Primeiro de 22 novos comboios regionais da CP chega ainda em 2025. Homologação só na segunda metade de 2026

O primeiro dos 22 novos comboios regionais encomendados pela CP à Stadler vai chegar a Portugal ainda este ano, disse a empresa pública ferroviária à agência Lusa. A conclusão dos ensaios de homologação das primeiras automotoras, passo que permite a entrada em serviço, ocorre em 2026.

“Considerando o último ponto de situação deste projeto, a chegada da primeira unidade a Portugal está prevista para o final do ano em curso. A conclusão dos ensaios de homologação e entrega das primeiras automotoras à CP ocorrerá durante o segundo semestre de 2026“, pode ler-se numa resposta da CP a questões da Lusa.

Em abril, ao jornal Público, fonte oficial da CP tinha adiantado que “face a diversas contingências” o fabricante previa que já não era possível “o cumprimento do prazo de entrega”, que apontava para a chegada da primeira automotora a partir de outubro deste ano e, depois, de duas automotoras por mês.

Novo sistema português permite entrada de novos comboios no país

À data, a CP já tinha pedido à Stadler que apresentasse “propostas de mitigação deste atraso”, tendo a empresa se comprometido a apresentar “um novo cronograma para a entrega das automotoras, que será analisado e avaliado”.

O possível atraso chegou a motivar o envio, pela Câmara Municipal de Beja, de uma carta à CP sobre o assunto envolvendo as automotoras que deverão servir a região, tendo o presidente da Câmara, Paulo Arsénio (PS), manifestado “grande apreensão”.

Que comboios são estes?

Em causa está a encomenda de 22 novas automotoras à Stadler. Doze dos novos comboios são bimodo, com tração tanto elétrica como a diesel, permitindo a circulação em linhas sem eletrificação, enquanto os outros 10 comboios têm apenas tração elétrica.

Os novos comboios são essencialmente destinados ao serviço regional na Linha do Oeste e Linha do Alentejo (de Casa Branca a Beja), e podem ainda ser úteis na Linha do Douro (da Régua ao Pocinho) e na Linha do Leste (entre Abrantes e Elvas).

CP não sabe quando compra de 117 comboios pode avançar

As automotoras são do modelo FLIRT 160 — FLIRT é o acrónimo de “Fast Light Innovative Regional Train”, ou “Comboio Regional Rápido Leve Inovador” em português. Este modelo tem uma velocidade máxima de 160 km/h (140 km/h no caso das automotoras bimodo), apenas um piso e, com três carruagens, cada automotora terá capacidade para 375 passageiros (214 sentados). Há mais de 2.700 comboios deste modelo a operar em 24 países, segundo os números da Stadler.

O contrato assinado em outubro de 2020 para aquisição de 22 automotoras do modelo Flirt “inclui o fornecimento de doze Unidades Automotoras Bimodo e dez Unidades Automotoras Elétricas e respetivas peças, bem como a prestação de serviços de manutenção, preventiva e corretiva, por um período mínimo de três anos, acompanhada de serviços de formação”.

À data, a CP garantiu que “este reforço do parque de material circulante permitirá incrementar a capacidade de resposta da CP às necessidades de mobilidade das populações, nomeadamente nos serviços regionais, assegurando a transição para a eletrificação plena da infraestrutura ferroviária”.

Tribunal Constitucional recusa mudar nome da coligação PSD/CDS/PPM em Aveiro

O Tribunal Constitucional (TC) recusou um pedido do PSD no sentido de alterar para “ALIANÇA MAIS AVEIRO” a designação da coligação entre o PSD, CDS e PPM que vai concorrer à presidência da Câmara de Aveiro nas próximas autárquicas.

Num acórdão datado de 12 de Agosto, consultado esta quinta-feira pela Lusa, o TC indeferiu o pedido feito pelo secretário-geral do PSD, Hugo Soares, para corrigir o acórdão daquele tribunal que determinou a anotação da coligação com a denominação “ALIANÇA COM AVEIRO”.

No pedido, Hugo Soares refere que se tratou de “um lapso” na indicação da denominação da coligação em causa, que deveria chamar-se “ALIANÇA MAIS AVEIRO” e não “ALIANÇA COM AVEIRO”, o nome que foi usado pela candidatura liderada por Ribau Esteves em 2013, 2017 e 2021.

No entanto, os juízes do TC referem que a pretensão do requerente configura não uma rectificação de qualquer erro material de escrita do acórdão em causa, mas antes “uma verdadeira alteração material da denominação da coligação, que, ademais, não tem reflexo nos anúncios de jornal já publicados com o propósito de dar a conhecer a coligação”.

“Conclui-se, pois, que no momento em que é apresentado o requerimento ora em apreço (12/08/2025) já não é possível a correcção da denominação de uma coligação anteriormente anotada, que sempre implicaria a publicação de novos anúncios nos jornais, que neste momento seria já igualmente extemporânea”, refere o acórdão.

Contactado pela Lusa, o presidente da Concelhia do PSD, Firmino Ferreira, garantiu que este “problema burocrático” não irá afectar o processo da candidatura da coligação.

“É um problema de voltar a assinar as fichas dos candidatos”, disse Firmino Ferreira, adiantando que os candidatos que já tinham assinado as fichas e foram de férias poderão enviar a assinatura digital. O dirigente referiu ainda que a entrega das listas da coligação no Tribunal de Aveiro será feita na segunda-feira, último dia do prazo definido pela Comissão Nacional de Eleições para a entrega das candidaturas.

Até ao momento, foram anunciadas as candidaturas à Câmara de Aveiro de Alberto Souto Miranda (PS), Luís Souto Miranda (PSD/CDS/PPM), João Moniz (Bloco de Esquerda), Miguel Gomes (Iniciativa Liberal), Isabel Tavares (CDU), Bruno Fonseca (Livre) e Diogo Machado (Chega) e Paulo Alves (Nós, Cidadãos!).

Actualmente, a Câmara de Aveiro é liderada pelo social-democrata Ribau Esteves, que completará o seu terceiro mandato e, por esse motivo, não pode recandidatar-se.

Nas autárquicas de 2021, a coligação PSD/CDS-PP/PPM elegeu seis mandatos e o PS/PAN três. O Chega tem actualmente um eleito na Assembleia Municipal de Aveiro. As eleições autárquicas vão realizar-se em 12 de Outubro.

inZOI está a caminho da PlayStation 5 no início de 2026

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Jogo de simulação de vida da KRAFTON pode também chegar à Xbox Series X|S.

A KRAFTON e a inZOI Studio anunciaram que inZOI, o novo jogo de simulação de vida que tem sido comparado a The Sims desde o seu anúncio e lançamento em acesso antecipado para PC, vai chegar à PlayStation 5 no início de 2026. E também já é possível adicioná-lo à lista de desejos na PlayStation Store. Apesar de não prometer nada para já, a KRAFTON afirmou em comunicado que a versão para Xbox Series X|S está neste momento “em consideração”.

Produzido com o Unreal Engine 5, inZOI coloca os jogadores no papel de criadores, com a capacidade de moldar cidades inspiradas em locais reais, controlar o clima, alterar ruas e propriedades, e acompanhar o dia a dia das personagens, chamadas Zois, que vivem com inteligência artificial própria. Estas desenvolvem relações, espalham rumores, seguem tendências e até lidam com doenças, criando histórias imprevisíveis.

O jogo oferece mais de 250 opções de personalização para criar Zois únicos, desde penteados e roupas até detalhes como arte nas unhas. Também é possível construir edifícios a partir de elementos modulares, decorar espaços com objetos variados e usar captura facial e de movimento para dar vida às criações e produzir vídeos. E entre as funcionalidades de destaque, encontra-se o Canvas que permite partilhar personagens, casas e histórias com outros jogadores, bem como descobrir e inspirar-se nas criações da comunidade global.

inZOI já pode ser jogado em acesso antecipado pago através da Steam.

​Etapa da Volta para amadores juntou 850 ciclistas: “Somos recebidos na meta como os profissionais”

O pelotão da 86.ª Volta a Portugal teve direito a um dia de descanso na terça-feira, mas nem por isso o asfalto ficou vazio. Antes do regresso à estrada para os profissionais, foi a vez dos amadores vestirem a pele de protagonistas na Etapa da Volta, um passeio desportivo com 75 quilómetros, que juntou 850 participantes e muito mais histórias para lá da simples luta pelos primeiros lugares.

Se no calendário oficial esta etapa não conta para nenhuma classificação, no coração dos ciclistas conta para muito: amizades reforçadas, superação pessoal, emoções à flor da pele e, claro, umas boas gargalhadas pelo caminho.

Alexandre Gonçalves, de Ourém, repetiu a proeza do ano passado e voltou a cortar a meta em primeiro. Mas, para ele, o sabor da vitória vem misturado com o gosto pelo simples prazer de pedalar.

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“Comecei no ciclismo por influência do meu pai, depois juntei-me a um clube de BTT e fui evoluindo. Hoje, o objetivo é divertir-me cada vez mais. Gosto de competir, mas acima de tudo de sentir-me bem e viver este ambiente”, contou à Renascença.

Alexandre é contabilista certificado, está a acabar o mestrado e, entre balanços e relatórios, encontra tempo para maratonas de BTT, estrada e cross-country. “Gosto de estar bem em cima de qualquer bicicleta. Esta etapa é especial porque passamos nos mesmos locais onde passam os profissionais e somos recebidos na meta como eles”.

Para Alice Neves, também de Ourém, a Etapa da Volta foi uma estreia. Está no ciclismo há pouco mais de um ano e já fez algumas provas, mas este formato foi novidade. “Correu mais ou menos, foi engraçado. O início é mais lento do que eu estava à espera, mas é giro. Acima de tudo, é um convívio. Agora é comer e regressar a casa”, disse, ainda com a energia suficiente para pensar já numa próxima vez.

José Peixoto, de 59 anos, veio de Aveiro com um grupo de amigos. Não têm nome de equipa, nem redes sociais, mas têm o hábito de se juntarem aos fins de semana para pedalar. “É uma grande jornada de convívio. Nós já fazemos uns percursos juntos, pelo simples gosto de andar de bicicleta”, resumiu.

A seguir falámos com Paulo Costa, que é de Mondim de Basto, vive na Suíça e todos os anos faz questão de estar presente. Veio de casa já com quilómetros nas pernas e, na chegada, trazia mais do que suor: trazia emoção.

Uma tatuagem no braço com a cara de uma jovem que partiu cedo demais foi motivo de lágrimas e orgulho partilhado com a esposa. “Tinha um anjinho a tomar conta de mim.”

Para Paulo, esta etapa é, acima de tudo, “um grande convívio”, que se celebra à mesa depois da meta. “Depois bebemos sempre uma ou duas fresquinhas, isso é que interessa!”, confessa à Renascença este emigrante em terras helvéticas.

Entre os participantes estava também o grupo Veló Women’s Cycling Club, um clube de ciclismo exclusivamente feminino que nasceu em Cascais, mas que já tem membros espalhados pelo país. Organizam passeios para todos os níveis, do iniciante ao avançado, e criaram uma comunidade muito ativa.

“Falamos de tudo: treino, segurança, questões hormonais, emocionais… É um espaço de partilha e apoio. O desporto dá-nos competências para a vida e queremos trazer cada vez mais mulheres para o ciclismo”, explicaram as fundadoras Sofia Bastos, Carolina Pessegueiro e Priscila Gonçalves, que fez segundo lugar na corrida feminina, atrás da madeirense Susana Freitas.

O crescimento deste projeto, que teve início apenas em março, está provado com o aumento de membros. Começaram por ser 25 e hoje, cinco meses depois, já são 140. E histórias para contar já há muitas, como ver curiosos pararem carros para as incentivar.

Seja pela vitória, pela superação pessoal, pelo almoço no fim ou pelo simples prazer de pedalar lado a lado, a Etapa da Volta voltou a conseguir provar que o ciclismo pode ser muito mais do que uma luta de segundos. Na terça-feira, em Viseu, ganhou o convívio. E todos os que tiveram o privilégio de rolar nesta festa sobre rodas.

*jornalista em serviço especial para a Rádio Renascença

Designer usa motosserra para “dar vida” a árvores

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Aos 70 anos, o designer gaúcho Hugo França, que vive em Trancoso, na Bahia, já faz planos para o lançamento de seu novo livro, Hugo França — Esculturas Mobiliárias, em Portugal. E avisa: “Existe uma chance bastante grande de a gente fazer algum evento em Lisboa, por exemplo. Da minha parte, eu gostaria muito”.

A obra, com 280 páginas e textos do curador Paulo Herkenhoff, será oficialmente lançada nesta quinta-feira (14/08), na FGV Arte, em Botafogo, na Zona Sul do Rio de Janeiro, das 19h às 21h. Será, na verdade um evento duplo, pois o artista também inaugurará, no mesmo espaço, a exposição Natureza, Escultura e Sustentabilidade, a partir das 17h. As entradas são gratuitas.

Desde o fim dos anos de 1980 desenvolvendo “esculturas mobiliárias”, feitas com troncos e raízes de árvores, o designer ressalta que seu trabalho ressignificou a função da motosserra. “Ela é o símbolo do desmatamento, mas eu a uso como uma ferramenta para esculpir as minhas obras”, destaca. “Eu desenho diretamente no resíduo florestal, como tecnicamente se chama a minha matéria-prima, que são de árvores mortas, há pelo menos 50 anos, troncos e raízes”, acrescenta.

Autodidata, o artista explica que faz o resgate e o garimpo do material usado em seu ateliê. E o pequi-vinagreiro abastece 90% da produção. “É uma árvore praticamente extinta. Ela fornecia, na verdade, a madeira para os pataxós fazerem as suas canoas. A minha primeira ação em direção a esse trabalho foi aproveitar as canoas antigas, que os pescadores não utilizavam mais”, afirma.

Hugo França usa a motosserra como instrumento de trabalho, mas para fazer arte
Divulgação

Ele acrescenta. “Essa árvore não tem características para a construção civil, nem para a marcenaria. Ela se adapta mesmo à confecção de canoas. E tem outras peculiaridades. Por exemplo, é a árvore que tem a maior longevidade em floresta tropical, ela pode viver até 1.200 anos. Ou seja, têm valor arqueológico. Além de ser a única madeira que sobrevive ao fogo”, garante.

“Estupidez de Trump”

Hugo França, que também dá palestras sobre temas como sustentabilidade, enfatiza que tenta alertar as pessoas para a importância das florestas tropicais e para um tratamento mais criterioso do meio ambiente. “Até porque hoje vivemos esse drama, do avanço da extrema-direita no mundo, que parece querer aniquilar a natureza”, afirma

O designer reforça suas preocupações: “Pioramos não só na questão da saturação do planeta, por conta da poluição, mas, ideologicamente, vivemos um péssimo momento. Estamos praticamente, sendo assim um pouco pessimista, a caminho de um suicídio”. E cita o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Em relação à estupidez do Trump, creio que ele precisava ser internado.”

Formado em engenharia, Hugo passou um período em São Paulo, até se fixar de vez em Trancoso, onde também tem uma galeria de arte. “Quando eu mudei para a Bahia, construí muitas casas por lá, fiz vários projetos e aprendi muito sobre floresta tropical. Mas, a partir do fim dos anos de 1980, comecei a pensar no aproveitamento da madeira. Assisti a um desmatamento predatório lá, à exploração da floresta pelos madeireiros. Então, pensei em utilizar a madeira de uma outra maneira, e levar isso como uma ferramenta de educação ambiental”, finaliza.

Na exposição, que ficará em cartaz até 13 de outubro, na FGV Arte, o artista apresentará 33 peças de grandes dimensões. Algumas têm funcionalidade e promovem a interação com as pessoas. Mas 70% das “esculturas mobiliárias” da mostra carioca, frisa Hugo França, não são para uso funcional, chegam a ter seis metros de altura e uma tonelada de peso.

“Há esculturas de quatro, cinco toneladas, mas ficaria inviável apresentá-las agora, por conta do espaço. Mesmo assim, o conjunto das obras tem bastante impacto pelo volume, pelas formas orgânicas e pela textura da madeira. Isso cria um efeito especial no olhar das pessoas”, aponta ele, que tem trabalhos expostos em espaços como o Instituto Inhotim, em Minas Gerais.

Encontrou diamante de 2.3 quilates num parque natural. Vai usá-lo no anel de noivado

Uma jovem nova-iorquina encontrou um diamante em bruto num parque estatal do Arkansas, nos Estados Unidos.  Chamou-lhe Diamante Fox-Ballou — e vai usá-lo no seu anel de noivado. A maioria dos casais tem uma história para contar sobre o seu pedido de casamento. No caso de Micherre Fox, a história é o próprio anel de noivado — e a forma como a noiva se encarregou de o fazer aparecer. Após semanas de árduo trabalho à procura, no Crater of Diamonds State Park, um dos únicos locais no mundo onde os visitantes podem procurar pedras preciosas e ficar com elas, Micherre

O que deve fazer o Sporting com um Morita em fim de contrato? “A transferência faz pouco sentido agora”

Hidemasa Morita tem sido dos jogadores mais importantes no sucesso recente do Sporting, mas está em final de contrato e sem renovação à vista. Quais são as opções para o Sporting em relação ao médio de 30 anos?

Diogo Boa Alma é o diretor desportivo que trouxe Morita para a Europa. Contratou-o para o Santa Clara, em 2020, aos japoneses do Kawasaki Frontale.

Para além de conhecer de perto o jogador, percebe dilemas como o que os leões estarão a enfrentar em relação a Morita. Explica à Renascença quais são as duas opções realistas para o Sporting.

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“O clube quer renovar, manifestou esse interesse várias vezes, mas não existindo essa abertura do jogador, é optar pelo que é melhor para o clube: uma venda, sendo que os valores não serão elevados e dificilmente conseguirá um jogador dessa qualidade com os valores que encaixaria com a sua saída, ou aproveitar o rendimento desportivo até final e perder a custo zero”, explica.

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Já com mais de 100 milhões de euros encaixados com as vendas de Viktor Gyökeres, Dário Essugo e Geovany Quenda, Boa Alma acredita que o Sporting estará a optar por apostar no rendimento de Morita.

“Acho que o Sporting ainda não terá desistido da possibilidade de renovar, mas assume claramente que precisa do rendimento desportivo e prefere isso a um valor que poderia encaixar agora, que não será significativo”, considera.

Convidado a colocar-se no lugar da direção desportiva do Sporting, Boa Alma optaria também nesse sentido: “Acho que se deveria ter tentado uma venda anteriormente. Não tendo acontecido, agora faz pouco sentido a transferência, seria útil aproveitá-lo até ao fim e começar a preparar um substituto para o próximo ano.”

O objetivo da Premier League

Morita está a arrancar a sua sexta temporada em Portugal, duas no Santa Clara e quatro no Sporting. Boa Alma vê um médio “que cresceu bastante”.

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“Está mais adaptado, até numa questão linguística. Como jogador, cresceu com mais chegada à área, no Japão era um primeiro médio. No Santa Clara, foi fazendo essa adaptação e no Sporting foi-lhe exigido isso, conseguiu evoluir bastante nesse aspeto e destacar-se”, avalia.

Boa Alma define Morita como um jogador “com uma mentalidade muito boa”: “Gosta de estar permanentemente a ser desafiado e não quer entrar em zona de conforto. Entende que fez o que podia fazer no Sporting e precisa de um novo desafio. Não conseguindo este ano, procurará no próximo ter todas as opções em aberto.”

Nesse sentido, o diretor desportivo aponta o japonês à Premier League, um sonho já assumido por Morita.

“O Sporting é um clube enorme, mais do que a dimensão dos clubes, é sobretudo a dimensão das ligas. Ter a experiência de um campeonato das ‘top-5’ era um desejo para ele, principalmente a Premier League. Tem nível para esse patamar e ser útil em várias equipas”, conclui.

Morita, de 30 anos, tem 118 jogos feitos pelo Sporting, nos quais marcou dez golos e apontou 11 assistências, tendo vencido dois títulos de campeão nacional.

Porque é que Portugal não pediu apoio no combate aos fogos? O que esperar nos próximos dias? Cinco perguntas e respostas sobre os incêndios

Os incêndios que lavram em Portugal não têm dado tréguas nos últimos dias. Desde 2 de agosto que o território está em situação de alerta devido ao risco de fogos, que também tem atingido países como Espanha, França ou Grécia. Ao início da manhã desta quinta-feira, mais de 2.700 bombeiros combatiam incêndios em várias regiões do país. Estavam ativos quatro fogos de grandes dimensões: Cinfães, Sátão, Trancoso e Arganil. Este último, que deflagrou devido a uma trovada seca, era o que mobilizava pelas 10h00 mais meios: acima de 900 bombeiros, 301 carros e cinco meios aéreos.

Este ano já arderam 63.247 hectares de área florestal, metade dos quais nas últimas três semanas, e deflagraram 5.963 incêndios, sendo a maioria nas regiões do Norte e Centro. Especialistas em risco de incêndio já tinham vindo a alertar que este ano podia ser um ano de fogos florestais graves. A primavera chuvosa, que criou as condições para o crescimento de muita vegetação, agora seca, aliada ao anticiclone que desde julho está sob a Europa, trazendo temperaturas muito elevadas, têm proporcionado as condições ideais. Perante este cenário, Portugal planeia recorrer a apoio europeu, como Espanha fez? E o que se pode esperar dos próximos dias?

Espanha formalizou na quarta-feira à noite um pedido de ajuda à União Europeia (UE) para ajudar a combater os incêndios que lavram no país, provocando pelo menos três mortos e vários feridos e queimaram cerca de 50 mil hectares. Foram solicitadas duas aeronaves Canadair, anunciou o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlask. Também a Grécia, onde na quarta-feira deflagraram 82 focos de incêndios, recorreu aos mecanismos europeus para obter quatro bombardeiros de água suplementares. E Portugal? Porque não fez o mesmo?

Incêndios. Espanha pede ajuda da UE para combater vários fogos

Na semana passada, a UE garantiu que está disponível e em condições de apoiar os países no combate aos incêndios. A porta-voz do executivo comunitário Anna-Kaisa Itkonen explicou, no entanto, que só o faria mediante um pedido dos Estados-membros. Na noite desta quarta-feira, porém, o primeiro-ministro afastou para já a possibilidade de recorrer a ajuda internacional, garantindo que “quando as circunstâncias o motivarem” o Governo fa-lo-á.

“Isso obedece a critérios de natureza técnica e operacional que terão de ser atendidos”, disse aos jornalistas após a reunião semanal e jantar com o Presidente da República, que se realizou esta quarta-feira no Algarve. “Nós não temos nenhuma objeção a fazê-lo, quando tiver de ser feito, mas também não o vamos fazer nas alturas em que não for tecnicamente adequado”, acrescentou.

Não é incomum Portugal recorrer a ajuda internacional no combate a incêndios. No ano passado, a pedido da Região Autónoma da Madeira, o Governo português ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, que permitiu a chegada de dois aviões Canadair uma semana depois de os fogos deflagrarem. Não se sabe se este ano o executivo vai fazer tal solicitação, estando para já afastada essa hipótese.

Multimédia. Como evoluiu o grande incêndio da Madeira. E como foram chegando os meios

Este verão, e em particular nas últimas semanas, Portugal tem sido afetado por sucessivas ondas de calor, começa por explicar o climatologista Carlos da Câmara ao Observador. Se essa sucessão de vagas é “anómala”, o fenómeno que as está a provocar é comum: um anticiclone, uma zona de altas pressões, que está atualmente sobre a Europa. O professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa refere que essa zona de altas pressões não se move desde julho: “Há uns dias em que enfraquece um bocadinho, depois anda mais para o oeste, mais para o leste, mas não sai”.

E porque é que o bloqueio provoca estas ondas de calor tão grandes? Há três mecanismos que o explicam. O primeiro é que o anticiclone faz com que venham ventos do norte de África, que atravessam Espanha, e que são “muito quentes e muito secos”. Há um segundo fator que importa: esse ar, já quente e seco, desce e é comprimido, o que aumenta ainda mais a temperatura. “Já deve ter experimentado que se encher uma bola com uma bomba de ar a bomba fica quente. Isto porque quando o ar é comprimido aumenta a sua temperatura”. O terceiro aspeto é que nas zonas anticiclónicas não há nuvens e, por isso, a radiação solar chega em maior quantidade.

O problema neste momento é que o anticiclone não sai do sítio, o que contribuiu para uma onde de calor extensa. “Costumamos ter ondas de calor na ordem de seis, sete, oito dias, que depois quebram e retomam uns dias depois. Desta vez já há zonas do norte e centro que estão em onda de calor há 14 ou 15 dias e que hoje e amanhã vão continuar”, aponta Patrícia Gomes, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Estas situações de bloqueio são “tão velhas como a Sé de Braga” — os primeiros estudos de bloqueios são de 1950 –, diz Carlos da Câmara, e significam que os efeitos se vão acumulando. O que é anómalo é ficar tanto tempo parado. O motivo? “Temos o Mediterrâneo, e também o Atlântico, extremamente quente”, explica, acrescentando que essa temperatura tão elevada se deve às alterações climáticas. “A situação meteorológica é normalíssima. Os mecanismos são os mesmos, mas estão a atuar num background diferente”.

A situação de bloqueio não afeta só Portugal. “Basta olhar para o mapa e ver os fogos em Espanha, onde a situação é insustentável, em França, incêndios brutais, na Grécia, na Turquia e agora na Croácia”, sublinha.

Alguns especialistas em risco de incêndio, como Carlos da Câmara, já vinham a alertar para essa possibilidade. Numa entrevista à Renascença, a 2 de julho, indicava que 2025 poderia ser “um ano de fogos florestais graves”. Ao Observador, diz agora que as previsões do Centro Europeu, sobre um verão mais quente e seco do que o habitual, aliadas às temperaturas dos oceanos, que são muitíssimo lentos a arrefecer, e à primavera extremamente chuvosa que vivemos, que criou muita vegetação agora seca, já permitiam adivinhar um cenário preocupante.

O também professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa destaca que nunca viu intensidades tão grandes em incêndios. “Ontem à noite o incêndio de Piódão estava a chegar a 800 megawatts, o que é uma libertação de energia que era mais aceitável se fossem 16h da tarde. Às 22h é uma loucura”, aponta. “Há energias a serem libertadas da ordem de mil megawatts. Já trato estes dados há muitos anos e nunca me tinha acontecido usar quatro dígitos”, diz, lembrando o incêndio de 4 de Agosto em Vila Real que chegou aos 1052,3 MW.

Domingos Xavier Viegas, especialista em fogos florestais, disse à agência Lusa que, em termos meteorológicos, 2025 está “muito próximo” dos “piores anos” das últimas décadas, como os de 2003, 2005, 2017 — quando se registaram incêndios de Pedrogão Grande — e 2022. O professor jubilado da Universidade de Coimbra alertou para o elevado índice de secura.

Citando dados de um programa da Universidade de Coimbra de medição do teor de humidade dos combustíveis da floresta, que é realizado com uma amostragem na Lousã, com combustíveis representativos do centro e norte do país, Xavier Viegas salientou que o “teor de humidade para já dos combustíveis mortos é muito, muito baixo”. “Os dados que os meus colegas me facultaram indicam teores de humidade na ordem dos 4 ou 6%, que são valores que indicam um índice de perigo extremo. E os valores do teor de humidade dos arbustos” estão “entre os 5% mais baixos desde que temos registo há mais de 20 anos”, apontou.

Segundo o IPMA, o aviso de tempo quente vai continuar pelo menos até domingo, principalmente no interior e a região sul. No entanto, na sexta-feira e sábado já se vai notar que a temperatura no litoral, norte e centro pode descer. “Mas será só um pouco”, salienta Patrícia Gomes. “Se calhar nos locais que hoje registarem 35.ºC, no sábado estarão 29.ºC ou 30.ºC, portanto já se nota uma diferença”.

Patrícia Gomes nota também que, por oposição, a partir de sábado deverá registar-se uma subida de temperatura no Algarve. “Mesmo junto à faixa costeira algarvia poderemos ter previsão de valores entre os 35.ºC e os 38.ºC, que acabam por ser valores bastante elevados para uma praia”.

A partir de segunda-feira espera-se uma “descida significativa” da temperatura, com uma corrente mais de Norte, situação que poderá ajudar no combate aos incêndios que estão a afetar várias regiões do território. “Acaba por chegar até nós um ar menos quente. Esta massa de ar terá também um maior conteúdo em humidade que vai ajudar a ‘refrescar’ as temperaturas”, explica. “Vamos continuar com valores de 30ºC e muitos no interior do Alentejo, em alguns locais do interior centro e da região de Trás-os-Montes, mas já não serão valores da ordem de 40ºC”. Dia 18 também traz o fim das noites tropicais, que eventualmente podem manter-se apenas na zona do Algarve, que deverá registar uma descida menos significativa nos termómetros do que o resto do território.

O alerta partiu do Presidente da República. “É um dia particularmente preocupante. Pode apontar para uma situação muito propícia ao agravamento dos incêndios”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa na quarta-feira, depois do encontro com Luís Montenegro. Garantiu, no entanto, que “haverá resposta adequada para esta situação verdadeiramente grave”.

Carlos da Câmara reconhece que “quinta, sexta, sábado e domingo vão ser uma série de dias muito complicados”. “Sexta-feira é um dia particularmente complicado, mas temos que olhar para isto em sequência”.

Focando-se exclusivamente nos parâmetros meteorológicos, o IPMA diz que tudo aponta para a manutenção da situação. “A nível de parâmetros meteorológicos, amanhã parece igual a hoje e a ontem. Não vemos assim nada que nos pareça que agrave a situação”, refere.

Carlos da Câmara salienta ainda que quando se fala sobre incêndios é preciso falar em prevenção. Por um lado, diminuir o número de ignições, que, destaca, não são apenas fruto de incendiários ou fatores climáticos. “O fogo na vida rural é utilizado para inúmeras atividades. Se estamos a usar uma máquina para roçar mato ou para cortar uma árvore, ela bate numa pedra, faz uma faísca. Há todo um conjunto de atividades humanas que levam a ignições”, alerta.

Mas isso não é suficiente, diz, lembrando que a paisagem rural mudou completamente e há atualmente menos terrenos cultivados, aliado a um desaparecimento da população no interior. “Há uma desarmonia entre uma meteorologia que tem efeitos mais gravosos devido às alterações climáticas, uma vegetação que não é compatível com o tipo de meteorologia que a envolve e comportamentos humanos que levam a ignições”, salienta.

Incêndio em Arganil e Oliveira do Hospital: Proteção Civil prevê 12 horas de muito trabalho

A Proteção Civil prevê 12 horas de muito trabalho no incêndio que começou em Arganil, e que já migrou para outros três concelhos vizinhos. As chamas obrigaram a evacuar várias aldeias no concelho de Oliveira do Hospital.

Num ponto de situação depois das 13h, o comandante Elísio Oliveira adiantou que ainda não há previsão para ter o fogo dominado, uma vez que o vento e as características do terreno estão a dificultar o trabalho dos bombeiros.

“Não é previsível, neste momento, que nas próximas 12 horas o incêndio fique dominado, face às condições que temos”, explicou o responsável sublinhando que as informações existentes “em termos de previsões e dados no apoio à decisão, dando-nos indicações de vento com determinado rumo”, acabam por diferir da realidade: “devido à altitude e à orografia do terreno no alto da montanha, ele [o vento] tem um sentido completamente diferente e, portanto temos pontos em que o incêndio está a subir a montanha e de repente, começa a descer por outro lado”.

"Temos um quadro raro." Risco de fenómenos semelhantes a 2017 na base do prolongamento da situação de alerta

Já sobre os meios aéreos, o comandante da Proteção Civil esclarece que nem sempre é possível ter aeronaves a operar, ainda que haja “meios aéreos disponíveis”, já que “por vezes” no terreno “não temos condições para eles poderem operar, quer seja pela temperatura criada nas diferentes bacias onde se encontra o incêndio, quer pelo próprio fumo”.

“Nós precisamos dos meios aéreos. Eles têm que ser rentáveis e temos, portanto, que os utilizar, onde na realidade eles são necessários”, esclarece Elísio Oliveira.

Este incêndio já obrigou à evacuação de várias aldeias no concelho de Oliveira do Hospital. O autarca José Francisco Rolo aponta que, “neste momento, estamos a fazer esse trabalho em Vale do Maceiro, e estamos a ver no Avelar e também no Parente”.

“Foi logo imediatamente criada uma zona de concentração e apoio à população numa zona fresca junto ao rio Alva, uma zona segura que tem psicólogos, tem técnicos da Câmara Municipal, também tem aqui a equipa da Segurança Social”, revelou o autarca.

O incêndio começou em Arganil e já chegou a Seia, Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra.

A marca Observador lidera o ranking de podcasts da Marktest

O Observador é a primeira entre doze marcas de produtores de podcasts. O estudo de consumo deste formato, que analisa o mês de julho, revela o Observador no primeiro lugar da tabela de marcas e também a única a ultrapassar a fasquia dos 3 milhões de downloads mensais, neste caso, 3.142.101. No segundo lugar está a Rádio Comercial com 2.825.287 downloads, o que representa uma diferença de mais de 315 mil audições.

Olhando para os vários dados disponíveis, encontramos nove podcasts do Observador nos primeiros trinta de títulos individuais. “A Guerra Traduzida” alcançou o nono lugar e o “Contra-Corrente” o décimo primeiro. São os melhores títulos do Observador na tabela geral, que continua dominada por programas de humor e entretenimento. “O Homem que Mordeu o Cão” foi o mais ouvido, seguido de “Extremamente Desagradável” e “Mixórdia de Temáticas” durante o período agora auditado.

Nos 100 primeiros há 33 títulos do Observador. E no ranking de Publishers – que agrega todas as marcas de cada um dos grupos empresariais – o Observador está na segunda posição. O grupo Impresa ocupa o primeiro lugar, Bauer Media em terceiro e Renascença Multimédia em quarto. Importa salientar que cada um destes três publishers detém diversas marcas ao contrário do que acontece com o Observador. Por exemplo, a Bauer tem as marcas Rádio Comercia e Cidade FM. Neste capítulo do estudo, somam-se os downloads de todas as marcas de cada um dos 4 participantes neste ranking.

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