“Um homem da Igreja que transcende fronteiras”. De Chicago a Chiclayo, o que dizem a imprensa dos EUA e Peru sobre o novo Papa

Se a imprensa norte-americana se apressou a dar destaque a Robert Prevost, “o primeiro Papa dos EUA”, os jornais do Peru reclamam parte do mérito e anunciam que o novo Papa é “um cardeal com nacionalidade peruana”. “Distingue-se pela sua profunda vocação missionária e o seu foco na inclusão. Com uma ampla experiência pastoral fora da Europa, será uma figura chave para guiar a Igreja Católica na continuação do legado de Francisco”, lê-se no La República, do Peru.

O jornal ressalva a vida de um homem com uma vocação marcada pela “forte ligação às raízes humildes” e pela sua “paixão em servir os outros”. A decisão de unir-se à ordem de Santo Agostinho, acrescentam, definiu o caminho da sua vida. O mesmo jornal, noutro texto, traduz no título a dupla nacionalidade de Prevost: “o novo Papa que representa os Estados Unidos da América e também o Peru”. Nesse artigo, respondem à questão: afinal, qual é a ligação de Leão XIV ao país sul-americano?

“Prevost passou quase duas décadas no Peru como missionário agostiniano e bispo de Chiclayo [cidade no Peru]. Ganhou o respeito pela sua capacidade para fazer pontes entre setores eclesiásticos divididos e obteve nacionalidade peruana”. De Chicago a Chiclayo, Prevost combinou uma “sólida formação académica — com estudos de teologia e direito canónico — e uma profunda experiência pastoral na América Latina”, refere o jornal.

Pouco depois de ser ordenado, em 1982, viajou para a América do Sul, onde se dedicou a trabalhar na formação de sacerdotes e no apoio a comunidades marginalizadas, até ser nomeado bispo de Chiclayo, em 2015, uma “cidade muito crente”, como recorda o jornal peruano no texto que fez sobre o recém-eleito Papa durante a pandemia.

“É importante continuar a lutar contra o contágio. Deus vai abençoar-nos. Asseguro-vos as minhas orações, preocupações e desejos de estar próximo de vocês”, disse. Com maior detalhe, o portal Peru Católico (PC) relata o percurso de Prevost na América do Sul e celebra: “Tem BI peruano! Cardeal Robert Prevost novo Papa Leão XIV”. “Juntou-se ao noviciado da Ordem de Santo Agostinho em setembro de 1977 e, quatro anos depois, professou os votos solenes”.

Para não deixar dúvidas, o PC acrescenta a confirmação de um funcionário Registo Nacional de Identificação e Estado Civil: “Temos um registo com esses nomes, naturalizado desde 2015, efetivamente em Chiclayo, tem, atualmente, o Bilhete de Identidade vigente”.

Acrescentam que a relação com o Peru “é tão estreita” que formou parte da Conferência Episcopal Peruana até 2023, e se nacionalizou para “cumprir os requisitos do acordo entre a Santa Sé e o Estado peruano”. O Perú 21 vai mais longe e partilha uma imagem do Bilhete de Identidade do “pastor com coração argentino”.

Na manchete do El Comercio surge em grande destaque Leão XIV, com o jornal a recordar a passagem marcante pelo Peru, e a mensagem para a diocese de Chiclayo no primeiro discurso como Papa.

Também no peruano RPP, o tema do momento é Prevost, com destaque para os temas partilhados no El Comercio e para a mensagem da embaixada dos EUA no Peru. “No ano do bicentenário de relações diplomáticas entre EUA e Peru, alegra-nos ver este novo exemplo de conexão entre os povos”, escreveu a embaixada.

Ao contrário dos EUA, ainda não surgiu nenhuma reação oficial dos líderes políticos peruanos, no entanto, através do X, o Parlamento do Peru saudou a eleição de Prevost.

Os jardins zoológicos estão na mira de Trump. Já há muito que são palco de batalhas políticas

A ordem executiva de Donald Trump para eliminar a “ideologia imprópria” no Instituto Smithsonian, incluindo do seu jardim zoológico, pode parecer estranha — mas o uso dos zoos para fins políticos não é novo. A vasta gama de mais de 130 ordens executivas e outras decisões do Presidente Donald Trump visam alterar tudo, desde a política de imigração de longa data até ao controlo de um centro de artes performativas. Mas até agora, os jardins zoológicos não estão entre as muitas questões em que a administração Trump se tem concentrado. Mas isso pode deixar de ser o caso. Trump emitiu

Conferência Episcopal saúda eleição do novo Papa Leão XIV

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A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) manifestou, esta quinta-feira, “imensa alegria” pela eleição do Cardeal Robert Francis Prevost como novo Papa da Igreja Católica, que escolheu o nome de Leão XIV.

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O novo Sumo Pontífice, 267.º da história da Igreja, sucede ao Papa Francisco e torna-se o primeiro Papa norte-americano. Antes da eleição, Robert Prevost desempenhou funções como missionário e arcebispo no Peru, além de ter sido Superior Geral da Ordem de Santo Agostinho.

“Damos graças pelo novo Pastor que Deus envia à sua Igreja e manifestamos a nossa comunhão e fidelidade para com o novo sucessor de Pedro”, sublinhou a CEP em comunicado.

A Conferência Episcopal deseja ao Papa Leão XIV “um trabalho pastoral fecundo”, destacando a importância de conduzir o Povo de Deus na unidade e na missão sinodal, com atenção particular aos migrantes, pobres, frágeis e marginalizados.

Num momento marcado por conflitos armados, desigualdades sociais e crises ambientais, os bispos portugueses reforçam a esperança no contributo do novo Papa para a promoção da paz e da justiça, bem como para o fortalecimento do diálogo inter-religioso e com a sociedade.

“Estamos certos de que o Santo Padre, dando testemunho do Evangelho de Jesus, contribuirá para a construção de pontes ao serviço da fraternidade”, lê-se ainda no comunicado.

A CEP conclui confiando o pontificado de Leão XIV à proteção de Nossa Senhora de Fátima, pedindo a sua intercessão para o novo ministério pastoral.

O significado do nome, o estilo, a “senda de Francisco”: D. Rui Valério sobre novo Papa

Leão XIV eleito

08 mai, 2025 – 20:17 • Miguel Coelho , Ricardo Fortunato , Catarina Santos

Patriarca de Lisboa diz que nome escolhido pelo novo Papa é “um bom indício”. Em entrevista à Renascença durante a emissão especial desta tarde, D. Rui Valério diz não acreditar que a nacionalidade do Cardeal Prevost “tenha tido qualquer peso”, defendendo que foi a sua mensagem de “simplicidade e pobreza” que atraiu os restantes cardeais.

Leão XIV inaugura papado com apelos à paz e ao desarmamento

Após dias de expectativa, o escolhido pelo conclave para suceder a Francisco e liderar a Igreja Católica foi Robert Francis Prevost, que adoptou o nome de Leão XIV. Para muitos, o anúncio da sua eleição chegou como uma surpresa, já que não era apontado pela imprensa como um dos mais prováveis sucessores de Jorge Mario Bergoglio.

Robert Prevost, que acaba de se tornar o primeiro Papa nascido nos Estados Unidos, apresentou-se na tarde desta quinta-feira, 8 de Maio, a milhões de fiéis em todo o mundo, a partir da varanda da Basílica de S. Pedro, no Vaticano.

Emocionado perante os aplausos de dezenas de milhares de pessoas, Leão XIV inaugurou o seu papado com uma mensagem de apelo à paz.

“A paz esteja convosco”, começou por dizer. “Caríssimos irmãos e irmãs, esta é a primeira saudação de Cristo ressuscitado. Também eu gostaria de transmitir esta saudação de paz às vossas famílias, onde quer que estejam, a todos os povos, a toda a Terra. A paz esteja com todos vós”, disse, enquanto era aclamado pela multidão. “Esta é a paz de Cristo ressuscitado: uma paz desarmada e desarmante, humilde e perseverante.”

O novo bispo de Roma é visto como um reformista, divergente no grupo dos cardeais-eleitores norte-americanos: mais discreto, reservado e seguidor da abertura de Francisco.

Ouvido o seu primeiro discurso, são várias as palavras que apontam para essa continuidade da obra do seu antecessor. “Deus ama-nos, Deus ama-nos a todos, e o mal não prevalecerá. (…) A humanidade precisa de Cristo como ponte que nos liga a Deus e ao seu amor. Ajudemo-nos a construir pontes através do diálogo, do encontro, unindo-nos para sermos um só povo, um povo em paz”, instou, deixando também uma palavra de agradecimento ao Papa Francisco.

O norte-americano de 69 anos falou em espanhol e italiano fluente, mas nunca em inglês. Leão XIV dedicou grande parte da sua vida ao trabalho como bispo e missionário no Peru, tendo, por isso, usado o espanhol para recordar a sua “querida diocese” de Chiclayo.

Na sua primeira mensagem, Leão XIV colocou-se claramente nas pisadas de Francisco – que, aliás, recordou, elogiando a sua voz “sempre corajosa”. Perante a multidão na Praça de São Pedro, declarou: “Devemos procurar juntos como ser uma Igreja missionária, uma Igreja que constrói pontes, dialoga, sempre aberta a receber, como esta praça, de braços abertos. Todos, todos que precisam da nossa caridade, da nossa presença, do diálogo e do amor.”

Além disso, defendeu “uma Igreja sinodal, uma Igreja que caminha”, reafirmando o principal processo de transformação lançado pelo anterior pontífice (a sinodalidade).

O Papa que veio da América é um seguidor de Francisco?

Nasceu em Chicago, mas foi bispo no Perú e era, até agora, o prefeito do Dicastério para os Bispos.

Tiago Pereira Santos

Milhares de pessoas correram para a Praça de São Pedro para verem o novo Papa

Francesco Sforza/Vatican Media/­Reuters

Neste podcast diário, Paulo Baldaia conversa com os jornalistas da redação do Expresso, correspondentes internacionais e comentadores. De segunda a sexta-feira, a análise das notícias que sobrevivem à espuma dos dias. Oiça aqui outros episódios:

A crónica do Portugal-Japão, 7-6: quadro Pintado na tela de Jordan

Seleção Nacional vai enfrentar o Brasil este sábado nas meias-finais do Mundial de futebol de praia

Toques de genialidade, traços abstratos, uma dose de mistério e artistas inigualáveis: eis um quadro que podia estar exposto no Louvre, tal a qualidade com que foi pintado ao longo de 36 minutos. As cores dominantes foram o vermelho e o verde, com Portugal a bater o Japão e a garantir a presença nas meias finais do Mundial, para amanhã (16h30) enfrentar o Brasil.

Por Pedro Filipe Pinto

Miguel Sousa Tavares: “Quando oiço o Pedro Nuno Santos gabar-se que pôs a CP a ganhar dinheiro, apetece-me puxar da pistola”

Na semana da campanha, o cronista diz que Passos Coelho “tirou o tapete” a Montenegro e “deu cabo da estratégia eleitoral do PSD”.

Tiago Pereira Santos

Miguel Sousa Tavares de Viva Voz é um podcast conduzido por Paula Santos. Oiça e subscreva na aplicação que usa no seu smartphone para ouvir podcasts ou acompanhe em Expresso.pt.

Legislativas. Aumento dos salários, legislação laboral e SNS entre propostas da CGTP

O aumento geral dos salários, uma legislação laboral protetora dos trabalhadores e a defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) estão entre as prioridades apontadas pela CGTP, quando se aproximam as eleições legislativas de 18 de maio.

“Num contexto marcado por problemas que persistem e se agravam e com eleições legislativas no próximo dia 18 de maio, a CGTP-IN considera que é necessária outra política, que distribua melhor a riqueza criada e garanta o aumento geral e significativo de todos os salários, comprometida com os valores e conquistas de Abril, com a defesa e valorização dos direitos de quem trabalha e trabalhou, das crianças e dos jovens, e dos que preconizam um modelo de desenvolvimento soberano, que incremente e diversifique a produção nacional e recupere os setores e empresas”, indicou, em comunicado.

Assim, a central sindical elaborou uma lista de prioridades dos trabalhadores que enviou aos partidos, na qual se inclui um aumento salarial de 15%, nunca inferior a 150 euros, para todos os trabalhadores, que “representa menos de 10.000 milhões de euros, que compara com os 33.400 milhões de euros apropriados por 1.615 grandes empresas na economia nacional”. A intersindical referiu que um aumento de 15% em todos os salários tem como efeito um aumento dos custos totais da empresa marginal de, no máximo, 2,6%.

Por outro lado, a CGTP quer que a contratação coletiva seja libertada das normas que a cerceiam, defendendo a revogação do regime de sobrevivência e caducidade das convenções coletivas de trabalho, a reposição integral do principio de tratamento mais favorável ao trabalhador, a revogação da norma que permite a escolha individual da convenção aplicável e da norma que permite a caducidade de convenções coletivas por extinção de associação patronal.

A CGTP reivindica ainda emprego com direitos para todos os trabalhadores e o combate a todas as formas de precariedade laboral. Em matéria de legislação laboral e tempo de trabalho, a central exige o cumprimento da liberdade sindical, a eliminação das normas que restringem o direito à greve, como “o recurso abusivo a serviços mínimos”, a alteração do regime de compensação por despedimento por causas objetivas, 25 dias úteis de férias para todos os trabalhadores e o aumento do acréscimo remuneratório pelo trabalho suplementar.

A isto soma-se a revogação do período experimental de 180 dias na contratação por tempo indeterminado, a limitação dos motivos justificativos da celebração de contratos a termo, um limite das possibilidades de celebração de contratos de trabalho temporário, a revogação do regime dos contratos de trabalho de muito curta duração e do regime do contrato com estudante em período de férias ou interrupção letiva.

A intersindical quer igualmente uma melhoria na regulamentação do trabalho nas plataformas digitais e no teletrabalho, assim como a regulamentação da introdução da “gestão algorítmica e de mecanismos de inteligência artificial nos processos de recrutamento”.

No que diz respeito ao tempo de trabalho, a CGTP reclama a redução do período normal de trabalho semanal para as 35 horas, sem perda de retribuição, a revogação dos regimes de adaptabilidade, bancos de horas e horários concentrados, a limitação dos regimes de trabalho noturno, por turno e laboração contínua, a garantia de dois dias de descanso semanal consecutivo e o alargamento do regime de horário flexível de trabalhadores com responsabilidades familiares, incluindo os que têm filhos com até 16 anos.

Os serviços públicos e as funções sociais do Estado são outras áreas sobre as quais a CGTP se debruçou, pedindo uma política de financiamento que responda às necessidades dos serviços, uma aposta na melhoria dos cuidados de saúde primários no quadro do SNS, o fim das parcerias público-privadas e do processo de transferência de competências para as autarquias e o alargamento da rede pública de cuidados continuados e paliativos.

Entre as reivindicações está ainda a alteração da regulamentação do estatuto do SNS, “de modo a refletir os conteúdos mais progressistas da nova lei de bases da saúde e priorizar a implementação dos sistemas locais de saúde”.

Já no que diz respeito à Segurança Social, a CGTP quer medidas como a regularização de todas as prestações, a reposição da melhoria do poder de compra de todos os reformados e pensionistas, a reforma por inteiro e sem penalizações para os trabalhadores com 40 ou mais anos de descontos, a reposição dos 65 anos no acesso à pensão de velhice, a revisão do regime de proteção social no desemprego ou a reposição da universalidade do abono de família para crianças e jovens.

No documento esta quinta-feira divulgado, a central sindical pede igualmente uma escola pública de qualidade, a redução do número de alunos por turma, a contratação de pessoal docente e não docente, o alargamento da rede pública pré-escolar, medidas de controlo do valor das rendas, o alargamento do parque público de habitação a preços acessíveis e um programa nacional de habitação.

No capítulo dedicado à política fiscal reclama que todos os bens essenciais sejam sujeitos a uma taxa reduzida de IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), a criação de mais escalões de IRS (Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares) e que o IRC (Imposto sobre o Rendimento de pessoas Coletivas) incida sobre os rendimentos gerados ou realizados em Portugal.

Ladrão preso em França ao tentar recuperar carro que roubou em Portugal

Viatura tinha sido rebocada na segunda-feira pela polícia de Nantes por estacionamento abusivo

É uma história francesa insólita quanto baste, e que teve Portugal como ponto de partida: à falta de uma alma caridosa que lhe desse boleia para França, a 28 de Abril, um indivíduo de 47 anos optou antes por roubar um automóvel num concessionário.

Como relata o diário regional Ouest-France, quer o assalto, quer a viagem até Nantes, decorreram sem incidentes mas os problemas começaram já depois de estar há sete dias a “viver” naquela cidade da Bretanha.Estacionado no mesmo local durante uma semana, o carro foi apreendido pelas autoridades locais na última segunda-feira e levado para um parque fechado da polícia.

De imediato levantou-se a suspeita de que alguém estaria a viver dentro da viatura já que no seu interior, e entre vários outros objetos, estava uma prancha de surf, uma câmara fotográfica e um relógio de marca.

Ora, a estupidez aconteceu quando a “vítima” se dirigiu nessa segunda-feira à tarde ao parque de estacionamento para recuperar o “quarto de repouso”.Face às estranhas explicações, o responsável optou antes por alertar a polícia daquela cidade. A detenção foi imediata e, levado a um juiz, admitiu todos os factos; aguarda agora pela sentença.

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