Carneiro propõe soluções para a crise da habitação em nova carta a Montenegro

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, escreveu ao primeiro-ministro apontando as medidas que o partido defende para uma nova estratégia de combate à falta de habitação e a disponibilidade para ajudar na resolução do problema.

Na missiva, divulgada esta segunda-feira pelo jornal Público, José Luís Carneiro propõe soluções com carácter estrutural criadas ou reforçadas nos governos de António, e outras de natureza conjuntural para responder a situações de emergência como as das recentes demolições de bairros de barracas em Loures e na Amadora.

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De acordo com o jornal, a nova estratégia de combate à falta de habitação assenta em oito eixos de atuação e prevê parcerias entre o Estado, as autarquias, as IPSS, as cooperativas e os agentes económicos, com vista a soluções que colmatem as “necessidades de alojamento urgente e habitação a custos acessíveis”.

O líder do PS defende a par do reforço financeiro, que o país deve investir na criação de um novo cluster industrial da construção, sector severamente afetado pela crise de há 15 anos, tanto com o encerramento de empresas como com a saída de recursos humanos do país.

Para Carneiro, é necessário um reforço das verbas para o funcionamento dos programas existentes para a promoção de arrendamento, nomeadamente para o Programa de Apoio ao Acesso à Habitação (conhecido como 1.º Direito), para o Programa de Apoio Financeiro ao Arrendamento Jovem (Porta 65), para o Programa de Arrendamento Acessível e o Programa de Construção a Custos Controlados.

O líder do PS entende ainda que deve ser criado o Programa Nacional de Construção de Habitação a Custos Acessíveis para aumentar significativamente o parque público dirigido às famílias de rendimentos intermédios através da reabilitação, construção e aquisição de imóveis para arrendar a preços acessíveis.

As medidas apresentadas por Carneiro ao Governo vão também ser submetidas pelos socialistas ao Parlamento em breve, seja sob a forma de projetos de lei ou propostas no Orçamento do Estado para 2026.

O CEO é o limite em Podcast

O CEO é o limite

O CEO é o limite

O podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer.

Inês Drumond: “Estamos a perder dinheiro por falta de literacia financeira. Não tiramos partido daquilo que o setor financeiro nos pode dar”

Natural do Porto e filha de pai e mãe economistas, Inês Drumond, atual vice-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) não considera que tivesse o destino traçado à partida. É bem verdade que sempre se encantou pelos números e gostou de matemática, mas a arquitetura era também um lugar onde se imaginou feliz. O sonho de criança, esse, era ser tenista profissional, o seu desporto de eleição, que praticou como atleta de alta competição até aos 18 anos, altura em que encostou a raquete.

Na modalidade foi campeã nacional de sub-16, treinava diariamente longas horas, rotina que combinava com os estudos. “O ténis é um desporto muito solitário, dependemos de nós próprios”, recorda, acrescentando que “não sou alta, não era rápida, não tinha propriamente muita força, mas tinha a parte psicológica que me ajudava muito”. Lesionou-se e a recuperação difícil, deitou-a abaixo.

Não foi esse o momento, nem o motivo, por que deixou o ténis, mas admite que percebeu que “não ia conseguir chegar ao nível que gostaria internacionalmente” e fez opções. Licenciou-se em Economia, na Faculdade de Economia do Porto, a mesma que formou os pais. E foi também lá que iniciou a carreira, como docente. “Quando fui dar a minha primeira aula, entrei na sala e os alunos ficaram à porta, achavam impossível ser eu a professora porque era muito nova”, recorda.

Inês Drumond, vice-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, durante a gravação do podcast “O CEO é o limite”

José Fonseca Fernandes

Fez carreira académica durante 16 anos, mas ainda antes dos 40 já somava no currículo o cargo de diretora-geral do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das Finanças. O momento foi particularmente desafiante: a crise financeira de 2008 e o resgate ao país pela troika. Foi, recorda Inês, “um momento de crescimento rápido e forçado, muito exigente, muito marcante” em que “tentámos fazer o melhor pelo país”.

A atual vice-presidente da CMVM defende que “para sermos bons líderes temos de ter mais tempo, para pensar de forma estratégica e não estar sempre a reagir” e admite que o tempo da troika a levou “um bocadinho à exaustão. Trabalhámos muitas horas, trouxe alguma angústia e posso não ter tomado as melhores decisões mas, naquela circunstância, dei tudo o que podia”, diz.

Inês Drumond passou ainda pela Direção-geral de Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia e pelo Banco de Portugal, como diretora-adjunta do Departamento de Estabilidade Financeira, antes de integrar em 2022 a CMVM. Tem-se destacado ao longo do percurso pela sensibilização para a importância da literacia financeira no país, destacando que “não estamos a ganhar o que poderíamos por falta de literacia”. Defende ainda a necessidade de uma regulação proativa que acompanhe as evoluções tecnológicas, sem se tornar um obstáculo ao progresso.

José Fonseca Fernandes

Este artigo foi originalmente publicado em 23 de junho de 2025.

Cátia Mateus podcast O CEO é o limite

O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios:

Quase dois mil operacionais combatem chamas em Portugal continental

Um total de 1965 operacionais e 644 meios estavam no terreno pelas 4h15 desta segunda-feira a combater os incêndios que lavram em Portugal continental, mais de metade dos quais na região das Beiras e Serra da Estrela.

A página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) dá conta que o incêndio em Trancoso e Freches, o maior neste momento activo, está a mobilizar 591 operacionais e 206 meios terrestres, e as chamas na Covilhã, Sobral de São Miguel, mobilizam 406 operacionais e 127 meios.

Num balanço sumário à Lusa, fonte do Comando Sub-regional das Beiras e Serra da Estrela afirmou que “a situação está a evoluir favoravelmente”, que “algumas situações já estão em situação de rescaldo, mas as três frentes continuam activas”.

“Não há populações em risco, mas não podemos dar mais pormenores”, acrescentou a mesma fonte.

No Douro, o incêndio de Sirarelhos, Vila Real, mobiliza a esta hora 382 operacionais e 130 meios, e o de Moimenta concentra 198 operacionais e 57 meios. No incêndio que lavra em Tabuaço desde a noite de sábado combatem as chamas 107 operacionais apoiados por 72 meios.

O fogo de Sirarelhos, que começou no sábado dia 2 de Agosto, entrou em fase de resolução na quarta-feira, esteve em conclusão e depois teve uma reactivação este sábado à noite, pelas 21h.

Na tarde de domingo, as chamas desceram da serra do Alvão e colocaram em risco as aldeias de Muas, Relva, Borbela, Agarez e ainda a vila de Lordelo.

Perante a dimensão do fogo, o presidente da Câmara de Vila Real, Alexandre Favaios, pediu no domingo à noite um reforço dos meios disponíveis para o combate.

De acordo com a ANEPC, o incêndio entrou em fase de resolução às 4h24 e pelas 6h30 estavam ainda mobilizados para esta ocorrência 357 operacionais, apoiados por 119 viaturas.

A serra do Alvão espalha-se por Vila Pouca de Aguiar, Ribeira de Pena, Vila Real e Mondim de Basto, e, no espaço de uma semana, já ardeu área dos quatro concelhos, em três incêndios diferentes (Sirarelhos, Pinduradouro e Alvadia), que se traduziram numa área ardida superior, no total, a 4000 hectares.

Portugal está em situação de alerta devido ao agravamento das previsões meteorológicas, que apontam para uma subida das temperaturas esta segunda-feira e um risco significativo de incêndio rural. Só a partir de dia 13 se prevê a descida das temperaturas.

Durante este período é proibido o acesso, circulação e permanência no interior dos espaços florestais, de acordo com os planos municipais de defesa da floresta contra incêndios, bem como a realização de queimas e queimadas, ficando igualmente suspensas as autorizações emitidas para esse período.

A situação de alerta implica também proibição de realização de trabalhos nos espaços florestais e rurais com o recurso a maquinaria e o uso de fogo-de-artifício e outros artefactos pirotécnicos. Neste caso, também as autorizações já emitidas ficam suspensas.

Cerca de 120 municípios do interior Norte e Centro do país e da região do Algarve estão em risco máximo de incêndio, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Estão sob risco máximo de incêndio todos os concelhos dos distritos de Bragança e Guarda e a maioria dos de Viseu e Castelo Branco. Também em risco máximo estão dezenas de municípios dos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Santarém, Portalegre e Faro.

Em risco muito elevado estão cerca de 50 concelhos nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real, Aveiro, Coimbra, Viseu, Leiria, Lisboa, Castelo Branco, Portalegre, Beja e Faro.

O IPMA colocou em risco elevado quase toda a região do Alentejo e outros cerca de 30 municípios nos distritos de Faro, Lisboa, Setúbal, Coimbra, Leiria, Aveiro, Porto e Braga. Sob risco moderado estão dezenas de municípios, quase todos no litoral do país, nos distritos de Lisboa, Aveiro e Porto.

IA descobre 5 poderosos materiais que poderiam substituir as baterias de lítio

A inteligência artificial está a ajudar os cientistas a decifrar o código das baterias de nova geração que poderão substituir a tecnologia de iões de lítio. Investigadores norte-americanos descobriram novos materiais porosos capazes de revolucionar as baterias de iões multivalentes. Investigadores do New Jersey Institute of Technology (NJIT) recorreram à Inteligência Artificial para enfrentar um problema crítico para o futuro do armazenamento de energia: encontrar alternativas acessíveis e sustentáveis às baterias de iões de lítio. Ao descobrirem novos materiais porosos, os investigadores podem ter aberto caminho para um armazenamento de energia mais potente e sustentável, utilizando elementos abundantes como o

Petição contesta aumento de mais de 300% na taxa de matrícula no Politécnico de Coimbra

Perto de duas mil pessoas já assinaram uma petição pública na Internet pela “redução imediata da taxa de matrícula do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC)”.

Para se inscreverem no próximo ano letivo, os estudantes têm de pagar 125 euros – um aumento de mais de 300% relativamente ao ano anterior. Na altura, a inscrição custaria aproximadamente 30 euros.

No texto da petição, os autores dizem que o valor desta taxa, “é dos mais elevados entre as instituições públicas de ensino superior em Portugal”. Lembram, por comparação, que “na Universidade de Coimbra, o valor é de apenas 20 euros, no Politécnico do Porto, varia entre 15 euros e os 25 euros e, na maioria das universidades e institutos públicos, os valores rondam os 20 e os 30 euros, já com o seguro escolar incluído”.

“Este valor excessivo aplicado pelo IPC representa um encargo financeiro injustificado, especialmente para estudantes com menores recursos ou beneficiários de bolsa de ação social. É incompreensível que, num contexto em que se defende a igualdade de acesso ao ensino público, se mantenham práticas que penalizam financeiramente os estudantes e as suas famílias”, lê-se na petição.

IPC promete minorar impacto

Confrontada pela Renascença com a petição e com as queixas dos estudantes, a presidente do IPC, Cândida Malça, explica que o aumento da taxa de matrícula “não foi uma decisão tomada pela atual presidência, mas sim pela anterior direção”. Tendo tomado posse no cargo no mês de julho, a responsável do IPC assume desconhecer “as razões que sustentaram a decisão”, mas adianta que já foi contactada pelas associações de estudantes e que, em conjunto irão “reavaliar esta situação para, obviamente, mitigar o impacto desta medida no presente ano letivo”.

Cândida Malça explica que a decisão de aumentar a taxa foi decidida “há um ano”, na “reunião do Conselho de Gestão, liderado pelo professor Jorge Conde”, ex-presidente, “e onde têm assento todos os presidentes das unidades orgânicas, um representante dos não docentes e dos estudantes”.

“Eu não sei o que é que suportou e sustentou esta proposta de alteração da tabela de emolumentos por parte do anterior presidente”, uma vez que a ata da reunião “é muito parca relativamente às razões que consubstanciam a necessidade de alteração do valor dessa taxa”.

A presidente do IPC lembra que, agora, os estudantes estão de férias, pelo que a reunião entre a direção do IPC e os alunos, “terá lugar nos primeiros dias de setembro”. No futuro, Malça promete que a situação será reavaliada “com os presidentes das unidades orgânicas e com os presidentes das associações de estudantes”.

O ‘tarifaço’ de Trump puxou pelo patriotismo brasileiro e tornou-se “presente de Natal” para Lula

O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil decretou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro a 4 de agosto.

O relator do caso, o juiz Alexandre de Moraes, justificou a medida com a violação das medidas cautelares que tinham sido impostas ao antigo Presidente brasileiro, no âmbito do processo que investiga a tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro de 2023.

A prisão domiciliária de Bolsonaro desencadeou – ou intensificou – uma tempestade política: desde protestos fervorosos de bolsonaristas até uma escalada nas tensões comerciais com os Estados Unidos, após a intervenção direta de Donald Trump, que acusa o STF de perseguição política.

Para nos guiar por este labirinto de poder, polarização e diplomacia, é nosso convidado Koichi Osamura, politólogo e investigador na Universidade de Viena.

O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, com o juiz Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que Donald Trump gostaria de ver destituído

Mateus Bonomi/Anadolu/Getty Images

Jair Bolsonaro e Donald Trump

Alex Wong/Getty Images

A conversa é conduzida pelo jornalista Hélder Gomes, cabendo a edição técnica a João Martins.

O Mundo a Seus Pés é o podcast semanal da secção internacional do Expresso. A condução do debate é rotativa entre os jornalistas Ana França, Catarina Maldonado Vasconcelos, Hélder Gomes, Mara Tribuna e Pedro Cordeiro.

Subscreva e ouça mais episódios.

Metas financeiras com Pedro Andersson: o segundo passo para quem quer pôr as suas contas em ordem

Várias pessoas me perguntam se tenho algum curso de finanças pessoais que possam seguir e aplicar. Não tenho, mas quero muito ajudar todas as pessoas a terem uma melhor vida financeira. Por isso, aqui no podcast vou iniciar uma espécie de mini-curso de finanças pessoais. Este é o segundo episódio: a importância de definir metas que possam ser atingidas. Ouça como pode fazer isso e começar a multiplicar o seu património.

Boas poupanças!

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Este episódio contou com sonoplastia de Filipe Cruz. Envie a sua pergunta em áudio por whatsapp 927753737.

Como poupar nas férias- Dicas práticas

Contas-poupança é um podcast de Pedro Andersson, jornalista especializado em Finanças Pessoais, que aproveita as suas viagens de carro para falar sobre dinheiro. Todas as segundas-feiras e quartas-feiras às 7h, uma nova boleia para começar bem a sua semana financeira. Disponível em todas as aplicações de podcast e nos sites da SIC Notícias e Expresso.

Preços dos combustíveis descem esta segunda-feira

A semana arranca com uma descida significativa dos preços dos combustíveis.

O gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, vai descer 3,5 cêntimo e a gasolina desce 1,4 cêntimos.

A confirmarem-se estas previsões, o preço médio do gasóleo simples deverá passar a custar 1,551 euros por litro enquanto o litro da gasolina simples 95 deverá descer para 1,691 euros.

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Estes valores já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis.

As medidas em vigor incluem a redução do ISP (que equivale a uma redução do IVA de 23% e 13%), o mecanismo de compensação através do qual é reduzido do ISP em relação à receita adicional do IVA e a suspensão da atualização da taxa de carbono.

Apesar destas previsões, os preços devem ser confirmados nas bombas uma vez que estes dependem de cada posto de abastecimento, da marca e da zona onde se encontra.

De acordo com a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) o preço médio do litro de gasóleo em Portugal custa atualmente 1,586 euros, enquanto o do litro da gasolina vale 1,706 euros.

Nvidia e AMD vão pagar aos Estados Unidos 15% das vendas de chips à China

Os gigantes dos semicondutores Nvidia e AMD concordaram em pagar aos Estados Unidos da América 15% das suas vendas de chips avançados de Inteligência Artificial (IA) à China, segundo vários jornais internacionais.

A Nvidia planeia partilhar 15% da receita proveniente das vendas do seu chip H20 na China e a AMD entregará a mesma percentagem das receitas do MI308, especificaram fontes não identificadas à agência Bloomberg, e aos diários norte-americano The New York Times, e britânico Financial Times, que falaram sob condição de anonimato.

O Financial Times noticiou na sexta-feira que o Departamento de Comércio dos Estados Unidos começou a emitir licenças para as vendas do H20 nesse dia, depois de o presidente executivo (CEO) da Nvidia, Jensen Huang, se ter reunido na quarta-feira anterior com o Presidente Donald Trump na Casa Branca.

O acordo para retomar as exportações de chips avançados para a China pode render mais de 2 mil milhões de dólares (1,71 mil milhões de euros) aos Estados Unidos, considerando que, antes das restrições à exportação, a Nvidia vendia cerca de 15 mil milhões dólares (12,9 mil milhões de euros) em chips H20 para a China e a AMD planeava vender cerca de 800 milhões de dólares (685,8 milhões de euros) do seu MI380.

O diário britânico deu conta neste domingo, citando fontes oficiais norte-americanas, que a Administração Trump ainda não determinou como usar o dinheiro resultante destes acordos sem precedentes, que, na prática, torna o governo norte-americano parceiro das duas empresas de tecnologia nas suas operações no gigante asiático.

Há um mês, a Nvidia obteve permissão para vender os seus chips mais avançados na China, mas a multinacional não tinha recebido ainda as licenças para vender esta tecnologia, fundamental para o desenvolvimento da IA.

O clube dos 4 biliões está inaugurado. A IA é parte de uma história que leva a Nvidia (e em breve a Microsoft) a valer o PIB do Japão

Segundo as fontes citadas pelos três órgãos de comunicação social, o acordo com a AMD afetará principalmente as vendas do seu chip MI308, que não pode ser vendido à China desde abril e que, tal como os chips da Nvidia, é vital para os centros de dados que permitem treinar modelos de IA em grande escala.

A Administração Trump congelou a venda de ‘chips’ avançados para a China no início deste ano, quando as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo aumentaram.

Um porta-voz da Nvidia disse que a gigante dos semicondutores segue as regras de exportação dos Estados Unidos, acrescentando que, embora a empresa não envie chips H20 para a China há meses, espera que as regras lhe permitam continuar a concorrer no país asiático. A AMD não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Na semana passada, Trump disse que o setor de semicondutores pagaria 100% de tarifas, se as empresas que os produzem não investissem nos Estados Unidos, algo que gigantes como a taiwanesa TSMC se comprometeram fazer.

Este acordo é conhecido pouco antes do fim, na próxima terça-feira, da trégua de 90 dias que deveria permitir um acordo comercial entre os Estados Unidos e a China para evitar uma guerra tarifária.

Esta solução incomum acordada pela Administração Trump com as empresas de tecnologia tem semelhanças com o acordo alcançado com a japonesa Nippon Steel para a compra da US Steel, que inclui a chamada “ação de ouro” (golden share), que dá poder de veto e maior voz nas decisões da empresa que afetam a segurança nacional dos EUA.

Entretanto, de acordo com Wall Street Journal, o CEO da Intel, Lip-Bu Tan, deverá visitar esta segunda-feira a Casa Branca, depois de Trump ter pedido a sua demissão devido a alegados laços com empresas chinesas, acusação levantada por um senador republicano do Arkansas, Tom Cotton, que substituiu o atual secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, na Comissão de Inteligência do Senado dos Estados Unidos.

Donald Trump apela à demissão “imediata” de CEO da Intel

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