Governo, parte II. Os trabalhos de Luís Montenegro

O novo Governo que toma posse esta tarde conta apenas com duas caras novas: Maria Lúcia Amaral, que transita da Provedoria de Justiça para o Ministério da Administração Interna, e Gonçalo Matias, o novo ministro adjunto e da Reforma do Estado.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui.

Luís Montenegro mantém 13 ministros. Paulo Rangel e Joaquim Miranda Sarmento continuam como ministros de Estado, enquanto Leitão Amaro, um dos rostos mais visíveis do Governo, permanece no Ministério da Presidência.

Neste novo Executivo, as pastas da Economia e da Coesão Territorial passam a estar sob alçada de Manuel Castro Almeida, enquanto Margarida Balseiro Lopes, que já tutelava a Juventude, ganha agora a Cultura e o Desporto.

São 16 ministros que Luís Montenegro quer ver a trabalhar “sem perder tempo com lateralidades, debates estéreis ou politiquices”, para cumprir os compromissos assumidos durante a campanha. Ao longo de 15 dias, a campanha da AD foi acompanhada pelo hino “Deixa o Luís trabalhar”. Eis alguns dos principais desafios que Montenegro terá pela frente.

Estabilidade política

Garantir estabilidade política será uma das tarefas mais exigentes para Luís Montenegro. Apesar do aumento da representação parlamentar – de 80 para 91 deputados – o Governo continuará a depender dos votos do Chega ou do Partido Socialista para aprovar o Orçamento do Estado ou medidas como a descida de impostos.

Embora Montenegro considere que há “condições diferentes” na relação entre Parlamento e Governo, a estabilidade política estará nas mãos dos dois maiores partidos da oposição, que já fizeram saber que não passarão “cheques em branco”.

Na semana passada, à saída da audiência em Belém, já como primeiro-ministro indigitado, Montenegro garantiu que irá dialogar com todos, mas sem acordos permanentes.

“Não vamos celebrar nenhum acordo de incidência parlamentar com nenhuma força política”, reafirmou Montenegro, que assegurou que vai “dialogar com todas as forças políticas na procura das melhores soluções legislativas e governativas para responder às necessidades” dos portugueses.

Saem quatro ministros, entram três. Veja aqui quem são os ministros do novo Governo AD

“Governar, convergir, agregar, somar: é isso que vamos fazer nos próximos quatro anos”, declarou aos jornalistas.

No ano passado, no discurso de posse, Montenegro avisava que o Governo “está aqui para governar os quatro anos e meio da legislatura”, mas acabou por cair em menos de um ano. Na altura, pedia maturidade à oposição e avisava que a aprovação do programa de Governo significava “permitir a sua execução até ao final do mandato ou, no limite, até à aprovação de uma moção de censura”. A queda deu-se, no entanto, após uma moção de confiança apresentada na sequência da polémica em torno de uma empresa ligada à família de Montenegro.

Menos burocracia para um país mais competitivo

A modernização administrativa e o combate à burocracia são prioridades do novo Governo, assinaladas desde logo com a nomeação de Gonçalo Matias como ministro adjunto e da Reforma do Estado.

Horas após ser indigitado, Montenegro afirmou, no Conselho Nacional do PSD, que o Governo fará da “modernização e simplificação administrativa a trave-mestra” para um país mais competitivo.

“Vamos lançar um procedimento sem comparação com todos os esforços anteriores, para tornar a nossa administração menos burocrática e mobilizar o país numa estratégia de confiança nas instituições públicas”, afirmou.

O primeiro-ministro avisou, no entanto, que não se pode querer simplificação e ao mesmo tempo exigir “regras em cima de regras” ou múltiplos pareceres por cada decisão.

“O país tem de perceber que, se quer quebrar este ciclo de complexidade e atraso, tem de aceitar mudanças que exigem confiança. E a confiança exige punição a quem a trair”, concluiu Montenegro.

Montenegro trava revisão constitucional e garante diálogo com todos

Saúde

A Saúde continua a ser um dos dossiês mais complexos. Apesar do programa de emergência apresentado há um ano, os problemas no SNS agravam-se: urgências encerradas, listas de espera crescentes e carência de médicos de família. O verão, com férias dos profissionais e aumento do turismo, antecipa novas dificuldades.

Montenegro reafirma que o Serviço Nacional de Saúde deve contar com parcerias do sector privado e social, mantendo a aposta em Ana Paula Martins para liderar o sector.

Imigração

O tema da imigração marcou a campanha, com o ministro da Presidência a anunciar, logo no início, a intenção de notificar cerca de 18 mil imigrantes ilegais para abandonarem o país.

Apesar de o presidente da AIMA ter assegurado que foram analisados 440 mil pedidos de regularização pendentes há um ano, mais de 130 mil continuam sem decisão.

Aumento de rendimentos e descida de impostos

Durante a campanha, Montenegro insistiu na redução de impostos e aumento de rendimentos como prioridades do novo Executivo.

No IRS, a AD pretende uma nova redução de taxas até ao 8.º escalão, com um impacto estimado de dois mil milhões de euros até 2029, e uma redução das taxas de IRC, agora com o objectivo de chegar aos 17%.

Privatização da TAP e novo aeroporto de Lisboa

O processo de privatização da TAP foi interrompido com a queda do Governo. O decreto-lei estava prestes a ser aprovado em Conselho de Ministros, mas o Executivo esclareceu que não avançaria com a venda em gestão, mantendo apenas os trabalhos preparatórios.

O novo ministro, Miguel Pinto Luz, terá também a missão de acompanhar as negociações com a ANA para a construção do novo aeroporto de Lisboa, previsto para Alcochete.

Como lidar com um diagnóstico de cancro?

Neste episódio, o foco está num dos momentos mais transformadores na vida de um doente oncológico: o momento em que recebe um diagnóstico de cancro.

Entenda mais sobre o impacto emocional, sobre o que acontece a seguir, e sobre como, passo a passo, é possível encontrar formas de lidar com essa nova realidade.

Para esta conversa, a convidada foi Maria de Jesus Moura, especialista em psico-oncologia, com uma vasta experiência no acompanhamento emocional de doentes oncológicos e das suas famílias.

Dois de Conversa: sobre o Cancro é a nova designação de um programa iniciado em 2020 sob o nome Segundas de Conversa, criado pela Liga Portuguesa Contra o Cancro Núcleo Regional do Sul (LPCC-NRS), com o objetivo de abordar temas relacionados com o cancro de forma acessível e próxima da comunidade. Desde então, já assumiu diversos formatos – Zoom, Facebook Live, televisão – mantendo sempre o propósito de esclarecer e promover a literacia em saúde, na área da oncologia.

Em 2023, foi distinguido com o prémio SNS Awards, na categoria de Jornalismo. A partir de 2025, passa a ser gravado em formato podcast, nos estúdios do Expresso.

Os episódios anteriores, ainda sob o nome Segundas de Conversa, podem ser consultados nas plataformas da LPCC-NRS, YouTube ou Spotify.

O antídoto do medo de Roosevelt: como a rádio ajudou a criar e a destruir democracias

No contexto do desenvolvimento da cultura de massas, a banalização da telefonia revolucionou, a partir da segunda década do século XX, circulação de ideias, discursos, informações e da cultura popular. 

A sua eficácia enquanto meio de comunicação não decorreu apenas do facto de ser um meio de amplo alcance, mas sobretudo da grande intimidade que a escuta proporciona às audiências. De repente, figuras que nos eram estratosféricas entram nas nossas casas através de algo tão íntimo e pessoal como o timbre das suas vozes. 

Neste episódio, Rui Tavares propõe-se rever o amplo papel da emissão radiofónica na definição das modernas formas de fazer política, como este meio foi instrumentalizado como pilar central da propaganda fascista e como se constitui também enquanto importante reduto da democracia. 

Revolucionando o modo como a cultura popular se disseminou no globo através desta tecnologia de aproximação à distância, a telefonia foi desde logo entendida como importante meio de propaganda política e assim adoptada pelos regimes fascistas que despontaram na europa na segunda e terceira décadas do século XX. Assim o entenderam Mussolini ou Hitler, cujos discursos inflamados fizeram virar as massas que os escutavam ao vivo mas também quem nas suas casas acompanhou as inflexões da voz, as hesitações, as ovações da plateia, como se de facto ali estivesse.  

Mas a possibilidade de rápida circulação de ideias, e sobretudo, da aproximação da figuras políticas ao povo, fez da rádio também um importante recurso do debate democrático. Rui Tavares lembra-nos como Roosevelt se socorreu da rádio como meio instrumental de informação e combate à disseminação do medo enquanto arma política. Sobretudo, de criação de ideias comuns de progresso social.

Acompanhar a relação entre a telefonia e a política permite traçar a genealogia do presente e do papel das redes sociais tanto para a erupção de ideologias políticas populistas transversalmente, como para o seu antídoto através da informação.

Fotografia de Tiago Miranda, trabalho gráfico de Vera Tavares e Tiago Pereira Santos

Ao mergulhar nas histórias que antecipam a grande história do século XX, Rui Tavares propõe-nos o exercício de pensar como seria a Europa de hoje, 100 anos depois deste ano aparentemente insinificante e, sobretudo, alerta-nos para as tamanhas semelhanças deste nosso ano de 2025.

Oiça ‘Tempo ao Tempo’ aqui no Expresso, SIC e SIC Notícias, ou subscreva o podcast em qualquer plataforma de podcast. Todas as quintas-feiras um novo episódio escrito e narrado por Rui Tavares. E ao sábado, um episódio extra emitido na SIC Notícias e em podcast.

As crianças também podem aprender finanças?

Este episódio teve moderação de João Silvestre, editor executivo do Expresso, e contou com a participação de João Vieira Pereira, diretor do Expresso, e Francisca Guedes de Oliveira, administradora do Banco de Portugal. A edição esteve a cargo de João Luís Amorim.

Ouça mais episódios:

Cientistas desvendam mistério das dunas mais pequenas da Terra

Novo estudo pode-nos dar novas pistas sobre Marte e as suas formações de areia. Como se formam — e como desaparecem tão repentinamente — as mais pequenas dunas de areia do planeta, as que vemos nas praias, por exemplo? Até há bem pouco tempo, ninguém sabia responder a esta pergunta, mas uma equipa de investigadores internacionais liderada pela Universidade de Southampton parece ter conseguido chegar a uma conclusão. Estas “mini-dunas” — tecnicamente conhecidas como proto-dunas — foram desvendadas com tecnologia de digitalização a laser de ponta pela equipa que contou com a colaboração de institutos de investigação em França e

João Palhinha confortou colegas do Bayern

João Palhinha estava feliz por ajudar a equipa a cumprir um objetivo e revelou como foi a conversa com os companheiros de equipa no Bayern, Gnabry e Pavlovic: “Os outros estavam um bocadinho mais chateados, não deu para falar muito. Deram-me o parabéns. Desportivismo acima de tudo. Disse que da próxima vez que estivermos juntos, temos o Mundial de Clubes. E a jogar neste estádio.” 

João Noronha Lopes: «Direção devia ter aumentado João Neves»

Candidato à presidência do Benfica em entrevista

RECORD – Uma das críticas que tem sido feita ao Benfica é a saída precoce de jovens da formação, com João Neves a ser o último exemplo…

Por Nuno Miguel Ferreira e Rafael Soares

Mariana Vieira da Silva espera por Vitorino. “Há 10 anos que não se conhece uma ideia a António José Seguro”

Mariana Vieira da Silva sobe o tom da crítica à candidatura presidencial de António José Seguro. No programa “Casa Comum”, da Renascença, a antiga ministra socialista lembra que, ”por decisão própria”, Seguro afastou-se da vida política há dez anos e “não se lhe conhece nenhuma ideia e nenhuma posição”.

Recuando aos anos em que foi secretário-geral do Partido Socialista, Mariana Vieira da Silva diz mesmo que “nem a forma de agregar todo o PS foi bem-sucedida” no seu consulado no Largo do Rato. Seguro antecedeu António Costa na liderança do PS e seria pela mão do hoje presidente do Conselho Europeu que Mariana Vieira da Silva chegaria ao Governo em 2015 como secretária de Estado Adjunta do Primeiro-Ministro.

“Não me parece que o trabalho político de António José Seguro nos últimos anos, e aquilo que representa, possa servir para agregar todo o centro-esquerda”, argumenta a antiga Ministra da Presidência, praticamente 24 horas depois de Seguro ter difundido um vídeo onde confirma ser candidato à Presidência da República.

Nessa declaração, Seguro afirma que “as pessoas estão fartas de promessas vazias, jogos partidários e discursos que nada resolvem” e assegura que não vem “da política tradicional”, frase que Mariana Vieira da Silva inclui nas “coisas muito particulares” que diz ter escutado “ao ex-secretário-geral do Partido Socialista e ex-secretário-geral da Juventude Socialista” António José Seguro.

“É muito difícil [haver] um perfil mais tradicional na política do que este. Essa procura por todos quererem ocupar um lugar de não-político parece prejudicial para o sistema”, responde Vieira da Silva.

A deputada socialista diz que não é possível banalizar as qualidades para ser Presidente da República. “Não tem nenhum mal. Não ter qualidades para ser candidato a Presidente da República não é a mesma coisa que [simplesmente] não ter qualidades”, acrescenta a dirigente socialista que insiste que Seguro não pode reclamar ser um não-político.

Vitorino ou outra pessoa que represente o centro-esquerda

Tal como sustentou para si própria no debate da sucessão a Pedro Nuno Santos nos dias seguintes à “derrota pesada” nas legislativas, também agora Mariana Vieira da Silva insiste que, face a Seguro, “há pessoas mais bem posicionadas para representar esse espaço político” do centro-esquerda.

A parlamentar socialista lembra que foram ventilados vários nomes, cujo posicionamento “ainda não conhece” e com quem Pedro Nuno Santos estava a fazer “o trabalho de ir falando” para perceber “quem é que está no terreno” entre os “potenciais interessados”.

Ressalvando que o Partido Socialista “não está num momento muito fácil” e “ainda que Carlos César também possa fazer esse trabalho”, Mariana Vieira da Silva está convicta de que ainda não estão todos os candidatos “em cima da mesa”. Sampaio da Nóvoa ainda é uma possibilidade? ”Não sei, eu apoiei Sampaio da Nóvoa”, lembra Mariana, nas eleições onde o PS voltou a dividir-se na altura também com a ex-presidente do PS Maria de Belém Roseira. E apoiaria novamente? “Vamos aguardar que as pessoas se posicionem”.

O perfil desejado pela dirigente socialista é o de alguém “que consiga agregar o centro-esquerda, numa situação difícil que é aquela que saiu destas legislativas, e poder fazer o diálogo necessário a quem ocupa o centro e a esquerda”.

“Ainda tenho esperança de que António Vitorino ou outro candidato que represente o centro-esquerda de forma mais alargada possa ser candidato”, concretiza Mariana Vieira da Silva.

Questionada sobre a possível repetição do cenário de sucessão de Pedro Nuno Santos, em que depois de muitas conversas – incluindo ponderação de Mariana, Fernando Medina e Duarte Cordeiro – apenas avançou José Luís Carneiro para a liderança, a deputada do PS considera que tal “é pouco provável e não desejável”.

A esquerda, o almirante e as decisões

Também as movimentações mais recentes de Gouveia e Melo entram na equação que Mariana Vieira da Silva faz à esquerda. “ A ideia de que Gouveia e Melo se posicionaria ao centro é menos verdadeira hoje do que era há 15 dias”, sustenta na Renascença, olhando aos apoios declarados e ao teor da recente entrevista á TVI/CNN Portugal.

“Há muito mais aproximações a posições políticas da direita do que propriamente àquela posição inicial que o Almirante tinha afirmado, entre o centro-direita e o centro-esquerda. Isso pode apenas ser tático, ou seja, apenas uma leitura das últimas eleições e um reposicionamento do seu papel. Mas parece-me claro que isso abre um espaço no centro-esquerda que não fica completamente preenchido com António José Seguro”, analisa Mariana Vieira da Silva.

A deputada pede a clarificação por parte dos candidatos sobre o seu posicionamento em relação a critérios de dissolução do Parlamento. “Este último mandato do Presidente da República e o número de dissoluções da Assembleia da República que teve, obrigam o país a refletir”, conclui Mariana, antes de saudar Gouveia e Melo por clarificar que um problema grave de “reputação e credibilidade” do Primeiro-Ministro “ – de tal forma grave que a própria governação pode ficar em causa” – pode levar, ”numa situação mais extremada”, a dissolver a Assembleia da República, para dar voz ao povo, apesar da estabilidade governativa ser relevante.

Todos os candidatos devem pronunciar-se sobre “como leem esse tipo de situações como chumbo do Orçamento, um Primeiro-Ministro que ou sai ou se demite ou tem que sair, sobre qual é o peso das maiorias parlamentares”, complementa a deputada do PS.

No plano parlamentar, a dirigente socialista alerta ainda que PSD e Montenegro nunca se posicionaram sobre a relação com o Partido Socialista em matéria de revisão constitucional. Mariana Vieira da Silva recolhe o exemplo das votações parlamentares que não confirmaram a vice-presidência da Assembleia do CHEGA para concluir que “ apesar de ter dois terços da Assembleia da República, a direita não consegue garantir maiorias simples” no hemiciclo.

Sérgio e Francisco igualaram os Águas

Sérgio Conceição brilhou em 2000 e o filho Francisco ajudou à festa em 2025, assegurando que a família de craques entrou para a história da Seleção. Isto porque foi apenas a 2ª vez que pai e filho marcam ao mesmo adversário. Antes de Sérgio e Chico, foi uma outra família intimamente ligada ao desporto-rei que alcançou a façanha. José Águas marcou ao Luxemburgo em 1961 (6-0) e o filho Rui anotou diante da mesma equipa em 1989, na vitória por 3-0. Tanto pai e filho Águas fizeram os golos em duelos de qualificação rumo aos respetivos Mundiais. É obra!

João Noronha Lopes em entrevista a Record: «Rui Costa desperdiçou uma oportunidade»

Com projeto para devolver dimensão europeia ao Benfica, candidato à presidência acusa líder do clube de falta de liderança

Disposto a devolver dimensão europeia ao Benfica, candidato à presidência do clube acusa o líder atual de falta de liderança e incapacidade para defender o clube. Este é um dos excertos da entrevista de Record ao empresário, que poderá ser lida, na íntegra, nesta quinta-feira, na nossa edição em papel e em Record Premium.

RECORD – Candidatou-se em 2020. Por que volta agora a fazê-lo?

Por Nuno Miguel Ferreira e Rafael Soares

1 52 53 54 55 56 648