Legislação para liberdade dos media na UE entra plenamente em vigor na 6.ª feira

A legislação europeia para a Liberdade dos Meios de Comunicação Social entra plenamente em vigor esta sexta-feira, com novas regras para melhor proteger os jornalistas, as suas fontes e a liberdade de imprensa na era digital.

Em fevereiro de 2024, o Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia (UE) adotaram a proposta do executivo comunitário, estabelecendo novas regras para proteger a liberdade dos meios de comunicação social, bem como a independência dos jornalistas nos 27 Estados-membros.

O regulamento entrou progressivamente em vigor nos países da UE desde maio de 2024, enquanto as suas principais disposições começam a ser aplicadas a partir desta sexta-feira, 8 de agosto.

A legislação da UE aumenta a transparência da propriedade dos meios de comunicação social e da atribuição de publicidade estatal, reforça a independência dos meios de comunicação social públicos e garante uma proteção sólida aos jornalistas e às suas fontes.

As autoridades estão proibidas de pressionar jornalistas e editores a revelar as suas fontes, nomeadamente através da sua detenção, de sanções, de buscas nos escritórios ou da instalação de software de vigilância intrusivo nos seus dispositivos eletrónicos.

Para impedir que os meios de comunicação social públicos sejam utilizados para fins políticos, os seus dirigentes e membros do Conselho de Administração devem ser selecionados através de procedimentos transparentes e não discriminatórios, para mandatos suficientemente longos, não sendo possível demiti-los antes do termo do seu contrato, a menos que deixem de satisfazer os critérios profissionais.

Os meios de comunicação social públicos terão de ser financiados através de procedimentos claros e objetivos e o financiamento deve ser sustentável e previsível.

Para que o público possa saber quem controla os media e que interesses podem influenciar a informação, todos os órgãos noticiosos e de atualidade, independentemente da sua dimensão, terão de publicar informações sobre os seus proprietários numa base de dados nacional, incluindo se forem propriedade direta ou indireta do Estado.

Para garantir a visibilidade e o pluralismo, as plataformas digitais devem abster-se de eliminar ou restringir arbitrariamente os conteúdos dos meios de comunicação social independentes, tendo sido criado um mecanismo para evitar que as plataformas online de muito grande dimensão, como o Facebook, o X ou o Instagram, restrinjam ou eliminem arbitrariamente conteúdos independentes dos meios de comunicação social.

As plataformas terão, em primeiro lugar, de distinguir os media independentes de fontes não independentes.

Os meios de comunicação social serão notificados da intenção da plataforma de eliminar ou restringir o seu conteúdo e terão 24 horas para responder.

Só após a resposta, ou a ausência dela, é que a plataforma pode eliminar ou restringir o conteúdo, se este continuar a não cumprir as suas condições.

Prescrição de injectáveis e sensores para diabetes restrita a quatro especialidades

Medicamentos injectáveis e sensores para diabetes só poderão ser prescritos, a partir de sexta-feira, 8 de Agosto, por algumas especialidades médicas, uma medida que os especialistas saúdam, mas consideram tardia e temem não resolver as dificuldades de acesso ao tratamento.

Apenas os médicos das especialidades de endocrinologia e nutrição, medicina interna, pediatria e medicina geral e familiar estão autorizados a prescrever sensores de monitorização da glicose intersticial e medicamentos da classe dos agonistas dos receptores GLP-1 (semaglutido, dulaglutido, liraglutido e exenatido).

Nesta classe de fármacos inclui-se o Ozempic, desenvolvido para tratar a diabetes tipo 2, mas que está também a ser usado para combater a obesidade e ajudar à perda de peso.

No despacho que institui a medida, o Ministério da Saúde justifica a decisão com “as dificuldades amplamente reconhecidas” no acesso a estas terapêuticas e com os relatos de uso indevido destes recursos, sendo o objectivo “regular e corrigir essas distorções, promovendo um acesso efectivo e adequado a essas ferramentas essenciais à saúde”.

“Medida peca por tardia”

Para o presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, João Raposo, a medida é importante, “porque tenta encontrar uma solução”, mas é “um remendo face à situação actual”.

“Esta medida foi importante ser tomada, mas pecou por ser tardia”, porque não houve um planeamento prévio sobre como garantir o acesso a estas tecnologias para a população com diabetes, nem se reflectiu sobre o que fazer relativamente à população com obesidade”, disse o endocrinologista à agência Lusa.

João Raposo considerou ser difícil antecipar se a medida vai resolver os problemas que os diabéticos têm tido, nos últimos três anos, no acesso aos medicamento e tecnologia.

“Estamos expectantes para perceber se [a medida] vai simplificar ou facilitar o acesso. Pessoalmente tenho algumas dúvidas, porque tenho a ideia de que o número de prescrições fora destas especialidades não é significativo”, salientou.

O especialista manifestou também preocupação com os doentes acompanhados actualmente por outras especialidades médicas, questionando se irão poder continuar a beneficiar da terapêutica e como será garantido um rápido acesso para as consultas com médicos autorizados a prescrever.

Defendeu ainda ser “muito importante” que o Infarmed e o Governo monitorizem o impacto real da medida, mas alertou que o “mais importante” é garantir que todos os diabéticos tenham acesso a este tipo de medicação, independentemente do seu índice de massa corporal, o que exigirá alterações na legislação actual.

Reforçou ainda que nem a Sociedade Portuguesa de Diabetologia nem as associações de doentes se opõem à prescrição destes fármacos para pessoas com obesidade.

Pelo contrário, disse, defendem de “forma clara” que o Governo deve regulamentar, com urgência, o acesso a consultas de obesidade e a disponibilização destas terapêuticas.

Segundo o especialista, a ausência de uma resposta estruturada permitiu “a abertura de um mercado a prescrições anómalas e a falta de acompanhamento destas pessoas”.

“O que acontece nestas alturas é que as pessoas podem ter excesso de peso, obesidade de vários graus, e estar a fazer estas terapêuticas durante um mês, dois meses”, depois interrompem e voltam a fazer, e isso não é aconselhado do ponto de vista clínico.

João Raposo avisou que está a desvalorizar-se “um problema importante” – a obesidade -, deixando o mercado funcionar: “A saúde não pode ficar sujeita às leis do mercado, porque sabemos que é muito tentador para esta população, que desesperadamente procura soluções. O mercado funcionou e não devíamos ter deixado isso acontecer”.

Para João Raposo, a única forma de ultrapassar esta situação é criar mecanismos eficazes para acompanhar as pessoas com obesidade, reconhecida em Portugal como doença desde 2004.

PP abre caminho para município espanhol proibir celebrações muçulmanas

Uma moção com ideias do Vox, mais tarde emendada pelo PP (Partido Popular), foi aprovada e é um grande passo para proibir a celebração de dois feriados muçulmanos no município espanhol de Jumilla, em Múrcia, avança o El País.

Inicialmente, o Vox propôs uma moção que consistia, directamente, em proibir a celebração pública destes “actos alheios à identidade do povo espanhol”, como cita aquele jornal. Entre estas celebrações, seriam visados o Aid el-Fitr (fim do Ramadão) e o Aid el-Adha (festa do Sacrifício) de 2026.

O Partido Popular, inspirado na moção, mas resolvendo a inconstitucionalidade do atentado à liberdade religiosa, acabou por aprovar, para Jumilla, em Múrcia, a modificação do regulamento para o uso das instalações municipais. É nas instalações municipais, normalmente pavilhões, que, todos os anos, acontecem estes momentos de reza colectiva (como aconteceu no Pavilhão Vasco da Gama, no Porto, em Março).

Apesar da mudança na moção, a consequência pode ser a mesma. Até porque a emenda pretende que “as instalações do Governo promovam actividades, campanhas e propostas culturais que defendam a nossa identidade e protejam os nossos valores e manifestações religiosas”. Para além disso, “não se deve realizar nenhuma actividade alheia ao desporto [no pavilhão], a menos que seja promovida pela Câmara”.

Aprovada a 28 de Julho, a proposta contou com todos os dez votos a favor do PP, a abstenção do único representante do Vox e nove votos contra do PSOE.

É estimado que em Jumilla, município com cerca de 27 mil habitantes, 1500 pessoas celebrem festividades muçulmanas. No entanto, a região de Múrcia é considerada muitas vezes o epicentro da extrema-direita em Espanha. Em Julho, registaram-se, na cidade de Torre Pacheco, cinco noites de violência de grupos xenófobos contra imigrantes.

Cinema. “Hora do Desaparecimento” e “Um Dia Ainda Mais Doido” são as estreias da semana

O filme de terror “Hora do Desaparecimento” é a grande estreia desta quinta-feira nos cinemas em Portugal.

Realizado por Zach Cregger, a longa-metragem fala de uma noite em que, às 02h17, odas as crianças da turma da Professora Gandy deixaram os respetivos quartos, abriram as portas de casa e desapareceram misteriosamente na escuridão. Todas, menos uma.

"Alien: Earth" corresponde às expectativas dos fãs e apresenta ideias arrojadas

A tragédia leva os habitantes da pequena cidade a questionar quem, ou o que estará por trás do desaparecimento. Trata-se de um filme de mistério e terror, com promessa de muitos sustos e reviravoltas inesperadas.

O elenco de peso conta com Julia Garner, Josh Brolin, Alden Ehrenreich e Benedict Wong. A crítica especializada está a aclamar o filme como um dos melhores e mais surpreendentes do ano.

Num tom mais leve, destaque também para “Um Dia Ainda Mais Doido”. A sequela à comédia “Um Dia de Doidos”, 12 anos depois, conta mais uma vez com Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan nos papéis de mãe e filha que trocam de corpos.

Desta vez, a troca é entre quatro pessoas, envolvendo também a filha e uma futura enteada da personagem de Lindsay Lohan. O que se segue é uma comédia imprevisível e caótica.

Há mais comédia para ver nas salas. “Armados até aos Dentes” conta com Kevin James, Christina Ricci e Luis Guzmán numa comédia em que um casal tem de enfrentar a máfia, ao mesmo tempo que expõe aos filhos o seu passado sombrio.

É um filme que junta a ação ao bom-humor.

E mesmo a tempo das férias de agosto, chega aos cinemas a grande comédia francesa do ano. “Terapia de Família” vê o icónico ator Christian Clavier assumir o papel de uma psicanalista que se vê envolvido numa confusão familiar.

A sua vida seria perfeita se não fosse por um paciente extremamente angustiado. Para se livrar dele, Béranger faz-lhe acreditar que a única forma de se curar é encontrar o amor verdadeiro. O problema é quando descobre que esse amor acaba por ser a sua filha.

Á água do Mediterrâneo nunca esteve tão quente em Julho como este ano

Este Julho foi o terceiro mais quente desde que há registo, quebrando a sequência de recordes para este mês que se viveu no planeta desde 2023, segundo o serviço europeu Copérnico de observação da Terra. Mas isso não significa que as alterações climáticas tenham abrandado: o oceano global apresenta temperaturas bem acima da média, o que afecta a vida a marinha, e sobretudo o mar Mediterrâneo, que banha a Europa e o Norte de África, atingiu temperaturas sem precedentes em Julho: 26,68 graus Celsius, o que ultrapassa o recorde anterior, de 2023, que era de 26,65 graus.

Os valores para a temperatura do mar foram divulgados pela organização Mercator Ocean International, que opera o Serviço Marinho do Copérnico, cujos dados apontam para que a água de cerca de 71% do oceano tenha apresentado uma temperatura acima da média. Em 13% do oceano global, contando com os mares gelados, a água à superfície esteve um grau acima dos valores médios, com grandes anomalias no Pacífico Norte, Atlântico Norte e Oceano Índico.

A temperatura média global da água à superfície, contando com todos os mares da Terra, foi de 20,8 graus Celsius – um valor semelhante, ou até acima, do que se encontra na costa portuguesa normalmente. Os valores só estiveram mais altos em 2023 (20,93 graus Celsius) e 2024 (20,91), diz o serviço Mercator.

Mediterrâneo a ferver

No Mediterrâneo, contudo, a situação em Julho foi ainda mais dramática. Em 95% deste mar que banha a Europa e Norte de África (e o continente europeu é o que está a aquecer mais depressa), a temperatura da água esteve acima da média. Em 63% da bacia mediterrânica, a anomalia foi de pelo menos um grau Celsius. Mas em 40% da área, o aquecimento da água à superfície foi pelo menos dois graus acima da média, e o Mediterrâneo ocidental foi mais afectado por essas anomalias.

As ondas de calor marinhas não são algo que ocorre e fica no oceano. Estes fenómenos podem causar estragos muito significativos nos ecossistemas marinhos, levando à mortalidade em massa de toda a vida marinha, como peixes, mamíferos marinhos, aves e corais. Podem ainda estimular a multiplicação de algas e a deslocação de espécies para outros habitats (o que pode ter impacto, por exemplo, nas pescas).

A subida da temperatura da água do mar modifica também os padrões meteorológicos (a tempestade Daniel, que teve efeitos devastadores em Itália e, sobretudo, na cidade de Derna, na Líbia, conjugados com problemas de infra-estruturas, ocorreu no contexto da grande onda de calor no Mediterrâneo em 2023). Furacões que provocam cheias, bem como secas e incêndios florestais, são possíveis impactos das ondas de calor marinhas.

Um alívio nos recordes

A temperatura do ar em Julho evoluiu da mesma forma, de acordo com o último boletim mensal do Copérnico. Em termos globais, a temperatura média foi de 16,68 graus Celsius, o que fica 0,45 acima dos valores para o período 1991-2020, e 1,25 graus acima das estimativas para o período pré-industrial de 1850-1900.

Isto quer dizer que em 2025, Julho não continuou a tendência para ter temperaturas médias cada vez mais elevadas, como aconteceu nos dois últimos anos. Ficou 0,27 graus abaixo de Julho de 2023, o mais quente de que há registo, e 0,23 abaixo do de 2024, o segundo mais quente.

Os dados do Serviço de Monitorização das Alterações Climáticas do programa Copérnico (C3S, na sigla em inglês) indicam que, nos últimos 25 meses, Julho foi apenas o quarto em que a temperatura média global não excedeu os níveis pré-industriais em 1,5 graus.

Bombeiros combatem incêndio em Saint-Laurent-de-la-Cabrerisse, no departamento de Aude, França. As ondas de calor em terra e no mar estão relacionadas com estes desastres
PHILIPPE MAGONI/EPA

Mas isto não chega para dizer que o perigo do aquecimento global está a passar: “Dois anos depois do Julho mais quente de que há registo, a recente série de recordes de temperatura global passou – por enquanto. Mas isso não significa que as alterações climáticas tenham parado”, disse Carlo Buontempo, director do C3S, citado num comunicado.

Carlo Buontempo sublinhou que os efeitos do aquecimento global ainda se fazem sentir em fenómenos como o calor extremo e as inundações catastróficas registadas em Julho. “A menos que estabilizemos rapidamente as concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera, devemos esperar não só novos recordes de temperatura, mas também um agravamento dos seus efeitos, e devemos preparar-nos para isso”, alertou.

Na Europa, Julho foi o quarto mês mais quente de que há registo, com temperaturas 1,3 graus Celsius acima dos níveis observados entre 1991 e 2020.

As temperaturas mais elevadas foram registadas na Península Escandinava, onde ocorreram ondas de calor históricas na Suécia e na Finlândia, enquanto inúmeros incêndios florestais deflagraram no sudeste da Europa, e a Turquia registou uma temperatura recorde nacional de 50,5 graus

Em contraste, as temperaturas na Europa Central, no oeste da Rússia e em partes de Espanha, ficaram abaixo do normal.

Seca na Europa

De acordo com uma análise da agência noticiosa AFP, com base nos dados do Observatório Europeu da Seca, mais de metade da Europa e da região do Mediterrâneo foram afectadas pela seca no período de 11 a 19 de Julho de 2025. Esta taxa de 51,9% está 21 pontos percentuais acima da média de 2012-2024. É a mais elevada para esta época do ano desde o início das observações, em 2012.

Na Europa Ocidental, a situação agravou-se em comparação com os primeiros dez dias de Julho. Com 21% dos seus solos em alerta, o Reino Unido continua a enfrentar uma seca severa, depois de uma Primavera historicamente quente.

Esta seca ajuda a alimentar os fogos, como o incêndio histórico e mortal que deflagrou na terça-feira no departamento de Aude, no sul de França, que só em 24 horas consumiu 16.000 hectares de vegetação. com Lusa

Uma Manga(s) para compor o fato: Rui Borges recebe quinto reforço da época

Por um lado, a questão da profundidade do plantel. Por outro, a possibilidade de haver ainda alguma saída na posição este mercado. Ricardo Mangas era há muito um jogador referenciado pelo Sporting e pelo técnico Rui Borges mas nunca teve qualquer abordagem nas semanas passadas tendo em vista a sua contratação ao Spartak de Moscovo. Quando os leões avançaram, o processo foi rápido. Tão rápido que, menos de 48 horas depois, o esquerdino de 27 anos estava a caminho de Portugal para fazer exames médicos e assinar.

Tendo como alvo um ala destro que jogasse na esquerda e pudesse fazer o papel que Pedro Gonçalves tem desempenhado na equipa leonina, a SAD verde e branca não descurou outras opções no corredor e decidiu avançar para a contratação do jogador que esteve com Rui Borges no V. Guimarães. Com Nuno Santos ainda a recuperar de lesão (devendo voltar em breve aos treinos integrado), Maxi Araújo tem sido cobiçado por alguns clubes italianos neste mercado e Matheus Reis, que tinha tudo apalavrado no final da última época para renovar contrato, pode também deixar Alvalade neste mercado. Aconteça ou não, a contratação de Ricardo Mangas com um reduzido investimento (300 mil euros) vem aumentar a profundidade do plantel e salvaguardar qualquer venda que possa ser feita no setor até ao final da janela de transferências.

Nascido em Olhão, Mangas passou por alguns clubes algarvios como o Marítimo Olhanense, o Ferreiras ou a Casa do Benfica de Portimão, de onde viria a dar o salto para o Benfica ainda como infantil. O esquerdino fez depois toda a formação no Seixal, onde se sagrou campeão nacional de juvenis (Sub-17) e ganhou uma Liga e uma Taça Revelação de Sub-23, antes de sair para o Desp. Aves em 2017, com um empréstimo na primeira temporada ao Mirandela (onde trabalhou com Rui Borges). Ricardo Mangas, que tanto jogava como extremo puro, ala ou lateral esquerdo com pendor mais ofensivo, destacou-se depois no Boavista, o que lhe valeu a primeira passagem pelo estrangeiro ao serviço do Bordéus na Ligue 1. Regressou ao Bessa e assinou depois pelo V. Guimarães, com uma época e meia ao melhor nível a valer o salto para o Spartak Moscovo.

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Os russos pagaram aos minhotos dois milhões de euros pelo passe do esquerdino, que já depois de ter tudo certo ainda viu a transferência em risco num episódio caricato: os dirigentes do Spartak não gostaram das reações que foram surgindo na Rússia a um vídeo antigo do TikTok onde Ricardo Mangas surgia vestido com roupa feminina numa brincadeira com a mulher Carly, mas tudo acabou depois por ser ultrapassado. O esquerdino realizou um total de 16 jogos nessa meia temporada de estreia (com dois golos) e foi titular nos dos primeiros encontros oficiais do Spartak em 2025/26, ambos a contar para a Liga russa.

A possibilidade de voltar a Portugal fez com que Ricardo Mangas nem pensasse duas vezes antes de aceitar o repto deixado pelo Sporting e pelo próprio Rui Borges, técnico que o conhece bem. O jogador chegou na semana passada a Portugal para fazer os habituais exames médicos antes de ser apresentado de forma oficial, sendo que não entrou na ficha de jogo da Supertaça por não ter sido apresentado, algo que poderia acontecer de forma quase direta tendo em conta o ritmo de competição que traz e as dificuldades no setor, entre o pesado castigo de Matheus Reis, a recuperação de Nuno Santos após lesão grave e a dúvida que havia em torno de Maxi Araújo, que tem estado fora das opções e teve de sair aos 70 minutos.

Com o quinto reforço da temporada garantido, depois de Giorgi Kochorashvili, Alisson Santos, Luis Suárez e Georgios Vagiannidis, Rui Borges aguarda agora a possibilidade de chegada de um extremo, com Jota Silva a ser o principal candidato a nova solução dentro do plantel leonino.

Detido homem que incendiou camião-palco em festas populares. Tinha sido expulso após comportamento “inapropriado” com bailarina da banda

Um homem de 44 anos foi detido na quarta-feira pela presumível autoria de um crime de incêndio, explosões e outras condutas perigosas, cometido no domingo passado quando incendiou um palco de espetáculos montado em semirreboque, na povoação do Alvendre, Guarda.

A Polícia Judiciária (PJ) detalha que os factos ocorreram “por ocasião das festividades em honra da Nossa Senhora do Rosário e Mártir São Sebastião, tendo resultado em danos, que até ao momento, se estimam em mais de 200 mil euros“.

“O homem, sob o efeito do álcool e de medicação, manteve um comportamento inapropriado com uma das bailarinas que ali atuava, tendo sido convidado a abandonar o recinto da festa”, destaca-se na nota da autoridade policial.

De acordo com a PJ, foi devido a “sentimentos fúteis”, que o homem se colocou debaixo do referido palco, quando decorria a atuação do grupo musical e bailarinas, “vindo a atear fogo às espumas de proteção e embalamento dos instrumentos e aparelhagens musicais ali guardados”.

Devido ao incêndio provocado, três espetadores tiveram de ser assistidos nas urgências do Hospital da Guarda por intoxicação em resultado da inalação de fumos, como tinha sido avançado pelo Diário de Viseu, que detalha que o alerta para o incêndio foi dado às 22h34, tendo o fogo sido combatido pelos Bombeiros Voluntários da Guarda, apoiados por oito viaturas.

“Além dos danos financeiros causados, não ocorreram outras consequências tais como bens materiais e vida dos cidadãos que assistiam ao espetáculo, graças à pronta intervenção dos técnicos de som e das pessoas que assistiam ao espetáculo que, com a utilização de extintores, evitaram a propagação do incêndio”, afirma ainda a PJ.

O próprio suspeito sofreu queimaduras nos braços e face, tendo tido alta hospitalar dos Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, na tarde de quarta-feira. Foi de seguida detido e presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.

Investimento estrangeiro contempla 19 equipas das ligas profissionais de futebol

A I e a II Liga portuguesas de futebol contam com 19 equipas cujas SAD têm acionistas estrangeiros, 12 no principal campeonato e sete no escalão secundário, apurou a Lusa, a partir de dados recolhidos e tratados.

Esse número corresponde a 57,6% dos 33 emblemas que integram a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) na época 2025/26, num panorama em que os investidores estrangeiros detêm a maioria do capital em 15 casos e uma posição minoritária em quatro.

Entre as equipas da I Liga, a venda de 70% da SAD do Moreirense ao fundo norte-americano Black Knight Football Club, proprietário do Bournemouth, da Liga inglesa, aprovada a 31 de maio de 2025 pelos sócios do clube minhoto e formalizada a 18 de junho, é a mais recente aquisição maioritária de capital por uma entidade estrangeira, fenómeno já em curso há 12 anos.

A 30 de maio de 2013, os sócios do Portimonense aprovaram uma SAD em que o clube reservava 30% do capital, com a For Gool Company, empresa sediada no Reino Unido, liderada pelo brasileiro Theodoro Fonseca, a deter hoje 85,88% das ações dos algarvios, que militam na II Liga.

A 29 de junho de 2018, o Famalicão ainda competia no segundo escalão quando vendeu 51% da SAD ao Quantum Pacific, grupo que tem o israelita Idan Ofer como acionista maioritário e que detém hoje 85% do capital, com os minhotos no campeonato principal.

Já o Globalon Football Holdings, do empresário norte-americano David Blitzer, controla a SAD do Estoril Praia desde 2019, numa operação que se tornou oficial em 24 de julho de 2019, e detém agora 92,3% das ações.

A SAD do Santa Clara é presidida pelo empresário brasileiro Bruno Vicintin, detentor de 55,8% das ações desde julho de 2022, enquanto o Rio Ave constituiu uma SAD a 15 de junho de 2024, com 80% do capital na posse do grego Evangelos Marinakis, dono do Olympiacos e do Nottingham Forest.

Constituída como sucessora da Vilafranquense SAD, no início da época 2023/24, a SAD do AVS tem como acionista único o brasileiro Rubens Parreira, o também presidente da sociedade que tutela a equipa da I Liga portuguesa.

No Tondela, emblema recém-promovido à elite após sagrar-se campeão da II Liga em 2024/25, os sócios aprovaram, a 17 de fevereiro de 2025, a venda da maioria da SAD ao grupo espanhol Elite Gestión y Administración.

Nesse mesmo dia, o Alverca, o outro emblema regressado à I Liga, confirmou que o empresário brasileiro Ricardo Vicintin vendeu “a participação qualificada na sociedade anónima a um grupo de investidores espanhóis e brasileiros”, com ligações a Vinicius Júnior, jogador do Real Madrid, por um valor até 10 milhões de euros (ME).

Entre as sociedades com participação minoritária, o Sporting conta com a Holdimo, empresa sediada em Portugal com o angolano Álvaro Sobrinho como acionista maioritário, que detém 9,9% das ações desde fevereiro de 2024.

No Benfica, o grupo Lenore Sports Partners, fundado pelos norte-americanos Jean-Marc Chapus e Elliot Holton Hayes, adquiriu 5,24% da SAD em 12 de maio de 2025.

A Qatar Sports Investments, proprietária do Paris Saint-Germain, comunicou a aquisição de 21,67% da SAD do Sporting de Braga em outubro de 2022 e detém agora 29,6% do capital.

No vizinho Vitória de Guimarães, o V Sports, fundo detido pelo egípcio Nassef Sawiris e pelo norte-americano Wesley Edens, que é proprietário do Aston Villa, é acionista da SAD vimaranense desde março de 2023, com uma participação que diminuiu de 46 para 29%.

Além do Portimonense, o investimento estrangeiro abrange o Feirense, o Académico de Viseu, a União de Leiria, o Vizela, a Oliveirense e o Penafiel, que confirmou, em 1 de julho de 2025, a venda de 90% do capital à Iberian Football Venture, participada pelo dono do Deportivo da Corunha, Juan Carlos Escotet.

O grupo nigeriano Tavistock detém 70% da SAD do Feirense após uma operação aprovada pelos sócios “fogaceiros”, em 25 de julho de 2015, e a empresa alemã Hobra é maioritária na SAD viseense desde 13 de agosto de 2021, detendo hoje 90% das ações.

O empresário britânico Navdeep Singh detém 90% da SAD da União de Leiria desde 2022, ano em que a Efkarpia Trades and Investment Limited, com sede em Hong Kong, adquiriu 80% do capital em Vizela.

A SAD da Oliveirense tem dois acionistas japoneses: o grupo Onodera Holdings, que adquiriu, em novembro de 2022, 52,5% do capital social ao empresário Akihiro Kin, agora detentor de 17,5%.

A expansão desse investimento está no “horizonte” da II Liga, após a SAD do Leixões anunciar “um princípio de acordo” para o grupo norte-americano Aliya Capital Partners se tornar maioritário, em 4 de julho de 2025, e os sócios do Marítimo terem aprovado a venda de 40% da SAD ao grupo brasileiro REVEE, por 15 milhões de euros, em 18 de julho de 2025.

Pese a associação ao norte-americano Robert Platek, do grupo MSD Capital, o Casa Pia compete na I Liga enquanto sociedade desportiva unipessoal por quotas (SDUQ), modelo em que o clube fundador detém todo o capital social, vedado à entrada de terceiros sem a transformação em SAD, segundo a legislação portuguesa.

Simplesmente arrepiante: adeptos de Liverpool e Preston cantam YNWA em memória de Diogo Jota

, diante do Preston North End, adeptos das duas equipas cantaram ‘You’ll Never Walk Alone’ em uníssono, com o capitão do Preston, Ben Whiteman, a levar uma coroa de flores para junto da bancada dos adeptos reds, em memória do internacional português. A partida de pré-época realiza-se no Deepdale, casa da equipa que milita no Championship.

Ataque dos rebeldes a campo de refugiados no Darfur, em Abril, pode ter causado 1500 mortos

A guerra civil que tem devastado o Sudão desde Abril de 2023, e que opõe as forças paramilitares RSF, lideradas pelo general Mohamed Hamdan Daglo, ao Exército liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, o líder de facto do país, pode ter tido um dos episódios mais sangrentos em Abril deste ano, com o massacre de 1500 civis num ataque dos rebeldes ao maior campo de deslocados do país, no Darfur do Norte.

O Guardian noticia nesta quinta-feira que existem testemunhos de execuções em massa e sequestros em grande escala ocorridos no ataque ao campo Zamzam, a sul de Al-Fasher (capital do Darfur do Norte), que esteve sob fogo das RSF durante 72 horas, entre 11 e 13 de Abril.

A ONU identificou “centenas de pessoas” mortas no ataque (civis não árabes), mas o Guardian revela que uma comissão criada para investigar o número de mortos já contabilizou mais de 1500 vítimas mortais. O ataque ocorreu na véspera de uma conferência liderada pelo Governo britânico, em Londres, com o objectivo de chegar a um acordo de paz.

O jornal diz que Mohammed Sharif, membro da comissão da antiga administração de Zamzam, disse que o total final de vítimas mortais será significativamente maior, com muitos corpos ainda não recuperados do campo, que agora é controlado pelas Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês)

“Os corpos estão dentro de casas, nos campos, nas estradas”, disse Sharif.

O Guardian também menciona um especialista em atrocidades de guerra com décadas de experiência nos conflitos no Darfur que entrevistou dezenas de sobreviventes de Zamzam e que acredita que até duas mil pessoas podem ter sido mortas no massacre.

Segundo a ONU, o campo de Zamzam, capital do estado do Darfur do Norte, abriga cerca de 500 mil pessoas, das quais metade a Unicef diz serem mulheres e crianças.

Os deslocados são mantidos pelos rebeldes árabes em condições de acesso restrito a água, alimentos e medicação e, uma vez que o acesso humanitário é praticamente impossível, os números de mortos causados pela fome são crescentes.

A fome e a limpeza étnica

No Sudão, um dos países mais pobres do mundo, a fome está confirmada em dez regiões, segundo o Programa Mundial Alimentar (WFP, na sigla em inglês) das Nações Unidas.

Esta agência da ONU alertou no início da semana que milhares de famílias presas em Al-Fasher (última cidade ainda sob controlo do Exército), que está sitiada pelos rebeldes de Mohamed Hamdan Dagalo (habitualmente referido como “Hemetti”), correm o “risco de morrer de fome“.

Até agora, pensa-se que morreram cerca de 150 mil pessoas na guerra civil e que o número de deslocados atinge os 13 milhões. Nas contas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), serão 8,6 milhões de deslocados internos e 3,8 milhões de refugiados que atravessaram a fronteira, para países como o Chade e o Egipto.

O massacre do campo de Zamzam seria o segundo maior crime de guerra do conflito no Sudão. Até agora, pensa-se que a pior das atrocidades desta guerra foi o massacre em grande escala de civis que tentaram fugir de uma vaga de violência étnica em Darfur no Verão de 2023.

As declarações de 221 testemunhas recolhidas pela Human Right Watch (HRW) permitiram concluir que as RSF, lideradas por árabes, orquestraram uma campanha concertada de limpeza étnica contra a tribo não árabe Masalit, em Darfur Ocidental, matando milhares de pessoas.

Segundo a HRW, desde o final de Abril até ao início de Novembro de 2023, as RSF e as milícias árabes aliadas “conduziram uma campanha sistemática” para remover as 540 mil pessoas de Al-Geneina, a capital regional.

O painel de especialistas da ONU sobre o Sudão estimou que entre dez mil e 15 mil pessoas terão sido mortas em Al-Geneina em 2023. Muitas morreram quando viajavam num comboio de civis rumo ao Chade e foram atacadas pelas RSF.

As RSF têm origem nas milícias janjaweed que lutaram num conflito na região no Darfur, nos anos 2000, tendo sido usadas pelo Governo do ditador Omar al-Bashir para ajudar o Exército a neutralizar uma rebelião.

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