“Envergonhado” com falha de três Canadair, Gouveia e Melo pede fim do “improviso”

Perante os incêndios que se têm propagado com violência pelo país, e cujo combate se transformou numa rotina diária dos bombeiros nas últimas duas semanas, o candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo partilhou uma mensagem nas redes sociais em que diz ter-se sentido “envergonhado” pela avaria de três aviões Canadair — que considera ser “inaceitável” e que entende representar o “colapso da organização” —, e declara: “Não podemos continuar a improvisar. Isto é o Estado do improviso.”
Num vídeo de cerca de dois minutos, o candidato presidencial argumenta que “ano após ano, após ano”, o fogo continua a destruir “as nossas florestas e o nosso ambiente”, deixando uma crítica implícita quanto às lições que deveriam ter sido retiradas do incêndio de Pedrógão: “O que hoje vejo outra vez na televisão — sete anos depois, oito anos depois —, é exactamente a mesma situação.”
O candidato presidencial defende que é “inaceitável, em termos de planeamento e organização, que três meios aéreos, que são os Canadair, de repente ficassem todos avariados”. “Há aqui falhas estruturais que têm que ser resolvidas e que têm que ser combatidas”, afirma, dizendo ter-se sentido “completamente envergonhado enquanto um agente do Estado, enquanto português” perante essa falha. E justifica: “Porque isto é o colapso da organização e nós temos que fazer qualquer coisa.”
Para o ex-militar, que surge em algumas imagens ao longo do vídeo em operações de apoio às populações afectadas pelos incêndios de 2017 — altura em que era vice-chefe do Estado-Maior da Armada —, é preciso “desenvolver uma economia da floresta” e “fazer povoamento do interior outra vez”.
“Não podemos ter mais de metade do nosso território praticamente despovoado, com uma densidade habitacional muito baixa. Nós temos de fazer planeamento florestal, desmatamento, substituição de algumas espécies, combater alguns interesses económicos de monoculturas e, depois, em termos da prevenção e do combate aos incêndios, temos de unir o Estado todo com uma resposta sólida, organizada e planeada. Não podemos continuar a improvisar. Isto é o Estado do improviso.”
Gouveia e Melo apela também ao combate de “alguns interesses económicos de monoculturas”.
Por fim, deixa uma promessa: “Eu, se for eleito como Presidente da República, farei tudo para combater isto.”