Agência federal abre investigação sobre ex-procurador de Trump, Jack Smith

Uma agência federal dos EUA abriu uma investigação formal sobre o ex-procurador especial Jack Smith, que supervisionou duas investigações criminais sobre o Presidente Donald Trump após o seu primeiro mandato na Casa Branca.
O Gabinete do Conselheiro Especial (OSC, na sigla original) confirmou à Reuters que estava a investigar se Smith violou a Lei Hatch, que proíbe funcionários federais de usar a sua posição para actividades políticas. A decisão segue-se a um pedido de investigação do senador norte-americano Tom Cotton, republicano do Arcansas.
O OSC é uma agência independente que investiga a conduta de funcionários federais, mas não tem autoridade para apresentar acusações criminais. É diferente do tipo de gabinete do procurador especial anteriormente supervisionado por Smith, que foi nomeado pelo Departamento de Justiça para conduzir processos criminais.
A investigação da OSC, que foi noticiada pela primeira vez pelo New York Post, é a mais recente de uma série de acções tomadas por Trump e seus aliados contra os seus inimigos políticos.
A Reuters não conseguiu contactar Smith, que renunciou ao cargo em Janeiro após a vitória eleitoral de Trump, para comentar o assunto.
No início desta semana, Cotton acusou Smith de ter sido agressivo nos seus casos contra Trump, com o objectivo de prejudicar a campanha presidencial do republicano, chamando Smith de “um actor político disfarçado de funcionário público” numa série de publicações no X.
“É por isso que pedi que esta interferência sem precedentes nas eleições de 2024 fosse imediatamente investigada pelo OSC”, escreveu Cotton no X.
Ex-procurador de crimes de guerra, Smith moveu duas acções criminais contra Trump: uma acusando-o de reter ilegalmente material confidencial e outra relacionada às tentativas de Trump de reverter a sua derrota nas eleições de 2020, um esforço que desencadeou o ataque de 6 de Janeiro de 2021 ao Capitólio dos Estados Unidos.
Nenhum dos processos chegou a julgamento, tendo sido adiados e afectados por uma série de contestações legais, incluindo uma decisão da maioria conservadora do Supremo Tribunal, que concedeu aos ex-presidentes ampla imunidade contra processos criminais.
Smith desistiu de ambos os processos depois de Trump ter vencido as eleições, citando uma política de longa data do Departamento de Justiça contra o processo de um presidente em exercício, mas divulgou um relatório em Janeiro dizendo que as provas que reuniu teriam sido suficientes para um tribunal condenar Trump.
Trump negou qualquer irregularidade e atacou as acusações como tentativas de prejudicar a sua campanha.