Grandes intérpretes, músicas do mundo e concertos participativos na nova temporada Gulbenkian

Os pianistas Grigory Sokolov, András Schiff e Elisabeth Leonskaja, o maestro Jordi Savall, o ensemble Il Pomo d”Oro, os quartetos Belcea e Casals estão entre os “grandes intérpretes” da Temporada Gulbenkian Música 2025/26, apresentada esta quinta-feira em Lisboa.

Mitsuko Uchida, Christian Zacharias e Alexander Melnikov, Piotr Anderszewski e Javier Perianes, Isabelle Faust, Peter Mattei e os quartetos Leipzig, Modigliani e Quiroga são outros nomes, para os ciclos de Piano, Grandes Intérpretes e Música de Câmara.

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Numa programação com mais de 120 espetáculos, em que o Coro e a Orquestra Gulbenkian são “os pilares”, constam ainda os Concertos Participativos, que reúnem músicos amadores a profissionais, num trabalho recorrente, e o ciclo Músicas de Mundo, com testemunhos do Afeganistão, Arménia, Bulgária, Índia, Senegal e das tradições corsa e persa.

O Ciclo de Piano abre com a estreia portuguesa do pianista japonês Mao Fujita, em 19 de outubro, no Grande Auditório da Palhavã. Revelação internacional dos últimos anos, Fujita interpretará em Lisboa compositores como Beethoven, Wagner, Alban Berg, Mendelssohn, Schönberg, Brahms e Liszt.

O cartaz deste ciclo conta ainda com os “regulares” Elisabeth Leonskaja (24 de maio), Arcadi Volodos (26 de abril), Nikolai Lugansky (16 abril), Grigory Sokolov (23 de março), Piotr Anderszewski (09 de março), András Schiff (28 de fevereiro) e Javier Perianes (07 de dezembro).

A pianista Mitsuko Uchida atuará no âmbito do Ciclo de Grandes Intérpretes, em 10 de maio, num recital cujo programa adianta a Sonata para piano em sol maior, D.894, de Franz Schubert.

Este ciclo também inclui o barítono Peter Mattei, com o pianista Daniel Heide, em “O Canto do Cisne”, o derradeiro ciclo de canções composto por Schubert (01 de fevereiro), a violinista Isabelle Faust com o cravista Kristian Bezuidenhout (12 de abril), com as Seis Sonatas BWV 1014-1019, de Bach, e o violoncelista Nicolas Altstaedt, em obras de Dutilleux, Kodály e Bach (21 de outubro).

Nos Grandes Intérpretes encontra-se igualmente o músico Jordi Savall, que regressará à Gulbenkian, em 22 de fevereiro, com as suas formações Hespèrion XXI e Orpheus 21, no projeto “Um Diálogo de Almas”, reunião de músicos cristãos, judeus e muçulmanos, em torno da música do Mediterrâneo e do Oriente, à semelhança do seu álbum de 2023.

No âmbito deste ciclo serão ainda apresentadas, no dia 13 de outubro, versões semi-encenadas das obras “Il Ballo delle Ingrate”, “Il Combattimento di Tancredi” e “Clorinda”, de Claudio Monteverdi, pelo ensemble Il Pomo d”Oro, sob a direção de Francesco Corti, com a participação das sopranos Ana Quintas, Carlotta Colombo e Jin Jiayu.

O Ciclo de Música de Câmara inclui os quartetos Casals, com o pianista Alexander Melnikov, que interpretará o Quinteto op. 57, de Dmitri Chostakovitch (04 de novembro); Leipzig, com o pianista Christian Zacharias, em Gade, Brahms e no Quinteto de Robert Schumann (27 de novembro); Modigliani, com o clarinetista Pablo Barragán, em Kurtág, Haydn e Brahms (02 de fevereiro); Quiroga e “As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz”, de Haydn (23 de fevereiro); e o Belcea, com o Quarteto “Das dissonâncias”, de Mozart, o 2.º Quarteto, de Benjamin Britten, e o Quarteto op. 135, de Beethoven (04 maio).

O “Quarteto para o Fim dos Tempos”, de Olivier Messiaen, escrito no campo de concentração nazi Stalag XIII, em Gorlitz, e aí estreado em 1941, durante a II Guerra Mundial, será interpretado por Sharon Kam, em clarinete, Liza Ferschtman, em violino, Christian Poltéra, violoncelo, e Enrico Pace, em piano, no dia 07 de abril, cerca de 85 anos após a primeira audição. O quarteto composto por Messiaen como “um grande ato de fé” será acompanhado por obras de Erwin Schulhoff e Béla Bartók.

O ciclo dedicado às Músicas do Mundo apresentará, no Grande Auditório da Palhavã, tradições musicais de diferentes geografias, das “Memórias do Afeganistão”, pelo Ustad Daud Khan Ensemble, em rubab, sarinda, delruba e tabla (25 de outubro), ao “Mistério das Vozes Búlgaras” (15 de novembro) e à revisitação de três séculos de música arménia, com o Gurdjieff Ensemble, sob a direção artística de Levon Eskenian (23 de maio).

Neste ciclo incluem-se ainda a dupla franco-senegalesa Ablaye Cissoko & Cyrille Broto (29 de novembro), música tradicional persa, pela voz de Sara Eghlimi, acompanhada por tarm, santour e tombak (21 de março), a música clássica indiana em sarod (11 de abril), e cantos da Córsega, pelo ensemble A Filetta (09 de maio).

Os Concertos Participativos, nos quais coralistas amadores se juntam ao Coro e à Orquestra Gulbenkian, trabalham este ano a “Paixão Segundo São Marcos”, de Osvaldo Golijov, que terá apresentação pública em 12 de janeiro, sob a direção do maestro Jean Paul Buchieri.

Esta obra, composta em 2000, foi uma das quatro “Paixões” encomendadas pela International Bach Academy, para assinalar os 250 anos da morte do Mestre de Leipzig.

A Temporada Gulbenkian Música 2025/26 começa a 06 de setembro, com um concerto ao ar livre, na Vale do Silêncio, nos Olivais, em Lisboa, e tem o primeiro concerto no Grande Auditório dois dias depois, com a abertura do ciclo dedicado a Pierre Boulez, no ano do centenário do compositor – um recital, de entrada gratuita, com a pianista Tamara Stefanovich, que conjuga a 2.ª Sonata para piano de Boulez, com obras para instrumentos de tecla, desde o Barroco até à primeira metade do século XX.

A programação completa da temporada fica disponível no “site” da fundação, em gulbenkian.pt/musica/.

Agência meteorológica dos EUA prevê até 19 tempestades fortes no Atlântico a partir de junho

A agência meteorológica norte-americana indicou nesta quinta-feira que a temporada de furacões no Atlântico Norte, que começa em junho, deverá ser mais forte do que normal, com 13 e 19 tempestades com ventos superiores a 63 km/h.

Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), que está a ser alvo de cortes orçamentais por parte do executivo de Donald Trump, entre seis e dez tempestades poderão tornar-se furacões (ventos superiores a 119 km/h), incluindo três a cinco furacões “maiores” (ventos de 178 km/h ou mais).

A probabilidade de a temporada de furacões ser este ano mais forte do que o normal no Atlântico Norte é de 60%, havendo também 30% de hipóteses de a época de furacões ser próxima do normal e 10% de hipóteses de ser inferior ao normal, adiantou a mesma fonte.

A época dos furacões no Atlântico Norte decorre entre o início de junho e o final de novembro.

Estes furacões podem ser devastadores em termos humanos e materiais, nomeadamente no sul dos Estados Unidos.

No ano passado, durante uma época que a NOAA tinha previsto como “extraordinária”, o furacão Helene causou mais de 200 mortos no sudeste do país.

As previsões da agência norte-americana estão ligadas, nomeadamente, a temperaturas oceânicas mais quentes do que a média, variações bruscas da velocidade e/ou da direção do vento a uma curta distância e a um aumento potencial da atividade da monção da África Ocidental, ponto de partida dos furacões atlânticos.

“Como vimos no ano passado com as inundações significativas no interior do país provocadas pelo Helene e pelo Debby, os furacões podem afetar muito mais do que as comunidades costeiras”, afirmou Laura Grimm, administradora interina da NOAA, num comunicado.

“A NOAA desempenha um papel fundamental no fornecimento de previsões e avisos precisos e precoces, e fornece os conhecimentos científicos necessários para salvar vidas e infraestruturas”, acrescentou.

Congressistas democratas norte-americanos introduziram na quarta-feira uma emenda legislativa para travar o corte, proposto pelo Presidente Donald Trump, de quase 30% no orçamento da NOAA.

Representantes da Flórida, Colorado, Missouri e Illinois, alguns dos estados mais afetados por fenómenos climáticos extremos, anunciaram uma emenda à lei orçamental e fiscal em discussão na Câmara dos Representantes que inclui uma redução de quase 1,5 mil milhões de dólares (1,3 mil milhões de euros) para a NOAA.

O deputado Jared Moskowitz, da Florida, está a liderar o esforço para alterar a proposta republicana “para garantir que a NOAA e o Serviço Meteorológico tenham os recursos de que necessitam”, alertando que a época dos furacões começa dentro poucos dias.

Cortar os fundos para a previsão meteorológica não torna o governo mais eficiente, apenas torna os americanos mais inseguros“, defendeu numa publicação nas redes sociais.

As reduções à NOAA fazem parte do polémico plano de cortes orçamentais e fiscais de Trump, que ainda não conta com a aprovação de todos os republicanos na Câmara dos Representantes.

Desde março, a administração Trump pediu aos responsáveis da NOAA um corte adicional de 1.000 trabalhadores, 20% do total, o que poderia afetar a capacidade da agência de fazer previsões de tempestades, temporais e furacões.

Os republicanos controlam ambas as câmaras do Congresso norte-americano.

Acordou e tinha um navio cargueiro no quintal. Norueguês não sabe o que se passou

Foi “irreal”, mas aconteceu mesmo. Habitante de um fiorde da Noruega viu um navio com contentores encalhado no seu jardim. “Fui à janela e fiquei muito surpreendido por ver um grande navio”, disse o norueguês Johan Helberg ao The Guardian. “Tive de dobrar o pescoço para ver o topo do navio. Era tão irreal”. O navio de carga NCL Salten, encalhou pouco antes das 5h da manhã de quinta-feira, após entrar no fiorde de Trondheim a caminho da cidade ocidental de Orkanger. Quando Helberg olhou pela janela, viu um cargueiro de 135 metros a penetrar no seu jardim a uma

Fernando Santos já tinha a rescisão assinada quando foi ao Mundial do Qatar

O selecionador Fernando Santos acertou a rescisão de contrato com a Federação Portuguesa de Futebol ainda antes do Mundial do Qatar.

A notícia é avançada pelo jornal “Expresso”.

Segundo a mesma fonte, Fernando Santos recebeu oito milhões de euros.

De recordar que Portugal fez cinco partidas no Mundial e deixou a FPF.

Portugal empata com França no Euro Sub-17

A seleção portuguesa de Sub-17 empatou 0-0 contra a França na segunda jornada do Europeu da categoria.

O jogo foi equilibrado, mas a equipa das quinas teve mais ocasiões, especialmente no segundo tempo.

Depois da vitória de ambos na primeira jornada, Portugal e França lideram o grupo.

Na próxima jornada, os comandados de Bino Maçães vão defrontar a Alemanha no domingo. Os germânicos golearam a Albânia por 4-0.

Portugal já conquistou o Europeu Sub-17 em 2003 e 2016.

Inédito. BYD ultrapassa Tesla nas vendas de carros elétricos na Europa

Abril de 2025 foi o primeiro mês em que a marca chinesa BYD vendeu mais carros elétricos do que a Tesla na Europa. Segundo um relatório da empresa de análise do mercado automóvel, a JATO Dynamics, esta viragem é “um momento decisivo para o mercado automóvel da Europa”.

A BYD vendeu, em abril, mais de 7.200 carros elétricos na Europa, enquanto a Tesla vendeu 7.165 veículos. A marca de Elon Musk tem sofrido queda atrás de queda nas vendas em 2025, perdendo em abril 49% do volume de vendas que teve no mesmo mês de 2024. Já a BYD registou um aumento de 169%.

“Este é um momento decisivo para o mercado automóvel da Europa, particularmente quando se considera que a Tesla liderou o mercado de veículos elétricos de bateria durante anos, e a BYD apenas começou oficialmente as operações além da Noruega e Países Baixos no final de 2022”, apontou o analista da JATO Dynamics Felipe Munoz.

Segundo os dados da empresa, Renault, Skoda, Volkswagen, Audi e BMW também superaram as vendas da Tesla de carros elétricos no mês de abril.

Várias marcas europeias têm lançado novos modelos a preços mais baixos para cumprir as regulações de emissões da União Europeia, de acordo com o Financial Times.

Tanto a BYD como outras marcas chinesas alargaram o tipo de modelos que vendem na Europa, avançando para os híbridos plug-in. Esse tipo de carro não está sujeito às tarifas europeias de 45% sobre os carros elétricos fabricados na China.

Em abril foram registados, na Europa, 15.300 veículos fabricados por marcas chinesas, um aumento de 59% comparado com 2024. Já a venda de híbridos plug-in destas marcas aumentou oito vezes, para 9.649 unidades.

Pedro Mano eleito melhor guarda-redes do Mundo de futebol de praia

Português de 29 anos conquista o prémio pela primeira vez

Pedro Mano foi eleito esta quinta-feira o melhor guarda-redes do Mundo de futebol de praia. O guardião português de 29 anos, que se encontra ao serviço da Seleção Nacional e esta temporada representou o AD Buarcos 2017 e os israelitas do Rosh Haayin BSC, conquistou o prémio pela primeira vez, atribuído pela Beach Soccer Worldwide na gala ‘Beach Soccer Stars’.

“Agradecer aos meus companheiros, à minha mulher, isto é nosso! Só passar aqui para contar uma coisa muito forte: há dois anos quis parar de jogar, quis desistir do futebol de praia, mas o pastor Alexandre, de Portugal, disse: Deus tem algo preparado para ti daqui a dois anos. Foi há dois anos. Para todos termos a certeza que Deus cumpre. Se fui capaz, todos são capazes”, atirou.

Por Record

Autárquicas. BE em diálogo com Livre e PAN para “projetos de convergência autárquica”

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A coordenadora do BE revelou nesta quinta-feira que o partido está em diálogo com o Livre e o PAN para apresentarem “projetos de convergência” nas próximas eleições autárquicas e manifestou “inteira disponibilidade” para uma aliança à esquerda em Lisboa.

Mariana Mortágua assinalou que no último ano o BE “promoveu um conjunto de reuniões com outros partidos da esquerda” e “desse diálogo nasceram conversas que já existem neste momento, com o Livre, com o PAN, para projetos de convergência autárquica, para poder eleger em todo o país vereadores à esquerda, e para poder combater a direita“.

Em declarações aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, após uma audiência com o Presidente da República na sequência das eleições legislativas de domingo, a líder bloquista indicou que “essas conversações estão neste momento em curso”.

“Nós apostamos nelas precisamente para dar essa força de união e de convergência, da mesma forma como mantemos a nossa inteira disponibilidade para em Lisboa conversar para uma alternativa que possa congregar todos os partidos à esquerda do Partido Socialista, e o Partido Socialista, para derrotar Carlos Moedas“, indicou.

Longas filas no aeroporto de Lisboa exigem muita atenção de viajantes com conexões

Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

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Viajantes estrangeiros com destino ao aeroporto de Lisboa que tenham conexões para outras cidades de Portugal ou demais países da Europa devem ficar muito atentos. As filas de espera para passar na área de imigração têm chegado a quatro horas, devido aos novos sistemas de controle de fronteiras que entraram em operação na segunda-feira (19/05). Diante dessa demora, o risco de perder o próximo voo é grande.

Segundo o advogado especializado em direito do consumidor António Andrade de Matos, do escritório Brasil Salomão, assim que chegarem à fila da imigração, os passageiros com conexões devem avisar aos funcionários do aeroporto que vão continuar viagem e, portanto, devem ter atendimento prioritário. Caso não sejam atendidos e percam as conexões, devem acionar as empresas aéreas pelas quais estão voando para que sejam acomodados em outros voos. Se também isso não ocorrer, o caminho será a Justiça, com pedido de indenização.

Os passageiros que saem do Brasil contam, a seu favor, com decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dando ganhos de causa a passageiros que perderam conexões em outros países por causa da demora no atendimento nos serviços de imigração. No entender dos juízes do STJ, as empresas aéreas devem prever esse risco na hora de venderem passagens, pois os viajantes não podem ficar desprotegidos por causa de um evento sobre o qual não têm controle. Em um dos casos julgados pelo STJ, o passageiro perdeu a conexão e, sem atendimento adequado da empresa aérea, teve de comprar outra passagem para chegar ao destino final.

Segundo o advogado Fernando Senise, também do escritório Brasil Salomão, há pessoas em conexão que estão viajando de férias, com hotéis pagos e passeios comprados, que podem ser perdidos devido à não continuidade da viagem nos horários previstos. “Isso deve ser considerado”, destaca. Uma dica importante, endossa ele, é comprar todos os trechos de uma viagem com a mesma empresa aérea, pois fica mais fácil ser reacomodados em voos posteriores. Normalmente, quando cada trecho da viagem é feito por uma companhia diferente, fica mais complicado resolver as pendências.

Direitos dos viajantes

A produtora musical Adriana Parreira, integrante da equipe da cantora Maria Eugênia, que se apresenta em Lisboa na sexta-feira (23/05), desembarcou na capital portuguesa às 7h20 da manhã desta quinta-feira (22/05) e só conseguiu sair do terminal por volta das 10h. “Enfrentamos uma longa fila até chegar ao guichê da imigração. Olhávamos para trás, e a fila só aumentava”, relata. Ela assinala, porém, que, quando uma pessoa se manifestou que corria o risco de perder a conexão, funcionários do aeroporto começaram a chamar todos que estavam na mesma situação. Eles foram encaminhados para uma fila especial de atendimento.

Para o especialista em direitos dos consumidores aéreos e CEO da AirAdvisor, Anton Radchenko, em situações como a que ocorre no aeroporto de Lisboa, caso os passageiros percam as conexões, as companhias têm a obrigação de colocá-los no próximo voo disponível para o seu destino ou emitir reembolsos se os clientes não quiserem mais viajar. “Quando acontecem circunstâncias extraordinárias nos aeroportos, os passageiros também têm direito a cuidados e assistência, como alimentação e bebidas, mas não a hospedagens”, afirma.

Ele lembra que, no caso de companhias aéreas portuguesas, quando as passagens são compradas em território luso, as regras a serem seguidas são as definidas pela União Europeia. O Deco PROteste, órgão de defesa do consumidor em Portugal, explica que os direitos dos passageiros aéreos estão assegurados por regras comuns a todos os Estados-membros da UE. Ou seja, o regulamento se aplica a todos os voos que partam de um aeroporto do bloco, assim como aos vindos de fora do espaço comum europeu, desde que a transportadora seja europeia. Em território luso, a regulação e a fiscalização do mercado de aviação cabem à Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC).

O Deco PROteste ressalta, ainda, que as empresas aéreas que operam fora da União Europeia devem respeitar as regras vigentes no espaço europeu, independentemente da sua nacionalidade. Isso quer dizer que os viajantes que se sintam prejudicados devem apresentar uma reclamação junto à companhia e ao aeroporto. “E, se não ficarem satisfeitos, apresentem o caso à entidade supervisora do respectivo país.” O advogado António Andrade de Matos reforça que sempre há a Justiça como opção para os viajantes fazerem valer seus direitos.

Horas de antecedência

Procurada pelo PÚBLICO, a empresa aérea brasileira Azul informa que a atualização no sistema de controle de fronteiras do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, não tem, até o momento, impactando suas operações. A companhia, contudo, recomenda aos passageiros de voos partindo da capital portuguesa que se apresentem no terminal com a maior antecedência possível, a fim de minimizar contratempos relacionados aos procedimentos migratórios.

“No caso de eventuais contratempos, os agentes aeroportuários da companhia estão preparados para oferecer assistência adequada, analisando cada caso de maneira individual e personalizada. A Azul ressalta que está atuando para que seus clientes recebam atendimento ágil, respeitoso e eficiente, minimizando possíveis transtornos”, frisa, em nota.

A também brasileira Latam destaca que seus voos de e para Lisboa estão sendo operados normalmente, sem atrasos. A portuguesa TAP, como 13 voos diários para o Brasil, não se manifestou. Mas, segundo João Carlos Correia, da agência de viagens TIME4TRAVEL, a empresa vem orientando seus passageiros a chegarem ao aeroporto de Lisboa com quatro horas de antecedência. “Os problemas não são apenas para quem chega a Lisboa, mas, também, para quem decola do aeroporto de cidade”, frisa ele.

Controle mais rígido

Os novos sistemas de controle de fronteiras foram implantados por Portugal por determinação da União Europeia. O objetivo é ter o registro de todas as pessoas que circulam pelo bloco para identificar imigrantes ilegais e procurados pela Justiça. Não por acaso, uma das principais informações consultadas são os antecedentes criminais. “O que vemos é que o controle nos aeroportos europeus será cada vez maior”, reconhece a advogada Catarina Zuccaro.

Quando anunciou a entrada em vigor dos novos sistemas de controle em portos e aeroportos, a Agência para a Integração Migrações e Asilo (AIMA) alertou para a possibilidade de atrasos no atendimento aos passageiros, devido à rigidez na conferência dos documentos dos passageiros. Porém, segundo as autoridades, tudo está sendo feito para ampliar a segurança em território europeu.

Segundo Pedro Moura, coordenador-geral da Unidade de Coordenação de Fronteiras e Estrangeiros (UCFE), do Sistema de Segurança Interna (SSI), os novos mecanismos de conferência de quem entra e de quem sai do território luso são “fundamentais para garantir que Portugal está preparado para operar com sistemas europeus de última geração nas suas fronteiras, com os mais elevados padrões de segurança e serviço ao cidadão”. (Colaborou Jair Rattner)

Rui Moreira concorda com petição para suspender 2.ª fase do metrobus do Porto

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira afirmou nesta quinta-feira concordar com a petição para suspender e mudar a segunda fase do metrobus, defendendo a circulação sem canal dedicado e a salvaguarda de árvores e da atual ciclovia.

Em declarações à margem da abertura da Feira de Artesanato de Castilla-La Mancha, no Largo Amor de Perdição, o autarca afirmou ter recebido com agrado a petição anunciada pelo primeiro subscritor e candidato do PSD/CDS à Câmara do Porto, Pedro Duarte, em que pede “ponderação antes de avançar com a segunda fase” da obra pois “implica uma alteração (…) irreversível” da zona da Avenida da Boavista onde está projetado ser implantado.

“Isto corresponde exatamente aquilo que temos vindo a insistir junto do Metro do Porto, que não se justifica ter uma via dedicada no centro, que acabaria com uma das ciclovias que é mais utilizada pelas pessoas, não apenas para bicicletas, mas também para andar a pé. Parece-me perfeitamente razoável”, acrescentou Rui Moreira.

Neste contexto, prosseguiu o autarca independente, parece-lhe “muito avisado” o lançamento da petição, defendendo “que a população, sejam candidatos, seja quem for, se envolva nisto”.

“Naturalmente, esta é uma altura de candidaturas autárquicas, e portanto, é importante também que este tema seja debatido na cidade“, insistiu.

Também questionado pela Lusa sobre a posição do candidato independente à Câmara Municipal do Porto Nuno Cardoso, que considerou “o gesto” de Pedro Duarte, atualmente ministro dos Assuntos Parlamentares, “no mínimo desconcertante” e um “exercício de contradição”, argumentando que “o ministro, que até agora nunca se pronunciou publicamente sobre o avanço da obra — mesmo quando a primeira fase já decorria há anos — desperta agora para criar uma petição… contra o seu próprio governo”, Rui Moreira começou por lembrar que o projeto não é deste Governo.

“Se neste momento as pessoas se mobilizam em campanha eleitoral, é ótimo. Agora, se estão em desafio com o Governo ou não, isso não compreendo, essa é uma análise que não me compete fazer. Eu sou presidente de Câmara, não me compete fazer. Olho mais para isto como um movimento de cidadania, mas também é para isto que servem as eleições autárquicas”, disse.

Lembrando estar no final do seu último mandato, Rui Moreira afirmou ser “bom que quem venha a jogo diga o que pensa sobre a cidade e consiga mobilizar, principalmente nesta altura em que as pessoas estão mais atentas, aquilo que é vontade dos cidadãos”.

No mesmo ímpeto, o autarca retomou críticas à administração da Metro do Porto para dizer que o veículo experimental prometido para estar a circular no canal do metrobus no princípio de maio, ainda não foi visto.

“Para a população ficar tranquila, fazia mais sentido perceber como funciona e (…) só depois iniciar a segunda fase”, sublinhou o autarca, que, sobre o mesmo tema, fez outro reparo, nomeadamente a questão do abastecimento a hidrogénio dos futuros autocarros.

Segundo Rui Moreira, a central de produção de hidrogénio que está a ser construída em instalações da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) “não vai estar pronta seguramente nos próximos 10 meses, ou seja, para conversa séria, no próximo ano”, o que obrigará que a “energia verde para esses autocarros vai ter que vir, provavelmente, de Sines, por terra”.

“Também por essa razão parece-nos que faria todo o sentido pôr a primeira fase a funcionar (…) corrigir aquilo que tenha que ser corrigido, (…) ter a formação do pessoal da STCP que vai ter que operar aqueles autocarros, (…) e quando estiver em velocidade de cruzeiro (…) então sim iniciar a segunda fase”, insistiu.

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