A escolha “entre alguém que ainda não provou competência e alguém que ainda não provou seriedade”

O cronista diz que o líder do PS venceu o frente a frente, mas critica a estratégica económica: “filho de empresário, parece que tem alguma coisa contra as empresas”, já sobre o PM refere que voltou a “enterrar-se” no caso Spinumviva. O apagão e as reações mereceram várias criticas: “no aproveitamento politico estiveram todos mal.”

Tiago Pereira Santos

Miguel Sousa Tavares de Viva Voz é um podcast conduzido por Paula Santos. Oiça e subscreva na aplicação que usa no seu smartphone para ouvir podcasts ou acompanhe em Expresso.pt.

O bom, o mau e o lítio

Qual será a sensação de ter um mega-projecto construído à porta de casa? Uma possível resposta está em A Savana e a Montanha, filme de Paulo Carneiro que se estreou nos cinemas a 24 de Abril, um “western transmontano musical de intervenção” que mostra a luta do “Faroeste Barrosão” contra a “Máfia do Lítio“.

O filme, como já deve ter percebido, é uma ficção de base documental sobre a resistência da população de Covas do Barroso ao projecto de construção de uma mina de lítio a céu aberto. O mega-projecto, como descreve a reportagem do nosso Nicolau Ferreira, tem dimensão suficiente para para deitar por terra o modo de vida da população, o que não o impediu de ser escolhido como projecto estratégico da Comissão Europeia. E, contudo, parece não ser “mega” o suficiente para activar as guardas de protecção que deveria ter aquela que é a única região de Portugal classificada como património agrícola mundial pela FAO. 

“Não é justo que se continue a sacrificar estas regiões, estas pessoas que vivem de forma sustentável”, lamentava Nelson Gomes, presidente da associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB), na apresentação do filme no Cinema Trindade, no Porto, no dia 25 de Abril. “Nós que vivemos lá nunca fomos tidos nem achados nestes processos. A voz do povo não conta”, afirmou o agricultor convertido em activista. 

Pouco antes da sessão, encontrei Nelson Gomes e a companheira Aida Fernandes, presidente da comunidade de Baldios de Covas do Barroso, no desfile do 25 de Abril na baixa portuense, partilhando a alegria dos milhares de pessoas que desciam a Rua de Passos Manuel em direcção aos Aliados para celebrar o Dia da Liberdade. Mas foi com um tom mais melancólico que, na sua intervenção no Trindade, Nelson notava a coincidência da data de estreia do filme: “Ainda bem que coincide com o 25 de Abril, que aconteceu para que as pessoas tenham liberdade, para que as pessoas sejam tidas e achadas nestes processos. Se vivemos numa democracia, todos temos que ter uma voz nisto.”

Antes do filme começar, o apicultor/músico Carlos Libo ainda cantou a Brigada da Foice, uma canção de intervenção moderna onde se ouve que “o Abril está tão distante / ninguém se lembra de vós / estais esquecidos a um canto / e estamos esquecidos nós”. Aliás, a genial letra de Libo traz também uma boa resposta para quem se queixa do “NIMBY-ismo” da população: “A hora é de lutar/ de defender o que é nosso/ e que nos querem roubar/ e não há lei que me obrigue / a ser fodido e a aceitar”.

Ao conduzir a reportagem do Azul, o nosso Nicolau ouviu a geógrafa Maria José Roxo, que sublinhou o paradoxo da exploração cega dos chamados “minerais da transição”: “Aquilo que se está à procura é de um mineral para ser utilizado no fabrico de equipamentos que têm um rótulo verde. Mas, para isso, vai-se criar um enorme impacto ambiental.”

A transição energética traz muitos dilemas. Como todas as transições, nem sempre é fácil decidir o melhor caminho para se atingir o objectivo – que, até ver, continua a ser a redução de gases com efeito de estufa para manter a temperatura do planeta dentro dos limites definidos no Acordo de Paris. Contudo, mesmo sem ter respostas claras, é nosso dever explorar os vários caminhos possíveis, sem deixar de incluir as desafiadoras lentes da suficiência e do decrescimento na reflexão sobre a produção, o consumo e o modelo actual de crescimento sem limites.

Acima de tudo, é nosso dever – creio que não apenas meu, enquanto jornalista, mas de todos nós enquanto cidadãos – não deixar o tema cair no silêncio e encará-lo com a complexidade que lhe é devida, com a complexidade que devemos aos nossos concidadãos. Foi isso mesmo que pediu Aida Fernandes, momentos antes do início da sessão de A Savana e a Montanha no 25 de Abril: “Que as pessoas das cidades, nas cidades, façam alguma coisa por nós. É bom que vão ao Barroso, é bom que vão a Covas. Mas acho que aqui também podem fazer muito por nós.”


Não, não me passou ao lado o acontecimento da semana: o apagão geral que praticamente paralisou Portugal e Espanha na segunda-feira. Continuamos a insistir nas várias perguntas que continuam sem resposta. Já agora, quais são as suas questões? O que é que acha que devia estar a ser mais desenvolvido? Um dos contributos do Azul é este trabalho da Clara Barata que procura conhecer um pouco mais sobre a nossa rede eléctrica: A culpa do apagão é das renováveis? Portugal e Espanha é que não têm tecnologia certa

Mike Waltz é a primeira baixa na Administração Trump

[em atualização]

O conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, é a primeira baixa na administração do Presidente norte-americano, Donald Trump, que tomou posse a 20 de janeiro.

De saída da Casa Branca, Mike Waltz vai ser nomeado embaixador dos Estados Unidos nas Nações Unidas, anunciou esta quinta-feira Donald Trump.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

Numa publicação nas redes sociais, o Presidente norte-americano adiantou que o cargo de conselheiro de Segurança Nacional será interinamente ocupado pelo secretário de Estado, Marco Rubio.

Mike Waltz é dispensado da administração Trump semanas depois de um escândalo relacionado com a divulgação, num grupo no serviço Signal, de detalhes de um ataque contra os houthis do Iémen.

No grupo do Signal estavam vários elementos da Administração Trump, como o secretário da Defesa, mas também um jornalista da revista “The Atlantic”, que foi adicionado por engano.

1.º de Maio. CGTP exige aumento salarial de 15% e fim de banco de horas

O secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, reforçou esta quinta-feira, durante as celebrações do 1.º de Maio, a exigência do aumento salarial de pelo menos 15% para todos os trabalhadores, bem como o fim de banco de horas.

“No nosso país, a vida dos trabalhadores, dos jovens, dos reformados e da população em geral está hoje mais difícil. Crescem as dificuldades para garantir uma vida digna, com salários e pensões insuficientes para cobrir os custos com a habitação, alimentação e serviços essenciais, por sérias limitações no acesso à saúde, à educação, à habitação, entre outros bens”, disse Tiago Oliveira perante milhares de pessoas concentradas nos jardins da fonte Luminosa, na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

Neste contexto, reforçou a exigência de “em cada empresa e local de trabalho” haver “aumento dos salários em 15% num mínimo de 150 euros”.

Quando se assinala o Dia Internacional do Trabalhador, o secretário-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP-IN) alertou ainda para a precariedade e destacou que o poder de mudança está nas mãos dos trabalhadores e na sua capacidade de luta e mobilização.

“A precariedade é uma chaga social? É! Somos o segundo país da UE onde a taxa de precariedade é maior, são 1,2 milhões de trabalhadores nesta situação. E contra ela vamos lutar nas ruas, exigindo uma política diferente, mas também em cada empresa e local de trabalho, exigindo que a cada posto de trabalho permanente corresponda um vínculo de trabalho efetivo”, apontou.

O fim de banco de horas e da “desregulação completa dos horários” é outro dos pontos do caderno reivindicativo da CGTP-IN.

Lamentando que a “normalização do trabalho aos sábados, domingos e feriados, o trabalho por turnos e noturno” seja hoje uma realidade, abrangendo 1.9 milhões de trabalhadores, Tiago Oliveira assegurou que vão manter o “combate firme” e exigir “uma política diferente, que responda aos interesses da maioria, mas também em cada empresa e local de trabalho na luta pelas 35 horas de trabalho para todos os trabalhadores, o fim de bancos de horas e outras formas de desregulação das nossas vidas”.

No discurso do 1.º de Maio, Tiago Oliveira recordou ainda a desfile comemorativo do 25 de Abril, “onde por todo o país o povo e os trabalhadores saíram mais uma vez à rua demonstrando que Abril continua bem vivo e nos nossos corações”.

Aproveitou para saudar os muitos milhares que hoje se juntaram à manifestação em mais 34 iniciativas que a CGTP-IN realiza por todo o país.

“Na passagem de mais um aniversário dos massacres de Chicago que estiveram na origem do 1º de Maio, há 139 anos, saudamos os milhões de trabalhadores que, por todo o mundo e em Portugal, saem à rua, exigem e conquistam mais direitos e lutam por melhores condições de vida e de trabalho”, afirmou.

Durante o seu discurso, Tiago Oliveira aproveitou para lembrar que as eleições legislativas, no dia 18, podem ser um passo para a mudança e “uma alternativa que garanta e eleve os direitos dos trabalhadores e dos reformados, dos jovens e de todos os que vivem e trabalham no nosso país”.

“É urgente uma política que implemente soluções aos problemas, que afirme um novo modelo de desenvolvimento, soberano, que promova a produção nacional, o aumento geral e significativo de todos os salários e pensões, a garantia e melhoria dos direitos dos trabalhadores”, defendeu.

Criticou ainda a continuação da política de direita “desenvolvida ao serviço dos grupos económicos e financeiros”, defendendo que “a economia de enormes riquezas para poucos não se harmoniza internamente com os muitos pobres que não têm como viver”.

Estudantes e sindicatos unidos na Sérvia contra corrupção e por melhores condições de trabalho

Milhares de estudantes universitários e membros dos cinco principais sindicatos da Sérvia exigiram esta quinta-feira do governo medidas como a semana de trabalho de quatro dias e contra a corrupção, de que acusam o Presidente sérvio, Aleksandar Vucic.

“Hoje estamos juntos, unidos pela justiça e liberdade, pelo trabalho digno, pelo bom funcionamento das instituições, pelo cumprimento das reivindicações estudantis e laborais”, disseram estudantes universitários que lideram a onda de protestos antigovernamentais que começou há seis meses, citados pela agência BETA.

Os protestos começaram após o desabamento, em 1 de novembro de 2024, do telhado de uma estação de comboio, que acabava de ser reformada por empresas chinesas, e na qual 16 pessoas morreram.

A exigência inicial de responsabilização política e judicial pelo incidente evoluiu para uma denúncia do que muitos cidadãos consideram ser um crescente autoritarismo e corrupção por parte do governo de Vucic, o homem forte da política sérvia desde 2012.

“Lembramos às instituições que as nossas demandas não foram atendidas e que não desistiremos até que sejam atendidas”, acrescentaram os estudantes.

No protesto conjunto, em frente à sede do governo em Belgrado, os representantes estudantis expressaram solidariedade com as reivindicações trabalhistas dos sindicatos.

Os sindicatos exigem a redução da semana de trabalho para quatro dias e que a jornada diária não ultrapasse oito horas. Exigem ainda a eliminação das habituais horas extraordinárias não pagas, bem como salários dignos e um aumento do salário mínimo, atualmente nos 500 euros.

Os representantes sindicais reconheceram nos seus discursos que os estudantes universitários conseguiram reunir hoje as principais organizações de trabalhadores, que nunca haviam realizado um evento conjunto.

A Europa sob o fogo cruzado de Putin e Trump

A Europa enfrenta a maior ameaça desde o fim da II Guerra Mundial. Durante a Guerra Fria, a Europa Ocidental e os Estados Unidos mantiveram uma aliança de interesses e valores, a Aliança Atlântica, que resistiu à “sovietização” do continente. Ao contrário, nos dias de hoje, Vladimir Putin e Donald Trump sonham mudar a Europa, pondo em causa a democracia e o Estado de Direito.

Portugal entra no Mundial a vencer (mas sofre no fim)

A seleção portuguesa de futebol de praia derrotou o Paraguai por 11-9, na primeira jornada do mundial da modalidade, que decorre nas ilhas Seicheles.

A equipa das quinas chegou a estar a vencer por 10-3, mas permitiu a recuperação do adversário nos minutos finais.

Rui Coimbra, Miguel Pintado (3), Be Martins (3), André Lourenço (2), Leo Martins e Ruben Brilhante apontaram os golos lusos.

Jordan Santos não jogou, por castigo.

Do lado paraguaio destaque para Thiago Barrios, que fez três golos.

No outro jogo do Grupo B, o Irão venceu a Mauritânia, por 5-4.

Portugal, que tenta o terceiro título mundial depois de 2015 e 2019, volta a jogar dia 3 (Mauritânia) e Irão, dia 5.

“‘A que horas é o recolher? Sei lá, eu vou ter com a minha amiga Brigitte Bardot.’ O Allison era assim”

Jogo de Palavra

01 mai, 2025 – 18:00

António Fidalgo é uma figura rara no futebol português: campeão nacional pelo Benfica, bicampeão pelo Sporting e sem página de wikipedia na versão portuguesa, nem inglesa, nem italiana, nem espanhola (só francesa)

Lucas Vázquez e Modric vão renovar contrato com o Real Madrid por… duas semanas

Merengues querem ter dois dos seus capitães no Mundial de Clubes

Luka Modric e Lucas Vázquez terminam contrato com o Real Madrid no final da presente temporada e não devem contar para o futuro do clube blanco, mas mesmo assim vão renovar contrato por… 14 dias. Uma opção insólita, mas que se explica pela também peculiar situação de calendário que se viverá em 2025, com um Mundial de Clubes a disputar-se para lá de 30 de junho, a data habitual para o término dos contratos na Europa – o torneio joga-se até 13 de julho. Ora, por isso, de forma a garantir que os dois pesos pesados participarão no torneio, o Real Madrid estará a preparar precisamente essa renovação ‘express’, conforme revela o ‘AS’.

De acordo com o diário espanhol, esta decisão deve-se tanto por uma questão desportiva como por respeito, porque Modric e Vásquez são dois pesos pesados no balneário e a presença neste torneio é vista como merecida. De resto, o respeito será também patente na forma como esta renovação será processada, já que o salário destes 14 dias extra de ligação será o mesmo que cobrariam anteriormente, sem qualquer retoque salarial.

Depois disso, ainda não está totalmente fechada a porta da continuidade, mas o cenário é pouco provável. Lucas Vázquez, de 33 anos, voltará a ter a concorrência de Dani Carvajal e deve ver chegar ao plantel Trent Alexander-Arnold, atual jogador do Liverpool que estará a caminho para 2025/26 e que poderá, inclusivamente, estar no Mundial de Clubes. Quanto a Modric, de 39, será em teoria aquele que tem mais chances de ficar, mas sempre com um papel secundário e, acima de tudo, com um salário reduzido.

Tesla está a procura de um substituto para Elon Musk

Direção da empresa nega, mas jornal americano garante ter fontes familiarizadas com a situação.  O Wall Street Journal (WSJ) tinha noticiado esta quarta-feira que os membros do conselho de administração da Tesla tinham contactado há cerca de um mês várias empresas de recrutamento de CEOs para encontrar o novo CEO da empresa. Seria a saída de Elon Musk da empresa que fundou e à qual decidiu dedicar o seu tempo, afastando-se da Casa Branca. Em causa estão as grandes perdas da empresa, que tem registado quedas acentuadas nas vendas nos últimos meses, em consequência do envolvimento político do CEO da

1 21 22 23 24 25 650