Melania ameaça processar Hunter Biden por dizer que Epstein a apresentou a Trump

Hunter Biden disse que foi Jeffrey Epstein quem apresentou Melania a Donald Trump. A primeira-dama não gostou e está a ameaçar processar o filho de Joe Biden em mais de mil milhões de dólares, caso este não retire a afirmação, descrita como “falsa, depreciativa, difamatória e inflamatória”. Certo é que não há provas de como Trump e Melania se conheceram, adensando-se as suspeitas sobre a ligação do Presidente norte-americano ao magnata que criou uma rede de tráfico sexual.
Melania conta a sua versão: conheceu Trump em 1998, numa festa organizada por Paolo Zampolli, dono da agência de modelos que representava então a manequim eslovena. Em 2016, contou à Harper’s Bazaar que terá rejeitado dar o seu número de telemóvel ao milionário por estar num encontro com outro homem. Trump tinha acabado de se separar da segunda mulher, Marla Maples, e venceu pela persistência — os dois casaram-se em 2005 e partilham um filho, Barron, de 19 anos.
Todavia, recentemente, surgiu uma nova teoria de que teria sido Epstein a proporcionar tal encontro, ideia reforçada por Hunter Biden numa entrevista recente ao canal de YouTube de Andrew Callaghan, onde declarava que há documentos a implicar Donald Trump na teia de Jeffrey Epstein — um tema que tem provocado agitação entre os apoiantes republicanos. “Epstein apresentou Melania a Trump — as ligações são tão vastas e profundas”, reforçou.
Trump tem rejeitado as ligações a Epstein, mas confessou que cortou relações com o consultor financeiro quando este recrutou jovens do spa do seu resort em Mar-a-Lago para a rede pedófila, através da qual centenas de raparigas foram abusadas sexualmente.
Nesta semana, os advogados da primeira-dama enviaram uma carta ao advogado de Hunter Biden a exigir um pedido de desculpas público, cuja recusa terá por consequência um processo multimilionário pelos “avassaladores danos financeiros e de reputação” que a afirmação terá provocado. Melania diz que o filho mais novo de Biden, acusado de compra e posse ilegal de arma, tem “um vasto historial de exploração dos nomes dos outros para chamar a atenção para si”, cita a BBC.
Mas a ideia de que terá sido Epstein a apresentar o casal presidencial não foi inventada por Biden, é atribuída a Michael Wolff, biógrafo de Donald Trump, que diz ter cassetes “exclusivas” de Epstein a falar sobre o Presidente dos EUA. Num entrevista ao Daily Beast, onde fala sobre as gravações, conta como Melania Trump era próxima de um dos “associados” de Epstein ainda antes de conhecer Trump.
O Daily Beast acabou por retirar parte do artigo do site, depois de uma intimação vinda da Casa Branca. “Após a publicação desta história, o The Beast recebeu uma carta do advogado da primeira-dama Melania Trump a contestar o título e o enquadramento do artigo. Depois de analisar o assunto, o Beast retirou o artigo e pede desculpa por qualquer confusão ou mal-entendido”, reconhece numa nota publicada na notícia, entretanto arquivada.
As cartas de ameaças foram confirmadas à BBC, que cita um comunicado do assistente da mulher de Trump: “Os advogados da primeira-dama Melania Trump estão activamente a assegurar retratações imediatas e pedidos de desculpa por parte daqueles que espalham falsidades maliciosas e difamatórias.” Até agora, os advogados de Hunter Biden ainda não reagiram à notícia.
O caso surge na sequência da pressão por parte da Casa Branca para serem divulgados os documentos do caso de Epstein com o objectivo de fazer cumprir uma promessa eleitoral de Trump. Antes de ser reeleito, o republicano tinha dito que ia divulgar uma lista de figuras públicas associadas à rede de tráfico sexual, mas o FBI diz que não existia qualquer registo dos clientes de Epstein, que morreu em Agosto de 2019, na prisão em Nova Iorque, enquanto aguardava o julgamento.
