Célebres jardins botânicos de Londres inauguram ala dedicada ao carbono e à crise climática

Os jardins botânicos reais Kew Gardens, em Londres, no Reino Unido, vão inaugurar uma nova ala dedicada ao carbono – o Carbon Garden -, que irá mostrar a importância deste elemento químico na sustentabilidade da vida, mas também mostrar o papel do dióxido de carbono (CO2) na crise climática e como as plantas podem ajudar a combatê-la.

O Carbon Garden contará com 6500 plantas, 35 novas árvores, bem como uma estrutura central inspirada nos fungos. A nova ala dos Kew Gardens será uma atracção permanente nos jardins botânicos, que foram inaugurados em 1759 e hoje são Património Mundial da UNESCO.

“O jardim tem como objectivo mostrar como o carbono é crucial, ao mesmo tempo que alerta para os danos causados pelo aumento das emissões de dióxido de carbono”, explica Richard Wilford, gestor de paisagismo dos Kew Gardens. O ano de 2024 foi o mais quente alguma vez registado, com as emissões globais de dióxido de carbono do sector energético a atingir um recorde histórico.

Além de painéis que explicam conceitos como a fotossíntese, o processo pelo qual as plantas transformam o dióxido de carbono em matéria orgânica, o Carbon Garden contará com um jardim seco repleto de plantas resistentes ao calor, como a lavanda.

Richard Wilford e a equipa levaram mais de quatro anos a construir o novo jardim, que inclui novas árvores seleccionadas por serem resilientes às condições climáticas projectadas para o futuro e pela capacidade de absorver dióxido de carbono.

A doutoranda Amanda Cooper, investigadora que tem trabalhado no jardim, afirma que plantar mais árvores desse tipo seria parte da solução para combater as alterações climáticas.

“Ao restaurar as florestas, ao estancar desflorestação, podemos, com sorte, reduzir as emissões para a atmosfera, diz Amanda Cooper. Não é uma redução completa, porque ainda estamos a emitir gases de combustíveis fósseis dos nossos carros e fábricas. Mas é um começo.”

Papa abordou guerra na Ucrânia em encontro com representante da Igreja Ortodoxa Russa

O Papa Leão XIV reuniu-se este sábado com o Metropolita Antonij, um clérigo sénior da Igreja Ortodoxa Russa, discutindo a guerra na Ucrânia durante um possível esforço para normalizar a relação entre as igrejas, desgastada pela invasão da Ucrânia.

O pontífice reuniu-se com Antonij, chefe do departamento de relações externas da Igreja, e outros cinco clérigos da cúpula da Igreja Ortodoxa Russa durante uma audiência de manhã, informou o Vaticano em comunicado, sem adiantar mais pormenores.

Já segundo a Igreja Ortodoxa Russa, “durante a conversa, numerosos assuntos foram abordados sobre o estado do diálogo ortodoxo-católico, assim como os conflitos à volta do mundo, incluindo a Ucrânia e o Médio Oriente”.

Desde que assumiu o papado, em maio, Leão XIV tem apelado repetidamente à paz nos conflitos globais e, este mês, disse ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, que o Vaticano estava disposto a acolher as conversações de paz entre a Rússia e a Ucrânia.

As autoridades russas, no entanto, dizem não ver o Vaticano como um local sério para negociações, uma vez que está rodeado pela Itália, membro da NATO, que apoia a Ucrânia.

No primeiro telefonema com o Presidente Vladimir Putin, no início de Junho, o Papa Leão XIV instou a Rússia a tomar medidas para pôr fim ao conflito.

O chefe da Igreja Ortodoxa Russa, Patriarca Kirill, tem sido um apoiante entusiasta da invasão da Ucrânia.

IP e consórcio LusoLAV assinam concessão da primeira PPP do TGV na terça-feira

A Infraestruturas de Portugal (IP) e o consórcio LusoLAV, liderado pela Mota-Engil, assinam o contrato de concessão da primeira parceria público-privada (PPP) da linha ferroviária de alta velocidade na terça-feira, foi divulgado este sábado.

De acordo com uma informação enviada à Lusa pela IP, a assinatura referente ao troço entre Porto – Campanhã e Oiã (Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro) da futura linha Porto – Lisboa decorre na terça-feira às 11h50 na sede da IP, em Almada (distrito de Setúbal).

Em causa está a “assinatura do contrato de Concessão da Linha Ferroviária de Alta Velocidade entre Porto (Campanhã) e Oiã, e de apresentação do acordo de financiamento”, num evento que contará com a presença do ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz.

O primeiro troço da linha de alta velocidade previa, no caderno de encargos, a construção de uma ponte rodoferroviária com dois tabuleiros sobre o rio Douro, a reformulação da estação de Porto-Campanhã e a construção de uma nova estação subterrânea em Vila Nova de Gaia, na zona de Santo Ovídio.

Porém, em abril, o consórcio LusoLAV (Mota-Engil, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro, Casais, Conduril e Gabriel Couto), a quem foi adjudicada a conceção, construção, financiamento e manutenção da linha, apresentou à Câmara de Gaia uma solução alternativa (não excludente da original), com alterações no traçado, a construção de duas pontes em vez de uma sobre o rio Douro e a estação de Gaia em Vilar do Paraíso em vez de Santo Ovídio.

Na sexta-feira, a Lusa questionou a IP, o Governo e o consórcio LusoLAV sobre quais as soluções que serão adotadas, mas ainda não obteve resposta.

O consórcio defende que as alterações propostas estão dentro do corredor aprovado no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto, mas a proposta alternativa para a estação retira uma ligação direta da estação de Gaia ao Metro do Porto (na linha Amarela, apesar de manter a da linha Rubi) e impacta uma zona de Reserva Ecológica Nacional e um curso de água.

A IP sempre referiu desconhecer as propostas apresentadas pelo consórcio à Câmara de Gaia, feitas em várias reuniões e votadas favoravelmente pelo executivo à data liderado por Eduardo Vítor Rodrigues (PS) e na Assembleia Municipal, apesar da oposição do PSD (no executivo) e da IL (na Assembleia Municipal), bem como da abstenção da CDU (na Assembleia).

Os próprios representantes do consórcio LusoLAV manifestaram, na Câmara de Gaia, “receio formal” sobre o seu encaixe no concurso público, e disseram que as propostas alternativas até podiam ser mais caras que as originais.

A Câmara do Porto também diz desconhecer, oficialmente, as propostas do LusoLAV, e o Governo também afirmou desconhecer e estar em diálogo com a IP. Em 15 de maio, um responsável da IP disse num seminário no Porto que a estação de Gaia será em Santo Ovídio.

O Plano Ferroviário Nacional, aprovado pelo Governo em março e publicado em Diário da República (DR) em 16 de abril, estabelece que a estação de alta velocidade de Gaia é em Santo Ovídio, ligando às linhas Amarela e Rubi do metro.

No mesmo dia, o Governo e a IP asseguraram que “qualquer eventual alteração terá de ser plenamente salvaguardada do ponto de vista legal, estar em total concordância com os requisitos do caderno de encargos e assegurar o acordo dos municípios”.

A linha de alta velocidade deverá ligar Porto e Lisboa numa hora e 15 minutos em 2032, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria, e o percurso Porto-Vigo (via aeroporto do Porto, Braga, Ponte de Lima e Valença) em 50 minutos, em 2032.

A primeira fase (Porto-Soure) da linha de alta velocidade em Portugal deverá estar pronta em 2030 e a segunda (Soure-Carregado) em 2032, com ligação a Lisboa assegurada via Linha do Norte.

Segundo o anterior Governo, que lançou a primeira PPP da alta velocidade, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os sete a oito mil milhões de euros.

Para que serve a Carteira de Identidade Digital que chega a todas as pessoas da União Europeia em 2026?

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A Carteira de Identidade Digital chega à Europa em 2026 e permite que os utilizadores transportarem consigo, digitalmente e de forma válida, todos os seus documentos.

A União Europeia está a dar passos concretos na criação da Carteira de Identidade Digital da União Europeia (EUDI, na sigla em inglês), uma iniciativa que promete substituir documentos físicos como o cartão de cidadão e a carta de condução, simplificando e tornando mais segura a forma como os europeus se identificam e interagem com serviços públicos e privados em todo o espaço comunitário.

A proposta, apresentada oficialmente em 2020 pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visa responder a uma preocupação crescente: a perda de controlo sobre os dados pessoais na era digital. “De cada vez que uma aplicação ou um sítio Web nos pede que criemos uma nova identidade digital ou que nos registemos sem dificuldade através de uma grande plataforma, não fazemos a menor ideia do que efetivamente acontece aos nossos dados”, referiu von der Leyen. A solução, defende a Comissão, passa por uma identidade eletrónica europeia segura, confiável e universal.

A Carteira de Identidade Digital está a ser testada desde abril de 2023 em quatro projetos-piloto de grande escala, envolvendo mais de 250 entidades públicas e privadas em 25 Estados-Membros, bem como na Noruega, Islândia, Ucrânia e, mais recentemente, na Moldávia, que se juntou à iniciativa em março deste ano. Os primeiros testes têm sido considerados bem-sucedidos, abrindo caminho à implementação definitiva, prevista até ao final de 2026.

Carteira de Identidade Digital
Exemplo das vantagens da utilização de uma Carteira de Identidade Digital

O sistema funcionará através de uma aplicação móvel que alojará a carteira digital do utilizador. Esta permitirá comprovar a identidade em qualquer Estado-Membro ou apresentar apenas determinados dados (como a idade ou a nacionalidade), sem revelar informações desnecessárias. Segundo a Comissão Europeia, os cidadãos terão total controlo sobre os dados que partilham e com quem partilham, podendo também manter um registo de todas as partilhas efetuadas. Para além de facilitar interações com administrações públicas, a EUDI poderá ser utilizada em situações do quotidiano como abrir uma conta bancária, alugar um carro, comprovar o direito de residência ou o estatuto de estudante noutro país da União Europeia. Será também possível guardar, e partilhar, documentos e certificados oficiais, tanto de fontes públicas como privadas.

A criação do EUDI responde também à atual fragmentação dos sistemas de identificação digital na Europa. De acordo com dados da Comissão, apenas 14% dos prestadores de serviços públicos essenciais nos Estados-Membros permitem autenticação transfronteiriça com recurso a uma identidade digital. O EUDI procura, assim, colmatar estas lacunas e garantir uma infraestrutura de identificação comum, segura, prática e acessível a todos os cidadãos europeus.

Números que enganam: turismo cresce mas restauração “não está bem”

E aumentar o IVA para 23% não iria ajudar; Associação da Hotelaria e Restauração surpreendida com essa recomendação. A Unidade Técnica de Avaliação de Políticas Tributárias e Aduaneiras, criada pelo Governo há cerca de um ano e meio, recomenda uma subida da taxa de IVA na restauração dos atuais 13% para 23%. O relatório dessa unidade refere que haveria um aumento da receita fiscal com o IVA a 23; e considera que o IVA atual de 13% beneficia principalmente famílias com rendimentos elevados. A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) é contra esta proposta. A secretária-geral até

França exige explicações após jovens forçados a desembarcar de avião em Espanha

O Governo francês pediu este sábado explicações à direção da companhia aérea espanhola Vueling, depois de cerca de 50 adolescentes de confissão judaica terem sido obrigados a desembarcar de um avião.

Na quarta-feira, os jovens franceses, que regressavam de férias em Valência (Espanha), tiveram que desembarcar do avião com destino a Paris-Orly, depois de a Vueling os acusar de “comportamento inapropriado”. Alguns pais denunciaram o caso como um “ato antissemita“.

“Foram pedidas explicações, em particular para determinar se estes compatriotas foram vítimas de discriminação por motivos religiosos”, afirmou um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês, em comunicado.

Também foram pedidos esclarecimentos “ao embaixador de Espanha em França”, indicou a mesma fonte.

Num telefonema realizado na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noel Barrot, expressou à diretora executiva da Vueling, Carolina Martinoli, “profunda consternação” ao saber do desembarque do grupo de adolescentes.

O porta-voz da diplomacia francesa acrescentou que Martinoli garantiu a Barrot que “está a ser realizada uma rigorosa investigação interna” e que as conclusões vão ser partilhadas com as autoridades francesas e espanholas.

Num extenso comunicado, divulgado na quarta-feira na rede social X, a Vueling afirmou que os adolescentes exibiram “uma atitude fortemente conflituosa, colocando em risco o bom desenrolar do voo”, tendo “manipulado de forma inapropriada material de segurança e interrompido ativamente a demonstração obrigatória das instruções de segurança”.

A associação de pilotos da aviação comercial espanhola (Copac) lembrou que os passageiros podem ser retirados de uma aeronave caso o comportamento afete a segurança do voo ou desobedeçam às ordens do comandante.

A Copac referiu que o comandante é a autoridade máxima, sendo responsável pela segurança do avião, das pessoas e da carga a bordo.

“O comandante toma as decisões adequadas com base no julgamento profissional e em conformidade com os regulamentos aeronáuticos e os procedimentos estabelecidos nos manuais de operações das companhias aéreas”, salientou.

A associação disse ainda que os pilotos têm manifestado “preocupação com o aumento de incidentes envolvendo passageiros perturbadores a bordo nos últimos anos” e lamentaram que “o abuso de álcool seja um fator em muitos destes incidentes”.

Kaden Groves completa trilogia ao vencer etapa 20 do Tour

O ciclista australiano Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck) estreou-se este sábado a vencer na Volta a França, ao conquistar a 20.ª etapa vindo da fuga, numa jornada em que o camisola amarela Tadej Pogacar (UAE Emirates) manteve as diferenças na geral.

Na sua primeira participação no Tour, o duas vezes vencedor da classificação por pontos da Vuelta (2023 e 2024) completou a trilogia em grandes Voltas, ao destacar-se dos seus companheiros de fuga nos derradeiros 16 quilómetros dos 184,2 entre Nantua e Pontarlier, que cumpriu em 04:06.08 horas.

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Quando cruzou a meta, à frente dos neerlandeses Frank van den Broek (Picnic-PostNL), segundo a 54 segundos, e Pascal Eenkhoorn (Soudal Quick-Step), terceiro a 59, Groves chorou. Não deixou de ser uma vitória surpreendente, dado que o australiano é um sprinter.

O ciclista da Alpecin até acabou por sair beneficiado pelas desistências, primeiro de Jasper Philipsen, de quem era lançador, e depois de Mathieu van der Poel, a quem ficara a dar apoio. Com os abandonos de ambos, ficou mais liberto para lutar por objetivos individuais.

A penúltima etapa não trouxe alterações na geral, que o esloveno Tadej Pogacar lidera com 04.24 minutos de vantagem sobre o dinamarquês Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), com o alemão Florian Lipowitz (Red Bull-BORA-hansgrohe) a fechar o pódio.

No domingo, o campeão em título irá confirmar a sua quarta vitória na Volta a França na ligação de 132,3 quilómetros entre Mantes-la-Ville e Paris, com a derradeira etapa a ter uma inédita passagem na colina de Montmartre, uma contagem de quarta categoria que o pelotão subirá três vezes, a última das quais a seis quilómetros da meta.

Infraestruturas de Portugal avança com a requalificação da ER265 entre Serpa e Mértola

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IP prevê investir 1,7 milhões de euros na reabilitação da ER265 em Beja.

A Estrada Regional 265 (ER265), que estabelece a ligação entre os concelhos de Serpa e Mértola, no distrito de Beja, vai finalmente ser alvo de uma requalificação. A Infraestruturas de Portugal (IP) confirmou o lançamento do concurso público para a execução da obra, que contempla um troço de cerca de 37 quilómetros entre a localidade de Santa Maria, no concelho de Serpa, e a vila de Mértola. A intervenção representa um investimento estimado em 1,7 milhões de euros.

De acordo com o comunicado, a empreitada incide na reabilitação funcional do pavimento e na melhoria da sinalização horizontal, com o objetivo de reforçar as condições de segurança e conforto para os automobilistas que utilizam esta estrada diariamente. A empresa sublinha que esta intervenção insere-se na sua estratégia de “promoção da melhoria contínua dos níveis de fiabilidade, conforto, disponibilidade e segurança da Rede Rodoviária Nacional ao serviço do transporte e mobilidade das populações”.

A requalificação da ER265 era uma reivindicação antiga da população e dos autarcas da região, motivada pelo seu avançado estado de degradação. A confirmação do investimento foi recebida com entusiasmo por diversas figuras políticas locais. O deputado do PSD eleito por Beja, Gonçalo Valente, manifestou “grande satisfação” pela decisão, sublinhando que se trata de uma estrada cuja requalificação “há muito era exigida” pela população. Para o parlamentar, esta intervenção representa um sinal claro de que “Beja voltou ao mapa de Portugal”, resultado do esforço de “várias entidades e pessoas que acreditam e não desistem da nossa região”.

Também o presidente da Câmara Municipal de Mértola, Mário Tomé, reagiu com orgulho, classificando a obra como “mais uma importante conquista” para o concelho. Numa nota divulgada pelo PS de Mértola, o autarca destacou o “trabalho constante e estratégico do executivo”, que se manteve empenhado em utilizar “os meios certos e as ferramentas adequadas” para garantir melhorias infraestruturais no território.

China lança grupo de cooperação internacional em IA para impedir monopólio

O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou o lançamento de uma organização dedicada à cooperação internacional em inteligência artificial (IA), para garantir que não se torne um monopólio de apenas algumas nações ou empresas.

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“Os riscos e os desafios associados à inteligência artificial têm atraído uma ampla atenção”, disse Li, na abertura da Conferência Mundial sobre Inteligência Artificial, em Xangai. Os riscos, que vão desde perdas generalizadas de empregos a turbulências económicas, exigem “um consenso urgente” entre as nações para trabalharem em conjunto, acrescentou o número dois do Governo chinês.

É urgente encontrar um equilíbrio entre o desenvolvimento [da IA] e a segurança, o que requer um consenso mais alargado de toda a sociedade” e mais intercâmbios internacionais, defendeu Li. No discurso, o primeiro-ministro chinês não apontou a qualquer país em particular.

Os Estados Unidos impuseram restrições à exportação para a China de semicondutores avançados, utilizados para treinar modelos de IA. Em 16 de julho, o Ministério da Segurança do Estado chinês alertou para os riscos associados ao uso indevido da IA, advertindo que a tecnologia pode ameaçar a estabilidade social, a proteção de dados sensíveis e a segurança nacional.

Num comunicado divulgado na rede social WeChat, o ministério referiu que entidades estrangeiras podem usar conteúdos manipulados — combinando algoritmos de aprendizagem profunda com imagens, sons ou vídeos falsificados — para “instigar agitação” entre a população chinesa.

O comunicado destaca ainda que os sistemas generativos de IA são capazes de recolher, armazenar e até divulgar dados pessoais sensíveis, o que poderia ser aproveitado por serviços de inteligência estrangeiros para realizar “atividades de subversão, infiltração e sabotagem” na China.

Desde 2023, a China impõe regulamentos aos serviços de IA, obrigando as plataformas a respeitarem os “valores socialistas fundamentais” e proibindo a geração de conteúdos que atentem contra a segurança nacional, a unidade territorial e a estabilidade social.

Apesar do rápido crescimento do setor de IA no país, com ‘chatbots’ desenvolvidos por empresas como Alibaba, DeepSeek, Tencent ou Bytedance, subsistem dúvidas quanto à aplicação e eficácia destas tecnologias num ambiente fortemente controlado pela censura estatal.

O Ministério da Segurança do Estado utiliza com frequência a conta oficial no WeChat para divulgar casos de espionagem e apelar para a vigilância dos cidadãos, incentivando-os a desconfiar de ofertas de trabalho suspeitas, especialmente provenientes do estrangeiro, e a evitar partilhar informações confidenciais ‘online’.

Em 2023, o ministério apelou para a mobilização de toda a sociedade para “prevenir e combater o espionagem” e anunciou medidas destinadas a “reforçar a defesa nacional” contra “atividades de inteligência estrangeiras”.

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