Preview – Trails in the Sky 1st Chapter

Ainda vista como uma série de nicho, The Legend of Heroes tem vindo a crescer a olhos vistos e com um mercado cada vez mais atento, um grande sucesso pode catapultar uma série para o estrelato. Honestamente, espero que Trails in the Sky 1st Chapter seja esse o jogo para a série The Legend of Heroes (a qual deixou cair esse nome agora como um certo Persona), pois o primeiro impacto que a demo nos deixou, é que a Falcom está mesmo empenhada em que isso aconteça.

Para alguém que jogou a primeira versão de Trails in the Sky na PSP e PC há já muitos anos, estava muito entusiasmado para jogar este Remake. Porém, a melhor notícia que posso dar, é que até superou as minhas expectativas. Aquilo que a Falcom conseguiu fazer aqui e já se consegue ver na Demo, é que vai ser uma boa homenagem ao original.

Para começar, tanto o visual como as animações estão fantásticas, muito longe daquilo que pode ser visto até nos jogos mais recentes como Trails Through Daybreak 1 e 2. A palete de cores também foi transformada para um visual muito mais próximo de um Anime, o que faz uma grande diferença e ajuda bastante com o motor de jogo que estão a criar. As personagens e os cenários estão muito mais vivos e até as expressões das personagens são bem adaptadas para os novos modelos.

Em termos de jogabilidade, parece haver um misto entre o melhor de Trails Through Daybreak e de Trails of Cold Steel. A exploração é ineterrupta, pelo menos até entrarem numa numa casa ou masmorra. A transição entre combate e exploração também vai buscar inspiração aos jogos mais recentes, incluíndo agora o combate ao estilo de acção contra os inimigos que estão no cenário, podendo transformar-se numa arena de combate por turnos caso prefiram. Como é natural, sendo um JRPG, a maioria deverá estar à procura de combate por turnos como eu, mas o sistema de acção é no mínimo, bom para dar cabo de inimigos mais fracos de forma mais rápida.

Apesar de ser a primeira vez em muito tempo que a Falcom desenvolve algo para o PC internamente, a versão que joguei fiz questão de correr tanto na Steam Deck como no meu PC. É impressionante o resultado que estas versões oferecem, pois num mundo pejado de problemas nas versões PC, tanto na Steam Deck como num Desktop, Trails in the Sky 1st Chapter corre lindamente e até parece correr melhor na Steam Deck do que Trails Through Daybreak, que tem mais dificuldades em manter bons FPS com um visual mais puxado. O visual e a fluídez brilham e caso o joguem no PC, até existem mais opções para o fazer correr melhor.

Além de tudo isto, Trails in the Sky 1st Chapter brilha também por ser ao mesmo tempo um jogo com um fulgor totalmente novo e recria as memórias de quem já o jogou no passado. Seja pela música ou pela forma como os locais que já conhecemos estão recriados, este parece ser o jogo que vai conseguir agradar tanto aos fãs como aos novos jogadores que saltem para a série pela primeira vez. Sim, é verdade que alguns veteranos vão estranhar a localização, pois muitas piadas e conversas do original foram mantidas mais próximas do texto japonês, mas não me parece que o jogo tenha perdido a sua essência a um ponto que seja estranho.

Foi um primeiro vislumbre, mas valeu bem a pena e deixou-me muito mais entusiasmado para o jogo completo. Além disso, deixou-me ainda mais confiante que poderá ser o próximo salto para a expansão da série para o mainstream, pois até vai ter a força de ser um lançamento mundial pela primeira vez.

Podem experimentar a demo no PC, PS5 e Nintendo Switch. Trails in the Sky 1st Chapter vai ser lançado a 19 de Setembro para o PC, PS5, Nintendo Switch e Nintendo Switch 2. Podem contar com a nossa análise próximo do lançamento.

Daniel Silvestre
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Coreia do Norte terá “base secreta” que pode ameaçar Ásia e EUA

A Coreia do Norte terá construído uma base militar secreta perto da sua fronteira com a China, onde poderá estar a armazenar os seus mais recentes mísseis balísticos de longo alcance.

A base de mísseis de Sinpung-dong localizar-se-á a cerca de 27 quilómetros da fronteira chinesa, segundo um relatório divulgado esta quarta-feira pelo Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS), um think-tank com sede em Washington.

Segundo o CSIS, na base estarão entre seis a nove mísseis balísticos intercontinentais com capacidade nuclear, assim como os seus respectivos sistemas de lançamento.

Este armamento representa “uma potencial ameaça nuclear para o Leste Asiático e para o território continental dos Estados Unidos”, alerta o think-tank.

O relatório do CSIS, que afirma tratar-se da primeira confirmação da existência da base de Sinpung-dong, indica que esta é uma entre cerca de “15 a 20 bases de mísseis balísticos, instalações de manutenção, apoio, armazenamento de mísseis e de ogivas nucleares que a Coreia do Norte nunca declarou”.

A base de Sinpung-dong “não terá sido incluída em nenhuma das negociações de desnuclearização realizadas anteriormente entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte”, sublinham os investigadores.

Segundo as análises mais recentes dos especialistas do CSIS, os mísseis e sistemas de lançamento aí estacionados poderão ser deslocados em caso de crise ou conflito, integrando unidades especiais capazes de realizar lançamentos em locais menos detectáveis noutros pontos do território norte-coreano.

“Maior, mais disperso e mais resiliente”

O relatório sublinha que o arsenal nuclear da Coreia do Norte é maior, mais disperso e mais resiliente do que muitas avaliações externas supunham.

Assinala ainda uma mudança na estratégia de Pyongyang, que passa a apostar em capacidades de lançamento rápido, dificultando eventuais opções de ataque preventivo por parte dos Estados Unidos.

A instalação faz parte de uma rede de bases que “representam os principais componentes daquilo que se presume ser a estratégia em evolução da Coreia do Norte no domínio dos mísseis balísticos, bem como as suas crescentes capacidades estratégicas de dissuasão e ataque nuclear”, refere ainda o relatório.

A construção começou por volta do ano de 2004, e a base terá ficado operacional dez anos mais tarde, segundo o relatório. Mas o complexo parece ter estado a ser continuamente desenvolvido desde então.

Desde o fracasso da cimeira com os Estados Unidos em 2019, Kim Jong-un intensificou significativamente o programa nuclear do país. O líder norte-coreano tem apelado à “expansão rápida” das capacidades nucleares da nação, cada vez mais isolada no plano diplomático.

A cimeira entre Kim Jong-un e o então presidente norte-americano Donald Trump, realizada em Hanói, no Vietname, terminou sem acordo devido à divergência entre o que Pyongyang estaria disposto a ceder e as contrapartidas esperadas em termos de levantamento de sanções.

Desde então, a Coreia do Norte afirmou repetidamente que nunca desistirá do seu arsenal e declarou-se um “Estado nuclear irreversível”.

Proximidade com Moscovo

Esta semana, Kim disse que a única maneira de defender a segurança da Coreia do Norte é “fazer com que os inimigos tenham medo” das capacidades do país, “expressas através de acções práticas”.

Depois da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, Pyongyang tem vindo a estreitar relações com Moscovo. Segundo agências de serviços secretos sul-coreanas e ocidentais, a Coreia do Norte enviou mais de dez mil soldados para a Rússia em 2024, maioritariamente para a região de Kursk, bem como projécteis de artilharia, mísseis e sistemas de rockets de longo alcance.

Washington afirma dispor de provas de que Moscovo tem vindo a reforçar o seu apoio a Pyongyang, incluindo assistência no desenvolvimento de tecnologias espaciais e de satélite avançadas, em troca da ajuda militar prestada na guerra contra a Ucrânia.

Analistas recordam que os sistemas de lançamento de satélites e os mísseis balísticos intercontinentais têm em comum muitas das mesmas tecnologias de base.

Degelo marinho no Árctico desacelerou, mas é apenas uma “trégua temporária”

O degelo do gelo marinho do Árctico registou uma desaceleração temporária nas últimas duas décadas, um fenómeno que surpreendeu a comunidade científica, especialmente num período de aquecimento global recorde. Esta pausa, no entanto, resultará provavelmente de um fenómeno de “variabilidade climática interna”, ou seja, de variações naturais que ocorrem devido a interacções entre os componentes do sistema terrestre que têm compensado a perda de gelo. Será, por isso, apenas uma pausa temporária, que apenas mascara, mas não anula, a tendência de longo prazo de aquecimento global impulsionado pela acção humana.

A investigação, publicada na revista científica Geophysical Research Letters, recorreu a dois conjuntos de dados diferentes sobre a extensão do gelo marinho do Árctico, desde 1979 até aos dias de hoje, analisando a área de gelo marinho para cada mês do ano. A desaceleração foi observada em todos os casos.

Os dados de satélite revelam que, entre 2005 e 2024, a perda de gelo marinho em Setembro, o mês em que a cobertura de gelo atinge o seu mínimo anual, diminuiu para 0,35 e 0,29 milhões de quilómetros quadrados por década, dependendo do conjunto de dados utilizado.

Este valor representa uma redução de 55% a 63% em comparação com a taxa de declínio a longo prazo de 0,78 a 0,79 milhões de quilómetros quadrados por década observada entre 1979 e 2024. Este é o ritmo de perda mais lento registado em qualquer período de 20 anos desde o início dos registos de satélite, em 1979, sendo quatro a cinco vezes mais lento do que o pico observado entre 1993 e 2012.

A desaceleração também foi evidente na medição do volume de gelo perdido, que entre 2010 e 2024 foi de 0,4 milhões de quilómetros cúbicos​ por década, sete vezes menor do que a perda a longo prazo de 2,9 milhões de quilómetros cúbicos​ por década no período de 1979 a 2024. Esta diminuição da taxa de perda foi observada em todos os meses do ano, não se limitando aos meses de Verão ou Inverno.

Acredita-se que flutuações ao longo das décadas nas correntes dos oceanos Atlântico e Pacífico, que alteram a quantidade de água aquecida que flui para o Árctico, desempenharam um papel importante nesta tendência.

Variabilidade natural

O investigador Mark England, que liderou o estudo na Universidade de Exeter, no Reino Unido​, afirma que, embora seja surpreendente encontrar uma desaceleração no degelo, esta é uma possibilidade consistente com as simulações feitas por modelação climática e “deve-se provavelmente à variabilidade climática natural sobreposta à tendência de longo prazo impulsionada pelo ser humano”, refere um comunicado da instituição.

O investigador, que entretanto passou a trabalhar na Universidade da Califórnia em Irvine, nos EUA, compara a situação a uma bola a descer uma colina (leia-se “alterações climáticas”) que, ao bater em obstáculos, pode temporariamente ressaltar para cima ou para o lado, mas o percurso geral continuará a ser para baixo.

A investigadora Julienne Stroeve, especialista em Observação e Modelagem Polar da University College London, nota que fenómenos de “variabilidade climática interna” já são conhecidos e foram descritos em estudos anteriores.

“Não é surpreendente que a extensão mínima em Setembro não tenha mudado muito na última década, pois sabemos que os registos climáticos, sejam eles de temperaturas globais ou de gelo marinho, podem permanecer os mesmos por vários anos consecutivos como resultado da variabilidade climática interna”, explica a investigadora, citada pelo Science Media Center, plataforma que recolhe opiniões de especialistas sobre os estudos científicos mais noticiados.

A taxa de aumento da temperatura global da superfície também diminuiu no passado, antes de retomar um aumento rápido, como recorda a notícia do jornal britânico The Guardian. Em 1998, por exemplo, a ocorrência de um fenómeno El Niño particularmente intenso seguiu-se de uma década ou mais de temperaturas globais sem aumentos expressivos, um período que foi mesmo apelidado de “a pausa”. No entanto, recorda o jornal, o planeta continuou a acumular calor durante todo esse período e, desde então, as temperaturas globais aumentaram rapidamente.

A crise climática impulsionada pela acção humana​ continua a ser “inequivocamente real”, referem os cientistas, e a urgência para a acção climática mantém-se inalterada.

Calmaria antes da tempestade

Os cientistas enfatizam que esta desaceleração não representa uma recuperação. As projecções indicam que esta desaceleração poderá persistir por mais cinco a dez anos, mas quando terminar, é provável que seja seguida por um declínio mais rápido do que a média. Os modelos sugerem que o ritmo de perda de gelo poderá ser 0,6 milhões de quilómetros quadrados​ por década mais rápido do que o declínio de longo prazo.

Mark England recorda que há cerca de 15 anos, quando a perda de gelo marinho estava a acelerar, já se falava sobre “um Árctico sem gelo até 2020”, mas a variabilidade natural acabou por cancelar em grande parte a perda de gelo marinho. “Isto deu-nos um pouco mais de tempo, mas é uma trégua temporária – quando acabar, não serão boas notícias.”

Olhando para a tendência de longo prazo, a área de gelo marinho em Setembro já reduziu para metade desde 1979, e a cobertura de gelo de Verão está pelo menos 33% abaixo do que estava há quase 50 anos. O Árctico continua a aquecer a um ritmo até quatro vezes superior ao resto do planeta, e espera-se que venha a registar condições sem gelo mais tarde no século, com sérias consequências para o ecossistema e para o aquecimento global.

Esta desaceleração não deve ser vista como uma boa notícia que proporciona mais tempo para a acção climática, reforça também a física ​Gaëlle Veyssière, especialista em gelo marinho e neve do British Antarctic Survey, que descreve o fenómeno como como um “breve intervalo numa tempestade, não a passagem da tempestade”.

Microsoft Teams acaba finalmente com a famosa frase “Conseguem ouvir-me?”

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O Microsoft Teams ganha finalmente um indicador visual de volume do microfone com ondas sonoras.

Depois de anos a ouvir a frase “Conseguem ouvir-me?” repetida em milhões de reuniões, a Microsoft decidiu finalmente dar uma resposta técnica simples a um problema básico do Microsoft Teams. A aplicação de produtividade passará a mostrar um indicador visual de volume do microfone, integrado diretamente na barra principal de comandos, tanto no Windows como no macOS.

A funcionalidade, que está neste momento em fase de testes no Microsoft 365 Public Preview e Target Release, apresenta em tempo real as já familiares ondas sonoras sobre o ícone do microfone sempre que há entrada de áudio.

Nova funcionalidade no Microsoft Teams
Nova funcionalidade no Microsoft Teams

Até agora, a única forma de confirmar se o microfone estava a funcionar era verificando nas configurações do Teams, o que não era propriamente a coisa mais fácil do mundo. O novo sistema elimina essa incerteza e dá a qualquer participante a possibilidade de perceber, com um simples olhar, se a sua voz está realmente a ser captada. Do ponto de vista técnico, a solução é simples, mas o impacto será significativo na experiência diária de quem depende do Microsoft Teams para reuniões de trabalho ou ensino à distância.

Ao simplificar o acesso a uma informação fundamental, a empresa reduz uma das frustrações mais recorrentes nas reuniões online e aproxima-se, ainda que tardiamente, daquilo que deveria ser um padrão básico em qualquer plataforma de videoconferência.

Brasileiros, nepaleses, bangladeshianos, indianos: todos a combater incêndios em Portugal

Uns são bombeiros, outros não. Restaurante em Oliveira do Hospital ganhou destaque nas redes sociais: “Lição de humanidade numa altura de preconceito”. Nuno Markl descreveu: é uma “lição de humanidade numa altura de preconceito”. A descrição é sobre um restaurante indiano que estava a oferecer comida aos bombeiros, em Oliveira do Hospital. Além da comida, viam-se alguns indianos a combater as chamas no local. Ganga Singh, indiano de 29 anos e proprietário do restaurante Milano Kebab & Pizza em Oliveira do Hospital, justificou: “Estamos aqui para ajudar toda a gente”. “Temos feito tudo o que está ao nosso alcance para

Drone que explodiu na Polónia será russo. Varsóvia só se apercebeu na manhã seguinte

Versão russa modificada do Shahed terá voado a uma altitude muito baixa, de forma a evitar a deteção por radar. Estava equipado com um motor de fabrico chinês e explodiu num campo de milho. As autoridades polacas confirmaram esta quarta-feira que um drone que dizem ser russo caiu e explodiu num campo de milho, no leste da Polónia. O incidente, ocorrido perto da aldeia de Osiny, a cerca de 110 quilómetros da fronteira com a Ucrânia, não foi detetado pelas defesas aéreas polacas durante a noite de terça-feira — só foi descoberto na manhã seguinte. Não houve vítimas nem feridos,

Correu mal: comprimido contra obesidade trama Viking Therapeutics

Dados de ensaio clínico mostram efeitos colaterais e taxas de interrupção abalaram: queda de 40% em Wall Street. A Viking Therapeutics fez um ensaio clínico de um novo comprimido contra obesidade. Mas o processo correu mal – quer a nível clínico, quer a nível da bolsa. No estudo, o comprimido – diário – da Viking ajudou pacientes a perder até 12,2% do peso em cerca de três meses. E ainda poderiam perder mais peso, num estudo a longo prazo. Os resultados já foram rapidamente comparados com outras grandes empresas farmacêuticas: Eli Lilly e Novo Nordisk; e parecem inferiores aos do medicamento oral

É o maior ataque desde julho. Rússia lança 574 drones e 40 mísseis contra a Ucrânia

A Força Aérea Ucraniana disse esta quinta-feira que a Rússia lançou 574 drones e disparou 40 mísseis contra a Ucrânia durante a noite de quarta-feira, tendo provocado a morte de uma pessoa na zona ocidental do país.

De acordo com um comunicado da Força Aérea de Kiev, este foi o maior ataque aéreo da Rússia desde julho.

No mesmo texto é indicado que a Rússia usou um total de “614 armas de ataque aéreo”: 574 aparelhos aéreos não tripulados (drones) e 40 mísseis.

As forças de Kiev reclamaram que foram abatidos 546 drones e 31 mísseis sobre a Ucrânia.

De acordo com o balanço provisório, pelo menos uma pessoa morreu na região ocidental ucraniana, na sequência dos ataques russos, mas o local exato ainda não foi comunicado.

O ataque de quarta-feira à noite ocorreu numa altura em que se intensificam os contactos políticos e diplomáticos no sentido de um eventual cessar-fogo.

Supremo dá 48 horas a Bolsonaro para explicar plano de fuga e coacção ao tribunal

O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil deu na terça-feira à noite 48 horas para que o ex-Presidente Jair Bolsonaro explique incumprimentos de medidas cautelares impostas, como um documento destinado a possibilitar sua evasão do território nacional.

O juiz Alexandre de Moraes “determinou que a defesa do ex-Presidente preste esclarecimentos, no prazo de 48 horas”, sobre o incumprimento de medidas cautelares, a reiteração de condutas ilícitas e a existência de risco de fuga, indicou em comunicado o STF.

O STF decretou, no início do mês, a prisão domiciliária de Boslonaro por risco de fuga.

“Os elementos de prova obtidos pela Polícia Federal indicam que Jair Messias Bolsonaro tinha posse de documento destinado a possibilitar sua evasão do território nacional, após a imposição de medidas cautelares”, lê-se no despacho do juiz, relator do processo no qual Jair Bolsonaro é acusado de tentativa de golpe de Estado.

Esta decisão surge horas depois de a Polícia Federal ter anunciado que encontrou num dos telemóveis confiscados do ex-chefe de Estado um “documento de 33 páginas” no qual ele solicita asilo político ao Governo argentino de Javier Milei.

O texto, sem data nem assinatura, mas dirigido ao Presidente argentino, estava no telemóvel de Bolsonaro desde 2024, quando foi alvo das primeiras investigações no caso de golpe de Estado.

Segundo as autoridades, os elementos encontrados indicam que Bolsonaro, actualmente em prisão domiciliária, “tinha em seu poder um documento que possibilitaria sua fuga do Brasil para a República Argentina, especialmente após o início da investigação”.

No documento, o ex-Presidente alega que no Brasil é perseguido por motivos e por crimes essencialmente políticos.

Estes factos estão reunidos nas conclusões da investigação contra Bolsonaro e contra o e seu filho Eduardo Bolsonaro, por coação ao STF, com colaboração do governo dos Estados Unidos, no âmbito do julgamento de tentativa de golpe de Estado.

Os dois foram indiciados “pelos crimes de coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito por meio da restrição ao exercício dos poderes constitucionais”, acrescentam as autoridades.

Segundo as autoridades brasileiras, Bolsonaro e seu filho Eduardo, que está nos Estados Unidos há cerca de seis meses, procuraram “induzir, instigar e ajudar” o Governo de Donald Trump a praticar actos hostis contra o Brasil com o objectivo de arquivar o processo de golpe de Estado.

Bolsonaro enfrenta um julgamento criminal sob a acusação de liderar uma conspiração de golpe para se manter no poder e impedir a posse do seu sucessor, Lula da Silva, após perder as eleições de 2022.

Esse julgamento, no qual enfrenta uma possível pena de mais de 40 anos de prisão e que terá início no próximo dia 2 de Setembro, foi o principal motivo que levou o Presidente dos EUA, Donald Trump, a impor uma tarifa adicional de 50% às importações brasileiras, bem como sanções a vários juízes do STF.

Morreu o juiz Frank Caprio, o “melhor juiz do mundo”

Morreu esta quarta-feira, aos 88 anos, o juiz americano Frank Caprio, conhecido como o “melhor juiz do mundo”, que lutava há vários anos contra um cancro no pâncreas. A notícia foi dada pelo filho que descreve o pai como alguém que tocou a vida das muitas pessoas com quem se cruzou.

“O juiz Frank Caprio faleceu pacificamente, aos 88 anos, após uma longa e corajosa batalha contra o cancro no pâncreas. Amado por sua compaixão, humildade e crença inabalável na bondade das pessoas, o juiz Caprio tocou a vida de milhões através do seu trabalho no tribunal e fora dele. O seu calor humano, humor e bondade deixaram uma marca indelével em todos que o conheceram. Ele será lembrado não apenas como um juiz respeitado, mas também como marido, pai, avô, bisavô e amigo dedicado. O seu legado vive nos inúmeros atos de bondade que inspirou”, escreveu o filho na rede social Instagram.

O juiz conquistou fama internacional com o programa Caught In Providence, gravado num tribunal da cidade de Providence, capital do estado de Rhode Island.

Frank Caprio manteve sempre uma postura humanizada e bem-humorada nos seus julgamentos, transformando a forma como a justiça era vista pelo público. Admirado pelo seu estilo compassivo e justo, chamava crianças para participarem nas audiências e cancelava multas de estudantes do ensino médio, desde que prometessem continuar os estudos.

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Os vídeos destas audiências tornaram-se virais na rede social TikTok, levando Caprio a ser apelidado de “melhor juiz do mundo” devido às suas decisões e gestos. Os seus julgamentos emocionaram milhões de pessoas e reforçaram a sua imagem de magistrado próximo da comunidade e respeitado globalmente.

Em homenagem ao juiz Frank Caprio, o governador de Rhode Island, Dan McKee, decretou luto oficial e determinou que as bandeiras em prédios públicos fossem hasteadas a meia-haste.

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