Corte de corrente, corte de confiança: Sánchez promete exigir responsabilidades aos privados

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, acusou esta terça-feira os operadores privados de terem responsabilidade no maior apagão da história de Espanha. Isto, apesar de ainda não existirem conclusões claras sobre as causas do colapso energético que afetou 60% da produção elétrica do país em apenas cinco segundos.

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Em declarações aos jornalistas, Sánchez prometeu que o Governo vai “chegar ao fundo” do que aconteceu. O chefe do Executivo garantiu também que serão feitas alterações estruturais no sistema energético, mesmo que ainda não se saiba exatamente quais, e advertiu que “isto não pode voltar a acontecer”.

Apesar de a hipótese de um ciberataque ter sido praticamente descartada pela Red Eléctrica, Sánchez optou por não a excluir totalmente, sublinhando que só com uma investigação completa será possível compreender o que aconteceu nesse intervalo de cinco segundos que deixou o país às escuras.

“Vamos exigir todas as responsabilidades pertinentes aos operadores privados”, declarou o presidente do Governo. “O que ocorreu ontem não pode voltar a passar-se jamais. Os cidadãos têm perguntas e somos os primeiros interessados em respondê-las.”

O clima de tensão entre o Governo e as empresas do sector agravou-se nas últimas horas. A Red Eléctrica, detida em 20% pelo Estado e liderada por Beatriz Corredor, antiga ministra socialista, foi acusada de falta de transparência e de dificultar o acesso do Executivo espanhol aos dados técnicos do incidente.

Na tentativa de obter esclarecimentos, Sánchez convocou uma reunião urgente em La Moncloa com Corredor e representantes das principais elétricas — Iberdrola, Endesa, EDP, Acciona Energía e Naturgy.

Apagão estará na origem de cinco mortes em Espanha

O apagão elétrico, que desde as 11h33 de segunda-feira (hora de Portugal) afetou a Península Ibérica, poderá estar na origem da morte de 5 pessoas em Espanha, que as autoridades locais estão a investigar.

Segundo o jornal espanhol El País, na localidade de Taboadela (região de Ourense) três membros de uma família morreram devido à inalação de monóxido de carbono, provavelmente proveniente de um gerador.

No município de Alzira, na região Valência, uma mulher de 46 anos faleceu por falta de oxigénio, fornecido por uma máquina elétrica.

Em Madrid, uma mulher perdeu a vida num incêndio, que poderá ter sido provocado por uma vela.

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A Guarda Civil está a investigar as causas da morte de um casal (de 81 e 77 anos) e do respetivo filho (de 56), em Orense. Os três familiares foram encontrados no interior de sua casa, em Taboadela.

Agentes e peritos forenses do Instituto de Medicina Legal de Galicia estão a investigar se a família morreu devido ao mau funcionamento de um gerador doméstico ou de um aparelho a combustível, que emitiram monóxido de carbono.

Em Valência, uma mulher de 46 anos faleceu pois a máquina elétrica que lhe fornecia oxigénio deixou de funcionar na sequência do apagão, avançou a sede da Polícia Regional de Valência.

Ao chegar à casa da mulher, que sofria de uma doença pulmonar, os agentes tentaram reanimá-la durante 29 minutos, até à assistência médica chegar. Posteriormente, os médicos também não conseguiram reanimar a mulher.

Na segunda-feira à noite, no bairro de Carabanchel, no sul de Madrid, deflagrou um incêndio na casa de uma mulher de meia-idade. A Polícia Nacional ficou encarregue da investigação da morte, que aponta para uma vela como a possível origem do incidente.

O fogo alastrou-se pela casa e pelo prédio, afetando vizinhos, que tiveram de ser socorridos. Na altura em que as chamas deflagraram, a eletricidade ainda não tinha regressado totalmente ao bairro de Carabanchel.

Bolsonaro convoca manifestação pela amnistia a extremistas em vídeo gravado no hospital

O ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro convocou nesta terça-feira uma manifestação pela amnistia dos condenados por tentativa de golpe de Estado em 8 janeiro de 2023, numa mensagem gravada no hospital onde está internado há duas semanas.

“Manifestação pacífica em Brasília pela amnistia” no dia 7 de maio, diz o líder da extrema-direita brasileira no vídeo em que aparece numa cama do hospital DF Star com vários tubos no nariz e nos braços.

A manifestação suceder-se-á a outros atos realizados desde o início do ano no Rio de Janeiro e em São Paulo, também convocados por Bolsonaro em apoio a um projeto de lei apresentado no parlamento pela extrema direita, que até agora não obteve apoio pleno nas duas câmaras legislativas do país.

Bolsonaro declara esperar “ajuda de fora” em manifestação que reúne milhares em São Paulo

O projeto de lei propõe conceder amnistia a “todos aqueles que participaram de manifestações em qualquer lugar do país a partir de 30 de outubro de 2022 até à data em que a lei entrar em vigor”.

Isso beneficiaria os envolvidos nos ataques a Brasília em 08 de janeiro de 2023, quando as sedes dos três poderes do Estado brasileiro foram vandalizadas e milhares de pessoas acamparam em frente a quartéis por todo o país, exigindo um golpe de Estado no dia seguinte às eleições de 2022, quando o atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, derrotou Bolsonaro, que tentava a reeleição.

Bolsonaro formalmente acusado de tentativa de golpe de Estado e de saber e concordar com plano para matar Lula da Silva

Embora o ex-Presidente brasileiro não tenha esclarecido no vídeo, fontes próximas descartaram a possibilidade dele comparecer na manifestação marcada para 07 de maio, em Brasília, porque passou por uma delicada cirurgia no intestino em meados de abril e ainda não se recuperou totalmente.

Bolsonaro permanece em tratamento intensivo e, de acordo com o último relatório médico, embora esteja “clinicamente estável” e apresentando “melhora progressiva”, continua sem alta e tem visitas restritas.

Jair Bolsonaro julgado por golpe de Estado: cinco perguntas e respostas para perceber o caso

Usas WhatsApp? Conversar por chamada vai ficar (ainda) mais fácil

Se utilizas o WhatsApp com frequência, é possível que já não falte muito para teres acesso a uma “nova” ferramenta. Neste caso, a possibilidade de fazer chamadas de voz e de vídeo através de um browser web. A informação é avançada pela WABeta Info, especializada em assuntos relacionados com o WhatsApp.

Recorde-se que, nesta fase, já conseguimos fazer chamadas pelo WhatsApp, mas tal é possível através de um dispositivo móvel ou aplicação web. Neste caso, a novidade é que deixaria de ser necessário descarregar a app.

Ainda não há previsão de lançamento desta funcionalidade

Como refere a mesma fonte de informação, ainda não há uma data oficial com que possamos contar, para vermos o lançamento deste recurso. Efetivamente, o mesmo ainda se encontra em desenvolvimento, nesta fase.

Na imagem em baixo, publicada pela WABeta Info, consegues ter uma amostra visual daquilo que pode estar a caminho. Na prática, apareceriam dois ícones, um de chamada de voz outro de chamada de vídeo, nos quais desse para clicar.

WhatsApp
(crédito WABetaInfo)

Numa altura em que o trabalho remoto é cada vez mais preponderante, é mais uma alternativa também para eventuais reuniões laborais à distância. Segundo consta, “os utilizadores poderão até ter a opção de alternar entre chamadas de voz e vídeo diretamente na conversa”.

É expectável que a ferramenta mencionada possa ficar disponível numa próxima atualização do WhatsApp. De qualquer forma, ainda não sabemos com certezas em que data é que tal poderá acontecer.

Também na privacidade o WhatsApp pretende melhorar

Não é só na conveniência das chamadas que o WhatsApp tem trabalhado. Isto porque, nos últimos tempos, a aplicação tem introduzido outras melhorias. Tal como a 4gnews noticiou, o WhatsApp também pretende melhorar a privacidade da app.

Essa melhoria é feita através da função “Privacidade Avançada da Conversa”. É um recurso que funciona como se de uma camada adicional de segurança se tratasse. No fundo, este faz com que o que se fala no WhatsApp fique apenas no WhatsApp.

Ou seja, não podes exportar qualquer informação para fora da janela de chat do WhatsApp. Pode ser particularmente útil em conversas de teor sensível, cujo conteúdo não queiras que seja partilhado com mais ninguém.

De momento, sabemos que o update já começou a ser disponibilizado. Contudo, pode demorar mais um pouco até ficar ao alcance de todos os utilizadores.

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Vários feridos em Uppsala, na Suécia, depois de ouvidos disparos na cidade

Pelo menos três pessoas morreram após serem baleadas num cabeleireiro perto da Praça Vaksala, em Uppsala, na Suécia, avançou a rádio estatal sueca, Sverige. A informação foi entretanto confirmada de forma oficial pela polícia local.

Vários meios de comunicação social suecos informam que os tiros foram disparados num salão de cabeleireiro no centro da cidade e que o suspeito de ser autor do crime fugiu do local numa scooter elétrica.

Uma grande área foi isolada no centro da cidade universitária, situada a 70 quilómetros a norte de Estocolmo, com a polícia sueca a revelar à TV4 Nyheterna que tem “helicópteros no ar” e que montou uma operação de caça ao homem de grande dimensão para encontrar o suspeito em fuga.

O tiroteio ocorreu na véspera da festa da primavera de Walpurgis, que atrai grandes multidões para as ruas da cidade sueca, destaca a BBC. Várias testemunhas, que ouviram sons de tiros, relataram à rádio estatal sueca que pensaram, num primeiro momento, que se tratava de fogo de artifício.

A polícia sueca já tinha informado que várias pessoas, na cidade do leste da Suécia, tinham sido encontradas com ferimentos que terão sido causados por tiros de bala, depois de ouvidos disparos na cidade. Num comunicado citado pela Euronews, a polícia disse ter recebido, esta terça-feira, “várias chamadas de cidadãos a reportar terem ouvido sons que pareciam disparos”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, enviou esta terça-feira uma mensagem de condolências ao Rei da Suécia expressando “choque e solidariedade” pelo tiroteio na cidade sueca de Uppsala em que morreram pelo menos três pessoas.

“O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa manifestou ao Rei Carlos XVI Gustavo da Suécia o seu choque e solidariedade perante o terrível ataque ocorrido em Uppsala, condenando veementemente este ato vil e bárbaro contra vítimas inocentes”, lê-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na internet.

Na mesma nota refere-se que “na sua mensagem ao monarca sueco o Presidente da República transmitiu o seu pesar aos familiares das vítimas, bem como a todos os suecos”.

SMS? As prioridades eram outras. Apagão foi problema sério, admite Montenegro

Governo vai pedir auditoria europeia. Foi uma crise inesperada que não teve origem em Portugal, reforçou o primeiro-ministro. O Governo vai criar uma comissão técnica independente e pedir uma auditoria europeia para avaliar os sistemas elétricos dos países afetados pelo apagão de segunda-feira, anunciou nesta terça-feira o primeiro-ministro. “Não vamos poupar esforços nos esclarecimentos perante um problema sério que não teve origem em Portugal”, afirmou. Luís Montenegro falava a meio da segunda reunião extraordinária do Conselho de Ministros em dois dias, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento, Lisboa, após o corte generalizado no abastecimento elétrico que afetou na

Ainda confuso com o apagão? Três gráficos e um mapa que ajudam a perceber o que aconteceu

A partir do meio da tarde, o fornecimento de eletricidade foi retomado gradualmente. Enquanto Lisboa tardava a iluminar-se, algumas zonas do Norte e Centro recuperavam a luz e a rede telefónica. Em comunicado oficial, a REN explicou que a entidade estava a recorrer aos meios nacionais para reestabelecer a eletricidade: nomeadamente as centrais hídrica de Castelo de Bode, em Tomar, e termoelétrica da Tapada do Outeiro, em Gondomar.

Estas são as duas únicas centrais onde o chamado ‘black start’ pode ser aplicado. Ou seja, é apenas nestas centrais – hidroelétrica (Castelo de Bode) e a gás natural (Tapada do Outeiro) – que é possível fazer um arranque autónomo sem dependência da rede que, neste caso, estava comprometida pelo apagão também se ter estendido a Espanha.

Devido à sua localização e à rede de centrais na sua proximidade, as duas centrais ajudaram a retomar a energia a norte (Tapada do Outeiro) e a centro e sul (Castelo de Bode).

A Central de Tapada do Outeiro é a mais antiga do país com ciclo combinado e a segunda maior do país a gás natural. Segundo o Expresso, desde março do ano do ano passado que a central passou a “operar num regime transitório”, abandonando a exploração comercial. Isto significa que, entretanto, a central tem funcionado apenas para ajudar a manter a segurança no abasteciemnto de gás e que não tem sido utilizada para produzir eletricidade.

A reabilitação da Tapada do Outeiro tem estado em cima da mesa desde 2022.

Com água, rádio a pilhas e comida: o guia de emergência da UE teria ajudado Portugal durante o apagão?

Foi há exatamente um mês que a Comissão Europeia anunciou aquilo a que chamou de Estratégia de Preparação da União, um plano para prevenir as consequências da guerra e da crise climática no qual os cidadãos europeus são convidados a preparar um kit de emergência para terem em casa e que permita a sua sobrevivência durante 72 horas sem ajuda externa em caso de catástrofe. Esta segunda-feira, Portugal esteve às escuras durante cerca de 10 horas, com a procura por certos produtos a aumentar, a maioria aconselhados naquela mochila europeia.

Compras de supermercado às escuras, filas para os transportes públicos e caos no trânsito. As imagens do apagão em Portugal e Espanha

Sem eletricidade, foram várias as pessoas que ao longo do dia se deslocaram até mercearias e supermercados (enquanto ainda estiveram abertos) à procura de comprar pilhas, lanternas, velas e rádios portáteis, como testemunhou o Observador no bairro de Alvalade. Com as comunicações por telemóveis em baixo, os portugueses viram-se ainda impossibilitados de comunicar uns com os outros, a acrescentar a falta de acesso à internet, tendo apenas como solução — para ficarem atualizados com o estado do país e dos europeus também afetados — um rádio a pilhas, tal como aconselha a UE.

Caos no trânsito, comunicações cortadas e corridas às lojas. O longo dia em que um apagão paralisou o país

Durante a corrida às compras, os bens essenciais foram alvo, com as longas filas à porta dos supermercados a formarem-se pela procura principal por água engarrafada, comida e papel higiénico — com as semelhanças aos primeiros dias vividos da pandemia da COVID-19 a surgir. Perante um início de semana nada habitual, o kit de emergência proposto pela UE parece ter tudo aquilo pelo qual os portugueses correram à procura: só faltava o combustível para abastecer os carros pessoais, com as bombas de gasolina já fechadas.

Horas a caminhar, atos de solidariedade e um restaurante onde “ninguém fica sem comer”. Como se viveu o apagão em Lisboa

Assim, a UE apela os cidadãos a terem no kit de sobrevivência — para cada agregado familiar — uma reserva mínima para três dias de bens essenciais como água, medicamentos, pilhas, baterias elétricas, powerbanks (baterias portáteis), cópias dos documentos, uma fonte de luz (seja lanterna, fósforos ou isqueiro), medicamentos, comida não perecível como enlatados ou barritas de cereais, carregadores, um apito, papel higiénico, dinheiro, óculos de sol, uma bolsa de primeiros socorros e ainda um rádio a pilhas. No vídeo publicado nas redes sociais, a comissária europeia Hadja Labib sugere ainda um baralho de cartas, “porque um pouco de distração nunca fez mal a ninguém”, diz.

O plano insere-se numa estratégia mais ampla de preparar económica, militar e socialmente a UE para qualquer ameaça até 2030. Com o kit preparado, os portugueses teriam assim tido a oportunidade, nesta segunda-feira, de poupar recursos — como o combustível, ao qual muitos recorreram para chegar até aos supermercados — evitando assim as longas filas testemunhadas em supermercados, multibancos e bombas de gasolina.

Comprimidos de iodo, máscaras contra poeiras, pesto, noodles e, claro, o canivete suíço: os kits de emergência de dez países

Meia centena de crianças retidas em Roma após cancelamento do voo devido ao apagão

Mais de meia centena de crianças de duas localidades da região Norte do país estão retidas em Roma, Itália, devido aos constrangimentos provocados pelo apagão, que originou o cancelamento de vários voos.

Nesta situação está um grupo de 45 pessoas, incluindo seis adultos e 39 crianças, com idades entre os 13 e 15 anos, de Oliveira de Azeméis (Aveiro), que participaram no Jubileu dos Adolescentes em Roma, que terminou no domingo e que viram o voo de regresso ao Porto cancelado na segunda-feira.

“Eles chegaram a estar dentro do avião, mas o voo não partiu. Ontem [segunda-feira] à noite, depois de muitas reclamações, foram colocados num hotel e hoje de manhã a companhia aérea foi buscá-los ao hotel e deixou-nos no aeroporto”, disse à Lusa Hélder Ramos, da organização da viagem.

O responsável considerou que a companhia aérea Wizz Air os “deixou ao abandono”, afirmando que os voos diários já estão todos cheios e a única solução apresentada pela empresa foi um voo para o dia 6 de maio, o que não foi aceite.

“Dissemos que isso era impossível e que queríamos uma solução para hoje, e então disseram-nos que estávamos por nossa conta e risco, que procurássemos uma solução noutras companhias e que pedíssemos a devolução só do valor da viagem de regresso”, disse Hélder Ramos.

O responsável referiu ainda que tem sido muito complicado gerir esta situação, adiantando que estiveram toda a manhã em reunião à procura de soluções, tendo conseguido arranjar voos para eles na quarta-feira noutra companhia, com preços mais caros do que o valor da viagem de ida e volta, sendo que inicialmente será a paróquia a assumir essa despesa.

Hélder Ramos explicou que a viagem de regresso será feita em dois voos de Roma para Madrid, em Espanha, um de manhã e outro ao início da tarde, e depois haverá um autocarro que irá buscar o grupo a Madrid para os trazer para Portugal.

A Lusa falou também com Alexandre Costa, um dos monitores que está a acompanhar as crianças, que disse que a próxima noite será passada no aeroporto, apesar de a companhia ter oferecido a dormida num hotel.

“Optámos por ficar aqui e receber ‘vouchers’ de comida porque não temos sequer roupa para nos trocar, não vale a pena estar a abrir as mochilas todas, porque depois é um 31 para as fechar e achámos mais seguro ficar no aeroporto”, disse.

Alexandre Costa referiu ainda que há crianças no grupo com problemas de saúde, nomeadamente epilepsia e asma, entre outros casos, mas assegurou que a situação está sob controlo.

“O risco seria para amanhã [quarta-feira] de manhã, mas para já está tudo controlado. Já nos informaram que temos uma farmácia aqui perto e que tem os produtos necessários e se calhar passamos lá entretanto”, referiu.

Esta situação também apanhou desprevenido um grupo de escuteiros de Vila das Aves, no concelho de Santo Tirso (Porto), que participou no Jubileu dos Adolescentes em Roma.

Na segunda-feira, 11 crianças com idades entre os 7 e os 12 anos e três adultos chegaram a entrar para o avião e a acreditar que chegariam ao Porto, mas após uma hora foram convidados a sair e “abandonados no aeroporto sem qualquer tipo de apoio”, descreveu à Lusa Rafael Lopes, um dos responsáveis pelo grupo.

“A [companhia aérea] Wizz Air só nos atendeu porque a polícia exigiu. Diante da polícia prometeram jantar, hotel e voo hoje. Depois a polícia foi embora e negaram. Deram refeição e hotel, mas o voo temos de pagar noutra companhia, e talvez não reembolsem, ou esperar por 02 ou 03 de maio e ir nesta, mas separados. Temos miúdos com medicação a acabar e sobretudo os mais pequeninos têm saudades dos pais”, contou.

Rafael Lopes contou à Lusa que já falou com o gabinete de emergência consular: “disseram que o senhor embaixador estava a acompanhar a situação e mais nada”, lamentou.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11h30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão. O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.

Montenegro cria comissão técnica independente e pede auditoria europeia mas não se compromete com prazos: “Teremos tempo”

No dia seguinte ao ‘apagão’, o Governo esteve de novo reunido em Conselho de Ministros e Luís Montenegro apareceu a falar ao país, pela hora de almoço, para dar algumas garantias: a resposta de Portugal foi “altamente positiva” perante uma situação “grave, inédita e inesperada”; o problema teve a ver com a importação de energia de Espanha, mas Portugal “tem capacidade de produção e distribuição própria”; Proteção Civil “funcionou e funcionou bem” e Governo vai pedir auditorias independentes – uma europeia e outra em Portugal – para avaliar resiliência do sistema e apurar origem das falhas.

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