Uma Manga(s) para compor o fato: Rui Borges recebe quinto reforço da época

Por um lado, a questão da profundidade do plantel. Por outro, a possibilidade de haver ainda alguma saída na posição este mercado. Ricardo Mangas era há muito um jogador referenciado pelo Sporting e pelo técnico Rui Borges mas nunca teve qualquer abordagem nas semanas passadas tendo em vista a sua contratação ao Spartak de Moscovo. Quando os leões avançaram, o processo foi rápido. Tão rápido que, menos de 48 horas depois, o esquerdino de 27 anos estava a caminho de Portugal para fazer exames médicos e assinar.

Tendo como alvo um ala destro que jogasse na esquerda e pudesse fazer o papel que Pedro Gonçalves tem desempenhado na equipa leonina, a SAD verde e branca não descurou outras opções no corredor e decidiu avançar para a contratação do jogador que esteve com Rui Borges no V. Guimarães. Com Nuno Santos ainda a recuperar de lesão (devendo voltar em breve aos treinos integrado), Maxi Araújo tem sido cobiçado por alguns clubes italianos neste mercado e Matheus Reis, que tinha tudo apalavrado no final da última época para renovar contrato, pode também deixar Alvalade neste mercado. Aconteça ou não, a contratação de Ricardo Mangas com um reduzido investimento (300 mil euros) vem aumentar a profundidade do plantel e salvaguardar qualquer venda que possa ser feita no setor até ao final da janela de transferências.

Nascido em Olhão, Mangas passou por alguns clubes algarvios como o Marítimo Olhanense, o Ferreiras ou a Casa do Benfica de Portimão, de onde viria a dar o salto para o Benfica ainda como infantil. O esquerdino fez depois toda a formação no Seixal, onde se sagrou campeão nacional de juvenis (Sub-17) e ganhou uma Liga e uma Taça Revelação de Sub-23, antes de sair para o Desp. Aves em 2017, com um empréstimo na primeira temporada ao Mirandela (onde trabalhou com Rui Borges). Ricardo Mangas, que tanto jogava como extremo puro, ala ou lateral esquerdo com pendor mais ofensivo, destacou-se depois no Boavista, o que lhe valeu a primeira passagem pelo estrangeiro ao serviço do Bordéus na Ligue 1. Regressou ao Bessa e assinou depois pelo V. Guimarães, com uma época e meia ao melhor nível a valer o salto para o Spartak Moscovo.

Tem “mente de líder”, “joga com paixão” e pertence à nova geração de ouro grega: Vagiannidis, o lateral que troca o verde pelo verde

Os russos pagaram aos minhotos dois milhões de euros pelo passe do esquerdino, que já depois de ter tudo certo ainda viu a transferência em risco num episódio caricato: os dirigentes do Spartak não gostaram das reações que foram surgindo na Rússia a um vídeo antigo do TikTok onde Ricardo Mangas surgia vestido com roupa feminina numa brincadeira com a mulher Carly, mas tudo acabou depois por ser ultrapassado. O esquerdino realizou um total de 16 jogos nessa meia temporada de estreia (com dois golos) e foi titular nos dos primeiros encontros oficiais do Spartak em 2025/26, ambos a contar para a Liga russa.

A possibilidade de voltar a Portugal fez com que Ricardo Mangas nem pensasse duas vezes antes de aceitar o repto deixado pelo Sporting e pelo próprio Rui Borges, técnico que o conhece bem. O jogador chegou na semana passada a Portugal para fazer os habituais exames médicos antes de ser apresentado de forma oficial, sendo que não entrou na ficha de jogo da Supertaça por não ter sido apresentado, algo que poderia acontecer de forma quase direta tendo em conta o ritmo de competição que traz e as dificuldades no setor, entre o pesado castigo de Matheus Reis, a recuperação de Nuno Santos após lesão grave e a dúvida que havia em torno de Maxi Araújo, que tem estado fora das opções e teve de sair aos 70 minutos.

Com o quinto reforço da temporada garantido, depois de Giorgi Kochorashvili, Alisson Santos, Luis Suárez e Georgios Vagiannidis, Rui Borges aguarda agora a possibilidade de chegada de um extremo, com Jota Silva a ser o principal candidato a nova solução dentro do plantel leonino.

Detido homem que incendiou camião-palco em festas populares. Tinha sido expulso após comportamento “inapropriado” com bailarina da banda

Um homem de 44 anos foi detido na quarta-feira pela presumível autoria de um crime de incêndio, explosões e outras condutas perigosas, cometido no domingo passado quando incendiou um palco de espetáculos montado em semirreboque, na povoação do Alvendre, Guarda.

A Polícia Judiciária (PJ) detalha que os factos ocorreram “por ocasião das festividades em honra da Nossa Senhora do Rosário e Mártir São Sebastião, tendo resultado em danos, que até ao momento, se estimam em mais de 200 mil euros“.

“O homem, sob o efeito do álcool e de medicação, manteve um comportamento inapropriado com uma das bailarinas que ali atuava, tendo sido convidado a abandonar o recinto da festa”, destaca-se na nota da autoridade policial.

De acordo com a PJ, foi devido a “sentimentos fúteis”, que o homem se colocou debaixo do referido palco, quando decorria a atuação do grupo musical e bailarinas, “vindo a atear fogo às espumas de proteção e embalamento dos instrumentos e aparelhagens musicais ali guardados”.

Devido ao incêndio provocado, três espetadores tiveram de ser assistidos nas urgências do Hospital da Guarda por intoxicação em resultado da inalação de fumos, como tinha sido avançado pelo Diário de Viseu, que detalha que o alerta para o incêndio foi dado às 22h34, tendo o fogo sido combatido pelos Bombeiros Voluntários da Guarda, apoiados por oito viaturas.

“Além dos danos financeiros causados, não ocorreram outras consequências tais como bens materiais e vida dos cidadãos que assistiam ao espetáculo, graças à pronta intervenção dos técnicos de som e das pessoas que assistiam ao espetáculo que, com a utilização de extintores, evitaram a propagação do incêndio”, afirma ainda a PJ.

O próprio suspeito sofreu queimaduras nos braços e face, tendo tido alta hospitalar dos Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, na tarde de quarta-feira. Foi de seguida detido e presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.

Investimento estrangeiro contempla 19 equipas das ligas profissionais de futebol

A I e a II Liga portuguesas de futebol contam com 19 equipas cujas SAD têm acionistas estrangeiros, 12 no principal campeonato e sete no escalão secundário, apurou a Lusa, a partir de dados recolhidos e tratados.

Esse número corresponde a 57,6% dos 33 emblemas que integram a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) na época 2025/26, num panorama em que os investidores estrangeiros detêm a maioria do capital em 15 casos e uma posição minoritária em quatro.

Entre as equipas da I Liga, a venda de 70% da SAD do Moreirense ao fundo norte-americano Black Knight Football Club, proprietário do Bournemouth, da Liga inglesa, aprovada a 31 de maio de 2025 pelos sócios do clube minhoto e formalizada a 18 de junho, é a mais recente aquisição maioritária de capital por uma entidade estrangeira, fenómeno já em curso há 12 anos.

A 30 de maio de 2013, os sócios do Portimonense aprovaram uma SAD em que o clube reservava 30% do capital, com a For Gool Company, empresa sediada no Reino Unido, liderada pelo brasileiro Theodoro Fonseca, a deter hoje 85,88% das ações dos algarvios, que militam na II Liga.

A 29 de junho de 2018, o Famalicão ainda competia no segundo escalão quando vendeu 51% da SAD ao Quantum Pacific, grupo que tem o israelita Idan Ofer como acionista maioritário e que detém hoje 85% do capital, com os minhotos no campeonato principal.

Já o Globalon Football Holdings, do empresário norte-americano David Blitzer, controla a SAD do Estoril Praia desde 2019, numa operação que se tornou oficial em 24 de julho de 2019, e detém agora 92,3% das ações.

A SAD do Santa Clara é presidida pelo empresário brasileiro Bruno Vicintin, detentor de 55,8% das ações desde julho de 2022, enquanto o Rio Ave constituiu uma SAD a 15 de junho de 2024, com 80% do capital na posse do grego Evangelos Marinakis, dono do Olympiacos e do Nottingham Forest.

Constituída como sucessora da Vilafranquense SAD, no início da época 2023/24, a SAD do AVS tem como acionista único o brasileiro Rubens Parreira, o também presidente da sociedade que tutela a equipa da I Liga portuguesa.

No Tondela, emblema recém-promovido à elite após sagrar-se campeão da II Liga em 2024/25, os sócios aprovaram, a 17 de fevereiro de 2025, a venda da maioria da SAD ao grupo espanhol Elite Gestión y Administración.

Nesse mesmo dia, o Alverca, o outro emblema regressado à I Liga, confirmou que o empresário brasileiro Ricardo Vicintin vendeu “a participação qualificada na sociedade anónima a um grupo de investidores espanhóis e brasileiros”, com ligações a Vinicius Júnior, jogador do Real Madrid, por um valor até 10 milhões de euros (ME).

Entre as sociedades com participação minoritária, o Sporting conta com a Holdimo, empresa sediada em Portugal com o angolano Álvaro Sobrinho como acionista maioritário, que detém 9,9% das ações desde fevereiro de 2024.

No Benfica, o grupo Lenore Sports Partners, fundado pelos norte-americanos Jean-Marc Chapus e Elliot Holton Hayes, adquiriu 5,24% da SAD em 12 de maio de 2025.

A Qatar Sports Investments, proprietária do Paris Saint-Germain, comunicou a aquisição de 21,67% da SAD do Sporting de Braga em outubro de 2022 e detém agora 29,6% do capital.

No vizinho Vitória de Guimarães, o V Sports, fundo detido pelo egípcio Nassef Sawiris e pelo norte-americano Wesley Edens, que é proprietário do Aston Villa, é acionista da SAD vimaranense desde março de 2023, com uma participação que diminuiu de 46 para 29%.

Além do Portimonense, o investimento estrangeiro abrange o Feirense, o Académico de Viseu, a União de Leiria, o Vizela, a Oliveirense e o Penafiel, que confirmou, em 1 de julho de 2025, a venda de 90% do capital à Iberian Football Venture, participada pelo dono do Deportivo da Corunha, Juan Carlos Escotet.

O grupo nigeriano Tavistock detém 70% da SAD do Feirense após uma operação aprovada pelos sócios “fogaceiros”, em 25 de julho de 2015, e a empresa alemã Hobra é maioritária na SAD viseense desde 13 de agosto de 2021, detendo hoje 90% das ações.

O empresário britânico Navdeep Singh detém 90% da SAD da União de Leiria desde 2022, ano em que a Efkarpia Trades and Investment Limited, com sede em Hong Kong, adquiriu 80% do capital em Vizela.

A SAD da Oliveirense tem dois acionistas japoneses: o grupo Onodera Holdings, que adquiriu, em novembro de 2022, 52,5% do capital social ao empresário Akihiro Kin, agora detentor de 17,5%.

A expansão desse investimento está no “horizonte” da II Liga, após a SAD do Leixões anunciar “um princípio de acordo” para o grupo norte-americano Aliya Capital Partners se tornar maioritário, em 4 de julho de 2025, e os sócios do Marítimo terem aprovado a venda de 40% da SAD ao grupo brasileiro REVEE, por 15 milhões de euros, em 18 de julho de 2025.

Pese a associação ao norte-americano Robert Platek, do grupo MSD Capital, o Casa Pia compete na I Liga enquanto sociedade desportiva unipessoal por quotas (SDUQ), modelo em que o clube fundador detém todo o capital social, vedado à entrada de terceiros sem a transformação em SAD, segundo a legislação portuguesa.

Simplesmente arrepiante: adeptos de Liverpool e Preston cantam YNWA em memória de Diogo Jota

, diante do Preston North End, adeptos das duas equipas cantaram ‘You’ll Never Walk Alone’ em uníssono, com o capitão do Preston, Ben Whiteman, a levar uma coroa de flores para junto da bancada dos adeptos reds, em memória do internacional português. A partida de pré-época realiza-se no Deepdale, casa da equipa que milita no Championship.

Ataque dos rebeldes a campo de refugiados no Darfur, em Abril, pode ter causado 1500 mortos

A guerra civil que tem devastado o Sudão desde Abril de 2023, e que opõe as forças paramilitares RSF, lideradas pelo general Mohamed Hamdan Daglo, ao Exército liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, o líder de facto do país, pode ter tido um dos episódios mais sangrentos em Abril deste ano, com o massacre de 1500 civis num ataque dos rebeldes ao maior campo de deslocados do país, no Darfur do Norte.

O Guardian noticia nesta quinta-feira que existem testemunhos de execuções em massa e sequestros em grande escala ocorridos no ataque ao campo Zamzam, a sul de Al-Fasher (capital do Darfur do Norte), que esteve sob fogo das RSF durante 72 horas, entre 11 e 13 de Abril.

A ONU identificou “centenas de pessoas” mortas no ataque (civis não árabes), mas o Guardian revela que uma comissão criada para investigar o número de mortos já contabilizou mais de 1500 vítimas mortais. O ataque ocorreu na véspera de uma conferência liderada pelo Governo britânico, em Londres, com o objectivo de chegar a um acordo de paz.

O jornal diz que Mohammed Sharif, membro da comissão da antiga administração de Zamzam, disse que o total final de vítimas mortais será significativamente maior, com muitos corpos ainda não recuperados do campo, que agora é controlado pelas Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês)

“Os corpos estão dentro de casas, nos campos, nas estradas”, disse Sharif.

O Guardian também menciona um especialista em atrocidades de guerra com décadas de experiência nos conflitos no Darfur que entrevistou dezenas de sobreviventes de Zamzam e que acredita que até duas mil pessoas podem ter sido mortas no massacre.

Segundo a ONU, o campo de Zamzam, capital do estado do Darfur do Norte, abriga cerca de 500 mil pessoas, das quais metade a Unicef diz serem mulheres e crianças.

Os deslocados são mantidos pelos rebeldes árabes em condições de acesso restrito a água, alimentos e medicação e, uma vez que o acesso humanitário é praticamente impossível, os números de mortos causados pela fome são crescentes.

A fome e a limpeza étnica

No Sudão, um dos países mais pobres do mundo, a fome está confirmada em dez regiões, segundo o Programa Mundial Alimentar (WFP, na sigla em inglês) das Nações Unidas.

Esta agência da ONU alertou no início da semana que milhares de famílias presas em Al-Fasher (última cidade ainda sob controlo do Exército), que está sitiada pelos rebeldes de Mohamed Hamdan Dagalo (habitualmente referido como “Hemetti”), correm o “risco de morrer de fome“.

Até agora, pensa-se que morreram cerca de 150 mil pessoas na guerra civil e que o número de deslocados atinge os 13 milhões. Nas contas do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), serão 8,6 milhões de deslocados internos e 3,8 milhões de refugiados que atravessaram a fronteira, para países como o Chade e o Egipto.

O massacre do campo de Zamzam seria o segundo maior crime de guerra do conflito no Sudão. Até agora, pensa-se que a pior das atrocidades desta guerra foi o massacre em grande escala de civis que tentaram fugir de uma vaga de violência étnica em Darfur no Verão de 2023.

As declarações de 221 testemunhas recolhidas pela Human Right Watch (HRW) permitiram concluir que as RSF, lideradas por árabes, orquestraram uma campanha concertada de limpeza étnica contra a tribo não árabe Masalit, em Darfur Ocidental, matando milhares de pessoas.

Segundo a HRW, desde o final de Abril até ao início de Novembro de 2023, as RSF e as milícias árabes aliadas “conduziram uma campanha sistemática” para remover as 540 mil pessoas de Al-Geneina, a capital regional.

O painel de especialistas da ONU sobre o Sudão estimou que entre dez mil e 15 mil pessoas terão sido mortas em Al-Geneina em 2023. Muitas morreram quando viajavam num comboio de civis rumo ao Chade e foram atacadas pelas RSF.

As RSF têm origem nas milícias janjaweed que lutaram num conflito na região no Darfur, nos anos 2000, tendo sido usadas pelo Governo do ditador Omar al-Bashir para ajudar o Exército a neutralizar uma rebelião.

Saint Caboclo: “Os telefones estão a estragar a pista de dança. As pessoas não se divertem tanto na discoteca porque têm medo de ser gravadas”

Nuno Fox

Tatuou na mão direita “Saint”, identidade construída a partir de uma relação amorosa. “Namorava com uma pessoa que disse que eu tenho essa coisa de achar que sou um santo, que estou sempre certo. Então virou uma piada para mim”, introduz Saint, antes de completar a apresentação: “Caboclo é como a minha mãe me chamava quando eu era mais novo”.

O tratamento materno, explica Saint Caboclo, neste episódio d’ O Tal Podcast, tem raízes ancestrais e culturais. “A minha família tem mistura com índios, e de onde nós somos, de Marabá, no Pará, tem essa coisa de chamar as crianças que têm mistura com índios de caboclo. Então foi assim que eu cresci”.

Desde a adolescência a viver em Portugal, o paranaense conta que foi por cá que se despediu completamente do Eudes, nome de batismo que repete a identidade paterna. “Foi como um ultimato: coloquei que o meu nome ia ser Saint e pronto – é Saint”.

A determinação reflete-se nessa tatuagem: “Está na mão com que eu cumprimento as pessoas, escrevo, seguro o microfone, com que eu faço tudo. É a minha identidade, a minha pessoa”.

Nuno Fox

Além de marca pessoal, Saint Caboclo tornou-se também sinónimo de revolução nas noites lisboetas. Criador das festas Dengo, o DJ, constrói, há quatro anos, uma comunidade que agrega, juntando pessoas de contextos, identidades e pertenças distintas.

A proposta cultural inclui as chamadas “listas trans”, que também está a tentar introduzir em Espanha. O conceito é simples: quebrar barreiras no acesso.

“As pessoas que participam nas festas Dengo sabem que o bilhete está a ser convertido para ajudar aquela amiga ou amigo trans”, aponta Saint, atento às resistências: “Claro que há pessoas que vão falar: mas por que eu tenho de pagar bilhete e essa pessoa não?”.

Sem hesitar na resposta, o DJ atira: “Talvez não entendam o conceito de comunidade, e esse evento não seja para elas”.

Nuno Fox

Firme na visão de que “a música não é suposto ser elitista”, mas sim “para todos”, o brasileiro lembra que “as pistas de dança foram criadas de uma certa forma de rebelião”.

Hoje, porém, sofrem de uma certa ‘contaminação’, alerta o artista: “As pessoas não se divertem tanto na discoteca, porque todo o mundo está com medo de ser gravado a fazer algo que não devia”.

O receio, nota Saint, vem da quantidade de câmaras que se posicionam nas pistas de danças em busca de um momento viral na internet.

Apesar de garantir que não se opõe à presença de telemóveis nas festas, o DJ vê neles uma barreira à liberdade.

“Faço parte dessa geração que publica tudo [nas redes sociais], então eu sei que sou parte do problema”, diz, revelando, contudo, que também usa o telemóvel como uma espécie de escudo. “Se estou a andar na rua, em volta de estranhos, estar com o meu telefone na cara vai-me deixar menos ansioso”.

Nuno Fox

A aprender a viver com o diagnóstico de ansiedade, Saint Caboclo assinala, nesta conversa com Georgina Angélica e Paula Cardoso, que a terapia tem sido um apoio importante. Acompanhe aqui ‘O Tal Podcast’.

Nuno Fox

O Tal Podcast é um podcast semanal dedicado às relações interpessoais e aos afectos humanos. Através de conversas profundas com convidados notáveis, o podcast revela uma narrativa original e abre as portas a uma comunidade internacional de reflexão e de interesse.

Pioneiro na cultura negra e afro-descendente em Portugal, é um espaço onde cabem todas as vidas, emocionalmente ligadas por experiências de provação e histórias de humanização.

Em longas conversas sem guião, Georgina Angélica e Paula Cardoso apresentam convidados especiais, em novos episódios, todas as quintas-feiras nos sites do Expresso, SIC e SIC Notícias ou qualquer plataforma de podcasts.

Tiago Pereira Santos com Nuno Fox

Georgina Angélica é especialista em Educação e Intervenção Social. Atua como educadora, formadora e palestrante, com mais de 20 anos de experiência em Portugal, Inglaterra e Angola.

Paula Cardoso é fundadora da rede Afrolink e autora da série de livros infantis ‘Força Africana’. É ainda apresentadora do programa de TV “Rumos” , transmitido na RTP África.

Ouça aqui mais episódios d’O Tal Podcast:

Autárquicas. Marta Jesus é a candidata pelo Chega à Câmara de Ribeira de Pena

A empresária Marta Jesus é a cabeça de lista do Chega à Câmara de Ribeira de Pena, distrito de Vila Real, e quer criar condições para a fixação de jovens e empresas, foi esta quinta-feira anunciado.

Com 40 anos, a candidata é natural de Ribeira de Pena e vive em Lisboa, onde criou a própria empresa.

A empresária disse, em comunicado divulgado pelo partido, que aceitou ser candidata à Câmara de Ribeira de Pena pelo Chega porque acredita neste partido e não se conforma com a falta de desenvolvimento do concelho e com a falta de condições para a fixação de talentos, de jovens e de empresas.

O seu compromisso, assumiu, é com o desenvolvimento da sua terra natal, onde quer ajudar a “construir um futuro melhor para todos”, permitindo que “as novas gerações encontrem em Ribeira de Pena condições de fixação e de realização dos seus projetos de vida”

“E que os mais velhos possam ter a companhia e os cuidados e dignidade que merecem”, disse também.

Marta Jesus referiu ainda que espera um dia poder regressar definitivamente a Ribeira de Pena, no distrito de Vila Real, de onde saiu aos 21 anos em busca de mais oportunidades a nível pessoal e profissional.

Em 2021, o PS liderado por João Noronha ganhou as eleições com 2.966 votos (54,96%) e três mandatos, com a coligação PSD/CDS-PP a obter 2.208 votos (40,91%) e dois mandatos.

Às eleições de 12 de outubro candidatam-se ainda, neste município, Carla Costa pelo PSD e Amadeu Silva pela CDU.

Incêndios. Preservar Peneda-Gerês é essencial para abastecimento de água às cidades

Acompanhe o nosso liveblog sobre a situação dos incêndios em Portugal.

A preservação dos ecossistemas de montanha deve integrar “uma estratégia para proteger a água” e o seu abastecimento às cidades, nomeadamente a partir da Peneda-Gerês, defendeu esta quinta-feira uma investigadora.

“Deve haver uma preocupação com a preservação destes ecossistemas de montanha e com a preservação das atividades que favorecem a sua resiliência aos incêndios como parte de uma estratégia de proteger o nosso recurso hídrico e vital que é a água”, alertou Joana Nogueira, da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC).

Quando os ecossistemas são afetados pelo decréscimo de atividades tradicionais, como tem acontecido no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), ficam com a biodiversidade menos protegida e mais vulneráveis a incêndios, podendo afetar o abastecimento de água, não só na região como nas cidades.

“Esse abastecimento pode ficar afetado, com custos mais elevados, de tratamento ou para assegurar o abastecimento. Fica afetado na sua qualidade e quantidade”, asseverou a professora, que tem estudado o papel das comunidades que vivem na Peneda-Gerês e o papel desempenhado na “preservação da integridade e diversidade dos ecossistemas”, a propósito do incêndio que começou a 26 de julho no PNPG, em Ponte da Barca, distrito de Viana do Castelo.

De acordo com Joana Nogueira, esta questão “é importante mesmo para quem não vai visitar o Parque Nacional”, embora seja “pouco compreendido pela sociedade”

“As montanhas, como as serras da Peneda, do Gerês, a serra Amarela, todas as serras que constituem o PNPG, funcionam como sistemas de captação de água que dependem de haver aqui esta paisagem equilibrada, esta paisagem com elevada biodiversidade e com agricultura e com a presença humana”, avisa a docente.

No fundo, tudo isso “assegura que se mantenha o solo, a vegetação e que a água se infiltre e continue a fluir”.

“No futuro, vamos ter cada vez mais escassez de água e isto é um serviço de ecossistema de regulação em que a água que chega pelo rio Cávado a Braga e a água que chega pelo rio Lima, a Viana do Castelo, vem dos sistemas montanhosos”, vincou.

Com incêndios como o que deflagrou a 26 de agosto e esteve ativo até domingo, aquele solo “fica vulnerável, fica exposto, ficam as raízes destruídas” e com as chuvas e ventos “perde-se solo”.

Tal implica menos vegetação para reter a água quando chover, e isso implica “menos água para alimentar os rios e para esses rios alimentarem as nascentes e o abastecimento de água das cidades”, destaca.

“Isto para não falar da qualidade da água que temos nas nossas casas, da água potável. É muito importante, está mais que demonstrado por vários estudos em Portugal, que a redução da população das montanhas e o abandono agrícola e o abandono pastoril estão relacionados com o incremento de incêndios e com o incremento de maior risco de incêndios”, sublinha.

O PNPG abrange os distritos de Braga (concelho de Terras de Bouro), Viana do Castelo (concelho de Melgaço, Arcos de Valdevez e Ponte da Barca) e Vila Real (concelho de Montalegre), numa área total de cerca de 70.290 hectares.

Oficina de “Robertos” recria tradição portuguesa do teatro de marionetas

Dar a conhecer o universo das marionetas aos adultos é a proposta do “workshop” pensado pelo Teatro e Marionetas de Mandrágora, que se realiza no sábado, 9 de agosto, e pretende transmitir aos participantes toda a dimensão do teatro de Robertos.

“A oficina aborda as personagens, as histórias tradicionais, os legados, bem como a construção e a manipulação”, diz à Renascença a diretora artística do Teatro e Marionetas de Mandrágora, Filipa Mesquita.

“Robertos” são “uma categoria de teatro de fantoches” reconhecida pelo Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial. Trata-se dos protagonistas de “teatros populares de rua, que nos anos 30, 40 e 50 existia muito presente nas praças, nos jardins e nas festas”, e que representavam, essencialmente, quatro peças de teatro, “o Barbeiro Diabólico, o Castelo dos Fantasmas, a Tourada à Portuguesa e a Rosa e os Três Namorados”

“É um teatro bruto, um teatro efémero, bastante ágil, rápido, satírico, com um lado muito estridente e bastante impactante”, descreve Filipa Mesquita.

A atuação está ao cargo dos “bonecreiros”, que, antigamente, eram “artistas muito pobres que viviam do conceito de esmolas.

“Um início”

Entre as 10h00 e as 16h45 de sábado, a Casa Educativa da Marioneta, em Gondomar, abre portas para os participantes “descobrirem um pouco mais deste teatro, serem espectadores, mas também – quem sabe?… – ganharem o gosto pelo desenvolvimento desta arte que precisa de ser promovida”.

Filipa Mesquita quer que a oficina seja “um início” para os participantes: “É um começo de qualquer coisa, para alguns será
uma fruição momentânea, bonita, e para outros poderá ser o início de um caminho
que irão percorrer.”

Durante o dia, os participantes serão convidados a fazer uma “deambulação sobre o que é este teatro”, a explorar “o que é o espaço, quais são os bonecos que entram, quais são as personagens que entram no espetáculo, quais são as dinâmicas, os adereços”.

“Num só dia, não dá para construir um fantoche, mas há forma de construir algo que se aproxima”, detalha.

A experimentação da manipulação dos fantoches é também algo que está planeado, tal como “dinâmicas e os jogos de velocidade” características dos “bonecos que têm uma grande velocidade” e uma grande “dinâmica com o público”.

Para além das oficinas, a Teatro e Marionetas de Mandrágora desenvolve também uma vasta variedade de atividades, desde as oficinas até festivais e “projetos comunitários”, para promover a premissa de “poder incentivar as pessoas a construir, a desenvolver, a manipular, a explorar”.

Filipa Mesquita apela a que haja “um encontro honesto” para que seja feita uma “partilha conjunta” entre a arte das marionetas e os espectadores. “Gostaríamos de projetar a arte da marioneta e ser reconhecida em Portugal, na Europa, no mundo inteiro, nas muitas diversidades”.

Portugal ultrapassado pela Finlândia no ranking FIFA do futebol feminino

Portugal desceu para o 23.º lugar no ranking feminino da FIFA, depois de sair do Europeu de futebol com apenas um empate e duas derrotas nos três jogos da fase de grupos da competição.

Na classificação divulgada esta quinta-feira pelo organismo que tutela o futebol mundial, a seleção feminina lusa viu-se ultrapassada pela Finlândia (22.ª), que subiu quatro lugares após terminar o Europeu da Suíça com uma vitória, um empate e uma derrota.

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O ranking passou a ser liderado pela campeã mundial Espanha, que ultrapassou os Estados Unidos, e apesar de ‘La Roja’ ter sido batida na final do Europeu pela Inglaterra (1-1, 3-1 nas grandes penalidades).

As inglesas, que revalidaram o título europeu, o terceiro conquistado pela selecionadora Sarina Wiegmann, dois com as ‘leoas’ e um com os Países Baixos, subiram da quinta para a quarta posição na hierarquia do futebol feminino mundial.

O pódio é formado por Espanha, Estados Unidos e Suécia (subiu três), seguidas de Inglaterra, Alemanha (desceu duas), França (subiu quatro), Brasil (desceu três), apesar da conquista da Copa América, Japão (desceu uma), Canadá (desceu uma) e Coreia do Sul (desceu uma).

O próximo ranking feminino da FIFA será divulgado em 11 de dezembro.

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