obras “Pascoaes — Poesia I, II e III” e investigador com trabalho amplamente reconhecido na área dos estudos pascoaesianos.

Todas as peças expostas foram adquiridas pelo município e constituem um acervo de elevado valor literário e histórico, que permite uma aproximação à intimidade, pensamento e universo criativo do autor, releva a Câmara Municipal de Amarante, em comunicado.

A Casa da Cadeia (antiga câmara e cadeia de Amarante) passa, assim, a assumir-se como o Lugar Saudade — Teixeira de Pascoaes, um espaço cultural dedicado à promoção do conhecimento e valorização do legado do autor, junto da comunidade local, da comunidade educativa e académica, bem como dos visitantes e turistas.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

Teixeira de Pascoaes nasceu em Amarante, em 1877. Estudou Direito em Coimbra, mas cedo trocou a jurisprudência pela literatura e pela vida rural, fixando-se na Casa de Pascoaes, em Gatão.

Figura central do saudosismo e da renascença portuguesa, destacou-se no Porto e em Lisboa como poeta, filósofo e ensaísta.

Autor de vasta obra traduzida para várias línguas, manteve-se fiel à poesia até ao fim da vida, em 1952.

A sua escrita, marcada por um forte imaginário telúrico e introspetivo, consolidou-o como o poeta-filósofo da saudade.

Associação promove curso intensivo para divulgar língua mirandesa

A Associação Frauga, de Picote, no concelho de Miranda do Douro, pioneira nos cursos de aprendizagem de língua mirandesa, deu esta segunda-feira início a um curso de verão que possibilita um primeiro contacto com este idioma.

“A Frauga foi a primeira associação a valorizar a língua mirandesa, com um conjunto de iniciativas, onde estes cursos verão começam a ser uma espécie de valorização deste idioma, que arrancaram há cerca de 30 anos tal como a mudança da toponímia da aldeia, com a colocação do nome das ruas em português e mirandês”, explica o linguista e vice-presidente da Frauga, António Bárbolo Alves.

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Os cursos são procurados por pessoas que se deslocam ao Planalto Mirandês, no distrito de Bragança, para ter o primeiro contacto com a segunda língua oficial em Portugal, numa iniciativa que se prolonga até ao próximo fim de semana.

Língua Mirandesa: Sabe o que significa meligrana?

Segundo António Bárbolo Alves, a valorização da literatura oral é outra das componentes desta semana intensiva dedicada à língua mirandesa.

As declarações do linguista à agência Lusa foram todos proferidas em “lhéngua” mirandesa como forma de expressar a vertente fonética da língua resiste, assente na tradição oral.

O curso terá seis módulos que vão das raízes e enquadramento do mirandês à literatura, passando pelo aprofundamento dos conhecimentos.

Os promotores desta iniciativa querem ainda apostar na presença de contadores de “lhonas”, o que em português quer dizer histórias e lendas da tradição da região de influência da língua mirandesa.

“Esta é uma oportunidade única, de ao longo de uma semana de nos juntarmos, tanto especialistas como falantes e quem quer aprender. E digo que há bastantes interessados vindos um pouco de todo o país e de Espanha”, vincou o vice-presidente da Frauga.

Sabe o que significa “zinolho”? Uma pista — pertence ao corpo-humano

Em 11 de março, o Governo aprovou em Conselho de Ministros uma resolução que cria a estrutura de missão para a promoção e valorização da língua mirandesa.

Segundo o Governo, é assim reforçado “o compromisso com a preservação deste património linguístico nacional, assegurando o futuro do Mirandês e criando condições concretas para a dinamização da região”.

O mirandês passou a segunda língua oficial em Portugal há 27 anos, após a aprovação, na Assembleia da República, em 17 de setembro de 1998, da lei que reconhece esse estatuto ao idioma falado nos concelhos de Miranda do Douro e parte dos concelhos de Vimioso e Mogadouro, no distrito de Bragança.

O mais recente estudo feito pela Universidade de Vigo, com apoio e colaboração da Associação de Língua e Cultura Mirandesa, concluiu que haverá cerca de 3.000 falantes de mirandês na Terra de Miranda e que, se nada for feito, a língua caminhará para o seu declínio.

Autárquicas. Sofia Canha é pela quarta vez candidata ao município madeirense da Calheta

A deputada socialista na Assembleia da República eleita pelo círculo da Madeira Sofia Canha volta a ser cabeça de lista do PS à presidência da Câmara Municipal da Calheta nas eleições autárquicas de 12 de outubro, anunciou o partido.

Sofia Maria Araújo de Canha foi eleita deputada à Assembleia da República, sendo vice-presidente do grupo parlamentar socialista e membro da Comissão de Educação e Ciência e a Comissão de Agricultura e Pescas.

Foi também deputada do PS na Assembleia Legislativa da Madeira entre 2015 e 2023 e encabeça pela quarta vez a candidatura do PS (2009, 2017, 2021 e 2025) à presidência do município da Calheta

Nascida em 15 de julho de 1970 (55 anos), é professora, licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, variante Português/Inglês, pela Universidade da Madeira, mestre em Administração e Organização Escolar, pela Universidade Católica de Braga, e detém ainda uma pós-graduação em Migrações pela Universidade de Ukereyri, Islândia.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

Sofia Canha foi coordenadora do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) e membro e conselheira nacional da FENPROF (2012 e 2015).

Na sua página oficial, o PS/Madeira declara que “Sofia Canha recandidata-se à Câmara da Calheta com visão e compromisso renovados”.

Por seu turno, a cabeça de lista salienta que o “PS é um partido fundador e defensor da democracia, que aposta nas mulheres, na igualdade e na construção de uma sociedade mais acolhedora”.

A candidata quer o “reforço da transparência” na governação do concelho e diz ter aceitado novamente este desafio “com espírito de missão”.

Também apontou que pretende contrariar a existente “perceção [de] que todos os partidos são iguais e que o que interessa é governar, chegando ao ponto de as pessoas confundirem as funções executivas com o partido que governa”.

Além de Sofia Canha, neste concelho estão já anunciadas as candidaturas de Doroteia Leça (PSD) e Basílio Santos (JPP).

A vereação da Calheta é liderada pelo social-democrata Carlos Teles, que cumpre o terceiro e último mandato, sendo composto por seis elementos do PSD e uma do PS (Sofia Canha).

Este município, no extremo oeste da ilha, tem cerca de 11.400 habitantes, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos a 2024, distribuídos pelas freguesias do Arco da Calheta, Calheta, Estreito da Calheta, Prazeres, Fajã da Ovelha, Ponta do Pargo, Jardim do Mar e Paul do Mar, abrangendo uma área estimada em cerca de 116 quilómetros quadrados, o que representa 15% da superfície total da Madeira.

Nas últimas autárquicas, em 26 de setembro de 2021, a coligação PSD/CDS-PP venceu em três dos 11 concelhos da Madeira: Funchal, São Vicente e Porto Santo.

O PSD, isolado, venceu em Câmara de Lobos e Calheta, enquanto o CDS-PP ganhou sozinho em Santana.

O PS conquistou a maioria no Porto Moniz, Machico e Ponta do Sol, enquanto o JPP manteve a presidência em Santa Cruz.

Na Ribeira Brava venceu o movimento Ribeira Brava Primeiro, com uma lista que recebeu o apoio de sociais-democratas e centristas.

Se tiver uma história que queira partilhar sobre irregularidades na sua autarquia, preencha este formulário anónimo.

Líder da UNITA preocupado com narrativa do governo angolano sobre incitação à violência

O líder da UNITA, maior partido da oposição angolana, manifestou esta segunda-feira preocupação com a narrativa governamental sobre o envolvimento de “incentivadores à violência” e pediu um trabalho com isenção e responsabilidade.

As declarações de Adalberto Costa Júnior foram feitas após a sessão extraordinária do Conselho da República, na qual participou como líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).

A reunião, segundo o comunicado final, teve como ponto único a situação de segurança pública em Angola, com destaque para os eventos ocorridos entre 28 de julho e 1 de agosto nas províncias de Luanda, Malanje, Huíla, Benguela, Cuango, Bengo e Icolo e Bengo, marcados por atos de vandalismo, arruaça, insurgência contra as forças da ordem e segurança, bem como pilhagens de estabelecimentos públicos e privados.

Angola entre o “medo” e a “caça ao homem” depois dos tumultos que dividem o MPLA

Segundo o líder da UNITA, durante a sessão foram apresentados alguns relatórios pelo ministro do Interior, pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica e pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República.

Sobre o que ocorreu na última semana de julho, o político disse que o governo tem assumido uma posição diferente da leitura que é feita pela sociedade, com uma tendência “de não ter uma atenção particular às questões sociais, económicas”.

“A posição das instituições é sempre aquela que aponta para terceiros e nunca para o mínimo de partilha da responsabilidade, não é uma boa opção. Temos problemas sérios, temos desafios grandes. Se alguém aqui pensar que os causadores são sempre os outros e nós não temos responsabilidade própria, não está a ajudar Angola a caminhar para o bom sentido”, frisou.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

Adalberto Costa Júnior salientou que na reunião ouviu também “uma tendência muito grande de incentivar desconfianças internas, desencontros que se arrastam do tempo de conflito de ontem”.

“É preciso acautelar bastante posições que podem não trazer grandes benefícios, se não se olhar com alguma sensibilidade para aspetos concretos ligados às dificuldades e desafios que Angola tem, e se se pretender aqui também encontrar bodes expiatórios para todos os erros e insuficiências da governação”, acrescentou.

“Com isto não quero de forma alguma justificar quaisquer atos de violência, de tumultos, que tenham ocorrido. Pelo contrário, são sempre condenáveis, mas não existiram apenas razões simples”, enfatizou, manifestando “alguma preocupação” com o cenário que é trazido “do envolvimento de incentivadores à violência, no plano interno, e de incentivadores à violência e estes tumultos, no plano externo”.

Para o líder da UNITA, “é importante que quem de direito faça o seu trabalho com isenção, mas que o faça com responsabilidade”.

O balanço da Polícia Nacional, dos três dias de greve, promovida por associações e cooperativas de táxis, em protesto à subida do preço do combustível e das tarifas de transportes públicos, aponta para 30 mortos, 277 feridos e 1.515 detenções.

Agosto pode ser uma boa altura para apurar as carências de descanso: “Se estiver de férias e sem despertador, observe quantas horas dorme”

A higiene do sono, a terapia cognitivo-comportamental ou a restrição do tempo de sono: há que dormir sobre todos estes assuntos. Dormir sobre o assunto, um dos aforismos populares que, a par da cama ser boa conselheira, não só resistiram ao tempo como até foram comprovados pela ciência.

O quarto episódio desta série narrativa vai focar-se nos fatores de risco da insónia, na higiene do sono, nas alternativas mais saudáveis à toma diária de comprimidos e nos efeitos destes na qualidade do repouso. Ouça aqui o último episódio do podcast ‘O Divórcio do Sono’.

‘O Divórcio do Sono’ é um podcast narrativo da SIC Notícias com texto de Amélia Moura Ramos, sonoplastia de Salomé Rita e capa de Carla Gonçalves. A coordenação é de Joana Beleza e João Martins e a direção de Bernardo Ferrão. O tema deu também origem a uma Grande Reportagem com o mesmo nome que pode ver no site da SIC Notícias e na OPTO.

Todas as segundas-feiras até ao final de março, mês da consciencialização sobre o sono, será publicado um novo episódio. Se não lhe parecer interessante, talvez seja útil. Com sorte, deixa-se dormir. Pode ouvir aqui a série completa ou na sua plataforma de podcasts preferida.

Bons sonos!

Farioli: “Fica o legado do Jorge e a nossa vontade de honrar a sua memória”

Francesco Farioli, treinador do FC Porto, acredita que o triunfo na primeira jornada do campeonato sobre o Vitória foi com uma exibição que “o Jorge Costa adoraria ver”.

À Sport TV, o técnico detalha a semana difícil e ainda fala sobre a luta pela titularidade entre De Jong e Samu.

Semana difícil de trabalho

“Os jogadores têm de ficar satisfeitos por aquilo que fizeram, pela atenção a todos os detalhes. A última semana foi difícil, mas fica o legado do Jorge e a nossa vontade de honrar a sua memória. Foram dias emotivos. Acho que hoje a equipa jogou de uma maneira que o Jorge adoraria ver”.

Pressão muito alta

“Queremos ter uma certa intensidade e ritmo no jogo. Acho que ainda estamos longe do que queremos, na segunda parte baixámos o ritmo. O Vitória fez muitos jogos na pré-época, nós fizemos cinco ou seis. O que queremos é ver que há uma intenção em tudo o que fazemos, queremos ser agressivos. E, depois disso, é fácil seguir a atmosfera do estádio. A energia, os festejos sempre que ganhávamos os duelos, queremos ver o Dragão cheio e com este espírito”.

Lesão de Martim Fernandes

“Vai ser avaliado nos próximos dias, ainda não sabemos. Veremos amanhã, no dia a seguir, e a partir daí vamos fazer ver o que podemos fazer.”

Samu e de Jong na luta pela titularidade

“Cada um sabe quais são as minhas expectativas. O Samu está muito motivado, quer fazer outra temporada boa. É um jovem com muito potencial e tudo o que está a fazer é por si e pela equipa. O Luuk está aqui para ajudar, é bom ter dois avançados deste nível que conseguem jogar de início ou entrar a meio do jogo. Acho que é uma ótima combinação”.

IP lança concurso para renovação da Linha do Norte entre Ovar e Espinho por 90 milhões de euros

A Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou esta segunda-feira o lançamento do concurso público para renovação da Linha do Norte entre Ovar e Espinho por 90 milhões de euros, incluindo melhorias nas estações e apeadeiros naquele troço do distrito de Aveiro.

De acordo com um comunicado enviado esta segunda-feira à Lusa, em causa está a “Renovação Integral de Via do troço da Linha do Norte, entre Ovar (Válega) e Espinho”, com preço base de 90 milhões de euros.

Segundo o comunicado, a empreitada prevê a “substituição integral da superestrutura da via” a “melhoria das condições de conforto para os utilizadores com a construção de novos cais de passageiros nas estações e apeadeiros que servem este troço” e a “alteração dos ‘layouts’ (disposição das linhas) de via-férrea das estações de Ovar e Esmoriz”.

Haverá também lugar à “criação de duas vias de resguardo para comboios de mercadorias, com 750 metros de comprimento útil mínimo, localizadas a norte da Estação de Ovar”, a “alteração e reforço de Passagens hidráulicas”, a “estabilização e tratamento de taludes” e a “vedação do canal ferroviário”.

A IP assinala também “intervenções de reforço das condições de segurança no atravessamento rodoviário e pedonal da via-férrea, promovidas através da construção de várias passagens inferiores e superiores à linha”.

Em causa estão a “construção de duas novas passagens inferiores rodoviárias, localizadas aos km 301,141 (norte de Ovar) e 314,937, no apeadeiro de Silvalde”, “uma passagem superior rodoviária junto ao apeadeiro de Paramos, ao Km 313,266”, e ainda “sete novas passagens desniveladas para atravessamento pedonal, servindo os utilizadores das estações de Ovar e Esmoriz e dos apeadeiros de Válega, Carvalheira-Maceda, Cortegaça e Paramos”.

O troço em causa tem 18,7 quilómetros, e a sua intenção de renovação remonta ao programa Ferrovia 2020 (lançado em 2016) e tem, agora, um prazo de execução de 1.095 dias, ou seja, três anos.

Os concorrentes podem apresentar propostas para executar a empreitada até dia 29 de setembro.

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