New York Times esclarece que criança de um ano e meio fotografada em Gaza por sofrer de malnutrição tem condição médica pré-existente

Nas notas de editores desta quarta-feira, 30 de julho, o jornal norte-americano New York Times revela que um artigo publicado na sexta-feira sobre pessoas em Gaza que sofriam de subnutrição e fome após quase dois anos de guerra com Israel “tinha falta de informações sobre Mohammed Zakaria al-Mutawaq, uma criança que sofria de subnutrição grave e cuja fotografia foi destacada no artigo”.

Após a publicação do artigo, que o Observador citou, aquele jornal soube pelo seu médico que Mohammed também tinha problemas de saúde pré-existentes. “Se o The Times tivesse tido conhecimento da informação antes da publicação, esta teria sido incluída no artigo e na legenda da imagem”, informa.

Mohammed, segundo o seu médico, nasceu —  já depois de 7 de outubro de 2023 e do escalar da crise humanitária em Gaza — com problemas clínicos que lhe afetam o cérebro e o desenvolvimento muscular. O seu estado de saúde acabou por se deteriorar rapidamente nos últimos meses devido à falta de acesso a comida e cuidados médicos e entrou, assim, em estado de subnutrição severa.

Como destaca o New York Times, a criança passou de pesar nove para seis quilos, chegando ao ponto de desnutrição visível nas imagens. Mohammed vive com a mãe e um irmão numa tenda numa praia de Gaza, desde que o seu pai foi morto, em outubro, quando procurava comida para a família. Isto de acordo com o relato da sua mãe, que tem agora Mohammed e o irmão, Joud, de 3 anos, para alimentar.

Hedaya al-Mutawaq, de 31 anos, disse ao New York Times que está constantemente a procurar comida pelas ruas e que como adulta consegue suportar a fome, mas nota que os seus filhos não têm a mesma resistência. A foto tornou-se emblemática.

Para divulgar o esclarecimento sobre a informação que recebeu do médico que tratou Mohammed o New York Times publicou uma nota de editor, um esclarecimento no artigo original — ele próprio alterado para incluir o facto médico, bem como uma nota de um porta-voz na sua conta de relações públicas na rede social X. Tudo isto não tem, no entanto, sido visto como suficiente, ou proporcional, por ativistas pró-Israel.

“O mínimo que o New York Times poderia fazer seria publicar a correção da história do rapaz faminto na sua página principal, com 55 milhões de seguidores. Isso ajudaria a mitigar os danos que causaram”, escreveu no X Bill Ackman, CEO Pershing Square e uma das vozes mais mediáticas em Wall Street, que tem usado a sua plataforma para defender Israel nos últimos anos.

“É revelador que a história original estivesse na primeira página, na coluna da direita, no topo da página, e a correção esteja num qualquer site de relações públicas do Times que ninguém segue”, nota ainda, detalhando que a história publicada para 55 milhões de seguidores foi enviada para apenas 80 mil seguidores, referindo-se às duas contas do jornal no X — a principal e aquela que é destinada a comunicações, onde a nota do porta-voz do jornal foi publicada.

Ackman vai mais longe e diz que são “histórias como esta que levam os lunáticos a matar”. “Não é apenas a difamação da reputação de um país, é um apelo à violência contra os judeus“, assegura o CEO.

Por outro lado, a sede do New York Times, em Nova Iorque, sofreu esta quarta-feira um ataque de vandalismo que se pensa estar relacionado com a divulgação do esclarecimento. Ativistas pró-palestina atiraram tinta vermelha contra a fachada da redação do jornal, deixando a mensagem: “NYT mente, Gaza morre.”

Depois da revelação do The New York Times, o Ministério da Defesa de Israel está a colocar em causa várias imagens virais, incluindo aquela que foi tirada ao menino palestiniano Abdul Qader al-Fayoumi, de 14 anos.

Numa publicação na sua conta X em inglês, o Coordenador das Actividades Governamentais nos Territórios (COGAT) acusa o Hamas de “usar fotos de crianças doentes para promover a narrativa da ‘fome’ e culpar Israel”.

“A verdade conta uma história diferente: Abdul Qader al-Fayoumi, de 14 anos, foi tratado em Israel, em 2018, devido a uma doença genética. Abdul era uma das centenas de crianças de Gaza que sofriam de doenças semelhantes e que foram tratadas em Israel antes da destruição da Passagem de Erez pelo Hamas, a 7 de Outubro”, afirma-se ainda.

Até à tarde desta quinta-feira e desde o início da guerra em Gaza, contam-se 154 mortes relacionadas com a fome e subnutrição, incluindo 89 crianças, segundo dados revelados pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlada pelo Hamas. Nas últimas semanas têm-se sucedido relatos de casos de fome e subnutrição em crianças por médicos, Organizações Não Governamentais (ONG) como os Médicos sem Fronteiras, bem como das Nações Unidas, incluindo ONG’s israelitas, havendo muitas imagens que mostram crianças esqueléticas. E foi depois deste alerta geral que Israel aceitou que fosse distribuída ajuda humanitária por meios aéreos.

O maior raio de que há registo viajou 830 km — algo como ir de Lisboa a Barcelona

Um raio que no outono de 2017 se mostrou nos céus pelo céu do Texas até ao Kansas bateu oficialmente o recorde mundial de “raio com maior comprimento” de que há registo: mais de 800 km. Durante uma tempestade de grandes dimensões, em outubro de 2017, uma colossal descarga de eletricidade serpenteou pelas Grandes Planícies da América do Norte através de 830 quilómetros — uma distância que superou o recorde anterior em 61 quilómetros. Esta distância é próxima da que separa Lisboa, no extremo sudoeste da Península Ibérica, de Barcelona, na ponta noroeste: o raio poderia ter atravessado a península

Montenegro pede “serenidade” e avisa que “não há capacidade ilimitada” para combater incêndios

Luís Montenegro desvalorizou esta quinta-feira as críticas no combate a incêndios, pedindo que “não se adense a intranquilidade das populações que já sofrem muito” e avisando que “não há capacidade ilimitada” para fazer frente a incêndios.

Em declarações em Valpaços, onde inaugurou ao lado da ministra da Saúde o Centro de Relevância Alzheimer e Parkinson, o primeiro-ministro pediu “serenidade”.

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Não vale a pena estarmos concentrados em polemizar quando temos de estar concentrados em combater e responder à prioridade máxima, que é sermos capazes de proteger as pessoas, as suas vidas, e depois o seu património”, afirmou, perante questões sobre a falta de meios aéreos no combate a incêndios em Arouca e Ponte da Barca.

Montenegro defendeu que este é “o maior dispositivo de sempre mobilizado” e que tem sido aplicada uma “ política de prevenção cada vez mais intensa”.

“Temos meios, mas nas situações de crise é sempre muito difícil fazer essa gestão. Não temos capacidade ilimitada. Temos operacionais que precisam de descansar, que precisam de se movimentar no terreno e temos meios aéreos que respondem às necessidades que o dispositivo necessita, mas que em horas de crise têm uma dificuldade de gestão maior”, afirmou o chefe de Governo.

Perante a insistência dos jornalistas, Montenegro pediu para confiar no conhecimento e coordenação das autoridades.

Se tivéssemos um estalar de dedos que resolvesse o assunto, não tínhamos o impacto que temos dos incêndios em Portugal. Não é só em Portugal. É em Espanha, em França, na Grécia, na Califórnia, na Austrália, na China. Precisamos todos de ter serenidade. Não estou a dizer que não tenhamos que escrutinar”, afirmou, pedindo para “não adensar a intranquilidade das populações que já sofrem muito quando são confrontadas com a inquietação de ver as chamas aproximarem-se das suas casas”.

Montenegro anunciou ainda que, em conjunto com o Ministério da Economia, estão a ser criadas condições para apoios na recuperação de estragos dos incêndios.

Morreu Bob Wilson, o grande poeta abstracto do teatro contemporâneo

Morreu Robert Wilson, aliás Bob Wilson, um dos mais fulgurantes e influentes criadores do teatro contemporâneo, autor de espectáculos tão inesquecíveis como Einstein on the Beach. A notícia, lacónica, foi publicada na conta de Instagram do seu Watermill Center, em Nova Iorque, laboratório de onde saíram experiências que para sempre mudaram o entendimento do que pode ser um palco e a presença humana nele.

À beira de completar 84 anos (cumpri-los-ia a 4 de Outubro), o autor e encenador norte-americano, nascido em 1941 em Waco, no Texas, continuava a trabalhar. Por Portugal, de resto, onde várias das suas produções fizeram escala desde a década de 1990, passara não há muito tempo com a sua leitura de Fernando Pessoa, PESSOA — Since I’ve been me, apresentada em Março em Lisboa, no São Luiz Teatro Municipal. “Senti-me muito confortável no mundo de Pessoa. Senti uma profunda familiaridade entre a cabeça dele e aquilo que tento fazer como autor e como encenador com a luz, o tempo e o espaço — e com a liberdade de pensamento”, disse então ao PÚBLICO numa curta entrevista por email. Foi a sua última visita.

Nascido num lugar extremamente conservador, marcado pela influência repressiva da igreja baptista e pela linha da cor da segregação racial que então dividia o Norte do Sul dos Estados Unidos, Robert Wilson teve “a sorte” de se cruzar com um mentor que o faria encontrar-se com o seu destino, o de um criador total que viu no palco o lugar de confluência e deflagração de múltiplas artes (teatro, música, literatura, artes visuais, dança, arquitectura, instalação, performance…), potenciadas por uma cenografia e por um desenho de luz tão assombrosos quanto minimais, e por uma poesia interna sempre enigmática, e por isso fascinante.

“Waco era um lugar muito segregado. Era difícil dares por ti a caminhar na rua com um homem negro. Não havia muita cultura. Tive a sorte de ser apresentado a um homem chamado Paul Baker que na altura dirigia o departamento de teatro da Baylor University. Estavam a fazer um trabalho experimental. Era bastante incrível a forma como ele desenvolveu um programa integrado com outras artes, quer fossem a pintura, a escultura ou a performance (…). Para mim, isso foi uma janela para um outro mundo”, contou em Abril deste ano à revista Autre.

Médio Oriente. Marques Mendes congratula-se com reconhecimento da Palestina e pede combate à crise humanitária

Acompanhe o nosso liveblog sobre o conflito no Médio Oriente. 

O candidato presidencial Luís Marques Mendes congratulou-se esta quinta-feira com o anúncio do Governo de abertura do processo que pode levar ao reconhecimento da Palestina enquanto Estado, considerando ser uma decisão inevitável e pediu concentração na crise humanitária em Gaza.

“Congratulo-me com a decisão do Governo sobre o reconhecimento do Estado da Palestina. Era uma decisão inevitável. O importante agora é debelar a crise humanitária chocante que se mantém em Gaza”, declarou Marques Mendes na rede social X.

O candidato à Presidência da República tem vindo a pronunciar-se sobre a situação no Médio Oriente, tendo dito ao jornal Público no sábado que “é preciso coragem para agir” e que “começa a ser tempo, também, de a União Europeia, em conjunto, reconhecer o Estado da Palestina, em concordância com a doutrina internacional da consagração de dois Estados” no conflito no Médio Oriente.

Há uma semana, Marques Mendes tinha condenado o silêncio do Ocidente face a uma situação em Gaza.

“Acho que aqui a Europa tem um comportamento de enorme hipocrisia. A Europa, e bem, sempre criticou a Rússia pelos ataques a civis na Ucrânia, e agora, não tem uma palavra forte a Israel que está também a atacar civis em Gaza. Não pode haver dois pesos e duas medidas”, afirmou aos jornalistas, em Bragança.

Luis Marques Mendes disse nessa ocasião que “a Europa deveria de agir e, sobretudo, em obediência a um princípio: Israel é um país amigo de Portugal e amigo da Europa, mas os amigos existem, para terem a coragem de dizer a verdades”.

“Portanto, Portugal deveria dizer a um país amigo e também a Europa, o seguinte: há barreiras que estão a ser ultrapassadas e os direitos humanos têm de ser repostos na Faixa de Gaza“, vincou.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou esta quinta-feira que vai ouvir o Presidente da República e os partidos políticos com representação parlamentar com vista a “considerar efetuar o reconhecimento do Estado palestiniano” na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro.

“O Governo decidiu promover a auscultação de sua Excelência o Senhor Presidente da República e dos Partidos Políticos com representação na Assembleia da República, com vista a considerar efetuar o reconhecimento do Estado palestiniano, num procedimento que possa ser concluído na semana de Alto Nível da 80.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a ter lugar em Nova Iorque no próximo mês de Setembro”, anunciou o primeiro-ministro, em comunicado.

Patos de borracha com personagens icónicas invadem Auchan

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A Auchan lançou uma coleção exclusiva de patos de borracha inspirados em personagens do cinema, séries e videojogos.

A Auchan lançou uma coleção inesperada que combina cultura pop com um objeto improvável: patos de borracha. Esta nova proposta surge num momento em que as lojas procuram formas originais de atrair colecionadores e fãs de entretenimento, apresentando patos transformados em personagens icónicas do cinema, séries e videojogos.

Estes patos não são simples brinquedos; são peças colecionáveis que representam figuras variadas, desde heróis a criaturas míticas, todas adaptadas para o formato de pato. A diversidade da coleção é ampla, destinada a diferentes gostos e faixas etárias.

Entre os modelos disponíveis, encontram-se personagens clássicas dos anos 80, como Gizmo, da saga Gremlins, e Marty McFly, de Regresso ao Futuro. A oferta inclui ainda figuras de universos fantásticos, como Gandalf e Gollum, de O Senhor dos Anéis, assim como ícones do mundo dos videojogos, com presenças de personagens dos mundos de Destiny, Resident Evil, Street Fighter e The Witcher.

Quem prefere o género de terror pode escolher patos inspirados em Michael Myers, Leatherface ou Hellboy, enquanto fãs de nostalgia reconhecem referências a Star Trek, Ghostbusters, Top Gun e Knight Rider. Cada peça apresenta um design cuidado e vem acondicionada numa embalagem individual, facilitando a exposição em espaços variados, desde estantes a secretárias.

Cada pato de borracha tem um preço fixado em 8,99€.

Homem de 76 anos detido no Reino Unido por suspeita de envenenar crianças em campo de férias

Um homem de 76 anos foi detido pela polícia britânica esta quinta-feira sob suspeita de ter envenenado várias crianças num campo de férias na localidade de Canal Lane, na região central britânica de Leicestershire. Oito crianças acabaram mesmo por ser hospitalizadas no domingo, mas já tiveram alta, entretanto.

As autoridades policiais e de saúde receberam uma notificação de que várias crianças do campo se estavam a sentir mal, o que levou a que todas fossem assistidas num centro de triagem criado para o efeito na vila próxima de Plungar, informa um comunicado emitido pela Leicestershire Police.

“O homem detido foi preso sob suspeita de administrar veneno ou substância nociva com a intenção de ferir, causar danos ou incómodo.Permanece sob custódia”, lê-se na nota da polícia, que não esclarece que ligação tinha o detido ao campo de férias nem as idades dos jovens.

O inspetor sénior Neil Holden garante que a polícia tem estado em contacto com os pais das crianças afetadas, referindo que está a trabalhar com serviços de proteção infantil para que os envolvidos “recebam toda a proteção necessária”.

“Também permanecemos no local para investigar as circunstâncias do que aconteceu e continuar a fornecer aconselhamento e apoio na área”, acrescentou Holden.

Segundo a BBC, a polícia de Leicestershire está também a ser investigada pela sua resposta à chamada pelo Gabinete Independente para a Conduta Policial (IOPC, na sigla inglesa), que regula a atuação das autoridades de segurança no Reino Unido.

Um porta-voz do IOPC, citado pela BBC, indica que vai ser analisado “se houve alguma violação do comportamento profissional — nomeadamente, incumprimento de deveres e responsabilidades — que tenha resultado num atraso na resposta da Polícia de Leicestershire ao que mais tarde foi declarado um incidente crítico”.

“Não tocar e alertar de imediato”. Dragão azul avistado em Valência após presença nas Canárias obriga a reforço de vigilância nas praias

Um dragão azul (nome científico de Glaucus atlanticus) foi avistado esta segunda-feira na praia Racó de Mar, em Canet d’en Berenguer, em Valência. O molusco marinho sem concha, raro no Mediterrâneo, foi encontrado num charco junto à areia, segundo o El Confidencial. A Câmara Municipal confirmou o caso e alertou para o risco de contacto direto com o animal, que se alimenta de medusas urticantes, como a caravela-portuguesa e retém o veneno nas suas extremidades ramificadas.

O animal, com cerca de três a quatro centímetros, flutua de cabeça para baixo (graças a uma bolsa de gás no estômago) e é facilmente identificado pela sua cor azul metálica. O toque pode causar irritação, dor, vómitos ou reações alérgicas, especialmente em crianças ou pessoas com problemas respiratórios. A recomendação do município de Canet d’en Berenguer é clara: “Não tocar e alertar de imediato os nadadores-salvadores ou a polícia local”.

Antes de chegar à costa valenciana, o dragão azul já tinha sido identificado nas Canárias. De acordo com o jornal espanhol, no domingo, a espécie foi encontrada na praia de Famara, em Lanzarote, o que levou à proibição temporária dos banhos. A praia foi reaberta na terça-feira, mas a vigilância mantém-se. Em Gran Canaria também foi detetada a presença do molusco na praia de Tasarte, onde foram colocados avisos, apesar de o acesso à água não tivesse sido restringido.

Embora seja comum nas águas de África do Sul, Austrália e Brasil, a presença do Glaucus atlanticus nas águas espanholas está a tornar-se mais comum, embora continue a ser considerada rara, especialmente em zonas como o Mar Mediterrâneo. Especialistas sugerem que estas ocorrências possam estar relacionadas com mudanças nas correntes marítimas ou fenómenos meteorológicos recentes, como temporais e aumento da temperatura da água. A possibilidade de voltar a ver dragões azuis ao longo do litoral espanhol não está descartada e as autoridades apelam à vigilância constante nas praias.

Em Portugal, o dragão azul já foi avistado após tempestades ou correntes marítimas fortes. Em 2020, na praia da Marinha, no Algarve, foi visto um conjunto destes moluscos, chamando à atenção das autoridades locais devido ao risco de contacto.

Fernando Madureira: o “excelente líder” que trabalhou “para uma ditadura” acabou derrotado na prisão

Fernando Madureira foi o grande derrotado na Operação Pretoriano, sendo o único dos 12 arguidos que enfrentará pena de prisão ao abrigo deste processo. O antigo líder da claque Super Dragões, considerado o grande mentor de um plano de intimidação que culminou em agressões numa Assembleia Geral (AG) do FC Porto, foi condenado a uma pena de prisão de três anos e nove meses, merecendo um reparo final da juíza Ana Dias, líder do colectivo que julgou o caso.

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Alemanha. Fundador de grupo negacionista da Covid-19 é condenado por evasão fiscal

Michael Ballweg, fundador do Querdenker (o grupo extremista e negacionista da Covid-19), foi considerado culpado por evasão fiscal pelo Tribunal Regional de Stuttgart, mas absolvido da acusação de fraude em larga escala, após o julgamento movido pelo Ministério Público alemão. Segundo a acusação, o empresário, de 50 anos, teria enganado os doadores do movimento sobre a forma como o dinheiro seria gerido. A sentença ainda não é definitiva.

De acordo com o Die Zeit, nas alegações finais, os procuradores do Ministério Público pediram três anos de prisão para Ballweg, acusando-o de dissimular os rendimentos ao fisco e de ter cometido fraude em larga escala por ter retirado do total das angariações (1,2 milhões de euros) cerca de 575 mil euros para fins pessoais.

O Tribunal Regional de Stuttgart sugeriu várias vezes o encerramento do processo, uma vez que as acusações não poderiam ser provadas. A defesa argumentou que Ballweg é inocente, tendo utilizado a maior parte das doações conforme a vontade dos seus seguidores. Uma parte dos fundos teria sido investida em criptomoedas com a intenção de uso futuro para a causa — nunca tendo tido a intenção de enganar os doadores.

No discurso final, a defesa de Ballweg descreveu o processo como “politicamente motivado” e disse ser alvo de uma campanha judicial por ter contestado o consenso institucional durante a pandemia. Por seu turno, o Ministério Público sustentou que a ação judicial não tinha motivações políticas, tratando-se exclusivamente de acusações relacionadas com crimes financeiros.

Apesar da proposta do tribunal para arquivar o caso por falta de provas, o Ministério Público rejeitou a decisão, alegando que, no máximo, Ballweg poderia ser condenado a uma pena leve por infrações fiscais de pequena gravidade, como o caso de uma fatura de uma manta para cães que foi declarada como despesa da organização.

O fundador do Querdenker esteve em prisão preventiva a partir de junho de 2022, tendo as autoridades justificado o facto com o risco de fuga. Durante este período, os apoiantes de Ballweg organizaram manifestações frequentes em frente à prisão, demonstrando solidariedade e contestando o processo. O empresário acabou por ser libertado em abril de 2023.

Ballweg poderá, agora, ter direito a uma indemnização pelos nove meses que passou em prisão preventiva. A defesa exige a compensação pelos 279 dias de detenção e também o acesso total aos bens que foram apreendidos durante a investigação — incluindo as contas de criptomoedas.

O movimento Querdenken surgiu em Stuttgart em 2020 na sequência dos protestos contra as medidas governamentais para conter a pandemia da Covid-19. Acabou por se espalhar por toda a Alemanha, reunindo em várias manifestações grupos ecléticos como aqueles que se opõem à vacinação, da esquerda à direita, os negacionistas da existência do vírus, os conspiracionistas e os extremistas de direita.

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