Sérgio e o banco que vê na crise uma oportunidade: AC Milan vence Bolonha e consegue quarta vitória consecutiva (segunda com reviravolta)


Era tudo menos um treino, em termos práticos poderia ser visto como tal. Apesar das três vitórias seguidas na Serie A, confirmando o sucesso do 3x4x3 que foi sendo introduzido perante um calendário menos denso que dava maior margem de trabalho em treino, o AC Milan entrava na antepenúltima jornada praticamente afastado da hipótese de entrar no top 6 do Campeonato tendo em conta o atraso de seis pontos em relação ao comboio entre a quarta e a sexta posições de Juventus, Roma e Lazio, que tinham logo atrás o Bolonha. Para os visitantes, comandados esta temporada por Vincenzo Italiano, o regresso aos grupos da Champions era algo completamente em aberto; para os rossoneri, seria apenas um teste para a final da Taça de Itália.
“Tentamos sempre melhorar. Trabalhamos a nível individual e por setores, trabalhamos muito. Começámos o jogo com um sistema de jogo normal, terminámos de uma maneira diferente mas ninguém fala sobre isso”, lamentou Sérgio Conceição após o derradeiro triunfo diante do Genoa. “Os jogadores deram uma boa resposta e isso significa que temos um grupo que acredita naquilo que fazemos no centro de treinos. Estou feliz com isso. Talvez não demonstre mas por dentro estou feliz com a resposta destes rapazes”, salientou ainda o técnico português, valorizando a capacidade do grupo para chegar a mais uma reviravolta.
Aos poucos, e depois de algumas semanas em que eram constantes os nomes ventilados pela imprensa para substituir o técnico na próxima temporada, o antigo treinador foi ganhando “créditos”, dentro e fora do AC Milan. Exemplo? Antonio Cassano. “Gostei dele neste último mês, desde que mudou o sistema de jogo. Teve a coragem de tomar decisões complicadas. Fui o primeiro a atacá-lo mas agora ganhou uma lugar na final da Taça Itália e está a começar a endireitar a equipa. Por que razão não lhe devem dar tempo para começar uma temporada do zero? Ele chegou num momento difícil para o clube, venceu de imediato [a Supertaça] e depois também entrou em dificuldades. Demonstrou coragem e qualidades para virar o jogo”, apontou o antigo internacional italiano, que passou por clubes como o AC Milan, o Real ou a Roma.
Percebe-se o porquê da opinião do ex-avançado. Nem sempre o AC Milan joga ao nível “esperado”, como voltou a acontecer em grande parte da receção ao Bolonha, mas tem uma capacidade atípica para não acusar as desvantagens no marcador e os encontros menos conseguidos e mostrar um coração do tamanho de San Siro para nunca virar as costas à possibilidade de ser feliz. Mais uma vez, quando nada o fazia antever, foi isso que aconteceu. E é numa série de quatro vitórias consecutivas que Sérgio Conceição vai enfrentar a decisão da Taça de Itália, que pode valer o segundo troféu da temporada depois da conquista da Supertaça.
Depois de um arranque em estudo com a lesão de Tomori a ser o único registo a assinalar (embora não deva colocar em causa a participação no encontro de quarta-feira), foi o AC Milan que se começou a mostrar mais em termos ofensivos com três lances em minutos consecutivos: Pulisic surgiu em boa posição na área para ver a tentativa ficar prensada num defesa contrário, João Félix tentou um movimento individual com remate a desviar num adversário e a sair muito perto do poste e Jovic surgiu ao segundo poste após canto com uma saída temerária de Skorupski para desviar de cabeça para as mãos do guarda-redes. Esse período acabou por ser um despertador para o Bolonha, que na sequência de mais uma zona de pressão alta quase 1×1 recuperou a bola no meio-campo contrário e viu Benja Domínguez atirar para defesa de Mike Maignan (23′). O intervalo chegaria sem golos e também sem grandes motivos de interesse junto de ambas as balizas.
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O jogo necessitava de algo para abrir e acabou por ser a equipa que mais procurou a encontrar o caminho do golo, com Orsolini a fazer uma diagonal da direita para o meio e a rematar em arco para o 13.º golo na Serie A a abrir a segunda parte (49′). Theo Hernández, numa insistência de pé direito, ainda obrigou Skorupski a uma defesa mais apertada (62′) mas continuaram a ser os visitantes a controlar a partida, com as longas posses do Bolonha a levarem alguns adeptos a deixarem os primeiros assobios. Conceição ainda tentou algo diferente, lançando Kyle Walker, Chukwueze e Santi Giménez, e o efeito não demorou como tinha acontecido em Génova: numa das raras ocasiões em que o Bolonha foi apanhado em contrapé, Giménez surgiu isolado por Pulisic e fez o empate (73′), vendo de seguida outro golo anulado por fora de jogo (75′) antes do 2-1 de Pulisic na sequência de um remate de João Félix que bateu num adversário e foi para o americano (79′). Já em período de descontos, numa grande jogada de Chukwueze, Giménez bisou e fechou o resultado (90+3′).
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