A câmara mente: 6 fotografias históricas provam-no

Se “a câmara nunca mente” a expressão certamente o faz. A arte da fotografia mostra-nos todos os dias o mundo nu e cru, mas também pode facilmente ser usada como instrumento de manipulação da realidade. Uma das imagens mais icónicas da Segunda Guerra Mundial é a de um soldado soviético a içar a bandeira da União Soviética sobre o Reichstag, em Berlim. Captada por Yevgeny Khaldei, esta fotografia tornou-se símbolo da vitória sobre o nazismo, mas vários elementos da imagem foram manipulados, lembra a National Geographic. O soldado que segura a bandeira usava dois relógios, presumivelmente saqueados, o que violava

Trump foi avisado em maio pelo Departamento de Justiça de que o seu nome foi mencionado várias vezes nos ficheiros do caso Epstein

O Presidente norte-americano, Donald Trump, foi avisado pela procuradora-geral, Pam Bondi, que o seu nome tinha sido várias vezes mencionado nos ficheiros do caso Epstein várias vezes, avança esta quarta-feira o Wall Street Journal. 

Segundo aquele jornal, a procuradora-geral e o seu adjunto informaram Donald Trump durante uma reunião de rotina na Casa Branca. No entanto, realçaram que havia outros nomes de figuras públicas nos ficheiros — e estar presente nos documentos não significa que tenham participado na rede de pedofilia montada por Jeffrey Epstein, magnata condenado por tráfico sexual de menores.

Na reunião, Pam Bondi e o adjunto sublinharam que estavam a circular vários boatos sobre pessoas que tinham socializado apenas com Jeffrey Epstein e que não tinham necessariamente participado em atos ilícitos com crianças.

Os responsáveis assinalaram também que o Departamento de Justiça estava a planear não divulgar publicamente mais informações sobre o caso, por causa do conteúdo — que incluía pornografia infantil e informações pessoais das vítimas. Donald Trump terá acatado a decisão.

“Um maravilhoso segredo” e “certas coisas em comum”. A polémica carta de aniversário que Trump terá enviado a Jeffrey Epstein

Na semana passada, o Wall Street Journal publicou uma carta escrita por Donald Trump dirigida a Jeffrey Epstein no seu 50.º aniversário, que mostrava que os dois homens mantinham uma boa relação.

[É sábado. No lobby de um hotel de Albufeira um assassino misterioso espera junto ao bar por um convidado especial: representa a Organização para a Libertação da Palestina. Quando o vê entrar, o terrorista dispara quatro tiros e foge. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o primeiro episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

Alga invasora apareceu em Portugal em 2019 e está fora de controlo

A macroalga invasora “Rugulopteryx okamurae” foi detetada pela primeira vez em Portugal em 2019, em S. Miguel, e está já nas costas do continente, especialmente no Algarve e em Cascais, desconhecendo-se forma de a controlar.

Na terça-feira o Governo aprovou a Estratégia Nacional para a Gestão da Macroalga Invasora “Rugulopteryx okamurae”, que está “a alastrar de forma preocupante na costa portuguesa”, segundo um comunicado do executivo.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

Trata-se de uma “espécie exótica de origem asiática que tem vindo a alastrar de forma preocupante na costa portuguesa, com especial incidência no Algarve e na zona de Cascais”, referia o comunicado conjunto do Ministério do Ambiente e Energia e do Ministério da Agricultura e Mar.

Sabia que alga usada no sushi ameaça a biodiversidade no Norte de Portugal?

Num documento sobre a alga a que a Lusa teve acesso indica-se que em Cascais a invasora surgiu no ano passado e, em quatro meses, foram retiradas 2.000 toneladas da espécie em apenas duas praias.

A barreira de algas não diminuiu entretanto nas praias afetadas.

A espécie terá surgido em 2015 no estreito de Gibraltar, como espécie invasora.

Nos Açores surgiu quatro anos depois, provavelmente vinda nas águas de lastro ou nos cascos de navios, e em poucos anos dominou habitats em superfícies rochosas na costa sul de S. Miguel. Em 2021 foi detetada no Faial.

A forma rápida como se reproduz leva a que se acumulem grandes quantidades de biomassa, levadas pelas correntes e chegando às praias, indica o documento, no qual se recorda que em julho de 2022 a alga foi incluída na lista de espécies exóticas invasoras que preocupam a União Europeia.

A “Rugulopteryx okamurae” é uma espécie perene de alga castanha das costas asiáticas cujo crescimento acelerado impede outras espécies de se desenvolverem, colonizando a maior parte do substrato rochoso do fundo do mar e levando a perda de biodiversidade. Provoca um aumento massivo de biomassa, sem precedentes, e afeta a fauna local, a paisagem e as praias.

O documento, da Câmara de Cascais, indica que a alga tem aplicações por exemplo na indústria farmacêutica e há projetos para o uso como composto e fertilizante na agricultura ou até na bioconstrução.

Segundo o documento, na Andaluzia a alga teve impacto na pesca, reduzindo a capturas de várias espécies e danificando as artes de pesca, e os municípios gastaram 1,2 milhões de euros em limpeza num período de nove meses (o tempo de um estudo que foi feito há cerca de cinco anos).

O documento da autarquia destaca que não há provas de riscos para a saúde humana, animal ou das planta, mas também diz que não há métodos de controlo eficazes conhecidos que possam ser aplicados neste momento, nem foram observadas regressões naturais das algas. A deteção precoce é a melhor solução, diz.

Segundo um comunicado do Governo divulgado na terça-feira, numa portaria conjunta dos Ministérios do Ambiente e da Agricultura é traçado um plano de ação com medidas de monitorização, resposta operacional, valorização da biomassa, investigação científica e coordenação institucional, com o objetivo de mitigar os impactos ecológicos, sociais e económicos.

Entre as medidas previstas estão a remoção da alga em zonas críticas, o estudo da sua valorização para fins industriais ou agrícolas, a mobilização de equipas regionais de resposta rápida e a criação de uma base de dados nacional com registo georreferenciado da evolução da espécie.

Negociações sem cessar-fogo. Ucrânia e Rússia vão trocar corpos e prisioneiros de guerra

A Ucrânia e a Rússia acordaram uma nova troca de prisioneiros de guerra e a entrega de mais de três mil corpos de soldados mortos em combate. Moscovo propôs também tréguas de curta duração.

Foi o resultado das negociações entre delegações dos dois países, realizadas desta quarta-feira em Istambul, na Turquia.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

A informação foi avançada aos jornalistas por Vladimir Medinsky, chefe da delegação de Moscovo.

A Rússia propôs esta quarta-feira um conjunto de tréguas de curta duração, mas os ucranianos consideram que a sugestão “não é um genuíno” cessar dos combates.

Por seu lado, a Ucrânia colocou em cima da mesa a realização de uma cimeira de líderes, até ao final de agosto.

Rustem Umerov, chefe do Conselho de Defesa Nacional e Segurança da Ucrânia, disse aos jornalistas que a Ucrânia está pronta para um cessar-fogo e pediu à Rússia “que demonstre uma abordagem construtiva e realista”.

O chefe da equipa de negociadores de Moscovo contrapõe que um eventual encontro entre os presidentes russo e ucraniano, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, respetivamente, só deve acontecer para assinar um tratado de paz final e não para discussões.

Vladimir Medinsky abre a porta à continuação das negociações para tentar alcançar um acordo de paz.

Entretanto, o Presidente ucraniano anunciou que um novo grupo de prisioneiros de guerra foi libertado esta quarta-feira pela Rússia.

“Os soldados que regressaram hoje defenderam a Ucrânia em diferentes setores da frente de combate”, escreveu Zelensky na rede social Telegram.

“Um número significativo passou mais de três anos como prisioneiros. Todos estão a receber apoio e assistência médica”, referiu.

O triângulo AD-PS-Chega, as mudanças na Cidadania e o futuro Orçamento europeu

Recupera a tua palavra-passe através do teu email

Segue os passos indicados no email que enviámos para:

Se dentro de momentos ainda não recebestes este email, verifica a tua caixa de ‘Spam’ ou ‘Lixo’.

Homem que morreu em Bragança à espera de socorro morava a 2km da Viatura Médica de Emergência

O homem que morreu em Bragança depois de estar mais de uma hora e 20 minutos à espera da ambulância morava a dois quilómetros da sede da Viatura Médica de Emergência, que demorou cinco minutos a chegar ao local.

Segundo o relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), a mulher da vítima, que sofreu um enfarte agudo do miocárdio no dia 31 de outubro, durante a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar do INEM, fez o primeiro contacto com o 112 pelas 15h45, mas a chamada não foi atendida, tendo a ocorrência apenas sido criada cerca de meia hora depois (16h12).

Nesta altura, segundo o depoimento do técnico do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Porto ouvido pela IGAS, a chamada “entrou no Separador 112, por não ter sido atendida pelo CODU nacional”, ficando em espera e apenas às 17h00 foi atendida pelo CODU/Coimbra, mais de uma hora depois do contacto inicial.

Após passagem de dados pelo CODU/Coimbra, foi o CODU/Porto que ativou a ambulância dos Bombeiros Voluntários de Bragança, às 17h04, tendo a viatura chegado ao local quatro minutos depois (17h08).

O meio mais diferenciado, a VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação) de Bragança, que dista dois quilómetros da casa da vítima, acabou por ser ativada às 17h03, chegando ao local cinco minutos depois, pelas 17h08.

O perito ouvido pela IGAS reconheceu que “a probabilidade de sobrevivência após paragem cardiorrespiratória é sempre muito reduzida“, mas sublinhou que “para poder aumentar a sobrevivência devem ser imediatamente iniciadas as manobras de reanimação, que devem ser mantidas sem interrupção até chegar a emergência pré-hospitalar”.

Disse ainda que a sobrevivência aumenta significativamente se houver acesso local a um Desfibrilhador Automático Externo (DAE) e que, neste caso, “não foram iniciadas as manobras de reanimação, não havia DAE e a demora foi significativamente superior a 10 minutos”.

Os peritos concluíram que o início da paragem cardiorrespiratória ocorreu pelas 15h45, mas as manobras de suporte básico de vida só se iniciaram às 17h08, mais de uma hora e 20 minutos depois. A IGAS fala ainda de um “atraso manifestamente excessivo, exagerado e inaceitável” entre o 1.º pedido de socorro pelos familiares e a chegada do meio apto a desenvolver manobras de suporte avançado de vida.

Conclui que, se o atendimento pelo CODU fosse feito em “tempo razoável” e adequado para socorrer um caso destes, era possível chegar mais atempadamente junto da vítima.

Diz ainda ser óbvio que houve um efetivo atraso no atendimento que “condicionou decisivamente o socorro médico à vítima”, mas a IGAS não conseguiu apurar, “sem margem para dúvidas”, quem deveria ter atendido as chamadas que ficaram a aguardar no chamado “Separador 112” no momento em que foram reencaminhadas para o CODU nacional.

Por isso, a IGAS considerou inviável imputar responsabilidade jurídico-disciplinar a qualquer trabalhador em concreto. Contudo, admite possibilidade de responsabilização jurídica, do Estado pelo mau funcionamento deste serviço público.

A este respeito, lembra a Lei Orgânica do INEM, que diz que a instituição deve “definir, organizar, coordenar, participar e avaliar as atividades e o funcionamento, no território de Portugal Continental, um Sistema integrado de Emergência Médica (SIEM), de forma a garantir aos sinistrados ou vítimas de doença súbita a pronta e correta prestação de cuidados de saúde”.

Considera “imperioso e mandatório” que as chamadas telefónicas reencaminhadas para o CODU Nacional não tivessem ficado “em espera” no denominado Separador 112 durante 48 minutos, apesar de reconhecer os antecedentes de patologia cardiovascular e a reduzida probabilidade de sobrevivência após paragem cardiorrespiratória.

Não sendo possível imputar responsabilidade individual aos profissionais, a IGAS diz que “não se deve escamotear a falta de resposta atempada por parte do INEM”, uma situação que deverá merecer “adequada reflexão” pelas estruturas competentes do INEM para que seja corrigida.

Diz ainda que o INEM deve “promover uma adequada reflexão sobre o procedimento de “‘call back’/tempo excedido de ‘call back’”.

Benfica-Rio Ave, da primeira jornada, é adiado devido à Liga dos Campeões

O Benfica-Rio Ave, da primeira jornada do campeonato, foi adiado para que as águias se concentrem na terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões frente ao Nice. A Liga divulgou os horários da primeira jornada do campeonato e será o campeão Sporting a dar o arranque da época.

Ficou a ser hoje conhecido que as águias vão defrontar os franceses a 6 de agosto, em França, e jogam a segunda mão em casa no dia 12. Pelo meio, tinha marcada a primeira jornada do campeonato, um jogo que já não vai acontecer nesse fim-de-semana. Fica marcado para sábado, dia 23 de setembro.

Casa Pia-Sporting abre o campeonato, na sexta-feira, dia 8 de agosto, às 20h15.

No sábado, é a vez do FC Porto arrancar a I Liga, com a receção ao Vitória às 20h30. No mesmo dia, decorre o Nacional-Gil Vicente (15h30) e Arouca-Aves (18h00).

No domingo, mais três partidas: Famalicão-Santa Clara (17h00), Moreirense-Alverca (20h30) e Braga-Tondela (20h30). Na segunda-feira, a jornada encerra com o Estoril-Estrela, às 20h15.

Confira os horários:

Sexta-feira, 8 de agosto

Casa Pia AC – Sporting CP, 20h15 – SportTV

Sábado, 9 de agosto

CD Nacional – Gil Vicente FC, 15h30 – SportTV

FC Arouca – AFS , 18h00 – SportTV

FC Porto – Vitória SC, 20h30 – SportTV

Domingo, 10 de agosto

FC Famalicão – Santa Clara, 17h00 – SportTV

Moreirense FC – FC Alverca, 20h30 – V+

SC Braga – CD Tondela, 20h30* – SportTV

Segunda-feira, 11 de agosto

Estoril Praia – Estrela Amadora, 20h15 – SportTV

Sábado, 23 de setembro

SL Benfica – Rio Ave FC, 20h15* – BTV

* marcação efetiva sujeita a confirmação das datas UEFA

Mariana Vieira da Silva desafia ministro da Educação: “Em que disciplinas vai incluir as dimensões de educação sexual?”

A deputada socialista Mariana Vieira da Silva desafia o ministro da Educação a dizer onde vai incluir os temas de Educação Sexual nos currículos gerais.

No programa Casa Comum da Renascença, a antiga ministra do PS comenta a declaração de Fernando Alexandre, que esta quarta-feira assegurou que esses conteúdos não vão desaparecer dos planos de estudo.

“Vamos alterar o currículo das disciplinas para lá incluir estas dimensões?”, questiona Mariana Vieira da Silva, que critica a alteração proposta pelo Governo.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

“No momento em que está a acontecer na sociedade portuguesa e a nível mundial um crescimento da violência na intimidade no namoro, das doenças sexualmente transmissíveis e do consumo de pornografia por crianças muito pequenas, tudo isto está relatado, o governo português decide retirar [o tema] do espaço da escola, que é o único sítio onde a sociedade pode homogeneizar este tipo de conhecimentos, porque nem todas as famílias o sabem fazer, nem o querem”, complementa a deputada na Renascença.

O triângulo AD-PS-Chega, as mudanças na Cidadania e o futuro Orçamento europeu

Mariana Vieira da Silva defende que PS e PSD defenderam, em diferentes momentos ao longo dos anos, que a Educação Sexual faz parte das obrigações das escolas.

“O PPD no seu primeiro programa, em 1974, referia a necessidade de haver institutos que desenvolvessem as dimensões de educação sexual. O governo do Bloco Central, em 1984, diz que as escolas devem ter nos seus currículos elementos desta ordem [a exemplo da] Lei de Bases, em 86, e o currículo de 1999”, exemplifica Mariana Vieira da Silva.

“Educação tem de estar fora de preconceitos ideológicos”

Para Duarte Pacheco, do PSD, a reforma agora apresentada é positiva, assumindo de forma a divergência com o espaço político de Mariana Vieira da Silva.

A educação tem de estar fora de tudo o que sejam preconceitos ideológicos ou uma ideologia a querer impor esses valores à sociedade .Isso não é aceitável”, sustenta o antigo deputado, na Renascença.

O militante social-democrata conclui que a educação “foi usurpada ideologicamente”, argumentando que “em matérias de género e de sexualidade, que sempre estiveram no seio da família, nomeadamente para crianças abaixo dos 10 anos, isso não era aceitável”.

OMS diz que grande parte da população de Gaza morre de fome

Acompanhe o nosso liveblog sobre o Conflicto Israelo-palestiniano

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) denunciou esta quarta-feira que uma grande parte da população de Gaza está a morrer de fome.

“Não sei como mais se pode dizer isto, além de pessoas que morrem de fome em massa. E isto é causado pelo homem”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa em Genebra.

O diretor da OMS explicou aos jornalistas que os centros de subnutrição aguda em Gaza estão cheios de doentes e não têm mantimentos adequados.

Ghebreyesus acrescentou que as taxas de subnutrição aguda ultrapassam os 10% e que, entre grávidas e lactantes, mais de 20% estão malnutridas, muitas vezes de forma grave.

Brasil apresenta queixa sobre tarifas anunciadas por Trump em reunião da Organização Mundial do Comércio

O Brasil apresentou esta quarta-feira uma queixa na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra as tarifas de 50% sobre produtos exportados pelo país para os Estados Unidos, anunciadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

O embaixador e secretário de Assuntos Económicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Philip Fox-Drummond Gough, classificou, numa intervenção na OMC, as tarifas anunciadas pelo Presidente norte-americano, sem citá-lo diretamente, como “arbitrárias” e “anunciadas e implementadas de forma caótica”.

O representante do Brasil alegou que as taxas estão a “desestruturar as cadeias globais de valor e correm o risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação” e reiterou a necessidade de defesa contínua do sistema multilateral de comércio.

A delegação brasileira também registou profunda preocupação com o uso de medidas comerciais unilaterais como instrumento de interferência nos assuntos internos de outros países.

O país sul-americano reforçou ainda que perante a instabilidade no comércio global, defende que os países redobrem esforços em prol de uma reforma estrutural do sistema multilateral de comércio e da plena recuperação do papel da OMC como foro de resolução de disputas e de defesa de interesses legítimos de seus membros através do diálogo e da negociação.

O Presidente dos Estados Unidos anunciou taxas alfandegarias de 50% sobre todas as exportações brasileiras para os Estados Unidos alegando que existe um desequilíbrio no comércio bilateral, mas também acusando o Brasil pela “forma como tem tratado o ex-Presidente Bolsonaro”, processado no Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado após perder as eleições de 2022 para o atual chefe de Estado, Luiz Inácio Lula da Silva.

Bolsonaro, líder da extrema-direita brasileira, é acusado de comandar, juntamente com ex-ministros e oficiais militares de alta patente, um plano de golpe para permanecer no poder após a sua derrota nas eleições.

Na última sexta-feira o ex-presidente foi alvo de medidas judiciais num outro caso por, juntamente com seu filho e deputado Eduardo Bolsonaro, pedir aos Estados Unidos a aplicação de sanções contra o Brasil se os processos criminais contra ele não forem anulados.

Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde março passado, afirmou ter influenciado a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de ameaçar o Brasil com tarifas de 50% a partir de 1 de agosto, se os processos contra Bolsonaro não forem anulados com a aprovação de uma amnistia ampla e irrestrita.

O Departamento de Estado dos Estados Unidos também suspendeu os vistos de viagem de oito dos onze juízes do Supremo Tribunal Federal.

1 178 179 180 181 182 617