Portugal votou há 50 anos como nunca antes — e como nunca depois

Portugal votou em massa há 50 anos para a Assembleia Constituinte nas primeiras eleições livres, que registaram uma afluência histórica às urnas nunca depois repetida, de 92%, e deram a vitória ao PS. As eleições realizaram-se no dia 25 de abril de 1975 e votaram 91,7 por cento dos 6.176.559 milhões de eleitores recenseados. Antes do meio-dia, milhares de pessoas já tinham votado ou estavam nas filas de espera nas assembleias de voto, “de cravo ao peito”, como descrevia no dia seguinte o jornal “O Século”. Durante a campanha eleitoral, de 2 a 23 de Abril de 1975, os 14

PR de Moçambique promete averiguar queixas face à poluição pela exploradora de carvão no centro

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, prometeu mandar uma equipa multissetorial para averiguar queixas da população sobre alegada poluição ambiental causada pela mineradora indiana Vulcan que explora carvão em Moatize, centro do país.

“Vamos mandar uma equipa do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, concretamente o secretário do Estado de Minas e também o de Terra e Ambiente que vão estar no terreno e uma equipa multissetorial para poder apurar no terreno o que se está a passar e em função disso podermos tomar melhores decisões para esta preocupação”, disse o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, ao fazer balaço da visita que efetuou à província de Tete.

Em causa estão reclamações de residentes de Moatize, na província moçambicana de Tete, no centro do país, onde a Vulcan explora carvão, antes apresentadas através de uma carta, e agora também apontadas ao Presidente do país, em que as comunidades locais queixam-se das consequências do aumento da poluição devido às operações da empresa.

O Governo moçambicano admitiu em setembro do ano passado que a mineradora Vulcan, empresa indiana que explora carvão em Moçambique, ultrapassou os “limites de poluição” em Moatize e não observou os padrões de qualidade ambiental.

“Verificou-se que a Vulcan (…) excedeu aquilo que são os limites de poluição, tendo realizado vários desmontes, que são atividades de detonações a nível da mina, sem observar aquilo que são os padrões de qualidade ambiental”, disse a então ministra da Terra e Ambiente moçambicana.

A governante tinha também avançado com a criação de uma equipa para avaliar o cumprimento do plano de gestão ambiental pela Vulcan, após queixas de poeiras causadas pela mineradora no início do mês de agosto passado.

No mesmo mês, o presidente da Vulcan manifestou à Lusa o “compromisso” da companhia com a “conformidade ambiental”, dias após queixas das comunidades face ao aumento da poluição.

“Temos uma política de dano zero. E quando dizemos dano zero, estamos a falar de dano zero ao meio ambiente (…). Todas as nossas instalações foram equipadas com equipamentos e tecnologias modernas disponíveis. Por vezes, algum sistema falha e, para isso, temos de tomar precauções. Se há algum erro, posso afirmar, que estamos totalmente comprometidos em garantir que nenhuma pessoa da nossa comunidade sofra”, declarou Mukesh Kumar à Lusa.

A Vulcan explora em Moatize uma área de 250 quilómetros quadrados e a comunidade mais próxima das minas está localizada a, pelo menos, 350 metros, avançou o Presidente da companhia.

A empresa privada indiana faz parte do Jindal Group, com um valor de mercado de 18 mil milhões de dólares (16,5 mil milhões de euros), e antes já estava presente em Moçambique, operando a mina Chirodzi, localizada também na região de Tete.

Só nos últimos três anos, a Vulcan produziu anualmente mais de 35 milhões toneladas de carvão nas suas minas em Moatize, uma operação comprada, em abril de 2022, à brasileira Vale por mais de 270 milhões de dólares (257 milhões de euros).

A Vale esteve presente em Moçambique por 15 anos, tendo explorado a mina de Moatize e 912 quilómetros de ferrovia no Corredor Logístico de Nacala para o transporte de carvão, infraestrutura também vendida à Vulcan.

Dragões assinalam 25 de Abril: «Em democracia, ninguém se aproximou do FC Porto…»

Azuis e brancos dizem ter ultrapassado “largamente os rivais de Lisboa”

O FC Porto assinala esta sexta-feira o 25 de Abril na sua newsletter diária, sublinhando o seu… palmarés.

“O 25 de Abril de 1974 não foi só o dia em que voltou a haver liberdade em Portugal, mas também o dia em se deu o mote para a revolução no futebol português. Em democracia, ninguém se aproximou do FC Porto, que ultrapassou largamente os rivais de Lisboa – 74 troféus contra 45 do Benfica e 27 do Sporting – e passou a deter o maior (86) e melhor palmarés entre os clubes portugueses, com sete títulos internacionais: uma Taça dos Campeões Europeus, uma Liga dos Campeões, uma Taça UEFA, uma Liga Europa, duas Taças Intercontinentais e uma Supertaça Europeia”, pode ler-se no ‘Dragões Diário’.

Por Record

Parlamento celebra 25 de Abril com o Governo “à janela”

Parlamento dissolvido celebrou revolução com a esquerda a cantar “Grândola, Vila Morena, já depois de encerrada a sessão solene evocativa dos 50 anos do 25 de Abril. O líder do PS acusou o Governo de “ficar à janela” a ver a celebração do 25 de Abril enquanto o “povo sai à rua”, apontando um paradoxo entre maior exigência depois de o Governo ter aprovado, na quinta-feira, o decreto que declarou três dias de luto nacional pela morte do Papa Francisco, a cumprir até sábado. De cravo na lapela, Pedro Nuno Santos assumiu a responsabilidade de discursar pelo PS na sessão

Pedro Nuno Santos: “Povo sai à rua e Governo fica à janela”

Pedro Nuno Santos criticou, esta sexta-feira, o Governo por ter adiado festejos do 25 de Abril, acusando-o de se descasar do “sentimento popular”.

No entender do secretário-geral do PS, o adiamento da agenda festiva “é o reflexo de um governo desligado do sentimento popular”.

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“Incapaz de perceber que os portugueses, mesmo 51 anos depois de Abril, se ofendem com quem desvaloriza a data que lhes trouxe a Democracia, a liberdade, a educação para todos, o Sistema Nacional de Saúde, o direito a escolher quem os governa”, afirma o líder da oposição, no discurso durante a sessão solene no Parlamento, esta sexta-feira.

“Hoje, o povo sai à rua, enquanto o Governo fica à janela”, atira.

Recados para Montenegro e AD

Pedro Nuno considera que a Democracia portuguesa vive “um paradoxo entre maior exigência de transparência e um sentimento de desilusão”.

Por um lado, “a Democracia é hoje mais exigente do que alguma vez foi” e impõe “maior transparência e maior escrutínio do que nunca” aos seus políticos. Um recado a Luís Montenegro, pela controvérsia com a Spinumviva, que levou à queda do Governo: “Este imperativo democrático é incompatível com comportamentos de opacidade e ocultação. Convive mal com condutas de dissimulação e vitimização e torna insuportável a constante chantagem e infantilização dos portugueses.”

Por outro lado, o líder do Partido Socialista também admite que “é inegável que muitos portugueses estão desiludidos com os salários, com o custo de vita e com a falta de oportunidade para os seus filhos”.

“Gente que trabalha muito mas que sente que não é reconhecida ou valorizada. Gente que se desiludiu com políticos e a Democracia. Esta desilusão gera descrença num projeto democrático coletivo e contribui para o crescimento de um individualismo exacerbado. Hoje, responder às promessas e aos desafios que Abril nos deixou é também saber como lidar com este sentimento de desilusão”, reconhece.

Direitas “que se tocam e alimentam”

Por isso, Pedro Nuno desconfia das propostas das “diferentes direitas”, “que se tocam e se alimentam entre si”. Porque, explica, “ambas acabam por privilegiar uma minoria dos portugueses, a que menos precisa”, e “enquanto uns geram excluídos com as suas políticas, os outros vivem do ressentimento dos que ficaram excluídos do progresso”.

De um lado, uma extrema-direita que, acusa o cabeça de lista do PS, “não faz outra coisa que não seja explorar e ampliar a desesperança e a legítima indignação de muitos portugueses”. E que, “sem soluções sérias e credíveis para o país, dedica-se a parasitar as desilusões do povo”.

“Para lá do ódio, só resta o deserto das ideias”, denuncia.

Do outro lado, a direita no Executivo “usa a classe média e as suas legítimas aspirações para, no fim, acabar governar para uma minoria”.

“Reduzir impostos aos que mais ganham, reduzir o contributo fiscal das empresas para o bem comum, financiar o negócio privado da Saúde com recursos públicos e entregar parte do sistema público de pensões aos humores do mercado. Isto é proteger quem mais tem e menos precisa de ser protegido e, assim, reduzir a capacidade do Estado para responder às necessidades de todos”, critica o chefe da bancada socialista.

Pedro Nuno Santos assinala, por isso, que as respostas das duas direitas, a do Chega e a da AD, “retiram força ao projeto democrático coletivo, que é a maior promessa de Abril: a construção de um país para todos”.

“Celebrar Abril é celebrar Francisco”

A terminar, o secretário-geral do PS e líder da oposição, cita o Papa Francisco, que morreu na segunda-feira — o que levou ao adiamento das festividades para 1 de maio —, para descrever o que é “celebrar Abril”:

“É combater de frente a pobreza e a desigualdade, não esconder os povos. É celebrar quem trabalha, não condená-los à penúria. Valorizar a sabedoria dos mais velhos, não infantilizá-los. Aceitar a diferença, não estigmatizá-la. Acolher bem quem vem de longe trabalhar connosco, não odiá-los. Ensinar aos nossos filhos rapazes a respeitar as colegas como iguais. Combater a violência doméstica, não ignorá-la ou relativizá-la.”

“Celebrar Abril é celebrar o Papa Francisco, a sua memória, a sua vida e a sua mensagem”, conclui Pedro Nuno Santos, na sua intervenção.

“Adolescência”, a série que mostra que “o bullying vem connosco para o quarto”. Oiça a estreia do podcast “No Último Episódio”

Eddie Miller (Stephen Graham) é o pai de Jamie (Owen Cooper), um rapaz de 13 anos acusado de ter assassinado uma colega de escola à facada. As suas interpretações em “Adolescência” têm sido louvadas

Será que o impacto que está a ter se deve ao retrato da realidade escondida das redes sociais que afecta os mais novos? Muitas perguntas, factos e curiosidades numa conversa que não deixa de olhar para a crítica mas também para a técnica por detrás desta produção britânica.

Tiago Pereira Santos com José Fernandes

Quantas vezes já quis saber mais sobre “aquele” último episódio? Encontrar respostas que criam mais perguntas e só o deixam a pensar quando é que estreia o próximo capítulo?

Em “No Último Episódio”, Filipa Amaro e José Paiva não trazem garantia nenhuma de tranquilizar os fãs de séries. Vêm para se juntar à festa.

Trazem histórias de bastidores, críticas do público vs críticas dos críticos e análises de cenas.

Tudo isto num podcast que se vai dedicar à melhor televisão internacional de 2025.

‘No Último Episódio’ vai para o ar todas as sextas-feiras no Expresso e em todas as plataformas de podcast. O primeiro episódio será publicado a 25 de abril. Oiça aqui o trailer.

Histórias que se cruzam no adeus ao Papa, o “sacerdote do bairro, das pessoas humildes e simples”

Quem agora está a chegar ao Vaticano terá pela frente uma lenta caminhada de duas a três horas, passo a passo, até à Basílica de São Pedro. É muito longa a fila, ordeira, para quem quer prestar uma última homenagem ao Papa.

Andrea é argentina e acaba de o fazer. “Estou a sair da Basílica. Agora, para entrar, são duas horas, mas já foi mais. E já dentro da Basílica demorámos um pouco mais para nos conseguirmos despedir do Papa”.

Andrea conta à Renascença que conheceu Francisco quando ainda era sacerdote no seu país. “Jorge Bergoglio era um sacerdote do bairro, das pessoas humildes e simples. Dedicava-se ao seu povo, à sua gente”.

Do outro lado da praça, de São Pedro, encontro Homero. A odisseia deste italiano começou bem cedo, porque não vive em Roma. Está agora quase no início da fila para se despedir do Papa e diz à Renascença não poderia deixar de vir. “Vim porque era uma pessoa muito importante. Era muito humilde e muito próximo das pessoas, e isso foi muito importante”.

E Francisco era também um grande amigo de Salvatore, uma pessoa sem casa. “Era um grande amigo meu. Era o Papa dos pobres. Ajudava todos os pobres”.

E serão precisamente os mais pobres, como Salvatore, que amanhã vão acolher a urna do seu Papa, na Basílica de Santa Maria Maior.

Papa. Milhares aproveitaram a noite para se despedirem de Francisco

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Trump dá entrevista a diretor da “Atlantic” adicionado a conversa secreta no Signal

O Presidente dos EUA revelou esta quinta-feira que deu uma “entrevista” ao final do dia a Jeffrey Goldberg, o diretor da publicação norte-americana The Atlantic que foi adicionado a um grupo na plataforma de comunicação encriptada Signal e assistiu a uma conversa secreta entre altos dirigentes da Casa Branca onde foram discutidos planos detalhados de um ataque militar contra os houthis do Iémen.

Trump adiantou ainda o título da entrevista: “O Presidente Mais Consequente deste Século”. Esta informação ainda não foi confirmada pela revista — uma das publicações jornalísticas mais conceituadas dos Estados Unidos.

Para além de Jeffrey Goldberg, Donald Trump escreveu numa publicação na Truth Social que a entrevista foi igualmente conduzida pelos jornalistas Ashley Parker e Michael Scherer, que “também não são exatamente escritores pró-Trump, para dizer o mínimo”, afirma.

“A administração Trump enviou-me sem querer os seus planos de guerra por mensagem”. Leia o artigo da Atlantic que expôs a conversa no Signal

“A história que estão a escrever, segundo disseram aos meus representantes, vai intitular-se “O Presidente Mais Consequente deste Século”, continuou, questionando: “Serão eles capazes de escrever uma história justa sobre ‘TRUMP’? Do meu ponto de vista, o que pode ser tão mau? Eu ganhei!”.

“Estou a fazer esta entrevista por curiosidade, e como uma competição comigo mesmo, apenas para ver se é possível para a The Atlantic ser ‘verdadeira’“, afirmou Trump.

Os comentários de Trump surgem depois de no mês passado Jeffrey Goldberg ter publicado um artigo na Atlantic no qual revelava ter sido adicionado a um grupo secreto do Signal. Entre as mensagens, o Secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, e outros altos funcionários norte-americanos discutiam os pormenores de um ataque iminente contra os Houthis. Apesar de vários membros do partido Democrata terem pedido a demissão de Hegseth, o secretário de Estado recusou quaisquer críticas e foi mesmo defendido por Trump, que afirmou serem “apenas fake news”.

Já esta quinta-feira, a Associated Press avançou que Pete Hegseth terá usado uma ligação “suja”, que liga o computador de trabalho à rede de internet geral, algo que expunha o computador a potenciais ameaças de ciberespionagem ou hacking dentro de um ambiente altamente protegido, para ultrapassar a segurança informática do Pentágono e instalar o Signal num computador do seu gabinete.

Hegseth usou ligação “suja” para aceder ao Signal no computador do Pentágono

Estas linhas são usadas pelo Pentágono para aceder a sites por norma bloqueados mas Hegseth terá usado a manobra para contactar com família e outros membros do Governo de forma mais fácil. A instalação da aplicação no computador servia para contornar a proibição de entrada de dispositivos móveis pessoais, como telemóveis e tablets que, por razões de segurança, não podem ser usados dentro do Pentágono.

A liberdade chegou com assobios e batuque a Cabo Verde

O músico e escritor tinha dez anos quando a liberdade chegou ao arquipélago e ao seu Tarrafal, na ilha de Santiago. Há muito que era reconhecido como um menino-prodígio, que surpreendia pelo talento e estava familiarizado com o campo de concentração e as habitações em seu redor.

Em entrevista à agência Lusa a propósito dos 50 anos da independência de Cabo Verde, em 05 de julho de 1975, Mário Lúcio recordou os sinais de mudança, como “a chuva de danças” e as sonoridades que chegavam ao arquipélago pelos militares que regressavam da guerra em Angola e na Guiné, com discos de músicas desses países e de outros.

O escritor não subscreve a ideia de que a descolonização portuguesa foi mal feita, por uma simples razão: “Não há descolonização mal feita, porque isso seria dizer que a colonização estava bem feita e não existe colonização bem feita; logo, qualquer processo de libertação é um processo ótimo”.

“No caso do Cabo Verde, o processo foi bom, mas a transição foi ainda melhor”, afirmou, sublinhando a inexistência de rituais de purgas após a independência, ou de radicalismos exacerbados.

Mário Lúcio acredita que a forma como o processo da independência nasceu e continuou em Cabo Verde se deve a Amílcar Cabral e ao legado que deixou, referindo-se ao líder africano como “um homem que deu a vida e lutou tanto e conseguiu também amortecer tantos radicalismos para que se chegasse com o mínimo de baixas e de condições que pudessem conduzir ao desenvolvimento”.

“Nós não nascemos do rancor, nascemos do dilema. Nós não nascemos da exclusão do outro, mas da inclusão”, disse, considerando que a ausência de guerra no território cabo-verdiano contribuiu para a forma como correu a consolidação da independência e depois da democracia.

Hoje, acredita que toda a força de Cabo Verde reside na sua estabilidade, na sua paz social, mas também na morabeza [a arte de bem receber], no respeito pelo outro, na força da palavra tolerância.

Sobre a relação entre cabo-verdianos e portugueses, considera que é de amizade, que tem a ver com a mesma língua, vários elementos culturais iguais, proximidade nas relações de trabalho”. Portugal é a porta de entrada dos cabo-verdianos na Europa e no mundo e “não há razões para inventar conflitos”, disse.

Reconheceu que, “de tempos a tempos, a história gere oportunistas, em que qualquer detalhe é manipulado a seu favor e, às vezes, tenta-se colocar uma instituição contra a outra ou uns povos contra os outros”.

Para Mário Lúcio, “não há sinais nenhuns de que haja mácula na relação entre Cabo Verde e Portugal e não há sinais de que haja desavenças ou desafetos entre portugueses e cabo-verdianos, no sentido geral, humanista e universalista do relacionamento”.

E sobre o crescimento da extrema-direita na Europa e também em Portugal, o multi-instrumentalista recorda o pensador chinês Confúcio, que disse que os políticos, quando adoecem, adoecem a nação e que quando estão sãos, passam essa sanidade à nação.

“Quando um político respeitado faz o discurso da união, o discurso do amor, a nação pratica esse discurso, ainda que haja indivíduos que, por sua fé, façam o contrário”, disse.

“Se em Cabo Verde, em 1975, Pedro Pires, o primeiro-ministro que fazia longos discursos para preparar mentalmente a nação, tivesse dito que a partir de segunda-feira, dia 06 de julho, morte aos portugueses, imagina o que seria do nosso país hoje”, referiu.

Mário Lúcio foi ministro da Cultura entre 2011 a 2016, depois de assumir funções como deputado municipal e mais tarde nacional. Não tem saudades da política e garante que nunca se irá candidatar a nada, como nunca o fez, tendo antes sido convidado a fazê-lo.

Contudo, afirma-se disposto a prestar um serviço ao seu país, fazendo política através da música ou liderando “um processo que faça as pessoas mais felizes”.

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