Acordo entre UE e EUA entra em vigor com muitas incertezas por esclarecer


Após uma semana de adiamento, entram esta quinta-feira em vigor a novas tarifas da adminstração Trump – que incluem o acordo de 15% com a União Europeia.
Na leitura de Paulo Almeida Sande o acordo firmado entre Donald Trump e Ursula von der Leyen é um mau acordo, cheio de incertezas.
À Renascença, o especialista em assuntos europeus aponta que algumas das incógnitas rodeiam as grandes empresas tecnológicas – quase todas norte-americanas – e “sob as quais incidem algumas obrigações decorrentes da população europeia”.
“Esse aspeto neste acordo não está claro”, sublinha.
Paulo Sande sublinha que enquanto do lado norte-americano “a questão está em aberto e do lado europeu é um assunto que não está resolvido”.
“Prejudica o comércio global e a Europa, com riscos de inflação. Acaba por ser um acordo que não me parece definitivo”, considera, ainda.
O especialista refere que a UE aceitou o acordo com Donald Trump, porque “quis dizer que o tinha conseguido, nas condições de Donald Trump”, contudo acabou por não ser uma manifestação de força por parte da Europa.
Para Paulo Sande, a UE enquanto potência comercial “não pode ceder desta forma, nestas circunstâncias, sobretudo numa coisa tão importante como é esta relação transatlântica em termos comerciais”.
Nas últimas horas, Donald Trump anunciou que vai impor uma tarifa de 100% sobre a importação de chips e semicondutores, utilizados em aparelhos eletrónicos, automóveis, eletrodomésticos e outros bens tecnológicos.