Anas al-Sharif, o jornalista da Al-Jazeera morto por Israel sob acusações de ser líder de uma célula terrorista do Hamas

Em dezembro de 2023, Anas al-Sharif já tinha visto o seu pai ser morto por um ataque israelita na casa da família no campo de refugiados de Jabalia, em Gaza, recusando-se então a abandonar o território ou a parar a cobertura da guerra. Agora, foi o próprio jornalista da Al-Jazeera ser morto por um ataque de um drone das IDF no fim de semana e que atingiu uma tenda que albergava repórteres junto ao hospital de Al Shifa, em Gaza, provocando oito feridos e sete mortos, dos quais quatro eram jornalistas da estação árabe.

Anas al-Sharif, de 28 anos, era um dos rostos mais mediáticos da Al Jazeera em Gaza e a sua morte não foi um acidente, já que as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) visaram o jornalista sob a acusação de liderar “uma célula terrorista do Hamas”, além de ser alegadamente “responsável por promover ataques com foguetes contra civis israelitas e forças das IDF”.

Na rede social X, as IDF divulgaram informações e documentos com o intuito de provar a ligação de al-Sharif ao Hamas, considerando que “um cartão de imprensa não é um escudo para o terrorismo”. Israel já tinha lançado anteriormente a acusação de ligações a terroristas sobre o jornalista, mas al-Sharif e a estação Al Jazeera já tinham desmentido a alegação, enquanto defensores dos direitos humanos vincaram que o jornalista foi atacado devido à cobertura jornalística da linha da frente da guerra.

De igual modo, a relatora especial da ONU para a liberdade de expressão, Irene Khan, criticou então a acusação israelita de ligações ao Hamas, considerando-a uma “alegação infundada” e um “ataque flagrante aos jornalistas”.

Na reação ao ataque — que vitimou ainda o correspondente Mohammed Qreiqeh e os repórteres de imagem Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa —, a estação sediada no Qatar enalteceu al-Sharif como “um dos jornalistas mais corajosos de Gaza” e defendeu que o ataque israelita constituiu “uma tentativa desesperada de silenciar vozes em antecipação à ocupação de Gaza”.

O Comité de Proteção dos Jornalistas manifestou-se “chocado” com a morte dos profissionais neste ataque israelita, algo que al-Sharif assumiu em julho estar à espera de que pudesse acontecer, confessando estar a viver com a “sensação de que poderia ser bombardeado a qualquer momento”.

“O padrão de Israel de rotular jornalistas como militantes sem fornecer provas credíveis levanta sérias questões sobre a sua intenção e respeito pela liberdade de imprensa”, afirmou a  diretora regional do CPJ, Sara Qudah, lembrando que os “jornalistas são civis e nunca devem ser alvo de ataques” por parte de Israel.

Já depois da morte de al-Sharif, foi partilhada na sua conta na rede social X uma mensagem que a Al Jazeera esclareceu ter sido escrita a 6 de abril e na qual o jornalista expressou dor e sofrimento na sua atividade, mas que foi fiel à transmissão da verdade, “sem distorção ou falsificação”.

“Alá pode testemunhar contra aqueles que permaneceram em silêncio, aqueles que aceitaram a nossa morte, aqueles que sufocaram a nossa respiração e cujos corações não se comoveram com os restos mortais espalhados das nossas crianças e mulheres, não fazendo nada para impedir o massacre que o nosso povo enfrenta há mais de um ano e meio”, referiu.

Al-Sharif, que cobriu o conflito em Gaza praticamente desde o ataque do Hamas no dia 7 de outubro de 2023, deixa mulher e dois filhos.

Três mortos em ataque terrorista a aldeia em Cabo Delgado

O Instituto de Psicologia Paz de Moçambique (IPPM) alertou esta segunda-feira que problemas logísticos e a insegurança em Cabo Delgado estão a dificultar a assistência humanitária a deslocados, vítimas de ataques terroristas naquela província do norte do país.

Num relatório sobre a situação no terreno, com dados até 9 de agosto, aquela Organização Não-Governamental (ONG) refere que a situação em Chiúre, sul da província de Cabo Delgado, epicentro da nova onda de ataques de terroristas desde finais de julho, “mantém-se instável”, embora “sem registo de novos ataques no distrito desde 03 de agosto”.

Naquele distrito, um local — Samora Machel/N’rehil — que reúne 1.332 famílias deslocadas “permanece sem assistência”, por “dificuldades de segurança e logística em fazer chegar o apoio humanitário”.

“Registaram-se novos ataques pontuais em Mocímboa da Praia, Macomia e Ancuabe nos dias 07 e 08 de agosto, gerando novos deslocados internos em Metoro e Ancuabe”, alerta-se no relatório.

Acrescenta-se que a população deslocada de Chiúre concentra-se nos centros de transição de Namicir e Micone, duas escolas na vila sede, e de reassentamento de Megaruma, Maningane, com “sinais de cansaço, desconfiança e fragmentação das unidades familiares, por opção própria, nos processos de realocação”.

“As operações das Forças de Defesa e Segurança prosseguem com o objetivo de garantir a segurança de todos e restaurar a confiança nas zonas rurais, criando condições mais seguras para a expansão da resposta humanitária”, reconhece ainda o IPPM no mesmo relatório.

O último balanço global, de 04 de agosto, da Organização Internacional para as Migrações (OIM) aponta para mais de 57 mil deslocados desde a última semana de julho, devido à nova onda de ataques terroristas na província de Cabo Delgado.

O IPPM alerta para “três pontos críticos exigem atenção imediata” devido à situação destes deslocados, envolvendo quase 14.000 famílias que deixaram as suas aldeias para trás, desde logo o “trauma coletivo e hiper-reatividade nas comunidades, exigindo expansão dos serviços de apoio psicossocial”.

Também aponta a existência de “ocupações irregulares” em Chiúre Velho, alvo dos primeiros ataques nesta nova onda de violência, “e perda de registo de beneficiários”, bem como a “fragmentação familiar nas realocações”, incluindo o “recrutamento de menores nos campos de transição”.

A Lusa noticiou no sábado que dois paramilitares “naparamas” e um popular foram mortos por alegados terroristas na aldeia de Nankumi, distrito de Ancuabe, província moçambicana de Cabo Delgado, segundo fontes da comunidade.

O ataque aconteceu na noite de quinta-feira, a cerca de cinco quilómetros da localidade de Sunate (Silva Macua), e culminou com a morte das três pessoas, após a invasão da comunidade pelos rebeldes, relataram as fontes.

“Mataram três pessoas, dois naparamas, sendo um comandante e um civil”, disse uma fonte a partir de Silva Macua.

Acrescentou que, os corpos dos “naparamas” foram encontrados no mesmo dia, a escassos quilómetros da aldeia, e na sexta-feira foi encontrado o terceiro corpo.

Localizada ao longo da estrada Nacional 1, a aldeia de Nankumi acolhe deslocados da insurgência que afeta Cabo Delgado, tendo esta incursão precipitado a fuga de famílias para Silva Macua.

Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram no mesmo dia novos ataques nos distritos de Ancuabe e Balama, com pelo menos uma pessoa decapitada, num momento de crescente violência.

O ministro da Defesa Nacional admitiu no final de julho preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado — conflito que desde 2017 já provocou mais de um milhão de deslocados —, adiantando que as forças de defesa perseguem os rebeldes armados.

“Como força de segurança não estamos satisfeitos com o estado atual, tendo em conta que os terroristas nos últimos dias tiveram acesso às zonas mais distantes do centro de gravidade que nós assinalámos”, disse Cristóvão Chume.

Fomos ver o que tem de especial a subida à Senhora da Graça: “Há sempre música, vinho e muita amizade”

A subida à Senhora da Graça, em Mondim de Basto, é há décadas um dos momentos mais aguardados da Volta a Portugal. A dureza dos últimos quilómetros não assusta apenas os ciclistas, mas também atrai centenas de adeptos que, com bandeiras, faixas, música, fogareiros e muita boa disposição, transformam a serra num autêntico estádio ao ar livre.

Este domingo, a tradição repetiu-se: durante os oito quilómetros da subida do Monte Farinha, a estrada estava repleta de adeptos, alguns já instalados desde o dia anterior.

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Entre o colorido das camisolas e o som dos megafones, conversámos com dois grupos que, apesar de diferentes nas origens e na dimensão, partilham a mesma paixão pelo ciclismo e pela Senhora da Graça.

Aníbal Barros veio de Viana do Castelo com três amigos para apoiar o conterrâneo César Fonte, que cumpre este ano a sua 15.ª participação na Volta a Portugal. Chegaram no sábado, almoçaram em Mondim e subiram logo à serra para garantir um bom lugar junto à estrada.

Enquanto esperavam pela etapa, ainda acolheram um outro adepto que, a meio da subida, já mostrava sinais de cansaço e… sede. “Já fazemos isto há 15 anos. É uma jornada de convívio, é um gosto enorme estar aqui a apoiar o César. Uns anos vimos todos, outros faltam alguns, mas esta tradição nunca vamos deixar. O calor é muito, os líquidos nunca chegam, mas há sempre música, vinho e muita amizade”, contou Aníbal, sempre sorridente.

Para este grupo, a noite foi passada entre música, histórias antigas e um ambiente de festa que só termina depois da passagem do pelotão.

Uns metros mais à frente, do outro lado da estrada, o Penafiel Bike Club fez-se notar. Cerca de 35 pessoas vieram para apoiar, entre outros, Rui Carvalho, Cláudio Leal e Tiago Leal, todos corredores do pelotão desta Volta

A coordenar parte da logística estava Sofia Gaspar, que explicou que chegaram depois do almoço de sábado e que a primeira tarefa foi encontrar estacionamento para todos.

“Basicamente, passámos o tempo ontem [sábado] a arrumar carros, porque não podíamos tê-los aqui, então foi um vai e vem”, confessa. “Depois, passámos o dia todo juntos, a comer e a beber. Somos uma grande família. Temos uma escola de ciclismo e já estamos habituados a estas aventuras. A Senhora da Graça é a festa que mais gostamos de ver. É perto de casa e aproveitamos para passar o fim de semana e apoiar o ciclismo, que bem precisa.”

O grupo montou mesas, cadeiras e sombras, transformando o local num ponto impossível de passar despercebido.

Ano após ano, a subida à Senhora da Graça mantém o seu encanto. Para uns, é um desafio físico; para outros, um momento de reencontro com amigos e família. No ar mistura-se o cheiro a grelhados, o som dos cânticos e o entusiasmo que cresce a cada minuto até à passagem dos ciclistas.

Quando o pelotão surge na curva, os gritos de incentivo ecoam pela serra, e, por instantes, todos se sentem parte da corrida. É assim que esta tradição se mantém viva: pela paixão, pela festa e pela comunhão de todos os que, mesmo sob o sol forte de agosto, sobem à Senhora da Graça para viver de perto um dos momentos mais míticos do ciclismo português.

*jornalista em serviço especial para a Rádio Renascença

“Há sempre música, vinho e muita amizade”: fomos ver o que tem de especial a subida à Senhora da Graça

A subida à Senhora da Graça, em Mondim de Basto, é há décadas um dos momentos mais aguardados da Volta a Portugal. A dureza dos últimos quilómetros não assusta apenas os ciclistas, mas também atrai centenas de adeptos que, com bandeiras, faixas, música, fogareiros e muita boa disposição, transformam a serra num autêntico estádio ao ar livre.

Este domingo, a tradição repetiu-se: durante os oito quilómetros da subida do Monte Farinha, a estrada estava repleta de adeptos, alguns já instalados desde o dia anterior.

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Entre o colorido das camisolas e o som dos megafones, conversámos com dois grupos que, apesar de diferentes nas origens e na dimensão, partilham a mesma paixão pelo ciclismo e pela Senhora da Graça.

Aníbal Barros veio de Viana do Castelo com três amigos para apoiar o conterrâneo César Fonte, que cumpre este ano a sua 15.ª participação na Volta a Portugal. Chegaram no sábado, almoçaram em Mondim e subiram logo à serra para garantir um bom lugar junto à estrada.

Enquanto esperavam pela etapa, ainda acolheram um outro adepto que, a meio da subida, já mostrava sinais de cansaço e… sede. “Já fazemos isto há 15 anos. É uma jornada de convívio, é um gosto enorme estar aqui a apoiar o César. Uns anos vimos todos, outros faltam alguns, mas esta tradição nunca vamos deixar. O calor é muito, os líquidos nunca chegam, mas há sempre música, vinho e muita amizade”, contou Aníbal, sempre sorridente.

Para este grupo, a noite foi passada entre música, histórias antigas e um ambiente de festa que só termina depois da passagem do pelotão.

Uns metros mais à frente, do outro lado da estrada, o Penafiel Bike Club fez-se notar. Cerca de 35 pessoas vieram para apoiar, entre outros, Rui Carvalho, Cláudio Leal e Tiago Leal, todos corredores do pelotão desta Volta

A coordenar parte da logística estava Sofia Gaspar, que explicou que chegaram depois do almoço de sábado e que a primeira tarefa foi encontrar estacionamento para todos.

“Basicamente, passámos o tempo ontem [sábado] a arrumar carros, porque não podíamos tê-los aqui, então foi um vai e vem”, confessa. “Depois, passámos o dia todo juntos, a comer e a beber. Somos uma grande família. Temos uma escola de ciclismo e já estamos habituados a estas aventuras. A Senhora da Graça é a festa que mais gostamos de ver. É perto de casa e aproveitamos para passar o fim de semana e apoiar o ciclismo, que bem precisa.”

O grupo montou mesas, cadeiras e sombras, transformando o local num ponto impossível de passar despercebido.

Ano após ano, a subida à Senhora da Graça mantém o seu encanto. Para uns, é um desafio físico; para outros, um momento de reencontro com amigos e família. No ar mistura-se o cheiro a grelhados, o som dos cânticos e o entusiasmo que cresce a cada minuto até à passagem dos ciclistas.

Quando o pelotão surge na curva, os gritos de incentivo ecoam pela serra, e, por instantes, todos se sentem parte da corrida. É assim que esta tradição se mantém viva: pela paixão, pela festa e pela comunhão de todos os que, mesmo sob o sol forte de agosto, sobem à Senhora da Graça para viver de perto um dos momentos mais míticos do ciclismo português.

*jornalista em serviço especial para a Rádio Renascença

Doze distritos sob aviso laranja por causa do calor, temperaturas podem chegar aos 43º

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou hoje 12 distritos do continente sob aviso laranja, o segundo mais grave, por causa do calor, a maioria até ao final do dia de terça-feira.

Segundo o IPMA, o aviso laranja vai estar ativo até às 18h de terça-feira em Vila Real, Castelo Branco, Santarém e Lisboa, por causa da persistência de valores muito elevados da temperatura máxima, estendendo-se até às 23h no distrito de Viseu.

Já nos distritos de Bragança, Guarda, Portalegre, Évora, Beja, Setúbal e Faro mantém-se ativo até meia-noite de terça-feira.

Sob aviso amarelo, o menos grave de uma escala de três, estão até às 18hde terça-feira os distritos de Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra e Leiria.

O Governo renovou a situação de alerta no país até quarta-feira, dia 13 de agosto, devido ao risco de incêndio florestal.

O IPMA prevê para hoje uma pequena descida de temperatura nas regiões Norte e Centro e uma pequena subida na região Sul.

As temperaturas mínimas vão variar entre os 15º (graus Celsius), em Viana do Castelo e Braga, e os 25º, em Portalegre, e as máximas entre os 25º (Viana do Castelo) e os 43º (Beja e Évora).

Quase 2 mil operacionais combatem incêndios em Portugal continental

Um total de 1.965 operacionais e 644 meios estavam no terreno pelas 4h15 de hoje a combater os incêndios que lavram em Portugal continental, mais de metade dos quais no combate às chamas na região das Beiras e Serra da Estrela.

A página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) dá conta que o incêndio em Trancoso e Freches, o maior neste momento ativo, está a mobilizar 591 operacionais e 206 meios terrestres, e as chamas em Covilhã, Sobral de São Miguel, mobilizam 406 operacionais e 127 meios.

Num balanço sumário à Lusa, fonte do Comando Subregional das Beiras e Serra da Estrela afirmou que “a situação está a evoluir favoravelmente”, que “algumas situações já estão em situação de rescaldo, mas as três frentes continuam ativas”.

“Não há populações em risco, mas não podemos dar mais pormenores”, acrescentou a mesma fonte.

No Douro, o incêndio de Sirarelhos, Vila Real, mobiliza a esta hora 382 operacionais e 130 meios, e o de Moimenta concentra 198 operacionais e 57 meios. No incêndio que lavra em Tabuaço desde a noite de sábado combatem as chamas 107 operacionais apoiados por 72 meios.

Portugal está em situação de alerta devido ao agravamento das previsões meteorológicas, que apontam para uma subida das temperaturas esta segunda-feira e um risco significativo de incêndio rural. Só a partir de dia 13 se prevê a descida das temperaturas.

Cientistas anunciam analgésico mais potente do que a morfina — sem efeitos secundários

Uma equipa de investigadores da Universidade de Quioto, no Japão, desenvolveu um analgésico comparável à morfina, mas sem os efeitos secundários graves. A morfina, frequentemente administrada a doentes oncológicos, pode provocar efeitos adversos sérios, como problemas respiratórios e dependência. Segundo a equipa, o novo fármaco, denominado ADRIANA, é um analgésico inovador que atua por um mecanismo totalmente diferente do da morfina e de outros opioides sintéticos existentes. O medicamento tem potencial para revolucionar o controlo da dor na área médica, afirmaram os investigadores. A equipa acredita ainda que o fármaco poderá contribuir para resolver a chamada epidemia de opioides, responsável

Ataque israelita mata três jornalistas e um correspondente da Al Jazeera em Gaza

O correspondente da cadeia de televisão Al Jazeera Anas Al Sharif morreu este domingo na Cidade de Gaza durante um ataque das forças armadas de Israel.

A Al Jazeera afirma, citando o diretor do hospital Shifa na cidade de Gaza, que a tenda onde estavam Anas e outros jornalistas da sua equipa, junto ao hospital, foi aparentemente um dos alvos do ataque israelita de hoje à noite.

Além de Anas, morreram mais três jornalistas da equipa da Al Jazeera – Mohammed Qreiqeh, Ibrahim Zaher e Mohammed Noufal.

Em julho, o Comité para a Proteção dos Jornalistas declarou estar “seriamente preocupado” com a segurança de Anas, avançando que era “alvo de uma campanha de difamação militar israelita”.

A Al Jazeera denunciou recentemente as forças armadas israelitas pelo que classificou como “campanha de incitamento” contra os seus repórteres na Faixa de Gaza, incluindo, em particular, Al Sharif.

As forças armadas israelitas afirmam, em comunicado, que o correspondente da Al Jazeera “fazia-se passar por jornalista” e que alegadamente pertencia ao movimento islamita palestiniano Hamas.

Washington admite redução tarifária se conseguir reequilibrar défices

As tarifas “recíprocas” impostas pelos Estados Unidos às importações de outros países podem ser reduzidas se melhorarem os desequilíbrios comerciais considerados por Washington, afirmou o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, em entrevista ao jornal japonês Nikkei.

“Com o tempo, as tarifas devem ser como um cubo de gelo a derreter”, disse Bessent em entrevista concedida na última quinta-feira e publicada hoje na edição em inglês do jornal financeiro japonês.

Bessent, que liderou as negociações comerciais com países como o Japão e a China, concedeu a entrevista no mesmo dia em que a Administração Trump começou a aplicar novas taxas no âmbito do que designa como tarifas recíprocas, que, no caso do Japão, foram fixadas em 15 % para todas as suas importações.

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O secretário do Tesouro explicou que o principal objetivo das tarifas impostas por Washington é “reequilibrar” o défice da balança corrente, que em 2024 ascendeu a 1,18 biliões de dólares (1,01 biliões de euros), de longe o maior entre as principais economias.

Bessent alertou que um défice dessa magnitude poderia levar a uma crise financeira, acrescentando que um “regresso da produção” aos Estados Unidos resultaria em menos importações e num “reequilíbrio” da balança comercial.

Quanto às negociações com países com os quais Washington ainda não chegou a um acordo comercial, o governante apontou o “final de outubro” como data para “concluir” a maioria delas.

Bessent referiu-se especificamente à China e classificou as negociações com Pequim como “difíceis”, uma vez que o gigante asiático “é uma economia não de mercado, e as economias não de mercado têm objetivos diferentes».

O secretário do Tesouro também destacou a sobreprodução chinesa e as exportações de grandes volumes de produtos a preços extremamente baixos: “acreditamos que grande parte da produção está abaixo do custo. É um programa de emprego. Eles têm objetivos de emprego e produção, mais do que de rentabilidade”, afirmou.

Sobre o Japão, país que, além da tarifa mencionada, se comprometeu a estabelecer um pacote de investimentos e empréstimos de 550 mil milhões de dólares (471,4 milhões de euros), Bessent afirmou que foi alcançado um acordo para uma “parceria industrial de ouro”, graças à “muito boa oferta apresentada pelo governo japonês”, e mostrou-se confiante de que isso permitirá alcançar o “equilíbrio” que Washington procura.

De acordo com o Departamento do Tesouro, esta foi a primeira vez que Bessent aceitou uma entrevista exclusiva com meios de comunicação que não sejam canais de televisão americanos.

Com as novas tarifas em vigor aplicadas pela administração Trump, a taxa média aplicada pelos Estados Unidos sobe para 18,6%, segundo estimativas da Universidade de Yale, o nível mais alto desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Moedas escolhe Margarida Mano para a Assembleia Municipal

Carlos Moedas escolheu Margarida Mano como candidata a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa. A antiga ministra da Educação e da Ciência no segundo e curto governo de Pedro Passos Coelho junta-se assim à equipa do atua presidente da Câmara, que tentará desta vez ter os votos suficientes para controlar aquele órgão municipal — atualmente é a socialista Rosário Farmhouse quem preside à Assembleia Municipal de Lisboa.

Doutorada em Gestão pela Universidade de Southampton, Margarida Mano é atualmente vice-reitora da Universidade Católica Portuguesa e Presidente da Direção da TI-PT, Associação Transparência e Integridade — tendo, segundo fonte da campanha de Carlos Moedas, solicitado a suspensão de funções deste último cargo a partir do início da campanha eleitoral para as eleições autárquicas 2025).

Margarida Mano é ainda Presidente da Mesa da Assembleia Geral da FORGES (Associação Fórum da Gestão do Ensino Superior nos Países e Regiões de Língua Portuguesa) e membro do Conselho de Supervisão da Ordem dos Engenheiros.

Foi também ministra da Educação e da Ciência no XX Governo da República (2015) e deputada na Assembleia da República Portuguesa, na XIII Legislatura (2015-2019), com responsabilidades nas áreas de Educação, Ensino Superior, Ciência, Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.

Além do cargo que ocupa atualmente na Universidade Católica, Margarida Mano desempenhou funções de direção na Universidade de Coimbra como vice-Reitora, pró-Reitora e a dministradora (1996-2015) e na Banca, no Millenium BCP e BPA (1987-1996).

Tem como áreas de interesse científico a Gestão Estratégica (análise prospetiva, cenarização), Gestão da Mudança, Qualidade e Modelos de Governação. Participounestas áreas em diversos projetos, nomeadamente enquanto especialista da EFQM (EuropeanFoundation for Quality Management) no âmbito da Educação. Membro fundador de redes universitárias internacionais (RAUI; HUMANE e FORGES), Margarida Mano é autora de várias publicações (livros e artigos) no âmbito do Planeamento Estratégico e da Governação.

Se tiver uma história que queira partilhar sobre irregularidades na sua autarquia, preencha este formulário anónimo.

Carneiro dá dicas a Montenegro para resolver o problema da Habitação

José Luís Carneiro escreveu uma carta a Luís Montenegro com várias propostas para resolver a crise da Habitação. Mas as “contas” ficam para o Governo. Na semana passada, o primeiro-ministro recebeu uma carta do secretário-geral do PS, com medidas que os socialistas defendem para uma nova estratégia de combate à falta de habitação. A carta, a que o Público teve acesso, é descrita como um “ponto de partida do programa para uma política nacional de habitação”. O objetivo é que num prazo de dez anos, todos terem acesso a uma habitação condigna. Como lembra o jornal, António Costa chegou a

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