“Vizinhanças”, cinema ao ar livre e desporto: o que fazer em Agosto no Porto

O programa que anima parques, jardins e largos da cidade já se tornou habitual em Agosto, e está de volta até ao último dia do mês. O “Vizinhanças” percorre todas as freguesias e uniões de freguesias da cidade, sempre aos domingos e entre as 10h00 e as 19h00.

Depois de ter passado pelo Jardim de São Lázaro, pelo Parque de São Roque e pelo Jardim do Cálem, o programa sazonal, organizado pela Câmara do Porto através da sua empresa municipal de cultura, Ágora, vai estar em Ramalde, no Jardim de Sarah Afonso, no dia 10 de Agosto. Além de jogos tradicionais, de oficinas de construção de uma “ecogaivota” pelo artista Luciano Britto Gomes e da iniciativa “rádio jardim nos jardins do Porto”, com música e convidados especiais, iniciativas que percorrem as várias freguesias, haverá em Ramalde uma actuação do grupo G Combo (18h00) e o artista brasileiro Kaio Apolinário dará um espectáculo de novo circo, numa parceria com o INAC (17h00).

A 17 de Agosto, o programa vai até ao Bonfim, à Alameda de Eça de Queirós, e haverá música pelo grupo Garajau (18h00) e uma apresentação do artista Felipe Algo (16h00), da Costa Rica, também numa parceria com o INAC.

Um grande piquenique filarmónico (15h30-17h30) com a participação da Banda Marcial da Foz do Douro e a Banda Musical da Póvoa de Varzim é a grande aposta da programação do dia 24 de Agosto, na União de Freguesias de Aldoar, Foz do Douro e Nevogilde. A Companhia Nacional de Espectáculos apresenta o espectáculo Clowns (18h00) e a artista da Costa Rica Mau Jara apresenta Memória (15h00). Desta vez, o espaço público escolhido é o Jardim do Passeio Alegre.

A fechar o programa sazonal, no Jardim de Arca d’Água, o artista Francisco Primeiro apresenta Gabriela (18h00), o Coreto – Associação para a Promoção de Artes e Culturas Tradicionais dá uma Oficina de Danças Tradicionais Gregas (17h00) e actuam o grupo Beatvoice (16 horas) e o brasileiro Fernando Nogueira (15h00).

“Cinema fora do sítio”

O calor grita por ar condicionado, mas as noites tendem a arrefecer um pouco e a tornar-se agradáveis. E ver cinema debaixo do céu é sempre um bom programa. Até 30 de Agosto, às sextas e sábados às 22h00, a Câmara do Porto e a Fundação INATEL apresentam cinema para toda a família.

A próxima sessão decorre a 8 de Agosto, nos Jardins do Palácio de Cristal, com o filme Missão Impossível: O Acerto Final. Seguem-se Um Panda em África, no Largo da Estação de Campanhã (9 de Agosto), F1 – O Filme, no Jardim de Sobreiras (15 de Agosto), Paddington na Amazónia, no Parque da Pasteleira (16 de Agosto), Until Dawn: Noite de Terror, no Quartel de Monte Pedral (22 de Agosto), Lilo & Stitch, no Parque do Covelo (23 de Agosto), Mundo Jurássico: Renascimento, no Largo do Amor de Perdição (29 de Agosto) e Os Mauzões 2, na Praça de D. João I (30 de Agosto).

O chamado Estádio da Praia, na Praia Internacional do Porto, recebe em Agosto as modalidades de futebol, ténis e street basket – com entrada gratuita. Entre os dias 6 e 8, realiza-se o Porto Beach Tennis (I), com três quadros de 16 duplas, prova que serve de qualificação das duplas nacionais para a prova ITF. De 8 a 10 de Agosto decorre o Porto Beach Tennis (II), do circuito internacional de ténis de praia. E no fim-de-semana de 23 e 24 de Agosto é a vez da Final Four do Campeonato Nacional Feminino de Futebol de Praia e da Final da Taça de Portugal.

Além das competições, há actividades e programas para os mais novos – como uma escolinha de bicicletas, construção de papagaios e cata-ventos e pintura de T-shirts e sacos – no exterior do Estádio de Praia.

NC 500. A rota escocesa de paisagens “deslumbrantes” que conquistou turistas e está a deixar a população desesperada

Praias de areia branca, falésias escarpadas, mantos de verde até perder de vista e aldeias de pescadores recônditas que prometem fascinar com o seu charme rústico para lá de lagos e do castelo de Durobin . Esta é apenas uma das formas de descrever a rota turística North Coast 500 (NC 500), de paisagens costeiras “deslumbrantes”. Porém, ao fim de 10 anos, e apesar de todas as vantagens que o fluxo turístico trouxe, há quem fale de desrespeito pela população, poluição e destruição de património.

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As opiniões dividem-se entre o sonho do fantástico percurso de 830 quilómetros e os que vêm a NC 500 como uma porta escancarada que traz as piores facetas do setor às comunidades rurais das Terras Altas. Contudo, é impossível negar que a rota cumpriu o seu objetivo original: um estudo da Glasgow Caledonian University, publicado em 2020, aponta uma receita de 22,8 milhões de libras (equivalente a cerca de 26,3 milhões de euros) para a economia local só no ano de 2018.

Não obstante, as queixas continuam a amontoar-se. Em entrevista ao The New York Times, Robin Pettigrew, residente da aldeia de Lochcarron, recorda que a situação “começou a ficar descontrolada em 2020”. O também administrador da página de Facebook “NC 500 the Dirty Truth” concorda que “o turismo responsável e sustentável é bom para a economia das Terras Altas”, mas lamenta que “alguns grandes negócios promovam demasiado a NC 500 e não se responsabilizem pelos seus danos colaterais”.

“Vi uns idiotas a cortar espinheiros antigos para fazer fogueiras”, declara Pettigrew, que disse ainda ter visto condutores de autocaravanas a despejar resíduos em sistemas de drenagem de águas pluviais e motociclistas a defecar no seu quintal. A estas queixas acrescem outros casos sérios, como o bloqueio de veículos de emergência médica ao longo do trajeto por causa do aumento do trânsito, como se lê no The Press and Journal.

Cameron Michaels, Facebook, grupo NC500 the Dirty Truth

O The Scotsman enumera as várias críticas dos habitantes, sobretudo no que diz respeito ao autocaravanismo, e avança que as comunidades ao longo do trajeto circular —a North Coast 500, que com  830 quilómetros, foi desenhada em 2015, começa e acaba na cidade de Inverness e dá à volta à costa do norte do país — não foram consultadas quanto à sua criação.

Margaret Meek, Facebook, grupo NC500 the Dirty Truth

Por sua vez, a agência nacional de turismo, VisitScotland, admite que “a atenção global para a rota criou alguns desafios”. Citada pela CNN, a empresa diz que está a tentar alcançar um “equilíbrio entre os benefícios que o turismo traz e garantir que as comunidades se sentem confortáveis e capazes de receber visitantes”. Desde 2018, a VisitScotland alocou 20 milhões de libras (equivalente a cerca de 23 milhões de euros) ao desenvolvimento de infraestrutura de turismo rural. Nesta iniciativa estão incluídos vários projetos na NC 500 — a que alguns já chamam a Route 66,  numa alusão à icónica estrada dos Estados Unidos da América —, como parques de estacionamento, casas de banho públicas e parques de autocaravanismo.

Texto editado por Dulce Neto

O minuto 20 de Anfield nunca vai voltar a ser o mesmo: Liverpool lembra Diogo Jota no primeiro jogo em casa

Era o primeiro em Anfield, mas era apenas o primeiro de todos os outros. Esta segunda-feira, o Liverpool defrontava o Athl. Bilbao numa sessão dupla com um jogo à tarde e outro à noite e homenageava Diogo Jota no próprio estádio pela primeira vez e cerca de um mês depois da trágica morte do internacional português e do irmão.

Ainda antes do apito inicial, Arne Slot não escondeu que o primeiro jogo em casa seria um momento naturalmente emocional e emotivo. “Vai ser ótimo voltar a Anfield pela primeira vez desde que levantámos o troféu da Premier League em maio e estamos todos ansiosos. Claro que também sabemos que será uma ocasião emotiva, já que é a primeira vez que jogamos em casa desde que perdemos o Diogo. Sei que todos vão querer homenageá-lo antes, durante e depois dos jogos e sabemos que vamos ouvir o cântico dele durante toda a noite”, começou por dizer o treinador neerlandês.

“Tem sido um período muito difícil para todos aqueles que estão ligados ao clube, mas especialmente para a família do Diogo, a sua mulher, os seus filhos e amigos. Não podemos imaginar a dor que estão a atravessar e o clube vai continuar a dar-lhes todo o apoio possível daqui para a frente. Vamos levá-lo sempre connosco nos nossos corações e nos nossos pensamentos a todos os sítios onde formos”, acrescentou Arne Slot.

Ora, de forma expectável, Diogo Jota começou a ser homenageado ainda no exterior de Anfield, com um enorme mural com o rosto do internacional português e o respetivo número 20 a ser inaugurado ainda durante a manhã nas imediações do estádio. Lá dentro, nas bancadas, repetiam-se e acumulavam-se os cachecóis e as bandeiras com o nome de Jota durante o épico “You’ll Never Walk Alone”, sendo que responsáveis do Liverpool e do Athl. Bilbao colocaram duas coroas de flores no relvado ainda antes do apito inicial.

Tal como já tinha acontecido no jogo contra o Preston North End em Deepdale, os adeptos assinalaram o minuto 20 com uma enorme ovação a Diogo Jota acompanhada pelo já reconhecido cântico dedicado ao avançado. No relvado, os jogadores das duas equipas aproveitaram uma interrupção provocada por um lançamento de linha lateral e também aplaudiram, com os elementos dos bancos de suplentes e das equipas técnicas de Liverpool e Athl. Bilbao a seguirem rapidamente o exemplo.

No que diz respeito ao jogo propriamente dito e no primeiro confronto do dia, o Liverpool goleou o Athl. Bilbao de Ernesto Valverde com golos de Rio Ngumoha, Darwin, Ben Doak e Harvey Elliott, sendo que Gorka Guruzeta reduziu para os bascos (4-1). Depois da dupla sessão desta segunda-feira, os reds vão disputar a Community Shield contra o Crystal Palace no próximo domingo, em Wembley, arrancando depois a Premier League também em Anfield e perante o Bournemouth.

Meghan faz 44 anos longe do Instagram. Realeza britânica em silêncio sobre o aniversário da duquesa

Meghan faz 44 anos esta segunda-feira e a primeira (e até agora única) menção ao aniversário da duquesa de Sussex foi partilhada nas redes sociais da As Ever, a sua marca de lifestyle. Numa publicação pelas 9h em Los Angeles (17h em Lisboa), a empresa disse estar “a celebrar a mulher por trás disto tudo” e dedicou uma mensagem especial à mãe de Archie e Lilibet. “Ela coloca o seu coração, visão e toque mágico em cada detalhe, e hoje, brindamos a ela! Feliz aniversário para a nossa fundadora”.

Já por parte da realeza britânica, não houve nenhuma referência ao aniversário de Meghan, como já era esperado. A última vez que a família real assinalou a data foi em 2022, e atualmente segue a política de celebrar apenas os membros seniores, diz o Daily Mail. Contudo, em 2024 tanto o perfil dos reis Carlos e Camilla como o dos príncipes de Gales partilharam uma fotografia de Harry a assinalar os seus 40 anos.

O dia de anos de Meghan coincide com o de uma pessoa importante dentro da realeza: a rainha Mãe, que morreu em 2002 aos 101 anos. No seu livro de memórias, Harry recorda o facto: “Uma noite, durante cocktails antes do jantar, estava a tocar Fred Astaire ao fundo e lembrei-me que Meg partilha a data de aniversário com a pessoa preferida do meu pai: Gan-Gan (a bisavó, mãe de Isabel II)”.

[Horas depois do crime, a polícia vai encontrar o assassino de Issam Sartawi, o dirigente palestiniano morto no átrio de um hotel de Albufeira. Mas, também vai descobrir que ele não é quem diz ser. “1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto uma embaixada em Lisboa e esta execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o segundo episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music. E ouça o primeiro aqui]

Enquanto isso, Meghan permanece em silêncio nas redes sociais há exatamente um mês. A última vez que a duquesa publicou algo no Instagram foi a 4 de julho — os cupcakes feitos pelos dois filhos para celebrar o Dia da Independência nos EUA. É o período mais longo que a mulher de Harry esteve ausente das redes sociais desde que regressou ao Instagram, em janeiro. Curiosamente, Meghan parece ter decidido dar uma pausa nas publicações depois de no mês de junho mostrar bastante da sua vida privada: a duquesa publicou fotografias nunca antes vistas com Harry e os filhos e revelou um vídeo em que aparece a dançar com o marido na maternidade, horas antes do parto de Lilibet.

A ausência de Meghan das redes sociais coincide com um momento em que regressam as alegações de bullying por parte de antigos funcionários da realeza, que a apelidaram de “duquesa difícil”. O correspondente de realeza do Times entre 2008 e 2023, Valentine Low, que escreveu um livro em 2022 sobre o tema, voltou a abordar as acusações recentemente no podcast Unfiltered, de Kinsley Schofield. “Viam a capacidade de vingança dela como infinita”, diz o autor, justificando o motivo para os funcionários não denunciarem antes os abusos sofridos, que o jornalista afirma terem deixado muitas pessoas em “estado psicológico delicado”. Representantes de Meghan responderam ao Page Six a dizer que Low “continua a reciclar desesperadamente alegações falsas, ofensivas e amplamente desacreditadas numa aposta para tentar vender livros e ressuscitar a sua relevância”.

Entretanto, a As Ever prepara-se para lançar a segunda safra do vinho rosé, depois do sucesso da primeira edição em julho. Num vídeo publicado no passado domingo, uma mulher que parece ser Meghan — mas que não mostra o rosto nas imagens — surge a carregar uma cesta com garrafas da bebida. À margem das novidades na As Ever, Meghan parece ter usado os últimos dias para estar em família. Os duques de Sussex foram vistos durante o fim de semana numa praia próxima de casa, em Montecito, a assistir a uma aula de surf de Archie, de seis anos. De acordo com a Hello, o casal estava com um grupo de pais e mostrava-se “orgulhoso” do filho.

Fim da guerra psicológica Coreia do Sul esforça-se para melhorar relações com Coreia do Norte

Novo presidente sul-coreano quer pôr fim à longa guerra psicológica com o vizinho. Transmissões de poluição sonora na fronteira já incluíram K-pop e sons perturbadores. A Coreia do Sul começou a remover os altifalantes da sua fronteira usados para transmitir mensagens contra a Coreia do Norte na zona desmilitarizada entre os dois países. Este é o mais recente gesto do presidente Lee Jae-myung, eleito este ano, para melhorar as relações com o vizinho. “É uma medida prática para ajudar a aliviar as tensões com a Coreia do Norte, desde que tais ações não comprometam o estado de prontidão das Forças

No segundo aniversário de Baldur’s Gate 3, Swen Vincke pede paciência aos fãs

Numa altura em que Baldur’s Gate 3 celebra o seu segundo aniversário, Swen Vincke, o chefe do Larian Studios, falou sobre o próximo projeto do estúdio, mas não revelou detalhes concretos, pedindo apenas paciência aos fãs, para que o estúdio tenha tempo para “fazer com que tudo funcione.”

Baldur’s Gate 3 foi lançado em agosto de 2023 e rapidamente se tornou num fenómeno transcendente, deixando uma marca inesquecível na indústria e conquistando uma legião de fãs, que ainda hoje fazem dele um dos títulos mais jogados da Steam.

Em setembro de 2024, Vincke assegurou à IGN que o sucesso de Baldur’s Gate 3 deixou o Larian numa excelente posição, que permitiu ao estúdio escolher o seu próximo projeto com maior segurança e liberdade. Este factor também permitiu ao Larian deixar Baldur’s Gate 3 para trás para embarcar numa nova direção, em vez de lançar DLC ou expansões. Para Vincke, o importante é seguir a visão da equipa.

“É uma loucura pensar que só passaram dois anos”, disse Vincke. “Tem sido uma verdadeira mudança de vida. Talvez valha a pena escrever sobre isso um dia. Mas posso revelar a maior lição. O BG3 foi o que nos permitiu fazer a nossa próxima loucura. Ninguém sabe como vai ser, mas posso assegurar-vos que estamos a trabalhar arduamente para garantir que se vão divertir muito. A sério, muita mesmo. De uma forma surpreendente. E mal posso esperar para vos mostrar. Mas vais ter de ser paciente / vamos precisar de algum tempo para fazer tudo funcionar. Mas vai valer a pena”.

Em abril, o Larian colocou um ponto final no desenvolvimento de Baldur’s Gate 3 com o lançamento do Patch 8, que introduziu 12 novas subclasses e um modo de fotografia. Isto, aliado aos mods, deu uma nova vida ao jogo, cuja popularidade permanece alta.

Aliás, segundo estatísticas publicadas pelo estúdio, já foram publicados 8.500 mods, que resultaram em 265 milhões de de downloads até agora.

Em suma, Vincke reconhece que o Larian tem “uma grande responsabilidade”, mas que o sucesso de Baldur’s Gate 3 dá espaço à equipa “para se concentrar em tornar a próxima grande coisa tão boa quanto possível.””

Ainda que o Larian não esteja envolvido com Baldur’s Gate, a Hasbro, detentora da propriedade D&D, já deu a entender que tem planos para a franquia. Numa conversa com a IGN, o vice-presidente sénior de jogos digitais da Hasbro, Dan Ayoub, disse que, com a mudança da Larian, a Hasbro tem “muita gente interessada em Baldur’s Gate”.

“Estamos a trabalhar nos nossos planos para o futuro e no que vamos fazer com isso”, disse Ayoub. “E, na verdade, em pouco tempo, vamos ter algumas coisas para falar sobre isso.”

Ayoun não avançou detalhes concretos, mas mencionou que a empresa está interessada numa potencial sequela de Baldur’s Gate 3.

“É uma posição pouco invejável”, disse. “Quero dizer, não estamos com pressa. Certo? A questão é essa, vamos adotar uma abordagem muito ponderada… Temos muitos planos, muitas maneiras diferentes de o fazer. Estamos a começar a pensar, ok, sim, estamos prontos para começar a mergulhar um pouco e falar sobre algumas coisas. E penso que, em pouco tempo, como disse, mais uma vez, para não exagerar, vamos ter outras coisas para falar sobre isso”.


Pedro Pestana é viciado em gaming, café e voleibol, sensivelmente nesta ordem. Podem encontrar alguns dos seus devaneios no Threads ou Bluesky.

Netanyahu terá decidido ocupar totalmente a Faixa de Gaza

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, terá decidido expandir a ofensiva militar e a ocupar toda a Faixa de Gaza, após mais um revés nas negociações para um cessar fogo com o Hamas.

A possibilidade foi avançada esta segunda-feira pela estação de televisão Canal 12, que cita fontes da administração israelita.

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De acordo com o Canal 12 de Israel, funcionários do gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, informaram que “a decisão foi tomada: Israel ocupará a Faixa de Gaza”.

Neste momento, o Exército de Israel informa que as forças do país já controlam 75% do território.

“O Hamas não libertará mais reféns sem a rendição completa; se não agirmos agora, os reféns morrerão de fome, e Gaza permanecerá sob controlo do Hamas”, disseram as fontes citadas pelo Canal 12.

"Já estive em guerras, mas nunca num genocídio”: O que vê um português em Gaza?

Após a divulgação pelo Hamas dos vídeos de dois reféns israelitas famintos, Netanyahu afirmou que o Hamas não tem interesse real num acordo.

“Estou ainda mais determinado a libertar nossos filhos sequestrados, a eliminar o Hamas e garantir que Gaza não representa mais uma ameaça ao Estado de Israel”, disse o primeiro-ministro israelita, numa mensagem de vídeo.

De acordo com a comunicação social israelita, uma fonte política disse que Israel está em negociações com os Estados Unidos e que há o entendimento de ambos os governos que o Hamas não está interessado num acordo.

Segundo a mesma fonte, a decisão militar deverá ser combinada com a introdução de ajuda humanitária em áreas fora das zonas de combate e fora do controlo do Hamas.

O Fórum dos Familiares dos Reféns israelitas já havia demonstrado preocupação com a possibilidade de expansão das operações militares.

“Estamos profundamente preocupados com os relatos de uma expansão dos combates em Gaza que coloca a vida dos reféns em perigo ainda maior. Estamos nos aproximando de um ano desde que seis reféns foram tragicamente mortos enquanto havia relatos de forças das IDF nas proximidades. Devemos fazer todo o possível para garantir um acordo abrangente que traga todos os reféns de volta para casa e ponha fim a esta guerra”, disse o fórum, em comunicado.

A guerra em Gaza começou quando o Hamas matou 1.200 pessoas e fez 251 reféns durante um ataque ao sul de Israel, a 7 de outubro de 2023, segundo dados israelitas. Desde então, a ofensiva de Israel já matou mais de 60 mil palestinianos, segundo as autoridades de saúde de Gaza lideradas pelo Hamas.

De acordo com autoridades israelitas, 50 reféns permanecem em Gaza, dos quais acredita-se que apenas 20 estejam vivos.

[notícia atualizada às 19h17]

Seguros de saúde sobem 3,6% abrangendo quatro milhões de pessoas

Não é novidade que o mercado dos seguros de saúde tem crescido em Portugal, mas os dados relativos a 2024 mostram um aumento muito significativo: os prémios brutos emitidos no ramo Doença (que integra, do ponto de vista formal, os seguros de saúde) atingiram 1,7 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 18,9%, revelou esta segunda-feira a ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.

Os dados recolhidos pelo Observatório dos Seguros de Saúde, uma plataforma da ASF, mostram que os prémios se repartem de forma relativamente próxima entre as apólices individuais (830 milhões), onde o crescimento foi de 6%, e as de grupo (870 milhões), com um aumento de 1,4%.

O número de pessoas com seguros em Portugal aumentou 3,6%, totalizando quatro milhões de beneficiários em 2024, revela a entidade em comunicado. Um crescimento a que não é alheio os constrangimentos sentidos pelos cidadãos no acesso a cuidados no Serviço Nacional de Saúde.

“Este aumento expressivo, o maior dos últimos anos, confirma a crescente relevância dos seguros de saúde no sistema de financiamento da saúde e na carteira dos ramos Não Vida, preenchendo assim a sua função social, uma vez que a oferta do sector segurador deve vir ao encontro das necessidades da população em cada momento”, afirma Eduardo Pereira, director do departamento de Supervisão Comportamental da ASF, no documento divulgado.

Reforçando o papel do sector segurador no financiamento da saúde, a ASF destaca que “estima-se que 5,3% da despesa total em saúde em Portugal tenha sido suportada pelos seguradores, um aumento de 0,4 pontos percentuais face a 2023”.

Nos últimos cinco anos, a quota de mercado do ramo Doença aumentou 4,6 pontos percentuais, para 22,7% em 2024.

O supervisor do mercado segurador destaca ainda que este segmento de mercado “apresenta sinais de maior diversificação, com uma diminuição da concentração nos principais seguradores”, tendo em conta que, no ano passado, os três maiores seguradores no ramo representavam 68,5% do total de prémios brutos emitidos, contra 73,1% em 2020.

O prémio médio (valor pago pelo seguro) por pessoa segura subiu 14,8%, situando-se em 417,84 euros, repartindo-se por 423,61 euros (+10,3%) nas apólices individuais e 412,45 euros (+19,3%) nas de grupo.

O supervisor que brevemente passará a ser liderado por Gabriel Bernardino destaca ainda como positiva a diminuição das reclamações que lhe chegaram – 131, o que representa uma redução de 8,4% – e das analisadas pelas seguradoras, que caíram 17,4%, para 3980 face a 2023. “Esta evolução poderá estar associada à adopção de melhores práticas de mercado e ao reforço da intervenção da ASF ao nível da regulação e da supervisão, numa perspectiva preventiva”, refere.

Jovens com deficiência visual exploram tecnologias na Universidade de Aveiro

A Universidade de Aveiro acolhe na terça-feira o “International Camp on Communication and Computers” (ICC), em que jovens com deficiência visual vão explorar tecnologias e desenvolver competências.

Realizado pela primeira vez em Portugal, o Campo Internacional de Comunicação decorre até ao dia 14, no Campus da Universidade de Aveiro, com 80 participantes, oriundos de 12 países da Europa e do Japão.

Organizado pelo Lions Clube Santa Joana Princesa, o campo internacional conta com o apoio de 25 técnicos especialistas e coordenadores, e de dezenas de voluntários.

“O ICC consciencializa jovens com deficiência visual sobre a tecnologia e suas vantagens, as habilidades necessárias em informática, os esforços necessários para aprimorar as suas habilidades técnicas e o nível de flexibilidade e mobilidade, bem como as suas habilidades sociais”, explica a organização em nota sobre o encontro.

O campo de comunicação apoia também os participantes na tomada de decisões sobre o seu futuro educacional e profissional, procurando motivá-los “para uma preparação precoce e aprofundada antes de iniciar a carreira no ensino superior ou no mercado de trabalho”.

“O ICC foi criado para a educação inclusiva e para a aprendizagem ao longo da vida, e um conhecimento profundo na utilização da tecnologia moderna é o pré-requisito fundamental para a inclusão igualitária nos processos educacionais”, salienta a nota.

Destinado a jovens cegos e com deficiência visual, o ICC começou há 30 anos com centros de apoio na Universidade de Linz, na Áustria, e na Universidade de Karlsruhe (TH), na Alemanha.

Ensinar a lidar com situações da vida real com Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) e desenvolver as habilidades necessárias são propósitos dos vários workshops ministrados por especialistas.

Os conteúdos “são parcialmente baseados em resultados avaliados com base nas necessidades de ex-participantes e, outra parte, na “vanguarda” da pesquisa e da prática”, explica a nota de imprensa.

Toda vida humana importa

Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

Acesso gratuito: descarregue a aplicação PÚBLICO Brasil em Android ou iOS.

Na semana em que vídeos de reféns israelenses chocaram o mundo — mostrando corpos emaciados, vozes enfraquecidas e uma humanidade reduzida à beira da morte —, vários países anunciaram que reconhecerão formalmente o Estado da Palestina em setembro. A sobreposição dessas notícias revela um paradoxo doloroso e, ao mesmo tempo, expõe uma escolha ética inevitável: a de não mais aceitar a desumanização como arma de guerra.

O vídeo de Evyatar David, capturado pelo Hamas no ataque de 7 de outubro, é de uma crueldade insuportável. Forçado a cavar o que diz ser sua própria cova, ele aparece visivelmente faminto, desorientado, fragilizado. Ninguém deveria viver assim. Sua família descreveu com precisão: “um esqueleto vivo enterrado com vida”. É impossível assistir a esse vídeo sem sentir o peso da barbárie e sem perder, pelo menos um pouco, a nossa fé na humanidade. A imagem de David sintetiza o horror absoluto da guerra, onde corpos são reduzidos a instrumentos políticos e onde a dor humana vira espetáculo.

Essa mesma desumanidade está presente em outras formas e lugares. Gaza vive uma catástrofe humanitária sem precedentes, com grande parte da população em situação de fome extrema. O sofrimento civil, em todas as suas manifestações, exige resposta imediata. Não se trata de pesar dores em uma balança, mas de reconhecer que toda vida violada em um conflito precisa ser protegida. A dignidade humana não é seletiva e deve ser defendida com o mesmo fervor em qualquer circunstância.

Há evidências crescentes de que o Hamas tem desviado parte da ajuda humanitária destinada à população de Gaza, agravando a situação em benefício próprio. É correto afirmar que o Hamas, ao explorar a fome como ferramenta de controle, contribui para a tragédia humanitária. No entanto, isso não exonera Israel, cujo primeiro ministro, Benjamin Netanyahu, é acusado de cometer crimes contra a humanidade em Gaza. O bloqueio contínuo, os ataques sistemáticos à infraestrutura civil e as severas restrições à entrada de alimentos e insumos médicos são também causas centrais da crise. A realidade envolve culpas compartilhadas — e o povo palestino, especialmente crianças, continua sendo a principal vítima.

A desumanização da vida humana é a base de todo esse horror. E é justamente por isso que não podemos nos permitir cair na armadilha da indignação seletiva. A empatia não pode ser fragmentada por fronteiras, religiões ou narrativas de guerra. Ela precisa ser inteira, ou deixará de ser empatia. Não é porque condenamos as ações brutais do governo Netanyahu que devemos nos calar diante do sofrimento dos reféns sequestrados pelo Hamas. Podemos e devemos condenar os dois.

Enquanto isso, os líderes parecem dispostos a prolongar o sofrimento em nome de cálculos políticos. Expandir e prolongar a guerra, como Netanyahu parece determinado a fazer, pressionado por sua coalizão extremista, é colocar todos em risco: os reféns, que já estão em iminente perigo de morte e a população palestina, cuja sobrevivência se torna cada vez mais improvável.

Não se trata de escolher um lado. Trata-se de escolher a humanidade e agir com bom senso. Como disse o presidente francês Emmanuel Macron, os vídeos demonstram uma “crueldade abjeta” e uma “desumanidade sem limites”. Mas essa definição não pode valer apenas para os atos de um grupo terrorista. Ela deve se aplicar a qualquer governo, exército ou milícia que transforme civis em moeda de troca e a fome em arma de guerra.

Tal percepção tem crescido também dentro de Israel. As manifestações lideradas por familiares de reféns revelam um clamor urgente e cada vez mais impaciente. “Por que eles ainda estão em Gaza?” ouve-se nas ruas. Um dos cartazes dizia, em inglês, “Never again is now”. E estão certos: o “nunca mais” precisa ser agora — e precisa ser universal. Não podemos usar essa promessa como ferramenta de negação do sofrimento do outro. Afinal, um “nunca mais” que só vale para alguns está condenado a fracassar, pois mantém intacta a lógica que o tornou necessário.

Coragem moral

É preciso coragem moral para recusar a linguagem da vingança e abraçar a urgência da vida. Os reféns precisam ser libertados agora. As crianças famintas de Gaza precisam comer agora. A guerra precisa parar agora. O único caminho possível é o do cessar-fogo, da abertura de corredores humanitários, da troca de reféns por prisioneiros e da reconstrução de um horizonte político baseado em dignidade — não em dominação.

Talvez a única figura com algum poder de influência sobre Netanyahu seja Donald Trump, o que, por si só, já revela o estado de paralisia e desespero da diplomacia internacional. A visita do enviado americano Steve Witkoff e os anúncios feitos por países europeus sobre o reconhecimento do Estado palestino são gestos importantes, mas ainda muito tímidos frente à urgência de impedir mais mortes.

Se não agirmos agora, não apenas a vida de reféns como Evyatar David estará em risco, mas também a nossa capacidade coletiva de reconhecer o outro como ser humano. E essa, sim, seria a derrota mais irreparável de todas.

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