O senhor Jogos Olímpicos queria a Vuelta mas está “orgulhoso” por correr a Volta a Portugal

O campeão olímpico Iúri Leitão regressa na quarta-feira à Volta a Portugal, apontando forças para a chegada a Viseu, após não ter visto confirmada a hipótese de estrear-se numa grande Volta.

“Não posso dizer que estou desiludido. Estar na Volta a Portugal é um orgulho para qualquer ciclista português, mas, obviamente que, havendo esperança de estar na Vuelta, fica um sentimento de que podia ter a oportunidade de me estrear numa grande Volta”, assumiu o corredor da Caja Rural, em declarações à agência Lusa.

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O único português a conquistar duas medalhas na mesma edição dos Jogos Olímpicos – o ouro, no madison, com Rui Oliveira, e a prata em omnium em Paris2024 – alimentava o sonho de estar na Volta a Espanha, que arranca em 23 de agosto, mas a Caja Rural preferiu trazê-lo à Volta a Portugal.

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À Lusa, o vianense de 27 anos mostrou-se satisfeito por regressar a uma prova na qual só esteve uma vez, em 2021, quando alinhava na nacional Tavfer-Measindot-Mortágua.

“Especialmente porque, na minha estreia, não estava no melhor momento da temporada e fiquei desiludido de não poder desfrutar da Volta como desejava. Além disso, gosto muito de voltar a Portugal sempre que é possível e este ano praticamente não competi por cá, dado ao fim ‘trágico’ da Volta ao Algarve”, lembrou, referindo-se à queda que sofreu na terceira etapa e que o deixou com uma lesão na mão direita.

Para Iúri Leitão, correr em Portugal tem sempre “um gostinho especial”, porque é por cá que sente “o carinho das pessoas de outra forma”.

Apesar do estatuto e popularidade que ganhou com as duas medalhas olímpicas, o corredor luso não sente que terá uma maior responsabilidade na 86.ª Volta a Portugal, que arranca na quarta-feira, na Maia, e termina em 17 de agosto, em Lisboa.

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“Tenho a mesma responsabilidade de todas as outras provas, fazer o melhor possível e ajudar a equipa no que me for pedido. Especialmente tendo em conta o trajeto deste ano, que tem tão pouca variedade de terreno, as minhas oportunidades serão poucas, portanto a minha participação será, provavelmente, mais discreta do que eu gostaria”, antecipou.

Numa edição excessivamente montanhosa, com seis etapas de montanha e cinco chegadas em alto, o campeão olímpico reconhece que o seu objetivo é bastante simples: “Dado que só há uma hipótese teórica de chegada ao sprint, vou tentar apontar as forças para a chegada de Viseu, assim como estou à espera que façam os outros sprinters”.

O ciclista da Caja Rural admite ainda que gostava de “tentar um ‘top 10’ no prólogo” de 3,4 quilómetros na Maia, na quarta-feira, mas sabe que será “uma tarefa muito difícil”.

“À parte disso, resta-me tentar ajudar a minha equipa nos objetivos que definirem”, concluiu.

Esta Volta a Portugal não é para sprinters. "O percurso está descompensado”

Tesla condenada a pagar 249 milhões a vítimas de acidente mortal

Um júri de Miami decidiu, na última sexta-feira, que a empresa automóvel Tesla foi parcialmente responsável pelo acidente, em 2019, que provocou uma morte e um ferido na Florida e que deve pagar às vítimas mais de 200 milhões de dólares.

Para além da indemnização, o júri indicou que a Tesla também tem de pagar 49 milhões de dólares em danos compensatórios, subindo o total suportado pela empresa para 249 milhões de dólares.

O júri federal apontou que a Tesla teve uma responsabilidade significativa porque a tecnologia falhou e que nem toda a culpa pode ser atribuída ao condutor George McGee, mesmo que este tenha admitido estar distraído com o telemóvel antes de atropelar o casal.

O condutor acreditava que tecnologia de assistência ao condutor Autopilot do carro Tesla alertaria para o perigo e não teria batido no carro que estava estacionado, segundo a Associated Press (AP).

“Acreditei que se o carro visse algo à sua frente, daria um aviso e acionaria os travões”, disse o condutor.

Em comunicado, a Tesla disse que “o veredicto de hoje está errado e só serve para fazer recuar a segurança automóvel” e culpa o condutor pelo acidente.

O caso também incluiu acusações dos advogados da família da falecida, Naibel Benavides Leon, de 22 anos, e do seu namorado ferido, Dillon Angulo, que entrou no tribunal a coxear com uma almofada para se sentar, com os ossos partidos e uma lesão cerebral traumática.

O advogado principal dos queixosos, Brett Schreiber, disse que a decisão da Tesla de usar o termo Autopilot mostrou que estava disposta a enganar as pessoas e a correr grandes riscos com as suas vidas, porque o sistema apenas ajuda os condutores a mudar de faixa, a abrandar o carro e outras tarefas.

De acordo com a queixa apresentada contra a Tesla em abril de 2021, o SUV Chevrolet Tahoe em que o casal viajava a 25 de abril de 2019 em Key Largo, Florida, foi atingido a toda a velocidade pelo Tesla Model S porque não tinha sido detectado pelo sistema de assistência ao condutor “Autopilot”, de acordo com a Agence France-Presse (AFP)

Naibel Benavides Leon foi lançada a várias dezenas de metros, segundo a queixa.

EA interessada em desenvolver filme ou série de Apex Legends

A EA vê com bons olhos a possibilidade de desenvolver uma série ou filme de Apex Legends, embora não se tenha comprometido oficialmente com um projeto desta natureza.

A confirmação deste interesse chega-nos por Laura Miele, presidente da EA Entertainment, que numa entrevista com a Variety, confirmou que a editora está “muito motivada” a expandir a franquia de Apex Legends para lá dos jogos, construindo assim sobre o mundo criado com Titanfall.

Segundo explicou, ainda há muito por explorar neste universo: “os jogadores não têm todos os antecedentes, a história, e há apenas mundos ricos e uma história rica com estas personagens e estas lendas que podem ganhar vida através de meios de comunicação lineares e parcerias.”

“Estamos muito motivados para o fazer, e para o fazer de uma forma que respeite e mantenha a marca e o franchise”, acrescentou Miele.

Ainda sobre eventuais adaptações, Miele tocou no filme the Sims, que está a ser desenvolvido pela LuckyChap, empresa de produção de Margo Robbie.

“Hoje em dia, do ponto de vista da tecnologia e da inovação, estamos num momento em que podemos cocriar conteúdos e ser multiplicadores uns dos outros e ter experiências fantásticas para os fãs”, afirmou Miele. Vai ser um círculo tão completo e tão gratificante trazer conteúdos de uma forma linear e de uma forma interativa, em simultâneo, e até adaptá-los aos fãs e à forma como as coisas estão a correr. Quando temos algumas ideias sobre como chegar ao mercado com um filme e algumas expressões diferentes, penso que a oportunidade é muito grande.”

Entretanto, a nova temporada de Apex Legends arranca amanhã, dia 5 de agosto, e introduz um novo modo de jogo permanente. Noutras notícias, Battlefield 6, outro dos grandes trunfos da EA, vai ser lançado dia 10 de outubro de 2025.


Pedro Pestana é viciado em gaming, café e voleibol, sensivelmente nesta ordem. Podem encontrar alguns dos seus devaneios no Threads ou Bluesky.

475 ou 600 anos depois, Krasheninnikov acordou

O vulcão Krasheninnikov, no extremo oriente da Rússia, entrou, este domingo, em erupção. Não se tem a certeza se estava a “dormir” há 475 ou 600 anos. Depois de um sismo de magnitude 8,8 ter atingido a região de Kamchatka, na semana passada – e vários séculos de inatividade -, Krasheninnikov despertou. A erupção, que ocorreu durante a madrugada deste domingo, lançou uma nuvem de cinzas que atingiram uma altitude de seis quilómetros, segundo relataram funcionários da reserva de Kronotsky, onde se situa o vulcão. A atividade vulcânica foi acompanhada por outro sismo de magnitude 7,0 e levou à emissão

Três feridos graves em colisão entre ambulância e camião na A28 em Esposende

Três feridos graves é o resultado de uma colisão entre uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo e um camião na Autoestrada 28 (A28) ocorrida esta segunda-feira em Palmeira de Faro, concelho de Esposende, disse fonte dos bombeiros.

Segundo a fonte, os feridos são dois bombeiros (um homem e uma mulher) e uma enfermeira, que seguiam na ambulância.

O alerta foi dado às 14h52, tendo o acidente ocorrido numa zona de subida, no sentido Esposende-Viana do Castelo. O jornal O Minho avançou que foi a ambulância que colidiu com a traseira do camião.

O trânsito esteve cortado nesse sentido, mas entretanto já decorre de forma condicionada. As vítimas tiveram de ser desencarceradas.

Para o socorro, foram mobilizados 43 operacionais, apoiados por 16 viaturas.

A fonte disse que aquele local é palco de acidentes frequentes, resultantes da baixa velocidade a que circulam os pesados, por se tratar de uma subida acentuada.

Na altura do acidente, a ambulância estaria a regressar a Viana do Castelo depois de um serviço de emergência.

Autárquicas. Vítor Carvalho concorre à Câmara de Arouca pela coligação PSD/CDS/PPM/IL

O candidato do PSD à Câmara de Arouca vai concorrer coligado com a Iniciativa liberal (IL), que, reconhecendo esta segunda-feira a Vítor Carvalho “um projeto sólido, sem interesses instalados”, apoia assim o cabeça de lista também de CDS-PP e PPM.

Vítor Carvalho é atualmente vereador naquela autarquia do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto, tendo sido eleito para o cargo pelo PSD, mas mantendo-se como não militante.

Segundo informa a IL em nota à Lusa, a entrada na coligação “Primeiro Arouca” — que já anteriormente integrava CDS-PP e PPM — foi aprovada tanto na coordenação municipal do partido como na sua direção nacional.

“Esta decisão foi tomada por se reconhecer em Vítor Carvalho o símbolo de um projeto verdadeiramente independente, livre de amarras partidárias e interesses instalados, com uma proposta clara e ambiciosa para Arouca. A estratégia apresentada é sólida, bem definida e tem um foco inegociável: as pessoas, os arouquenses e o desenvolvimento sustentável e transformador do nosso concelho”, afirma a IL.

Resultado da parceria é a escolha de Valter Ferreira Cruz, coordenador local da Iniciativa Liberal, como candidato à presidência da Junta de Freguesia de Tropeço, uma das 16 que integram o município — sendo que quatro dessas são uniões de freguesia e se manterão inalteradas após as eleições, por terem prescindido da desagregação administrativa.

“A presença da Iniciativa Liberal está também assegurada na lista à Assembleia Municipal de Arouca, em posição elegível, garantindo representação e voz ativa no futuro executivo”, adianta o partido.

Na mesma nota à Lusa, Valter Ferreira Cruz realça o caráter “plural e construtivo” da coligação: “Reúne independentes e vários partidos, pessoas com visões diferentes, mas acima de tudo, preparadas e com um propósito único — Arouca”.

Além de Vítor Carvalho (PSD/PPM/IL/CDS-PP), à Câmara Municipal de Arouca também já foi anunciada a candidatura de José Costa Gomes (Chega) e de Lara Guedes de Pinho (CDU).

Com cerca de 22.400 habitantes e mais de 329 quilómetros quadrados de extensão, 85% dos quais de área florestal, o município de Arouca é atualmente gerido por um executivo camarário que, incluindo a presidente Margarida Belém, integra quatro elementos do PS e três do PSD.

Julho de 2025 foi o 9.º Julho mais quente desde 1931

O mês passado foi o 9.º julho mais quente desde 1931. A informação foi confirmada, esta segunda-feira, pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera, num curto resumo do Boletim Climatológico do mês de julho de 2025 para Portugal Continental.

Segundo o IPMA, o mês de julho passado classificou-se como “muito quente e muito seco”.

“Foi o 9.º julho mais quente desde 1931, com uma média da temperatura do ar de 23.6ºC, + 1.0°C acima do valor normal (1991-2020)”, é dito, em comunicado.

Os valores médios de temperaturas máxima e mínima também “foram superiores ao normal”. Este foi, igualmente, o 7.º julho “mais seco desde 2000”, com um total de precipitação de 3.3 mm, “correspondendo a 33% do valor normal 1991-2020”.

Os dados foram publicados esta segunda-feira de forma preliminar, com o IPMA a indicar que um documento completo com mais dados será “publicado em breve”.

“Um acordo é um acordo”. Tesla aprova prémio para pagar 25 mil milhões de euros em ações a Elon Musk

A Tesla vai entregar 96 milhões de ações, avaliadas em cerca de 29 mil milhões de dólares (cerca de 25 mil milhões de euros, à taxa de conversão atual), a Elon Musk. A decisão foi anunciada vários meses após a atribuição de um bónus multimilionário, que tinha sido aprovado por acionistas e era referente ao ano de 2018, ter sido anulada pela justiça do estado norte-americano de Delaware. A fabricante automóvel recorreu da decisão e criou um comité especial para avaliar a questão.

Se a Tesla vencer o recurso que foi interposto junto do Supremo Tribunal de Delaware, em que tenta reverter a decisão de invalidar o bónus de 56 mil milhões de dólares, Musk poderá não receber o novo prémio — porque já terá direito ao primeiro pacote. “Musk não pode receber [o dinheiro] duas vezes, mas agora garantirá o seu pacote salarial”, independentemente da decisão da justiça de Delaware, explica Dan Ives, em resposta ao Observador. Numa newsletter diária, o analista da Wedbush Securities já tinha defendido que o empresário “continua a ser o principal trunfo da Tesla” e relembrado que “esta questão da remuneração tem sido uma preocupação constante dos acionistas”.

Segundo um documento apresentado à autoridade reguladora do mercado de ações nos Estados Unidos, a SEC, Musk pode reivindicar a “recompensa provisória” em dois anos, mas apenas se continuar a ser CEO da Tesla ou a ocupar um cargo executivo que esteja relacionado com o desenvolvimento de produto ou as operações da empresa. De acordo com o The Wall Street Journal, a fabricante automóvel descreveu o prémio como um “primeiro passo”, um “pagamento de boa-fé”, para manter o empresário por perto.

Numa extensa mensagem deixada esta segunda-feira na rede social X, a empresa começa por explicar que “o comité especial e o conselho de administração deliberaram cuidadosamente sobre a decisão de conceder esta recompensa provisória num contexto marcado pela guerra cada vez mais intensa por talentos em inteligência artificial e pela posição crítica da Tesla num ponto de inflexão crucial”. “Para reconhecer o que Elon [Musk] realizou e o valor extraordinário que trouxe à Tesla e aos nossos acionistas, acreditamos que é necessário tomar medidas para honrar o acordo celebrado em 2018. Afinal, ‘um acordo é um acordo‘”, lê-se na publicação, que lembra que os “esforços legais” para assegurar o bónus continuam a decorrer junto da justiça norte-americana.

Os termos do novo prémio, que foram detalhados na mesma mensagem, são os seguintes:

  • “96 milhões de ações, sujeitas ao pagamento do preço de compra por Elon [Musk] mediante o cumprimento de um prazo de aquisição de dois anos, a serem entregues após aprovação regulatória.”
  • O preço de compra será 23,34 dólares (por ação), o mesmo que tinha sido definido no momento da aprovação interna de um bónus remuneratório em 2018.
  • Elon Musk fica obrigado a exercer “continuamente” uma “função de liderança sénior” na Tesla durante o período de aquisição.
  • Fica estabelecido “um período de retenção obrigatória de cinco anos a partir da data de concessão, exceto para cobrir pagamentos de impostos ou o preço de compra (com quaisquer vendas para tais fins a serem realizadas através de uma alienação ordenada em coordenação com a Tesla)”.
  • Se a justiça norte-americana, mais especificamente de Delaware, decidir “restabelecer totalmente” o bónus aprovado pela primeira vez em 2018, “este prémio provisório será cancelado” ou terá de ser “devolvido”. Ou “uma parte” do prémio de 2018 “será confiscada”. De qualquer das formas, a regra é clara: “Não pode haver ‘dupla restituição’. Elon [Musk] não poderá manter este novo prémio além das opções que lhe são atribuídas ao abrigo do Prémio de Desempenho do CEO de 2018, caso os tribunais decidam a nosso favor.”

A remuneração de Elon Musk é alvo de uma disputa judicial há vários anos. Foi em 2018 que o empresário quis implementar um plano de crescimento para a Tesla, aceitando trabalhar sem salário mas recebendo uma recompensa financeira após alcançar determinados objetivos ao longo de dez anos. Quando foi validado, o bónus estava estimado em cerca de 56 mil milhões de dólares. Contudo, uma juíza de Delaware anulou-o no início de 2024. Aproximadamente sete meses depois, o plano foi novamente aprovado pelos acionistas da empresa e, em dezembro, novamente rejeitado pela justiça daquele estado norte-americano.

Apple trabalha em modelo de Inteligência Artificial simplificado para diminuir dependência do ChatGPT

A Apple está a trabalhar num modelo simplificado de Inteligência Artificial (IA) que funciona como um “motor de respostas” capaz de procurar online e potenciar funções de pesquisa de várias ferramentas, de forma a diminuir dependência do ChatGPT.

No início do ano, a empresa anunciou o desenvolvimento de um modelo de IA simplificado que funciona como um “motor de respostas”, um sistema com capacidade de procurar online para responder às consultas feitas pelos utilizadores.

O objetivo passa por criar uma experiência de pesquisa semelhante ao ChatGPT, através de uma aplicação independente, projetada para potenciar as funções de pesquisa no assistente virtual Siri.

O motivo desta iniciativa baseia-se na incapacidade do assistente virtual para gerir as consultas mais exigentes dos utilizadores, uma vez que, em muitas ocasiões, transfere esses pedidos para o ChatGPT, integrado no modelo da Apple.

Neste sentido, a nova ferramenta pretende satisfazer os utilizadores com produtos desenvolvidos pela própria gigante da tecnologia, em vez de recorrer a terceiros para obter resultados de pesquisa.

Além disso, o atual modelo Apple Intelligence não fornece serviços de pesquisa, estando focado em ferramentas que auxiliam o utilizador no dia-a-dia, como resumos de notificações, reescrita de texto e limpeza de fotos.

Incêndios. Rede cidadã junta Portugal e Espanha em novo protesto em setembro pela floresta

Acompanhe o nosso liveblog sobre a situação dos incêndios em Portugal.

Os incêndios florestais que assolam o país voltam a justificar a convocação de um protesto em setembro, de dimensão ibérica, organizado por uma rede cidadã que protesta contra a ação das celuloses e da indústria fóssil.

Em comunicado divulgado esta segunda-feira, um dos organizadores do protesto, o investigador em alterações climáticas João Camargo, justificou a repetição do evento pela Floresta do Futuro com o que já é “mais um ano de devastadores incêndios florestais” e anunciou um processo de mobilização que envolve organizações nacionais e na Galiza, em Espanha, onde a portuguesa Altri “quer impor a construção de uma nova fábrica de celulose na Galiza, contra a vontade das populações locais”.

“Para lutar pela vida das pessoas que vivem nas áreas rurais, mas não só, é necessário uma crescente mobilização popular que trave os planos catastróficos que resultam da combinação dos interesses da indústria dos fósseis e das celuloses, apoiados pelos governos ibéricos durante as últimas décadas”, defende-se no comunicado.

Elencando as altas temperaturas, a seca e a monocultura de eucalipto como fatores que transformam o interior do país “numa caixa de fósforos”, o comunicado aponta o dedo à nova ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, e às recentes declarações sobre os fogos da última semana, nas quais afirmou ser necessário compreender a sua raiz.

“As afirmações da ministra são na melhor das hipóteses ingénuas e na pior, e mais provável, dissimulação e encobrimento de quem cria as condições para os incêndios atingirem as dimensões catastróficas das últimas duas décadas. Os incendiários das celuloses e petrolíferas continuam a criar as condições para o mundo rural se tornar um deserto abandonado e letal”, afirma-se no comunicado.

[Horas depois do crime, a polícia vai encontrar o assassino de Issam Sartawi, o dirigente palestiniano morto no átrio de um hotel de Albufeira. Mas, também vai descobrir que ele não é quem diz ser. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o segundo episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E ouça o primeiro aqui]

“Os fogos são resultado da entrega do mundo rural português à indústria da celulose, que transformou um milhão de hectares em eucaliptais, uma grande parte dos quais em monocultura, tornando Portugal o país com a maior área de eucalipto do mundo. Não é inação do Estado, mas um projeto transversal à política governativa, tantas vezes recompensada com portas-giratórias para cargos executivos na indústria”, acusam.

Em Portugal, os ambientalistas criticam a atividade de empresas como a Galp e a EDP, que contribuem para o aquecimento global, que torna as ondas de calor mais frequentes e letais, recordando as centenas de mortes em excesso na última semana no país, mas sobretudo da Altri e da Navigator, celuloses “que se encontram no top das empresas mais poluentes do país” e responsáveis por vastas extensões de eucaliptal no território.

“Apesar da exausta promessa de que gerem bem as áreas de que recebem a madeira, nos últimos dias foram muitas as plantações destas celuloses em Aveiro, em Arouca e em Santarém, que arderam”, lê-se no comunicado.

A organização recorda que em 2024 o protesto reuniu centenas de pessoas em dezenas de aldeias e cidades do país.

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