Porque é que Portugal não pediu apoio no combate aos fogos? O que esperar nos próximos dias? Cinco perguntas e respostas sobre os incêndios

Os incêndios que lavram em Portugal não têm dado tréguas nos últimos dias. Desde 2 de agosto que o território está em situação de alerta devido ao risco de fogos, que também tem atingido países como Espanha, França ou Grécia. Ao início da manhã desta quinta-feira, mais de 2.700 bombeiros combatiam incêndios em várias regiões do país. Estavam ativos quatro fogos de grandes dimensões: Cinfães, Sátão, Trancoso e Arganil. Este último, que deflagrou devido a uma trovada seca, era o que mobilizava pelas 10h00 mais meios: acima de 900 bombeiros, 301 carros e cinco meios aéreos.

Este ano já arderam 63.247 hectares de área florestal, metade dos quais nas últimas três semanas, e deflagraram 5.963 incêndios, sendo a maioria nas regiões do Norte e Centro. Especialistas em risco de incêndio já tinham vindo a alertar que este ano podia ser um ano de fogos florestais graves. A primavera chuvosa, que criou as condições para o crescimento de muita vegetação, agora seca, aliada ao anticiclone que desde julho está sob a Europa, trazendo temperaturas muito elevadas, têm proporcionado as condições ideais. Perante este cenário, Portugal planeia recorrer a apoio europeu, como Espanha fez? E o que se pode esperar dos próximos dias?

Espanha formalizou na quarta-feira à noite um pedido de ajuda à União Europeia (UE) para ajudar a combater os incêndios que lavram no país, provocando pelo menos três mortos e vários feridos e queimaram cerca de 50 mil hectares. Foram solicitadas duas aeronaves Canadair, anunciou o ministro do Interior espanhol, Fernando Grande-Marlask. Também a Grécia, onde na quarta-feira deflagraram 82 focos de incêndios, recorreu aos mecanismos europeus para obter quatro bombardeiros de água suplementares. E Portugal? Porque não fez o mesmo?

Incêndios. Espanha pede ajuda da UE para combater vários fogos

Na semana passada, a UE garantiu que está disponível e em condições de apoiar os países no combate aos incêndios. A porta-voz do executivo comunitário Anna-Kaisa Itkonen explicou, no entanto, que só o faria mediante um pedido dos Estados-membros. Na noite desta quarta-feira, porém, o primeiro-ministro afastou para já a possibilidade de recorrer a ajuda internacional, garantindo que “quando as circunstâncias o motivarem” o Governo fa-lo-á.

“Isso obedece a critérios de natureza técnica e operacional que terão de ser atendidos”, disse aos jornalistas após a reunião semanal e jantar com o Presidente da República, que se realizou esta quarta-feira no Algarve. “Nós não temos nenhuma objeção a fazê-lo, quando tiver de ser feito, mas também não o vamos fazer nas alturas em que não for tecnicamente adequado”, acrescentou.

Não é incomum Portugal recorrer a ajuda internacional no combate a incêndios. No ano passado, a pedido da Região Autónoma da Madeira, o Governo português ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, que permitiu a chegada de dois aviões Canadair uma semana depois de os fogos deflagrarem. Não se sabe se este ano o executivo vai fazer tal solicitação, estando para já afastada essa hipótese.

Multimédia. Como evoluiu o grande incêndio da Madeira. E como foram chegando os meios

Este verão, e em particular nas últimas semanas, Portugal tem sido afetado por sucessivas ondas de calor, começa por explicar o climatologista Carlos da Câmara ao Observador. Se essa sucessão de vagas é “anómala”, o fenómeno que as está a provocar é comum: um anticiclone, uma zona de altas pressões, que está atualmente sobre a Europa. O professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa refere que essa zona de altas pressões não se move desde julho: “Há uns dias em que enfraquece um bocadinho, depois anda mais para o oeste, mais para o leste, mas não sai”.

E porque é que o bloqueio provoca estas ondas de calor tão grandes? Há três mecanismos que o explicam. O primeiro é que o anticiclone faz com que venham ventos do norte de África, que atravessam Espanha, e que são “muito quentes e muito secos”. Há um segundo fator que importa: esse ar, já quente e seco, desce e é comprimido, o que aumenta ainda mais a temperatura. “Já deve ter experimentado que se encher uma bola com uma bomba de ar a bomba fica quente. Isto porque quando o ar é comprimido aumenta a sua temperatura”. O terceiro aspeto é que nas zonas anticiclónicas não há nuvens e, por isso, a radiação solar chega em maior quantidade.

O problema neste momento é que o anticiclone não sai do sítio, o que contribuiu para uma onde de calor extensa. “Costumamos ter ondas de calor na ordem de seis, sete, oito dias, que depois quebram e retomam uns dias depois. Desta vez já há zonas do norte e centro que estão em onda de calor há 14 ou 15 dias e que hoje e amanhã vão continuar”, aponta Patrícia Gomes, do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Estas situações de bloqueio são “tão velhas como a Sé de Braga” — os primeiros estudos de bloqueios são de 1950 –, diz Carlos da Câmara, e significam que os efeitos se vão acumulando. O que é anómalo é ficar tanto tempo parado. O motivo? “Temos o Mediterrâneo, e também o Atlântico, extremamente quente”, explica, acrescentando que essa temperatura tão elevada se deve às alterações climáticas. “A situação meteorológica é normalíssima. Os mecanismos são os mesmos, mas estão a atuar num background diferente”.

A situação de bloqueio não afeta só Portugal. “Basta olhar para o mapa e ver os fogos em Espanha, onde a situação é insustentável, em França, incêndios brutais, na Grécia, na Turquia e agora na Croácia”, sublinha.

Alguns especialistas em risco de incêndio, como Carlos da Câmara, já vinham a alertar para essa possibilidade. Numa entrevista à Renascença, a 2 de julho, indicava que 2025 poderia ser “um ano de fogos florestais graves”. Ao Observador, diz agora que as previsões do Centro Europeu, sobre um verão mais quente e seco do que o habitual, aliadas às temperaturas dos oceanos, que são muitíssimo lentos a arrefecer, e à primavera extremamente chuvosa que vivemos, que criou muita vegetação agora seca, já permitiam adivinhar um cenário preocupante.

O também professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa destaca que nunca viu intensidades tão grandes em incêndios. “Ontem à noite o incêndio de Piódão estava a chegar a 800 megawatts, o que é uma libertação de energia que era mais aceitável se fossem 16h da tarde. Às 22h é uma loucura”, aponta. “Há energias a serem libertadas da ordem de mil megawatts. Já trato estes dados há muitos anos e nunca me tinha acontecido usar quatro dígitos”, diz, lembrando o incêndio de 4 de Agosto em Vila Real que chegou aos 1052,3 MW.

Domingos Xavier Viegas, especialista em fogos florestais, disse à agência Lusa que, em termos meteorológicos, 2025 está “muito próximo” dos “piores anos” das últimas décadas, como os de 2003, 2005, 2017 — quando se registaram incêndios de Pedrogão Grande — e 2022. O professor jubilado da Universidade de Coimbra alertou para o elevado índice de secura.

Citando dados de um programa da Universidade de Coimbra de medição do teor de humidade dos combustíveis da floresta, que é realizado com uma amostragem na Lousã, com combustíveis representativos do centro e norte do país, Xavier Viegas salientou que o “teor de humidade para já dos combustíveis mortos é muito, muito baixo”. “Os dados que os meus colegas me facultaram indicam teores de humidade na ordem dos 4 ou 6%, que são valores que indicam um índice de perigo extremo. E os valores do teor de humidade dos arbustos” estão “entre os 5% mais baixos desde que temos registo há mais de 20 anos”, apontou.

Segundo o IPMA, o aviso de tempo quente vai continuar pelo menos até domingo, principalmente no interior e a região sul. No entanto, na sexta-feira e sábado já se vai notar que a temperatura no litoral, norte e centro pode descer. “Mas será só um pouco”, salienta Patrícia Gomes. “Se calhar nos locais que hoje registarem 35.ºC, no sábado estarão 29.ºC ou 30.ºC, portanto já se nota uma diferença”.

Patrícia Gomes nota também que, por oposição, a partir de sábado deverá registar-se uma subida de temperatura no Algarve. “Mesmo junto à faixa costeira algarvia poderemos ter previsão de valores entre os 35.ºC e os 38.ºC, que acabam por ser valores bastante elevados para uma praia”.

A partir de segunda-feira espera-se uma “descida significativa” da temperatura, com uma corrente mais de Norte, situação que poderá ajudar no combate aos incêndios que estão a afetar várias regiões do território. “Acaba por chegar até nós um ar menos quente. Esta massa de ar terá também um maior conteúdo em humidade que vai ajudar a ‘refrescar’ as temperaturas”, explica. “Vamos continuar com valores de 30ºC e muitos no interior do Alentejo, em alguns locais do interior centro e da região de Trás-os-Montes, mas já não serão valores da ordem de 40ºC”. Dia 18 também traz o fim das noites tropicais, que eventualmente podem manter-se apenas na zona do Algarve, que deverá registar uma descida menos significativa nos termómetros do que o resto do território.

O alerta partiu do Presidente da República. “É um dia particularmente preocupante. Pode apontar para uma situação muito propícia ao agravamento dos incêndios”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa na quarta-feira, depois do encontro com Luís Montenegro. Garantiu, no entanto, que “haverá resposta adequada para esta situação verdadeiramente grave”.

Carlos da Câmara reconhece que “quinta, sexta, sábado e domingo vão ser uma série de dias muito complicados”. “Sexta-feira é um dia particularmente complicado, mas temos que olhar para isto em sequência”.

Focando-se exclusivamente nos parâmetros meteorológicos, o IPMA diz que tudo aponta para a manutenção da situação. “A nível de parâmetros meteorológicos, amanhã parece igual a hoje e a ontem. Não vemos assim nada que nos pareça que agrave a situação”, refere.

Carlos da Câmara salienta ainda que quando se fala sobre incêndios é preciso falar em prevenção. Por um lado, diminuir o número de ignições, que, destaca, não são apenas fruto de incendiários ou fatores climáticos. “O fogo na vida rural é utilizado para inúmeras atividades. Se estamos a usar uma máquina para roçar mato ou para cortar uma árvore, ela bate numa pedra, faz uma faísca. Há todo um conjunto de atividades humanas que levam a ignições”, alerta.

Mas isso não é suficiente, diz, lembrando que a paisagem rural mudou completamente e há atualmente menos terrenos cultivados, aliado a um desaparecimento da população no interior. “Há uma desarmonia entre uma meteorologia que tem efeitos mais gravosos devido às alterações climáticas, uma vegetação que não é compatível com o tipo de meteorologia que a envolve e comportamentos humanos que levam a ignições”, salienta.

Incêndio em Arganil e Oliveira do Hospital: Proteção Civil prevê 12 horas de muito trabalho

A Proteção Civil prevê 12 horas de muito trabalho no incêndio que começou em Arganil, e que já migrou para outros três concelhos vizinhos. As chamas obrigaram a evacuar várias aldeias no concelho de Oliveira do Hospital.

Num ponto de situação depois das 13h, o comandante Elísio Oliveira adiantou que ainda não há previsão para ter o fogo dominado, uma vez que o vento e as características do terreno estão a dificultar o trabalho dos bombeiros.

“Não é previsível, neste momento, que nas próximas 12 horas o incêndio fique dominado, face às condições que temos”, explicou o responsável sublinhando que as informações existentes “em termos de previsões e dados no apoio à decisão, dando-nos indicações de vento com determinado rumo”, acabam por diferir da realidade: “devido à altitude e à orografia do terreno no alto da montanha, ele [o vento] tem um sentido completamente diferente e, portanto temos pontos em que o incêndio está a subir a montanha e de repente, começa a descer por outro lado”.

"Temos um quadro raro." Risco de fenómenos semelhantes a 2017 na base do prolongamento da situação de alerta

Já sobre os meios aéreos, o comandante da Proteção Civil esclarece que nem sempre é possível ter aeronaves a operar, ainda que haja “meios aéreos disponíveis”, já que “por vezes” no terreno “não temos condições para eles poderem operar, quer seja pela temperatura criada nas diferentes bacias onde se encontra o incêndio, quer pelo próprio fumo”.

“Nós precisamos dos meios aéreos. Eles têm que ser rentáveis e temos, portanto, que os utilizar, onde na realidade eles são necessários”, esclarece Elísio Oliveira.

Este incêndio já obrigou à evacuação de várias aldeias no concelho de Oliveira do Hospital. O autarca José Francisco Rolo aponta que, “neste momento, estamos a fazer esse trabalho em Vale do Maceiro, e estamos a ver no Avelar e também no Parente”.

“Foi logo imediatamente criada uma zona de concentração e apoio à população numa zona fresca junto ao rio Alva, uma zona segura que tem psicólogos, tem técnicos da Câmara Municipal, também tem aqui a equipa da Segurança Social”, revelou o autarca.

O incêndio começou em Arganil e já chegou a Seia, Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra.

A marca Observador lidera o ranking de podcasts da Marktest

O Observador é a primeira entre doze marcas de produtores de podcasts. O estudo de consumo deste formato, que analisa o mês de julho, revela o Observador no primeiro lugar da tabela de marcas e também a única a ultrapassar a fasquia dos 3 milhões de downloads mensais, neste caso, 3.142.101. No segundo lugar está a Rádio Comercial com 2.825.287 downloads, o que representa uma diferença de mais de 315 mil audições.

Olhando para os vários dados disponíveis, encontramos nove podcasts do Observador nos primeiros trinta de títulos individuais. “A Guerra Traduzida” alcançou o nono lugar e o “Contra-Corrente” o décimo primeiro. São os melhores títulos do Observador na tabela geral, que continua dominada por programas de humor e entretenimento. “O Homem que Mordeu o Cão” foi o mais ouvido, seguido de “Extremamente Desagradável” e “Mixórdia de Temáticas” durante o período agora auditado.

Nos 100 primeiros há 33 títulos do Observador. E no ranking de Publishers – que agrega todas as marcas de cada um dos grupos empresariais – o Observador está na segunda posição. O grupo Impresa ocupa o primeiro lugar, Bauer Media em terceiro e Renascença Multimédia em quarto. Importa salientar que cada um destes três publishers detém diversas marcas ao contrário do que acontece com o Observador. Por exemplo, a Bauer tem as marcas Rádio Comercia e Cidade FM. Neste capítulo do estudo, somam-se os downloads de todas as marcas de cada um dos 4 participantes neste ranking.

Melania ameaça processar Hunter Biden por dizer que Epstein a apresentou a Trump

Hunter Biden disse que foi Jeffrey Epstein quem apresentou Melania a Donald Trump. A primeira-dama não gostou e está a ameaçar processar o filho de Joe Biden em mais de mil milhões de dólares, caso este não retire a afirmação, descrita como “falsa, depreciativa, difamatória e inflamatória”. Certo é que não há provas de como Trump e Melania se conheceram, adensando-se as suspeitas sobre a ligação do Presidente norte-americano ao magnata que criou uma rede de tráfico sexual.

Melania conta a sua versão: conheceu Trump em 1998, numa festa organizada por Paolo Zampolli, dono da agência de modelos que representava então a manequim eslovena. Em 2016, contou à Harper’s Bazaar que terá rejeitado dar o seu número de telemóvel ao milionário por estar num encontro com outro homem. Trump tinha acabado de se separar da segunda mulher, Marla Maples, e venceu pela persistência — os dois casaram-se em 2005 e partilham um filho, Barron, de 19 anos.

Todavia, recentemente, surgiu uma nova teoria de que teria sido Epstein a proporcionar tal encontro, ideia reforçada por Hunter Biden numa entrevista recente ao canal de YouTube de Andrew Callaghan, onde declarava que há documentos a implicar Donald Trump na teia de Jeffrey Epstein — um tema que tem provocado agitação entre os apoiantes republicanos. “Epstein apresentou Melania a Trump — as ligações são tão vastas e profundas”, reforçou.

Trump tem rejeitado as ligações a Epstein, mas confessou que cortou relações com o consultor financeiro quando este recrutou jovens do spa do seu resort em Mar-a-Lago para a rede pedófila, através da qual centenas de raparigas foram abusadas sexualmente.

Nesta semana, os advogados da primeira-dama enviaram uma carta ao advogado de Hunter Biden a exigir um pedido de desculpas público, cuja recusa terá por consequência um processo multimilionário pelos “avassaladores danos financeiros e de reputação” que a afirmação terá provocado. Melania diz que o filho mais novo de Biden, acusado de compra e posse ilegal de arma, tem “um vasto historial de exploração dos nomes dos outros para chamar a atenção para si”, cita a BBC.

Mas a ideia de que terá sido Epstein a apresentar o casal presidencial não foi inventada por Biden, é atribuída a Michael Wolff, biógrafo de Donald Trump, que diz ter cassetes “exclusivas” de Epstein a falar sobre o Presidente dos EUA. Num entrevista ao Daily Beast, onde fala sobre as gravações, conta como Melania Trump era próxima de um dos “associados” de Epstein ainda antes de conhecer Trump.

O Daily Beast acabou por retirar parte do artigo do site, depois de uma intimação vinda da Casa Branca. “Após a publicação desta história, o The Beast recebeu uma carta do advogado da primeira-dama Melania Trump a contestar o título e o enquadramento do artigo. Depois de analisar o assunto, o Beast retirou o artigo e pede desculpa por qualquer confusão ou mal-entendido”, reconhece numa nota publicada na notícia, entretanto arquivada.

As cartas de ameaças foram confirmadas à BBC, que cita um comunicado do assistente da mulher de Trump: “Os advogados da primeira-dama Melania Trump estão activamente a assegurar retratações imediatas e pedidos de desculpa por parte daqueles que espalham falsidades maliciosas e difamatórias.” Até agora, os advogados de Hunter Biden ainda não reagiram à notícia.

O caso surge na sequência da pressão por parte da Casa Branca para serem divulgados os documentos do caso de Epstein com o objectivo de fazer cumprir uma promessa eleitoral de Trump. Antes de ser reeleito, o republicano tinha dito que ia divulgar uma lista de figuras públicas associadas à rede de tráfico sexual, mas o FBI diz que não existia qualquer registo dos clientes de Epstein, que morreu em Agosto de 2019, na prisão em Nova Iorque, enquanto aguardava o julgamento.

Em 2021, os Kiss diziam que Donald Trump era “um perigo para a democracia”, agora sentem-se “profundamente honrados” com homenagem dele

Donald Trump anunciou esta quarta-feira os nomes dos homenageados deste ano do Centro John F. Kennedy de Artes Performativas, do qual é presidente, e entre eles estão os Kiss. Os elementos da banda nova-iorquina, que em 2021 consideravam o atual presidente dos Estados Unidos “um verdadeiro perigo para a nossa democracia”, já reagiram a esta nomeação, dizendo-se “profundamente honrados”.

“Os Kiss são a encarnação do sonho americano. Sentimo-nos profundamente honrados por receber esta homenagem do Kennedy Center”, disse o baixista e vocalista Gene Simmons, que em 2008 participou na primeira temporada no reality show apresentado por Trump, “The Apprentice”, em declarações ao site “TMZ”. O cantor e guitarrista Paul Stanley, por seu lado, terá dito: “aceito esta homenagem em nome do longo legado dos Kiss e de todos os membros que ajudaram a criar a nossa icónica banda”.

Em 2017, os Kiss recusaram o convite para tocar na primeira tomada de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. Quatro anos depois, na sequência de Trump ter perdido a eleição presidencial para Joe Biden, Stanley apelidou-o de “um verdadeiro perigo para a nossa democracia” e em 2022 Simmons disse, em declarações à revista “Spin”: “Vejam o que este cavalheiro fez a este país e a polarização que trouxe – fez com que todas as baratas chegassem ao topo”.

Recorde-se que Trump disse ter estado bastante envolvido na seleção dos artistas homenageados este ano pelo Kennedy Center, entre os quais se encontram também o ator Sylvester Stallone, a cantora Gloria Gaynor, a estrela da Broadway Michael Crawford e o cantor country George Strait. Será o próprio presidente a apresentar a cerimónia, em dezembro.

Vírus cria coelhos “zombie” nos Estados Unidos

Há coelhos no estado do Colorado, nos Estados Unidos da América (EUA), a surgir com lesões negras, com a forma de chifres ou tentáculos, na zona do focinho destes animais. O fenómeno não é novo, mas tem sido aproveitado nas redes sociais para gerar conteúdo e interações.

O fenómeno levou, segundo a Sky News, várias pessoas a utilizar os termos “frankenstein”, “zombie” ou ainda “coelhos do demónio”. Mas não se trata do início de uma versão real (e saltitante) do enredo série “The Last of Us” —, mas sim do efeito do vírus do Papiloma de Shope, de acordo com os responsáveis pelos parques naturais do Colorado.

A porta-voz dos parques indica que estas lesões não são incomuns em coelhos. O vírus infeta principalmente animais da família dos coelhos e lebres e, se as lesões crescerem o suficiente, podem interferir com a capacidade de alimentação dos animais.

Apesar de as entidades avisarem para não se tocar nos coelhos infetados, o vírus do Papiloma de Shope apenas se dissemina entre estes animais, através do contacto — e não atinge pessoas, cães, ou sequer gatos, segundo os parques naturais do Colorado.

O vírus é combatido pelo sistema imunitário dos coelhos — o que faz com que as lesões desapareçam após algum tempo. Contudo, no caso de coelhos domésticos, o vírus pode ser mais perigoso, pelo que é aconselhável o tratamento por um veterinário.

Portugal nunca teve tantas crianças com necessidades especiais como hoje – e as respostas não chegam

Portugal enfrenta um aumento histórico de crianças com necessidades especiais – e os pais raramente têm garantias de que deixam os filhos num espaço seguro, onde lhes são dadas as respostas que precisam. Portugal tem testemunhado um aumento histórico de casos de crianças com necessidades educativas especiais (NEE). No ano passado, um relatório da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) sobre o estado da “educação inclusiva” em 2022/2023 revelou que os alunos com “necessidades especiais” aumentaram 13% em dois anos. Esse aumento é patente, por exemplo, na procura por ATL Inclusivos, especialmente na altura do verão. Nos últimos

Incêndios. Empresa já substituiu os dois aviões Canadair avariados

A empresa que opera em Portugal os Canadair de combate a incêndios florestais já substituiu os dois aviões pesados que estavam avariados com a chegada esta quinta-feira da segunda aeronave, avançou à Lusa aquela entidade.

Fonte oficial da Avincis, empresa responsável por estas aeronaves pesadas a operar em Portugal no combate aos incêndios, indicou que o segundo avião Canadair de substituição aterra esta quinta-feira em Castelo Branco.

“Desta forma, fica reposto o dispositivo de aviões pesados de combate a incêndios em Portugal”, sublinha a empresa. O primeiro Canadair de substituição chegou a Portugal na terça-feira.

Primeira fase de abertura e desassoreamento da Lagoa de Albufeira concluída esta quinta-feira

A primeira fase da empreitada de abertura e desassoreamento da Lagoa de Albufeira, no concelho de Sesimbra, distrito de Setúbal, fica esta quinta-feira concluída, informou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Em comunicado, a APA explica que a obra, iniciada em 30 de maio, garante a ligação entre a lagoa e o mar através da abertura da barra de maré, com recurso a meios mecânicos terrestres, e o estabelecimento do canal com orientação noroeste-sudeste numa extensão de aproximadamente 560 metros.

O canal terá, ao longo de cerca 420 metros, uma largura de rasto da ordem dos 50 metros, afunilando para 30 metros na ligação com o mar, ao longo de 140 metros.

A intervenção envolve um investimento de cerca de 1,6 milhões de euros e um prazo de execução de 100 dias, com financiamento atribuído ao abrigo do Programa Temático para a Ação Climática e Sustentabilidade – Sustentável 2030, e dando cumprimento à Decisão sobre a Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (DCAPE).

A APA adianta que, previamente à obra, o levantamento veio identificar a necessidade de escavar um volume adicional ao previsto no projeto de execução de cerca de 30.000 metros cúbicos, prorrogando os trabalhos de escavação por uns dias.

“Na DCAPE foram definidas as zonas a dragar, os volumes a movimentar, o destino final dos dragados, assim como os Planos de Monitorização a implementar e as medidas de minimização a adotar reforçando-se a necessidade de abrir artificialmente a Lagoa, periodicamente com dragagens de manutenção, para evitar a sua eutrofização”, explica a Agência Portuguesa do Ambiente.

A APA contou com a colaboração da Autoridade Marítima Nacional/Capitania do Porto de Setúbal e da Câmara Municipal de Sesimbra, estando prevista a retoma dos trabalhos na Lagoa de Albufeira no outono para garantir a renaturalização das áreas de depósito dos dragados.

Em agosto de 2024, a APA submeteu candidatura para a execução da empreitada de abertura e desassoreamento da Lagoa de Albufeira e, após a aprovação da candidatura, em novembro de 2024, foram desenvolvidos os procedimentos prévios à empreitada: Revisão do Projeto de Execução; Prospeção Arqueológica prévia ao início da obra; Monitorização da evolução do assoreamento no interior da Lagoa de Albufeira; Levantamento Aerofotogramétrico e Topográfico; Monitorização da qualidade da água na Lagoa de Albufeira; Monitorização dos sistemas ecológicos da Lagoa de Albufeira; Assistência Técnica à Obra da Empreitada; e Fiscalização da Empreitada.

Em junho, em resultado do levantamento efetuado pelo empreiteiro, foi identificado um volume adicional de 30.075 metros cúbicos a dragar/escavar, face aos 26.910 inicialmente previstos no Projeto de Execução.

Assim, a APA lançou Concurso Público Urgente, adjudicado em 06 de agosto, pelo valor de 206.977,00 euros, com prazo de execução de 15 dias.

Associação de regantes alerta para prejuízos na agricultura devido a avaria em estação em Leiria

O administrador-delegado da Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis alertou esta quinta-feira para prejuízos na agricultura decorrentes da avaria numa estação elevatória no concelho de Leiria, que obrigou a descargas de efluentes não tratados no rio.

“Os agricultores ficaram coibidos de poder regar [com água do rio] algumas das suas culturas — hortícolas, milho e outras — e com as temperaturas que se têm feito sentir, e com a própria temperatura que esteve ontem [quarta-feira] e anteontem [terça-feira], uma coisa sabemos, as culturas têm um decréscimo na produtividade”, afirmou à agência Lusa Henrique Damásio. Segundo Henrique Damásio, o decréscimo na produtividade das culturas não é possível, por agora, medir.

Na quarta-feira, a Águas do Centro Litoral (AdCL) divulgou que a estação de Monte Real, que eleva efluente para a estação de tratamento de águas residuais do Coimbrão, estava “temporariamente inoperacional devido a uma avaria nas bombas que compõem o sistema de elevação”. De acordo com a empresa, “foi acionado o sistema de descarga de emergência da estação, bem como da estação elevatória a montante (Serra de Porto do Urso)”, e as descargas ocorreram, “respetivamente, no rio Lis e numa vala de rega adjacente”.

Esta situação levou à interdição de banhos na Praia da Vieira, na Marinha Grande, onde desagua o rio Lis, e o Município de Leiria desaconselhou atividades no troço do rio Lis a jusante de Monte Real, como captações para rega, banhos e pesca. Esta quinta-feira, a AdCL assegurou que a avaria está resolvida, tendo terminado as descargas de efluentes para o rio Lis.

O administrador-delegado adiantou que “outra das questões que têm grande implicação nisto que aconteceu é aquilo que fica acumulado nas valas e em alguns terrenos”. Para Henrique Damásio, esta é uma “situação muitíssimo mais grave do que efluente pecuário, porque o efluente doméstico não tratado tem uma série de substâncias que são muitíssimo nocivas e perigosas”. Este responsável referiu ainda que a infraestrutura de transporte de efluentes, que é “muito pouco robusta do ponto de vista da questão das avarias”.

“Os casos em que têm acontecido interdição das praias por causa de questões relacionadas com esgoto, quer aqui, quer noutros lados, têm sido uma constante”, observou, para acrescentar ser necessário fazer evoluir as estruturas de saneamento. Henrique Damásio salientou haver um “caminho largo a percorrer” para “não estar constantemente a criar estes prejuízos, quer à agricultura, quer ao ambiente, que é ainda um dos mais graves, quer ao turismo”.

A Associação de Regantes e Beneficiários do Vale do Lis, com 3.686 associados, compreende uma área de dois mil hectares divididos por 11 mil parcelas, desde os arredores de Leiria até à Vieira de Leiria, na Marinha Grande. As culturas preponderantes são o milho e as hortícolas.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) revelou que na sequência da avaria, registada às 10h00 de terça-feira, notificou a AdCL a instalar um sistema de retenção para impedir a descarga de efluente no rio Lis.

Numa nota, a APA divulgou que notificou aquela empresa para, “além de realizar todas as diligências para reparar, o mais rapidamente possível, o sistema de bombagem associado” à estação elevatória, “instalar, com caráter de urgência, um sistema de retenção do efluente, de forma a reduzir significativamente ou mesmo impedir a sua descarga no rio Lis”.

A APA esclareceu ainda que, em articulação com o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (GNR), “já acionou todos os mecanismos legais aplicáveis, incluindo os sancionatórios”.

A GNR de Leiria, por seu turno, revelou que está a investigar a poluição no rio Lis e que a situação tem “grave impacto na fauna e flora locais”, havendo já “evidências desse impacto com fauna morta, sobretudo peixes”.

A Câmara de Leiria reclamou a criação de uma comissão de inquérito e a garantia de “compensações ambientais e sociais”.

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