Três mortos em ataque com arma de fogo na Suécia

Pelo menos três pessoas morreram esta terça-feira na sequência de um tiroteio na cidade de Uppsala, na Suécia. Está montada uma caça ao homem. Um tiroteio na tarde desta terça-feira, em Uppsala, na Suécia, a cerca de 70 quilómetros de Estocolmo, fez pelo menos três mortos. Segundo a TV4 News, o ataque, do qual resultaram ainda vários feridos, aconteceu num cabeleireiro, na praça Vaksala, por volta das 17h locais (16h em Lisboa). Segundo a imprensa sueca, o principal suspeito fugiu numa mota elétrico e continua ‘a monte’. A última atualização das autoridades suecas, às 19h55 locais, refere que a polícia

Respawn, de Apex Legends e Star Wars: Jedi, cancelou projeto e despediu cerca de 100 pessoas

A EA cancelou outro projeto em desenvolvimento no Respawn Entertainment e despediu um número ainda por apurar de funcionários das equipas de Apex Legends, Star Wars: Jedi e deste projeto.

“Estas decisões não são fáceis, e estamos profundamente gratos a todos os colegas de equipa afetados – a sua criatividade e contribuições ajudaram a tornar a Respawn naquilo que é hoje”, continua a publicação. “Estamos a oferecer apoio significativo aos afetados, incluindo a exploração de novas oportunidades dentro da EA.”

Segundo fontes citadas pela IGN, cerca de 100 pessoas foram afetadas pelas mudanças, incluindo uma mistura de programadores, editores e trabalhadores de controlo de qualidade de Apex Legends, bem como pequenos grupos de indivíduos na equipa Jedi e nos projetos de incubação. A IGN também sabe que pelo menos alguns, embora não todos, dos produtores do projeto de incubação relatado em março já foram transferidos para trabalhar em Iron Man na EA Motive, Battlefield e outros projetos. Quando questionada, a EA recusou-se a comentar o número exato de indivíduos afetados, dizendo que está a oferecer aos funcionários 30 dias para encontrarem uma nova oportunidade dentro da organização e que está a tentar encontrar funções para o maior número possível de indivíduos internamente.

Entretanto, o Respawn continua a trabalhar em Apex Legends, no próximo capítulo de Star Wars: Jedi e está a colaborar com o estúdio Bit Reactor no desenvolvimento de Star Wars: Zero Company.

Para além disto, Daniel Suarez, vice-presidente sénior de operações da Respawn, será promovido a diretor-geral do Respawn e irá responder diretamente a Vince Zampella.

De assinalar que em fevereiro, a EA revelou aos investidores que Apex Legends não estava a ir na direção desejada e que já não estava há algum tempo. O CEO Andrew Wilson disse que o Respawn está atualmente a trabalhar numa grande atualização, apelidada de “Apex 2.0”.

“A nossa expetativa é que o Apex seja também um desses franchises e que, num horizonte temporal mais alargado, haja uma atualização ainda maior e mais significativa para essa experiência de jogo mais ampla, um Apex 2.0, se quiserem. Esta não será a encarnação final de Apex”, disse Wilson na altura.

A EA continua numa maré de projetos cancelados e despedimentos, fruto de uma reestruturação que já dura há vários anos. Começou em 2023 com a eliminação de 50 postos de trabalho no BioWare e um número desconhecido adicional no Codemasters, e continuou quando a EA despediu 670 trabalhadores em toda a empresa, incluindo cerca de duas dúzias de trabalhadores do Respawn, e cancelou vários projetos. Mais recentemente, a EA reestruturou a BioWare, transferindo produtores para outros projetos e despedindo outros.


Pedro Pestana é viciado em gaming, café e voleibol, sensivelmente nesta ordem. Podem encontrar alguns dos seus devaneios no Threads ou Bluesky.

“Por favor, ponham o vosso nome ao peito”, pedem os cardeais

Os cardeais escolheram o dia 7 de maio para o início do Conclave porque precisam de mais tempo para se conhecer. É que este vai ser o Conclave mais superlotado e internacional de sempre, porque o limite de 120 cardeais eleitores foi ultrapassado por Francisco.

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Dos 133 eleitores, 80% deles foram nomeados pelo Papa defunto, o que faz com que, pela primeira vez, a participação dos italianos fique reduzida a 19 eleitores. Como a grande maioria dos participantes neste Conclave não sabe quem é quem, decidiram passar a usar uma pequena placa ao peito com o nome e proveniência de cada um, para facilitar o contacto e eventual aprofundamento das respetivas intervenções que fazem em plenário.

Ao mesmo tempo, desdobram-se as movimentações fora e dentro do Vaticano, com as habituais tentativas dos media (sobretudo italianos) de tentarem adivinhar quem será o próximo sucessor de Pedro. Só que, apesar da criatividade dos jornalistas, a esmagadora maioria dos cardeais não fala, ou então optam por dizer generalidades. Foi o que aconteceu, por exemplo, com uma colega que, após a pergunta “já sabe em quem vai votar?”, o cardeal interrogado respondeu “já viu como o Céu está tão azul?”

Os babás do Cardeal

As peripécias que rodeiam a vida dos cardeais, aqui em Roma, também são muitas. Disso daremos conta ao longo destes dias até ao Conclave. Um dos episódios aconteceu, no passado domingo, na principal Sala de Imprensa da Santa Sé, reservada aos jornalistas vaticanistas (os outros, com acreditação temporária, trabalham numa outra sala de imprensa a poucos metros de distância).

Ao início da tarde e após a hora do almoço, encontrei em cima da grande mesa da nossa redação (à volta da qual nos sentamos a trabalhar) uma generosa caixa cheia de suculentos babás (ensopados em calda de açúcar e rum, como manda a regra). O doce manjar foi oferecido por um generoso cardeal que por ali passou expressamente para nos desejar bom trabalho.

Deliciámo-nos, obviamente, com aquela “sobremesa”, como abelhas à volta do mel, mas optámos por não revelar o nome e a diocese a que pertence o purpurado italiano.

Homilia desta terça-feira cita palavras de Francisco em Lisboa

Além das Congregações Gerais – que se realizam de manhã, para permitir intervenções livres sobre questões de atualidade e sobre qual deve ser o perfil do próximo Papa – prosseguem, à tarde, na Basílica de São Pedro, as missas exequiais por alma do Papa Francisco.

Em cada dia, um cardeal diferente preside à celebração e, na respetiva homilia, aproveita para deixar alguns pontos de reflexão.

Nesta terça-feira, a quarta missa (a primeira celebrou-se na manhã do funeral) foi presidida pelo cardeal Mauro Gambetti, arcipreste da Basílica de São Pedro. Certamente a pensar na responsabilidade que se avizinha quando, a partir de 7 de maio, começarem as votações para eleger o próximo Papa, o cardeal convidou os seus colegas a pensarem no juízo final: “A parábola do Juízo Universal revela o segredo que rege o mundo: o Verbo fez-se carne, isto é, Deus quis ser solidário com a humanidade a tal ponto que quem toca o homem toca em Deus, quem honra o homem honra Deus, quem despreza o homem despreza Deus”. E, para que não restem dúvidas, citou o que Francisco disse em Lisboa.

“A humanidade cristã torna a igreja uma casa para todos. Como são atuais as palavras de Francisco, pronunciadas no encontro com os Jesuítas em Lisboa, em 2023: todos, todos, todos são chamados a viver na Igreja, nunca nos esqueçamos disso!”


Até ao início da eleição do sucessor de Francisco, a vaticanista Aura Miguel, enviada especial a Roma, assina a rubrica Diários de um Pré-Conclave, que pode ouvir todos os dia na emissão da Renascença

As exibições convincentes de Sporting e Benfica que contrastam com o apagão tático do FC Porto na Amadora. E houve festa em Liverpool

O futebol é um jogo simples que muita gente complica. Por isso vamos analisá-lo e descomplicá-lo com a ajuda de quem sabe. Todas as semanas, Tomás da Cunha e Rui Malheiro vão explicar tudo sobre os jogos e as equipas de futebol em Portugal e lá fora. Acompanhe o podcast da Tribuna Expresso.

The Sims 4 recebe novidades no dia 1 de maio

Restoration Workshop, Golden Years e Kitchen Clutter Kits a caminho

The Sims revelou hoje The Sims 4 Restoration Workshop Kit, The Sims 4 Golden Years Kit e The Sims 4 Kitchen Clutter Kit disponíveis dia 1 de Maio para PC via app™ EA, Mac® via Origin, Epic Games Store e Steam®, PlayStation®5, PlayStation®4, Xbox Series X|S e Xbox One.

Celebra mais momentos da vida com estes três novos Kits no The Sims 4! Arregaça as mangas e põe mãos à obra com o novo Restoration Workshop Kit, onde podes recuperar eletrodomésticos antigos e danificados.

Aceita a desarrumação e cria uma cozinha cheia de personalidade com o novo Kitchen Clutter Kit.

E, claro, chegou a altura de os Sims mais velhos celebrarem em grande estilo a fase dourada da vida com o Golden Years Kit, que traz novos visuais que são uma homenagem — e assumem com orgulho — dos Anos Dourados.

Por João Seixas

Apagão. IL defende eficácia da comissão técnica e Livre quer que órgão tome posse já

A Iniciativa Liberal defendeu nesta terça-feira que a comissão técnica independente criada pelo Governo poderá ser eficaz para chegar a conclusões sobre o apagão, enquanto o Livre defendeu que esta entidade deveria tomar posse antes das eleições.

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“Penso que [a comissão técnica independente] é uma forma eficaz, se conseguir tirar conclusões e, acima de tudo, se se conseguir perceber as causas, para depois também percebermos o que é que precisamos de alterar para conseguir dar resposta efetiva a uma situação deste género ou outras de crises”, afirmou a líder parlamentar da IL.

Estas declarações foram feitas depois de uma reunião entre partidos e Governo, convocada pelo presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, na sequência do corte generalizado no abastecimento elétrico que na segunda-feira afetou Portugal e Espanha, e que continua sem explicação por parte das autoridades.

Mariana Leitão criticou também a “comunicação ineficiente e irregular” do Governo, considerando que o executivo “deve falar a uma só voz” e de “forma muito mais regular para tranquilizar a população”.

A IL defendeu ainda que Portugal deve “investir em protocolos de segurança e sistemas de redundância em infraestruturas críticas”, para evitar que deixem de funcionar, bem como “aumentar o número de centrais capazes do “black start” e reforçar as interconexões elétricas”.

A porta-voz do Livre Isabel Mendes Lopes manifestou-se “profundamente” contra a ideia de a comissão técnica independente anunciada pelo Governo ser apenas constituída após a eleição do novo parlamento, nas legislativas de 18 de maio.

Na ótica do Livre, esta comissão deveria entrar já em funcionamento e, ao mesmo tempo, ser divulgado um inquérito a instituições no terreno, como câmaras municipais e juntas de freguesia, ou aos cidadãos no geral, de forma a agregar dados enquanto a memória “ainda é fresca”.

“Esta ideia de o Governo e PSD acharem que esta comissão só começará a funcionar depois de o parlamento ter tomado posse mostra que não aprenderam nada com a urgência do que vivemos ontem”, criticou.

Em sentido contrário, o líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, defendeu que esta comissão deve ser composta “desejavelmente por figuras de reconhecido mérito”, algo que exige um “processo de diálogo entre as várias bancadas e envolver a academia”.

“Não nos precipitaremos em usar qualquer instrumento parlamentar”, acrescentou, depois de o Livre ter admitido nesta terça-feira propor uma comissão parlamentar de inquérito ou eventual sobre o apagão.

A deputada do Chega Rita Matias lamentou a “falta de comunicações entre o Governo e a Assembleia da República”, defendendo que “era útil que os partidos pudessem ter estado mais envolvidos ao longo deste processo”.

Rita Matias disse que “poucos foram os esclarecimentos” do Governo, e considerou que o país deve apostar noutras fontes de energia, como o carvão ou nuclear.

A líder parlamentar do PCP, Paula Santos, disse não se opor à criação da comissão técnica independente, sublinhando que o mais importante é uma política que garanta a soberania energética do país e um “controlo público” do setor da energia.

Paula Santos salientou ainda a aprovação de um debate proposto pelo PCP sobre o apagão desta segunda-feira, afirmando que “seria incompreensível para o povo português que, havendo uma comissão permanente amanhã, a Assembleia da República não se debruçasse sobre este tema”.

Inês de Sousa Real, porta-voz do PAN, disse ter transmitido ao Governo a sua preocupação com a “ausência de capacidade de comunicação” com os órgãos de soberania e com a falta de uma referência à emergência veterinária na resolução do Conselho de Ministros.

Apagão: na dúvida, os restaurantes devem deitar a comida ao lixo

A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) está a preparar com a ASAE maneiras de ajudar os empresários no cumprimento das regras de segurança alimentar. Na dúvida, os alimentos devem ser deitados fora. A par do impacto que a falha energética teve na operação normal dos restaurantes – em que apenas os que tinham meios alternativos como fogões a lenha, grelhadores ou fogões a gás conseguiram operar – a AHRESP aponta a questão do funcionamento dos equipamentos de refrigeração. A AHRESP adiantou que está já a preparar, em articulação com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica

No Princípio era a Bola

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O futebol é um jogo simples que muita gente complica. Por isso vamos analisá-lo e descomplicá-lo com a ajuda de quem sabe. Todas as semanas, Tomás da Cunha e Rui Malheiro vão explicar tudo sobre os jogos e as equipas de futebol em Portugal e lá fora. Acompanhe o novo podcast da Tribuna Expresso

RTP sofreu “apagão” na emissão durante uma hora. Estação está a tirar “ilações sobre o caso”

Se foi uma das poucas pessoas que, durante a tarde de segunda-feira ainda tinha acesso a eletricidade e deixou de repente de conseguir a acompanhar a emissão noticiosa da RTP, não foi o seu operador a ter falhas de transmissão: a estação pública esteve mesmo sem emitir durante quase uma hora.

Fonte oficial da RTP confirmou ao Observador que, a seguir à hora de almoço, pelas 14h30, toda a transmissão televisiva da estação foi interrompida devido à “sobrecarga de um gerador” que estava a assegurar o funcionamento dos “sistemas técnicos internos que permitem manter uma emissão no ar”, mandando abaixo desde servidores até às regies de continuidade.

Tal como ocorreu com outras estações, a emissora pública aguentou inicialmente o apagão geral desta segunda-feira, 28 de abril, por ter um sistema de backup autónomo, estando agora a decorrer averiguações para perceber-se qual o motivo para este gerador ter falhado. Ao Observador foi comunicado que uma das conclusões preliminares é que se deu uma sobrecarga por “mais e mais sistemas técnicos” estarem a depender de uma única fonte de energia à medida que os efeitos do apagão se iam fazendo sentir na infraestrutura elétrica da RTP.

Sem conseguir apurar ao certo quanto tempo a emissão da RTP esteve interrompida, a mesma fonte comunica que o hiato terá durado entre “meia-hora a uma hora”. A interrupção ocorreu porque foi necessário proceder a uma reativação gradual dos meios técnicos e tecnológicos que são necessários à garantia das emissões, “testando os diferentes sistemas para verificar se algum não estava danificado” — se fosse esse o caso, haveria o risco de ocorrer um curto-circuito e, assim, um novo apagão na emissora.

Assim, continua a mesma fonte da estação, por volta das 15h30, a atividade da RTP1 e da RTP3 — o canal de informação — foi retomada com uma emissão em simultâneo, uma “decisão editorial” por entender-se que, dado os efeitos do apagão no país, deveria ser privilegiado o serviço informativo. Esta opção manteve-se até às 13h00 desta terça-feira, o que incluiu o Jornal da Tarde.

Por outro lado, os restantes canais da estação emitidos a partir de Lisboa — RTP2, RTP Memória e RTP África —, tiveram o seu funcionamento retomado pelas 21h00, voltando com a programação habitual. Tal decisão foi tomada numa reunião feita pelas 20h00, quando foi constatado que os sistemas já se encontravam todos operacionais e tinham recuperado sem falhas.

Dado o papel de serviço público da RTP em situações de emergência nacional, a fonte da RTP confirmou ao Observador que estão a ser feitas averiguações para que uma interrupção desta natureza não se repita, tendo já ocorrido reuniões esta terça-feira para tirar “ilações sobre o ocorrido”.

Uma das conclusões, para já, é que a estação pública precisa de criar sistemas de comunicação alternativos face à interrupção quase total do funcionamento das operadoras telefónicas em Portugal esta segunda-feira, o que dificultou a coordenação entre os estúdios de Lisboa e outros locais onde a RTP podia ter reiniciado a sua emissão mais cedo.

Conforme foi explicado ao Observador, a RTP tem sistemas de backup na televisão entre Lisboa e o Centro de Produção do Norte, no Porto, cujo gerador manteve-se operacional, além dos estúdios da RTP Madeira e da RTP Açores, que não foram sequer afetados pelo apagão. Ou seja, em teoria, teria sido possível retomar a emissão a partir de qualquer um destes três locais, mas o facto de não ser possível fazer uma articulação com os mesmos, por impossibilidade de comunicação, tornou-os inviáveis como solução.

Além do serviço televisivo, a estação pública também foi mantendo o seu serviço de rádio, mas, ao contrário da RTP, a RDP nunca teve o funcionamento das suas antenas interrompido, já que possui um gerador autónomo que não sofreu o mesmo tipo de sobrecarga. No entanto, tal como ocorreu entre a RTP1 e a RTP3, foi tomada a decisão de fazer uma emissão exclusivamente noticiosa em simultâneo entre a Antena 1, a Antena 2, a Antena 3, a RDP África e a RDP Internacional, desde as 16h00 da tarde de segunda-feira até às 7h00 de terça-feira.

Apagão. Transplante renal cruzado entre Portugal e Espanha teve de ser adiado

Acompanhe aqui o nosso liveblog sobre o apagão em Portugal

Uma operação de transplante renal cruzado entre Portugal e Espanha, prevista para esta terça-feira, teve de ser adiada para quinta-feira devido ao corte de energia na segunda-feira, disse esta terça-feira à Lusa o coordenador nacional de Transplantação.

Nuno Gaibino adiantou que, apesar dos constrangimentos causados pelo corte de energia que afetou a Península Ibérica, este foi o único transplante que teve de ser adiado.

“Envolveu uma situação muito complexa, essencialmente, porque estamos a falar de uma atividade programada na área da transplantação que não dependia apenas de nós, país. Dependia, essencialmente de um programa de doação cruzada, nomeadamente, da transplantação renal que tínhamos programado para o dia de hoje”, disse o médico.

Apagão. Governo pede auditoria europeia, anuncia comissão independente e quer reforçar sistemas de reinício do abastecimento

O coordenador nacional de Transplantação do Instituto Português do Sangue e Transplantação contou que este transplante já estava programado há semanas e que “os recetores têm alguma complexidade” e já teriam de estar a fazer a terapêutica de imunossupressão para realizar o transplante.

Mas perante a situação, e depois de conversações entre a Coordenação Nacional de Transplantação, os conselhos de administração dos hospitais correspondentes, e com a Organização Nacional de Transplantação Espanhola, foi decidido adiar o transplante para 1 de maio, “com toda a articulação devida entre dois hospitais de dois países diferentes” e a cooperação da Força Aérea Portuguesa e da sua congénere espanhola.

“Também, deste ponto de vista, tivemos uma resposta absolutamente histórica, porque conseguimos adiar e já temos uma nova data, não comprometendo em nada aquilo que nos parece ser a atividade da transplantação, nomeadamente nesta situação muito específica”, realçou Nuno Gaibino.

Situação de crise energética prolonga-se até às 23h59 desta terça-feira. O que está em causa

“Portanto, a avaliação final no meio desta crise energética foi bastante positiva para a nossa área e conseguimos manter a quase normalidade da nossa atuação”, salientou.

Para o especialista, “houve uma resposta absolutamente hercúlea” da Rede Nacional de Doação e Transplantação, com a Coordenação Nacional de Transplantação a tentar, desde a primeira hora do apagão, uma articulação perante os planos de contingência que já estavam pré-definidos.

“A atividade da doação e da transplantação é sempre urgente e aquilo que tivemos de fazer numa fase inicial foi uma avaliação do que é que estava a acontecer no terreno após as 11h33, que era a hora crítica, e sabemos que havia hospitais com atividade de doação” que tinham feito colheitas durante a noite e tinham transplantes programados para esta tarde.

Monumentos apagados, jantares à luz das velas e o desespero no aeroporto. A noite do apagão em Lisboa

Havia ainda outros hospitais que iam iniciar processos de colheita, disse Nuno Gaibino, referindo que foi decidido com os gabinetes de coordenação de transplantação, em articulação com os devidos conselhos de administração, que apenas iriam continuar com as situações urgentes, uma vez que os blocos operatórios e as unidades de cuidados intensivos estavam a funcionar com geradores de reserva, com autonomia limitada.

Isto significou que tivemos de protelar algumas atividades durante algumas horas“, afirmou, contando que, num dos centros hospitalares, foi necessário adiar o transplante de dois rins durante algumas horas.

Foi possível realizar o transplante ao final de tarde nesse centro hospitalar, que assegurou toda a atividade urgente, e noutro hospital, em Lisboa, foi feita a colheita de órgãos em processo de paragem cardiocirculatória.

Espanha. Repsol já tinha detetado, há cinco dias, uma “paragem inesperada” no fornecimento elétrico

Perante esta situação, o coordenador nacional afirmou que a rede montada funcionou: “Não perdemos um único órgão, um único dador e todos os doentes que estavam, presumivelmente, para ser transplantados de forma urgente, aconteceu”.

“A resposta foi muito eficaz e, de facto, o grande sucesso foi por parte de todos os profissionais de excelência que trabalham nesta área e demonstrando a capacidade do Serviço Nacional de Saúde dar resposta”, enalteceu Nuno Gaibino.

O Programa de Doação Renal Cruzada Internacional (PIDRC) entre Portugal e Espanha, que também inclui a Itália, é um acordo que permite que doadores e recetores de rins de diferentes países, que são incompatíveis entre si, possam realizar um transplante renal cruzado.

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