Queer Terceira promove cinema temático e debates nos Açores

O ciclo de cinema Queer Terceira, que arranca na sexta-feira, na ilha Terceira, nos Açores, exibe 14 filmes falados em português, entre maio e junho, e promove debates relacionados com a comunidade LGBTQI+, revelou a organização nesta terça-feira.

“O programa, todo falado em língua portuguesa e composto de 14 filmes, entre longas e curtas-metragens, documentais e de ficção, de produção portuguesa e brasileira, foi construído segundo a lógica de momentos temáticos, que procuram ir ao encontro de um conjunto de temas pertinentes no panorama político e social atual e do seu impacto nas pessoas e comunidades queer“, adiantou a organização, em comunicado de imprensa.

O evento, idealizado e produzido pelo designer de comunicação e agente cultural da ilha Terceira João Pedro Costa, tem um “foco especial na juventude e nas suas problemáticas específicas”.

Integra um projeto de itinerância e descentralização que o Festival de Cinema Queer Lisboa tem desenvolvido desde 2021, “procurando levar alguns dos títulos mais recentes e relevantes do cinema queer a locais de Portugal Continental e ilhas”, onde o acesso a este tipo de filmes “é ainda muito restrito”.

O ciclo arranca no fim de semana em que se celebra o Dia Internacional Contra a Homofobia, Bifobia a Transfobia (17 de maio).

O primeiro momento decorre de 16 a 18 de maio, no Auditório do Ramo Grande, na Praia da Vitória, tendo como temas “juventude, religião e família”.

“Propomos um olhar sobre a nossa relação individual com esses lugares de pertença e de crescimento — o bairro e a escola, a família e a religião –, e da não rara necessidade de rompimento com esses lugares, para construir aqueles outros, onde somos mais seguros e mais felizes: as nossas comunidades tornadas família alternativa”, indicou a organização.

Na sexta-feira, às 10h30, numa sessão para escolas, aberta ao público em geral, é exibido o filme Lobo e Cão, de Claúdia Varejão, rodado na ilha de São Miguel.

No sábado, às 21h00, é exibido o filme Pedágio, de Carolina Markowicz, e no domingo, às 18h00, o documentário Intransitivo, de Gabz 404, Gustavo Deon, Lau Graef e Luka Machado.

O ciclo de cinema regressa no dia 30 de maio, para um segundo momento que tem como tema “Saúde sexual e saúde mental nas pessoas queer.

Numa sessão especial, em parceria com a companhia Cães do Mar, é apresentado, no dia 30, às 21h00, O Carnaval é um Palco, a Ilha uma Festa, de Rui Mourão, na Recreio dos Artistas, em Angra do Heroísmo.

No do 31, às 21h00, é exibido E Agora? Lembra-me, de Joaquim Pinto, no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo.

No mesmo local, no dia 01, às 18h00, passa A Metade de Nós, de Flávio Botelho, seguido de um debate sobre saúde sexual e saúde mental nas pessoas queer, com a psiquiatra e sexóloga clínica Mariana Bettencourt e a médica de medicina interna, com pós-graduação em VIH/sida, Vanessa Barcelos, moderado pela programadora do Queer Lisboa Constança Carvalho Homem.

O último momento do ciclo tem como tema “Ativismo e vozes queer e arranca com um debate, na Livraria Lar Doce Livro, em Angra do Heroísmo, no dia 13 de junho, às 18h15.

Moderado pelo diretor artístico do Queer Lisboa, João Ferreira, o debate conta com a participação da proprietária da livraria LGBTQI+ Esquina Cor de Rosa Jó Bernardo, do professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa António Fernando Cascais e da vice-presidente da direção da associação Amplos, Isabel Rodrigues.

No dia 14 de junho, às 21h00, é exibido, na Recreio dos Artistas, As Fado Bicha, de Justine Lemahieu.

O ciclo encerra no dia 15 de junho, começando com a exibição das curtas-metragens Dildotectónica, de Paula Tomás Marques, Um Caroço de Abacate, de Ary Zara, e Seu Nome Era Gisberta, de Sérgio Galvão Roxo, às 16h00, na Recreio dos Artistas.

Às 18h00, no mesmo local, é exibida a curta-metragem Onde o Verão Vai (Episódios da Juventude), do terceirense David Pinheiro Vicente, seguida de Ovnis, Monstros e Utopias, que inclui as curtas Entre a Luz e o Nada, de Joana de Sousa, Sob Influência, de Ricardo Branco, e Uma Rapariga Imaterial, de André Godinho.

O Queer Terceira é financiado pela União Europeia e pela Startup Europe Regions Network, no âmbito do programa Youth 4 Outermost Regions.

Todas as sessões e atividades do programa têm entrada gratuita.

Rei de Espanha e Presidente de Itália recebem Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Coimbra

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13 mai, 2025 – 23:33 • Miguel Marques Ribeiro

Os dois chefes de estado estiveram na Universidade de Coimbra para receber o grau de Doutor Honoris Causa. Filipe VI foi distinguido pela Faculdade de Direito e e o Presidente da República de Itália, Sergio Mattarella, pela Faculdade de Economia.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi o Apresentante (padrinho). No seu discurso, feito em latim, realçou as “notáveis virtudes comuns” dos dois homenageados.

França, Hungria e Itália apoiam Portugal na defesa dos direitos de autor com uso de IA

França, Hungria e Itália apoiaram nesta terça-feira uma iniciativa de Portugal para salvaguardar os direitos de autor no uso da Inteligência Artificial (IA) nos setores cultural e audiovisual, visando a “sustentabilidade das indústrias culturais e criativas europeias”.

“Durante o Conselho de Ministros da Cultura da União Europeia e na sequência do debate sobre a iniciativa proposta por Portugal relativa à salvaguarda dos direitos de autor e direitos conexos, os representantes de França, Hungria, Itália e Portugal sublinharam em conjunto as oportunidades e desafios gerados pela adoção rápida e generalizada da inteligência artificial de propósito geral para os setores cultural e audiovisual, particularmente no que respeita ao cumprimento dos direitos fundamentais, em especial os direitos de autor e direitos conexos”, refere um comunicado conjunto divulgado no final de uma reunião em Bruxelas.

“Durante o debate público, Eslovénia, Dinamarca, Lituânia, Letónia, Alemanha, Espanha, Estónia, Finlândia, Grécia, Chipre e Croácia manifestaram o seu apoio geral à iniciativa”, acrescenta o mesmo documento assinado por aqueles quatro países.

Nesta terça-feira, na reunião dos ministros da Cultural da UE, Portugal levou o tema da proteção dos direitos de autor e garantia de transparência, no âmbito da legislação europeia sobre IA.

O país defende uma revisão das normas da IA para alinhamento com a lei dos direitos de autor ao nível europeu e a defesa efetiva dos criadores e da diversidade cultural.

De acordo com o comunicado divulgado nesta terça-feira no final do encontro, estes países advogam a “sustentabilidade das indústrias culturais e criativas europeias”, uma “abordagem concertada entre os Estados-membros”, a “segurança jurídica e transparência na utilização de dados” e ainda a salvaguarda dos “valores fundamentais”.

“Dada a complexidade técnica e jurídica da matéria, bem como a sua relevância estratégica para o futuro das indústrias culturais europeias, consideramos indispensável esta abordagem a nível ministerial, de modo a facilitar uma discussão aprofundada e transversal, permitindo antecipar desafios, clarificar posições e promover uma cooperação europeia sólida na proteção dos direitos fundamentais no contexto da inteligência artificial”, concluem.

Portugal esteve representado na reunião pelo secretário de Estado da Cultura, Alberto Santos.

Em agosto de 2024, entrou em vigor na UE a lei da IA, a primeira legislação a nível mundial para esta tecnologia, que visa salvaguardar direitos fundamentais no espaço comunitário, mas no âmbito da qual apenas algumas disposições são já aplicáveis dado o período de adaptação de dois anos.

Esta é a primeira regulação direcionada para a IA, apesar de os criadores e os responsáveis pelo desenvolvimento desta tecnologia estarem já sujeitos à legislação europeia em matéria de direitos fundamentais, de proteção dos consumidores e de regras em matéria de segurança.

No que toca à legislação relativa aos direitos de autor, foi concebida para adaptar as normas à realidade do mercado único digital de forma a criar um equilíbrio entre a salvaguarda dos criadores e o acesso aos conteúdos.

Em vigor desde 2019 e transposta em Portugal em 2023, a diretiva atribui aos editores de imprensa um novo direito conexo sobre os seus conteúdos, responsabiliza plataformas como YouTube ou Facebook pela disponibilização de obras protegidas sem licença e impõe regras mais transparentes para garantir uma remuneração justa a criadores e artistas.

Rei de Espanha alude à necessidade de “Europa de segurança e defesa”

O Rei de Espanha, Filipe VI, falou nesta terça-feira da necessidade de uma “Europa de segurança e defesa”, considerando que é um desafio que deve ser assumido “num exercício de responsabilidade e de memória”.

“Hoje falamos da necessidade de uma Europa de segurança e defesa. É um desafio que devemos assumir num exercício de responsabilidade e de memória: não contra ninguém, não contra qualquer regime ou modelo, mas para defender o nosso“, referiu.

O Rei de Espanha, Filipe VI, e o Presidente da República de Itália, Sergio Mattarella, receberam esta tarde o grau de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Coimbra, numa cerimónia presidida pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa.

Nesta ocasião, o Rei de Espanha sublinhou que “o que está em jogo não é o que a Europa tem, mas o que é”.

“Como é importante olhar para a frente com confiança e convicção. Mas, não é menos importante fazê-lo conhecendo e compreendendo o nosso passado, aprendendo com o que o século XX representou para a Europa”, acrescentou.

Ao longo da sua intervenção, Filipe VI evidenciou a “preciosa amizade” entre Espanha, Portugal e Itália, unidos pelo mar, o direito e a Europa.

“Como é importante, nestes tempos confusos, não perder a bússola do espírito democrático. E como é importante lembrar isto, precisamente aqui, nesta grande universidade europeia, que nada seria possível sem aquele valor necessário à investigação e ao ensino: a liberdade”, apontou.

Depois de vincar que estes países são herdeiros do direito romano e certificam o Estado de direito, indicou ainda que “a Europa é filha do direito romano, do pensamento filosófico grego, da tradição judaico-cristã e do Iluminismo, bem como do espírito de reconciliação e melhoria dos europeus após os devastadores conflitos mundiais da primeira metade do século XX”.

No seu entender, a Europa é uma casa construída com base no consenso e na solidariedade.

“Seus pilares são sólidos porque não foram projetados para excluir ou separar, mas baseiam-se na liberdade e na igualdade de seus cidadãos. Mas, não desconhecem os riscos e males do nosso tempo, sejam eles de origem externa ou oriundos do nosso próprio núcleo europeu”, afirmou.

No elogio ao Rei de Espanha, que recebe o título de Doutor Honoris Causa cerca de 36 anos depois do seu pai Juan Carlos I, o professor catedrático Rui de Figueiredo Marcos aludiu ao apreço que a Faculdade de Direito de Coimbra tem pela Monarquia Espanhola.

“Durante um largo arco temporal, o direito português e a Universidade de Coimbra respiraram uma atmosfera verdadeiramente filipina”, frisou.

Já sobre o Rei de Espanha, “não contaminado por refregas partidárias”, disse que reúne em si três espécies de funções: umas simbólicas e representativas, outras arbitrais e moderadoras e outras ainda mediadoras.

“Mas uma, pela sua excecionalidade, se elevou historicamente acima de todas as outras. Toca a chamada função de reserva que o monarca pode invocar, por iniciativa pessoal, e sempre em defesa da Constituição. Só é mobilizável, porém, em caso de se enfrentar uma crise gravíssima em que se sobrevenha um anormal ou impossível funcionamento dos mecanismos de governo”,concluiu.

Sanções da UE se Rússia não aplicar cessar-fogo, avisa Macron

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O Presidente de França anunciou nesta terça-feira que os europeus vão impor sanções secundárias “nos próximos dias” se a Rússia “confirmar que não está a respeitar” o cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia.

“A nossa vontade, se a Rússia confirmar que não está a respeitar o cessar-fogo de 30 dias, proposto por Kiev e pelos aliados, é voltar a aplicar sanções. Já aplicámos várias dezenas e vamos aplicar nos próximos dias, em estreita ligação com os Estados Unidos”, afirmou Emmanuel Macron.

O chefe de Estado francês, que esteve na Ucrânia com o chanceler alemão, Friedrich Merz, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, e britânico, Keir Starmer, indicou que a coligação de países dispostos a dar garantias de segurança à Ucrânia no caso de cessar-fogo querem “adotar novas sanções [contra a Rússia] em conjunto com os Estados Unidos” de Donald Trump.

“Estamos à espera da resposta da Rússia“, afirmou, acrescentando que querem “ajudar a Ucrânia, mas nunca escalar”, por essa razão foi decidido “não enviar [tropas]” para Kiev.

Wall Street termina em tom positivo apesar do “mergulho” da UnitedHealth

A bolsa nova-iorquina encerrou esta terça-feira sem ordem, com os investidores aliviados, por um lado, com preços no consumidor e o alívio na guerra comercial sino-norte-americana mas, por outro, com o Dow Jones afetado pela queda da UnitedHealth.

Os resultados de sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average cedeu 0,64%, ao passo que o tecnológico Nasdaq progrediu 1,61% e o alargado S&P500 ganhou 0,72%.

“Parece que a euforia que predominou ontem [segunda-feira] no mercado (…) prosseguiu hoje, pelo menos para o S&P500 e o Nasdaq”, comentou Sam Stovall, da CFRA, em declarações à AFP.

Na segunda-feira, a praça bolsista acolheu em fanfarra a decisão dos EUA e da China de reduzirem em muito (115 pontos percentuais) as taxas alfandegárias que aplicavam às importações provenientes de cada um.

Mediante o acordo alcançado na Suíça, durante 90 dias, “a começar até 14 de maio”, as taxas a aplicar passam a ser de 30% e 10%, respetivamente por EUA e China, anunciaram as partes em comunicado conjunto, depois das negociações no fim de semana. .

Estas novidades na guerra comercial lançada por Donald Trump beneficia “importantes setores, principalmente a tecnologia, mas também a energia” e ainda “os serviços de comunicação”, enumerou Stovall.

Por outro lado, os investidores foram tranquilizados com os números da inflação nos EUA em abril, ligeiramente mais baixa do que a esperada, o que foi lido como um sinal favorável para a economia.

O índice de preços no consumidor (CPI, na sigla em Inglês) indicou um aumento homólogo de 2,3%, depois de 2,4% em março. .

Estes números “reforçam a confiança na possibilidade de as medidas de Trump poderem não produzir muita inflação, apesar de as taxas alfandegárias poderem colocar pressão sobre os custos”, escreveu, em nota analítica, Jose Torres, da Interactive Brokers.

O CPI “conforta os investidores (…) na medida em que o banco central norte-americano (Fed) reduzirá a sua taxa de juro de referência duas vezes este ano, uma vez em junho ou julho e depois em dezembro”, estimou Stovall.

Em termos de cotadas, Stovall apontou que “a baixa do Dow Jones respeita (apenas) a uma empresa”.

O indice histórico bolsista foi afetado, com efeito, pela queda acentuada da UnitedHealth (-14,08%), que é uma das suas maiores ponderações.

Esta seguradora de saúde anunciou a suspensão das suas previsões anuais, devido a uma subida acentuada dos custos médicos. Aliás, a empresa até se vai separar do seu presidente, Andrew Witty, que atribuiu a sua saída a “razões pessoais”.

Já a plataforma de moedas digitais Coinbase valorizou de forma exuberante (+23,97%), depois de ter sido anunciada a sua entrada no índice alargado S&P500 a partir de segunda-feira.

Gaming atraiu 40 mil pessoas a Óbidos e vila quer tornar-se um “hub” dos videojogos

Cerca de 40 mil pessoas passaram pelo Óbidos Vila Gaming durante os cinco dias da iniciativa, que o município considera uma aposta estratégica do concelho, podendo a vila vir a tornar-se num hub de videojogos e eSports.

A edição 2025 do Óbidos Vila Gaming “surpreendeu e superou todas a expectativas”, divulgou nesta terça-feira a Câmara de Óbidos, no distrito de Leiria, num balanço do evento, que foi visitado por cerca de 40 mil pessoas na semana passada.

Uma adesão que, para o presidente da autarquia, Filipe Daniel (PSD), consolidou o certame como “uma referência nacional na área da cultura digital e do entretenimento interativo”, colocando no horizonte “a vontade de internacionalizar o evento”.

Citado numa nota à imprensa, o autarca assume a “aposta estratégica do município na valorização das indústrias criativas, no reforço da literacia digital e na criação de oportunidades para os jovens, através da ligação entre educação, cultura, tecnologia e empreendedorismo”.

Segundo o município, Óbidos pretende “posicionar-se como referência nacional no universo dos videojogos e dos eSports, apostando na “criação de um hub nesta área“.

Um relatório do Observatório do Gaming e dos eSports (OGE), divulgado no domingo, no último dia do Óbidos Vila Gaming, apresenta um plano estruturado para a criação do “Óbidos, Hub do Gaming e dos eSports”, assente em três eixos: criar, jogar e competir.

O primeiro, segundo a Câmara, foca-se no apoio ao empreendedorismo tecnológico e criativo, com incentivos à instalação de estúdios de desenvolvimento de jogos, já o segundo eixo prevê espaços de acesso livre e educativo à prática de videojogos, integrando escolas e associações.

O eixo “competir” propõe uma vertente mais competitiva, com a criação de uma Academia de Gaming e eSports, orientada para a formação de atletas, organização de torneios e preparação de equipas profissionais.

O relatório aponta para que a estrutura venha a ser instalada no interior das muralhas e que o Parque Tecnológico de Óbidos (OBITEC) acolha o núcleo empresarial e de formação do hub.

O documento, que sublinha o potencial de Óbidos enquanto território atrativo para jovens e famílias, identifica também “desafios relevantes, como a escassez de habitação a preços acessíveis, a fraca mobilidade entre freguesias e a limitada oferta de espaços de lazer para a juventude”, ainda de acordo a autarquia.

Na nota, a Câmara de Óbidos salienta que a região conta já com uma oferta de ensino profissional e superior ligada à tecnologia e ao multimédia, destacando-se o curso de Técnico de Gestão e Programação de Sistemas Informáticos e a ligação com instituições como a Escola Superior de Artes e Design nas Caldas da Rainha, do Instituto Politécnico de Leiria, e a Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste.

No próximo ano letivo arrancará na Escola Josefa de Óbidos o Curso Técnico Superior Profissional (TeSP), resultado do protocolo estabelecido com o Instituto Politécnico de Santarém.

Para garantir a sustentabilidade do projeto, no relatório é sugerida a realização de eventos de gaming e eSports ao longo do ano, parcerias com entidades educativas e culturais, além de um plano de comunicação centrado na inovação e na inclusão digital.

A proposta inclui ainda a criação de programas específicos para jovens jogadoras, para a promoção da igualdade de género, e combate ao bullying nos espaços digitais, “um compromisso ético que poderá dar a Óbidos um posicionamento único a nível nacional”, acrescenta a autarquia.

Especial Campanha: Incerteza sobre alianças e orçamento retificativo

Especial Campanha Legislativas 2025

Os repórteres da Renascença acompanham as caravanas partidárias pelas cidades e aldeias do país, rumo às eleições legislativas de 18 de maio. Ouça os sons que marcam a campanha, todos os dias, às 20h na Renascença e também em podcast. A edição é de Miguel Coelho.

Papa Francisco-Leão XIII: a contradição que nunca o foi

O direito à propriedade privada: absoluta, intocável, direito natural para o Homem? Francisco actualizou a doutrina de Leão XIII. Carta Encíclica Rerum Novarum do Papa Leão XIII, sobre a condição dos operários; 15 de Maio de 1891. “A propriedade particular e pessoal é, para o homem, de direito natural”. Carta Encíclica Laudato si’ do Papa Francisco, sobre o cuidado da casa comum; 24 de Maio de 2015. “A tradição cristã nunca reconheceu como absoluto ou intocável o direito à propriedade privada”. Então a propriedade privada é um direito natural para o homem, ou nunca foi reconhecida pela tradição cristã? Estava

Português com “Green Card” detido por agentes de imigração dos EUA foi libertado

O português Rui Murras, detido no final de março pelas autoridades de imigração norte-americanas e que enfrenta a possibilidade de deportação, foi libertado, indicou esta terça-feira à Lusa a presidente do Centro de Assistência aos Imigrantes de New Bedford.

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Em declarações à Lusa, Helena da Silva Hughes, presidente do Centro de Assistência aos Imigrantes de New Bedford, cidade do estado norte-americano de Massachusetts onde Rui Murras reside, afirmou que o português foi libertado após o pagamento de fiança e que já se encontra com a família. .

Helena da Silva Hughes explicou que o português terá agora de ser presente a um juiz de imigração, mas sem avançar com datas.

Rui Murras é um português de 32 anos, com autorização de residência permanente nos Estados Unidos – “Green Card”- e a viver em solo norte-americano desde os 2 anos, que foi detido pelas autoridades de imigração ao regressar de umas férias ao exterior.

Nascido em Portugal, Murras viveu quase toda a sua vida em New Bedford, mas enfrenta agora a possibilidade de deportação para Portugal devido a problemas que teve com a justiça norte-americana no passado.

“Já acompanhei muitos casos, no passado, de pessoas que foram deportadas mesmo tendo “Green Card”. Então, este processo vai demorar tempo”, avaliou a presidente do Centro de Assistência aos Imigrantes de New Bedford, uma organização sem fins lucrativos.

“Eu acompanhei, há alguns anos, o caso de uma senhora portuguesa que gastou 27 mil dólares [24 mil euros no câmbio atual] para salvar o filho, para não ser deportado e, no fim, infelizmente, gastou o dinheiro e ele foi deportado na mesma”, contou à Lusa.

Rui Murras ficou várias semanas sob custódia do Serviço de Imigração e Alfândega (ICE, na sigla em inglês) e mantido numa prisão fora de Massachusetts, estado onde reside legalmente. .

“Rui terá agora de convencer o juiz de que nunca mais teve problemas com a justiça, que tem um trabalho, que tem uma família aqui, que a sua família tem cidadania americana”, acrescentou. .

Numa página de angariação de fundos criada para cobrir as despesas legais do caso – mas já encerrada -, a cunhada do português, Sofia Cabral-Murras, apresentou detalhes sobre o caso, explicando que o jovem “foi detido pela Patrulha da Fronteira quando regressou, por causa de um registo criminal antigo”. .

“O Rui não é um criminoso. É uma boa pessoa que não merece ficar na prisão enquanto isto é esclarecido”, assegurou a cunhada, frisando: “Nunca imaginámos estar nesta situação”.

Rui Murras ficou detido em Portland, cidade no estado do Maine, enquanto a sua família lutava para o trazer de volta a casa.

A Lusa tentou entrar em contacto com a família de Murras, mas não obteve resposta.

De acordo com o jornal local The New Bedford Light, o português chegou a ter problemas com a Justiça em 2012, quando foi “acusado de distribuir uma substância controlada de Classe D — tipicamente marijuana — e de conspiração para violar as leis de drogas”, sendo que a acusação de conspiração foi rejeitada por recomendação do departamento de liberdade condicional, em julho de 2013.

Em 2017, Murras foi acusado de dirigir sob influência de álcool, mas o caso foi arquivado no ano seguinte, após o português concluir um programa de educação sobre álcool.

A defesa do português acredita que a detenção se baseia na acusação de tráfico de drogas de 2012.

Mesmo sendo portador de um visto de residência permanente, o português pode vir a ser deportado, como está a acontecer com outros estrangeiros.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) disse estar “a acompanhar” o caso, tendo o cônsul de Portugal em New Bedford “falado com ele e com a família”, adiantou à Lusa fonte oficial do Governo.

A residência permanente legal — concedida através do “Green Card” — concede o direito de viver e trabalhar nos Estados Unidos por tempo indeterminado, mas não protege os indivíduos da deportação.

Cerca de 12,8 milhões de portadores de “Green Card” vivem nos Estados Unidos, de acordo com as últimas estimativas do Gabinete de Estatísticas de Segurança Interna.

Desde que Donald Trump regressou à Presidência dos Estados Unidos, somam-se os casos de cidadãos detentores de “Green Card” que estão detidos e em processo de deportação.

O exemplo mais mediático é o de Mahmoud Khalil, um estudante da Universidade de Colúmbia que liderou protestos contra a guerra na Faixa de Gaza e que teve o seu “Green Card” revogado e o processo de deportação iniciado.

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