“Deus nunca falha. Mesmo quando o traímos”


“O amor, quando é verdadeiro, não pode ignorar a verdade”, disse esta quarta-feira o Papa, na habitual audiência geral.
Na catequese que tem vindo a dedicar aos últimos passos de Jesus, Leão XIV sublinhou que a fé não nos poupa da possibilidade do pecado, mas oferece sempre um caminho para sair dele: o da misericórdia.
“Jesus não se escandaliza diante de nossa fragilidade. Ele sabe bem que nenhuma amizade está imune ao risco de traição. Mas continua a confiar”, sublinhou Leão XIV.
O Papa afirmou que, apesar de podermos ser nós a quebrar a confiança em Deus, ainda que possamos falhar, Deus nunca falha. “Mesmo que possamos trair, Ele nunca deixa de nos amar. E se nos deixarmos alcançar por esse amor – humilde, ferido, mas sempre fiel – então podemos verdadeiramente renascer. E começar a viver não mais como traidores, mas como filhos sempre amados.”
Aos fiéis polacos, e a propósito da festa de São Maximiliano Kolbe que amanhã se assinala, o Papa encorajou todos a seguirem o exemplo da sua atitude heróica de sacrifício pelo outro. “Por sua intercessão, suplicai a Deus que conceda a paz a todos os povos que vivem a tragédia da guerra”, disse.
Maximiliano Kolbe, missionário franciscano, morreu em Auschwitz, oferecendo-se, como voluntário, para substituir um pai de família condenado à morte.
Devido ao calor intenso, a catequese de hoje foi proferida da Aula Paulo VI, mas Leão XIV deslocou-se também à Basílica de São Pedro para saudar os milhares de peregrinos que não couberam no auditório.
Esta tarde, o Santo Padre regressa à residência de Castel Gandolfo, onde permanecerá para mais alguns dias de descanso.