Morreu o “rei da moda italiana” Giorgio Armani aos 91 anos

Morreu o criador de moda Giorgio Armani, anunciou a empresa nesta quinta-feira, numa nota citada pelo jornal La Repubblica. “O senhor Armani, como sempre foi chamado com respeito e admiração por trabalhadores e colaboradores, morreu serenamente, rodeado dos seus familiares”, detalham. O designer italiano tinha 91 anos.
“Incansável, trabalhou até ao fim dos seus dias, dedicando-se à empresa, às colecções e aos diversos e sempre novos projectos actuais e futuros”, acrescenta a nota de imprensa.
O velório de Giorgio Armani será entre sábado e domingo, das 9h às 18h, na Rua Bergognone, no L’Armani/Teatro, em Milão. A empresa avança que, “por vontade de Giorgio Armani, o funeral será privado”.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, veio agradecer a Armani pelo legado deixado na moda. “Com a sua elegância, sobriedade e criatividade, conseguiu trazer prestígio à moda italiana e inspirar o mundo inteiro. Um ícone, um trabalhador incansável, um símbolo da melhor Itália. Obrigada por tudo”, lamentou numa publicação no X.
Armani já estava doente há algum tempo e teve uma infecção pulmonar no início deste Verão, que levou a que tenha estado ausente dos últimos desfiles na Semana da Moda Masculina de Milão e em Paris, em Junho. Foi a primeira vez na sua carreira que faltou à apresentação de uma colecção, tendo sido substituído pelo designer de moda masculina, Leo Dell’Orco, companheiro na moda e na vida, que deverá ser o seu sucessor.
O criador tinha feito saber que estaria de volta aos desfiles em Setembro na Semana da Moda de Milão para celebrar os 50 anos da marca na Academia de Brera. O evento estava marcado para 28 de Setembro e a empresa não esclareceu se o desfile será cancelado.
“Giorgio Armani sempre fez da independência, tanto no pensamento como na acção, a sua imagem de marca. A empresa é o reflexo, hoje e sempre, deste sentimento. A família e os colaboradores levarão o grupo para a frente com respeito e continuidade destes valores”, detalha um comunicado assinado pela equipa de Armani enviado à imprensa italiana, que dá conta que a morte do fundador não é um ponto final para a etiqueta em nome próprio. Aliás, os últimos dados financeiros, relativos a 2023, dão conta de resultados de mais de 2 mil milhões de euros.
O Corriere della Serra detalha que o designer passou o Verão em Forte dei Marmi, um estância balnear na Toscana, com a família e amigos, em vez de se deslocar para a habitual residência destes meses na Pantelleria. O mesmo jornal detalha que, “há poucos dias” o estado de saúde do criador se agravou, “devido a uma dor de estômago repentina”, mas sem que “nada fizesse prever o pior”.
Em Outubro de 2024, aos 90 anos, Armani tinha dito ao jornal italiano que se planeava reformar dentro de “dois ou três anos”. Pouco depois, veio corrigir as declarações: pretendia trabalhar até ao final da sua vida. Até porque, ao contrário de criadores como Valentino Garavani, Jean Paul Gaultier ou Thierry Mugler, Armani nunca se quis afastar da sua marca, da qual era o único accionista — algo inédito.
Mas há outros membros da família que trabalham no negócio, como a irmã mais nova de Armani, Rosanna; Silvana e Roberta; além de um sobrinho, Andrea Camerana. Actualmente, são todos membros do conselho de administração.
Em 2016, o designer criou a Fundação Giorgio Armani, que deverá guiar os próximos passos, gerindo os princípios de governação para os que herdam o grupo. Por exemplo, o documento determina que a cotação na bolsa só pode ser avaliada cinco anos após a morte do fundador, sem qualquer fusão ou aquisição. Também se estabelecem regras no que diz respeito à assinatura Armani, ficando obrigados à manutenção de um “estilo essencial, moderno, elegante e sem ostentação, com atenção aos pormenores e à usabilidade”.
