De Nice ao Mónaco, junto ao mar e quase sempre sobre carris

As praias com pedras são uma das marcas da Riviera francesa. Convidam a longos dias de descanso, debaixo do sol e com idas frequentes à água, morna e sem ondas. Conhecer as praias, normalmente, implicaria alugar um carro, ter a preocupação de estar sempre à procura de lugar para estacionar e de bomba para abastecer. No entanto, no sul de França, podemos limpar a cabeça: o comboio, o eléctrico e o autocarro chegam a todo o lado e com muita frequência. Em seis dias, fomos de Nice a Ventimiglia (na fronteira de Itália), com um passe de 50 euros e viagens ilimitadas dentro da região, inclusive no Principado do Mónaco.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue – nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para [email protected].

Partícula esquecida ressuscitada para revolucionar a computação quântica

Uma “nova lente matemática” pode deixar a ciência mais perto do sucesso quântico; e a culpa é dos neglectons – uma classe de partículas previamente ignoradas. Os qubits são extremamente frágeis; e as interações com o ambiente podem facilmente perturbar os seus estados quânticos. A sua fragilidade é o que está a tornar difícil construir computadores quânticos estáveis. Um novo estudo publicado recentemente na Nature Communications mostrou que quando emparelhado com elementos matemáticos previamente descartados como irrelevantes, um tipo de quase-partícula chamada um Ising anyon poderia ajudar a ultrapassar essa fragilidade. Os investigadores nomearam os componentes revividos “neglectons”. Ising anyons

São abacates? Não, são tangerinas. Muda o projecto em Alcácer, mantém-se o consumo de água

O concelho de Alcácer do Sal e a empresa Expoente Frugal, do grupo Aquaterra, regressam ao debate público com a apresentação em consulta pública de uma nova proposta para substituir o megaprojecto de plantação de pêra-abacate em 658 hectares, anteriormente apresentado e que foi chumbado, por um pomar de tangerinas, que irá ocupar uma área agrícola de 360,63 hectares.

A redução na área e no número de furos para a plantação de citrinos, contudo, não se irá reflectir no consumo final de água, com volumes totais consumidos pelas duas culturas praticamente idênticos, de acordo com a análise de um especialista. O impacto cumulativo das diversas explorações na região e “sobre-exploração em algumas áreas” foram alguns dos motivos que fundamentaram o chumbo do projecto anterior.

O novo projecto considera ainda necessário o abate de 61.756 pinheiros-mansos e 4770 pinheiros-bravos, comprometendo-se a empresa a plantar, numa área com 80 hectares, 16.733 pinheiros mansos e 50.199 pinheiros-bravos.​

Que projecto é este?

A 30 de Agosto de 2024, a Expoente Frugal apresentou um projecto − já numa versão reformulada − onde propunha a ocupação de uma área com 658 hectares com uma plantação de abacateiros nas herdades de Murta e Monte Novo, no concelho de Alcácer do Sal, em plena área de Rede Natura 2000, na Zona Especial de Conservação (​ZEC) Comporta-Galé.

Em fase de consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental (EIA), foram recebidos contributos de quase 1200 cidadãos, associações de agricultores, ambientalistas e outras organizações públicas, que, de forma esmagadora, teceram duras críticas ao plano de instalação de uma cultura tropical num contexto de escassez de água.

Um dos factores que determinaram o chumbo na avaliação do projecto da pêra-abacate residia no consumo de água para rega. O EIA elaborado para o projecto de Alcácer do Sal previa que o plano rega dos 658 hectares da plantação de pêra-abacate fosse assegurado por 34 captações de água subterrânea, de onde se faria a bombagem de um caudal estimado de 3,22hm3/ano, através de 17 furos instalados a uma profundidade superior a 100 metros e outros 17 de onde se extrairia água a profundidades inferiores a 50 metros.

Efeito permanente na massa de água subterrânea

A 30 de Julho, o Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projecto para a cultura de citrinos entrou em consulta pública, que se vai prolongar até 10 de Setembro de 2025.

Para a cultura de citrinos, o promotor diz que está prevista abertura de 16 furos, a uma profundidade entre os 178 a 288 metros, e com capacidade para obter um caudal de extracção entre os 76 e os 190 metros cúbicos (m3) por hora. O acesso à água a maior profundidade, porém, revela uma realidade que já era patente no EIA elaborado para a cultura de pêra-abacate.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) destacava num parágrafo da Declaração de Impacte Ambiental (DIA) que “o impacte cumulativo provocado pelo consumo de água para rega”, tendo em conta que existem na envolvente ao projecto agrícola “outras origens de águas com fins de abastecimento agrícola, público e industrial, que também prevêem consumo de água subterrânea, totalizavam cerca de 18,09 hm3/ano”. Isto faz prever um efeito “negativo, directo, permanente, de médio a longo prazo, de magnitude elevada, muito significativo, ao nível local a regional” na massa de água subterrânea.

A DIA realçava ainda que o facto de a monocultura de abacate se localizar “numa das regiões potencialmente mais afectadas pelas alterações climáticas a longo prazo, vulnerável ao aumento da temperatura, à redução da precipitação e ao aumento da evapotranspiração, admitia-se o aumento da frequência e intensidade das secas”. Considerando o volume elevado de água necessário para a rega, previa-se um “impacte negativo significativo”.

Menos furos não reduzem consumo de água

Juntando as explorações que já se encontram em fase de produção com as que estão em avaliação, prevê-se a abertura de 131 furos que suportam as necessidades de quase todo o sistema de rega avaliadas em 18 hm3 anuais, calcula Manuel Duarte Pinheiro, professor no Instituto Superior Técnico e investigador em Engenharia Civil, com base na informação recolhida junto da APA​.

Com efeito, o consumo de água previsto para a rega do pomar de citrinos prevê a captação de 2,29 hectómetros cúbicos/ano, – o abacate necessitava de 2,85 hm3/ano de água – a partir da massa de água subterrânea da Bacia Tejo-Sado/Margem Esquerda.

Comparando os consumos calculados para as duas culturas, o débito para os citrinos ascende a 6310 m3/hectare ano, superior à que está indicada para os abacates, cerca de 5600 m3/hectare ano. Ou seja: a redução no número de furos de 34 para 16 não se irá reflectir no consumo final de água. Os volumes totais consumidos pelas duas culturas são praticamente idênticos.

Sobre-exploração e impacte cumulativo

Há ainda que ter em conta o impacte cumulativo: o projecto de citrinos que a Expoente Frugal pretende instalar nas herdades de Murta e Monte Novo vem juntar-se às explorações instaladas numa área com um raio de dez quilómetros: Herdade da Comporta, 982 hectares (hortícolas); Herdade das Texugueiras Norte, 282 hectares (abacates); Herdade da Texugueiras Sul, 188 hectares (hortícolas); Herdade da Asseiceira, 117 hectares (produção pecuária) e Herdade da Batalha, 615 hectares (tangerinas), esta última também do grupo Aquaterra.

Por sua vez, o Plano de Gestão de Região Hidrográfica para 2022-2027 concluiu que o estado da água subterrânea na Bacia Tejo–Sado/Margem Esquerda vinha confirmar que se estava perante “uma das 21 massas de água em estado crítico, com níveis significativamente inferiores às médias mensais e com indícios de sobre-exploração em algumas áreas”.

“Nos últimos anos este território [Alcácer do Sal e Grândola] tem vindo a perder a sua integridade, com a complacência de quem deveria zelar pela sua conservação”, refere a Sociedade Portuguesa de Botânica (SPB) em resposta ao PÚBLICO.

As implicações em termos ambientais decorrentes da densificação agrícola em território agro-silvo-pastoril e de grande sensibilidade ecológica são diversas, destacando-se os valores florísticos que estão a ser afectadas pelo novo modelo cultural: “14 espécies com estatuto legal de protecção, 14 endemismos lusitanos, dez espécies ameaçadas de extinção em Portugal e 11 quase ameaçadas, para além de 41 habitats com estatuto legal de protecção, alguns deles de conservação prioritária”.

Acresce a desflorestação que o EIA elaborado para a plantação de citrinos considera ser necessário realizar. Para se plantar 200.510 tangerineiras nos 360 hectares programados para a cultura, será necessário abater 61.756 pinheiros-mansos e 4770 pinheiros-bravos. A empresa compromete-se a plantar, numa área com 80 hectares, 16.733 pinheiros-mansos e 50.199 pinheiros-bravos.

Crescimento em aberto

As herdades de Murta e Monte Novo podem vir a sofrer novas alterações ao projecto de citrinos agora anunciado. A Expoente Frugal realça que os 2405 hectares da área total ocupada pelas duas herdades são a “dimensão necessária para instalar aproximadamente 360,63 hectares de plantação de tangerinas, adequada ao crescimento das actividades da empresa, no futuro”.

No imenso espaço das duas herdades que a empresa adquiriu há dois anos, para além dos 360 hectares destinados ao pomar de citrinos, 72 hectares vão ser ocupados por caminhos, apoios agrícolas, áreas de servidão e estruturas de armazenamento de água “para combate a incêndios e rega do pomar”, 1650 hectares serão destinados a área florestal de produção e 366 hectares serão “zonas de valorização e conservação actualmente fragmentadas”.

Projectos semelhantes, decisões idênticas?

Para um projecto que aparenta ser idêntico ao apresentado anteriormente, excepto na área que irá ocupar, fica agora a expectativa sobre a posição que a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, enquanto autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental, irá tomar em relação ao projecto dos citrinos.

O EIA sobre o projecto agroflorestal das herdades de Murta e Monte Novo refere que, na “generalidade” das questões ambientais analisadas, “resultam da implantação/construção e exploração do projecto impactes negativos, de pouco significativos a significativos e, quase sempre minimizáveis e reversíveis”.

Nas justificações apresentadas para o chumbo do projecto dos abacates foram realçados os “impactes negativos significativos a muito significativos ao nível da conservação da natureza, da água, das alterações climáticas e do ordenamento do território”. Para além dos impactes “irreversíveis” que a plantação teria nos habitats da flora e da fauna de forma mais significativa na ZEC Comporta-Galé, a CCDR Alentejo destacava “os impactes cumulativos” com outras áreas dedicadas à produção agrícola intensiva, que “são grandes consumidoras de água de origem subterrânea, e que podem vir a afectar a longo prazo o concelho de Alcácer do Sal”.

Unbabel comprada pela norte-americana TransPerfect

A Unbabel foi comprada pela empresa norte-americana de tradução Transperfect, depois de em julho ter sido noticiado que estava à procura de um comprador. A informação sobre a venda foi avançada por Vasco Pedro, cofundador e CEO da Unbabel, ao jornal Eco. 

Vasco Pedro não revela o montante envolvido nesta operação, justificando que não está “autorizado a falar sobre os detalhes”. A Transperfect, descrita por Vasco Pedro como “a maior empresa de tradução do mundo”, vai ficar com a totalidade da Unbabel. A scaleup portuguesa “vai fazer parte da Transperfect”.

Tecnológica portuguesa Unbabel está em “negociações avançadas com várias partes” para ser adquirida depois de ter falhado um financiamento

Vasco Pedro diz ao jornal que não haverá planos para que a marca Unbabel desapareça, mas sim que fique como uma “unidade de negócio dentro da Transperfect”.

Em relação aos funcionários, o CEO afirma que a “vasta maioria das pessoas da Unbabel vai passar para a Transperfect”. O Observador contactou a Unbabel para obter mais informação sobre esta venda, assim como quantos trabalhadores é que deverão transitar para a empresa norte-americana, aguardando resposta.

A venda da Unbabel, que em tempos teve ambições de ser um unicórnio, foi motivada pela falha no financiamento da Iberis Capital, devido à existência de “passivos inesperados”. Em julho, o Observador noticiou que a empresa teria “os dias contados”, a partir de relatos de ex-funcionários.

Na entrevista, Vasco Pedro afirma que “qualquer empresa no decurso do seu negócio é passível de ter passivos mínimos (…)”. Diz ainda que a questão da Iberis “é interna e que não faz sentido, mas foi muito empolada”. Fala ainda em situação de “drama” que se fez à volta enquanto estavam “em negociações com três ou quatro potenciais compradores”, recusando-se a nomear empresas.

A Unbabel é a empresa que lidera o consórcio do PRR para o desenvolvimento de inteligência artificial responsável, o Centro para a IA Responsável. Com a venda a liderança terá de passar para outro parceiro, diz Vasco Pedro.

Excesso de mortalidade “era expectável” com o calor

Desde o início de julho que Portugal mais de 1300 mortes acima do esperado.

Para a Associação de Médicos de Saúde Pública, “era expectável” que a mortalidade aumentasse devido à onda de calor das últimas semanas.

Para o presidente da associação, Bernardo Gomes, é necessário um aumento do controlo de doenças crónicas, uma vez que a exposição ao stress térmico tem impacto em certas doenças sobretudo nos mais velhos.

“Sabemos que, em alturas de calor, temos um acréscimo de mortalidade por enfarte de miocárdio, acidente vascular cerebral, entre outras complicações”, explica Bernardo Gomes. “Se nos protegermos do calor e dermos uma folga ao nosso organismo”, diz o especialista, especialmente “no caso de organismos mais vulneráveis que não têm tanta capacidade de resistência”, como pessoas mais velhas e doentes crónicos, “temos a certeza de ter um menor impacto em termos de complicações e mortalidade”.

“Obviamente que o controlo das doenças crónicas e a proteção destas pessoas durante o período de mais calor oferece circunstâncias para um menor impacto”, remata.

Desde o início de julho, Portugal registou mais de 1.300 mortes acima do esperado, sobretudo entre pessoas acima dos 75 anos e mais suscetíveis às ondas de calor.

Dados da DGS, citados pelo jornal Público, mostram um excesso relativo de mais de 25% entre 27 de julho e 15 de agosto, período de temperaturas elevadas. Só neste período, houve 1.331 óbitos acima do expectável em todo o país.

O excesso de mortalidade verificou-se em todas as regiões, mas particularmente nas regiões Norte, centro e Alentejo, com exceção do Algarve, em períodos distintos, refletindo um impacto transversal em todo o território nacional.

“As temperaturas elevadas constituem o fator predominante do excesso de mortalidade”, explica a DGS ao Público.

Mesmo com os picos de mortalidade registados em julho e agosto, o balanço global mantém-se estável. Desde 1 de janeiro até 18 de agosto, Portugal registou 77.292 mortes — praticamente o mesmo valor de 2024, quando no mesmo período tinham sido contabilizados 76.849 óbitos.

🤔 Não pude deixar de me perguntar

Olá.

And Just Like That… Carrie Bradshaw disse adeus. E para rodar a faca no ferimento, fê-lo com os créditos finais a usar a música de O Sexo e a Cidade. Citando a jornalista com o estilo de vida mais inverosímil desde a localização do apartamento de Friends, “não pude deixar de me perguntar” o que raio foi isto.

O showrunner da série, Michael Patrick King, e Sarah Jessica Parker, a protagonista, dizem ter chegado em conjunto à decisão de acabar a história de Carrie Bradshaw, porque de facto é disso que se trata. Ora Carrie Bradshaw foi muitas coisas, e nos últimos anos aparentemente um fenómeno de hate watch ou de ansiedade de separação por parte dos espectadores de O Sexo e a Cidade. É, acima de tudo, uma personagem emblemática da história da televisão.

Com ou sem parceiro(s), a escrever sobre sexo e relações, a retratar três décadas de uma mulher norte-americana branca, a viver a vida na alta moda, é daquelas histórias cujo final seria sempre escrutinado. E foi. Não é fácil encontrar críticas positivas a Party of One na Internet. “Desastroso”, “triste”, “de partir o coração dos fãs”, “adequadamente bizarro”, “um insulto a O Sexo e a Cidade”.

Não é fácil encontrar críticos satisfeitos, mas eles existem. “Um triunfo”, diz a Rolling Stone, porque encontrou “uma paz incómoda com o mundo das relações heteronormativas” deixando uma mulher por si só, e não só, algo com que o site Vox concorda. “Não é um final de conto de fadas. Mas Carrie acabar sozinha é uma história que parece verdadeira”, ao contrário do final da série original em que as quatro mulheres (não, Samantha não voltou e fez sempre falta) acabaram emparelhadas com alguém. Aqui, ficou tudo entre amigas.

Ambas as perspectivas são válidas. A que mais dói, talvez por ser verdadeira, é que, como se lê na revista The Atlantic, “no final, And Just Like That não conseguiu esconder a vergonha que sentia pelo envelhecimento das suas personagens”. O confronto constante com o “mundo actual”, seja através dos adolescentes que as rodeavam, pelas casas de banho unissexo ou pela ementa num tablet e pelo peluche gigante dado a Carrie para comer num restaurante para não almoçar sozinha, era de facto um sítio de desconforto. Mesmo de saltos altos.

Ora o showrunner da série diz que quando Sexo e a Cidade acabou, os fãs ficaram ainda mais descontentes. “Estavam enraivecidos”, lembrou à Hollywood Reporter, porque Carrie não tinha terminado a sua história com as suas almas gémeas, as amigas, e sim com o infame Mr. Big. Desta feita, autonomizá-la ou não seria sempre pessoal para quem acompanhou uma personagem que se tornou símbolo de várias coisas para milhões de espectadores.

É um problema comum, e não sucedeu só com o final de Perdidos ou de A Guerra dos Tronos. Aterrar bem o avião que é uma série significa coisas diferentes para pessoas diferentes. Respeitar a autoria é um conceito difuso quando o investimento de quem está a ouvir uma história de embalar há anos é tão grande. Sarah Jessica Parker, que é membro do júri do prémio Booker, acha que este livro tinha de acabar assim — de forma “honrosa”, como disse ao New York Times. Sobre os que viam a série para dizer mal, diz que “não quer saber disso”.

É claro que defenderia sempre a personagem, a equipa, o seu poder dentro desta máquina em que se tornou a história da personagem que define já a sua carreira. Mesmo que as personagens, tão tipificadas que meio mundo já foi confrontado com “és uma Carrie, uma Miranda”, etc, já não tivessem muito para contar, o seu direito a existir atrapalhadamente nos seus 50 anos é o seu triunfo. Mas não se pode deixar de perguntar se algum final seria satisfatório. 

PS: O Próximo Episódio passa só dia 5 de Setembro, até lá.

O que anda a ver

Cristóvão Campos, actor e um dos membros do elenco de FELP da RTP1

“Nada (risos). Não sou um grande consumidor de séries ou de hypes do que toda a gente está a ver. O que vejo é por trabalho e a última coisa que vi foi, pela enésima vez, o filme Sideways, e vi o filme O Gosto dos Outros.”

Netflix

Sexta-feira, 22 de Agosto

A Verdade Sobre Jussie Smollett? Já parece uma história de outros tempos, mas regressar pelas mãos de quem fez Don’t F**k with Cats e O Impostor do Tinder. O actor Jussie Smollett, que era uma das estrelas da série Empire, disse ter sido atacado na rua por motivos racistas e homofóbicos. O mundo primeiro indignou-se, depois intrigou-se. Teria sido tudo encenado? Aqui falam a polícia, os advogados, os jornalistas e também investigadores que afirmam ter descoberto novas provas sobre o caso. O actor também se dispôs a falar.

Long Story Short O criador de BoJack Horseman tem uma nova comédia de animação sobre uma família que saltita entre passado e futuro.

Terça-feira, 26 de Agosto

With Love, Meghan A série caseira de Meghan Markle volta para segunda temporada com nova fornada de convidados famosos: Chrissy Teigen, Tan France, Jay Shetty, José Andrés, David Chang e Clare Smyth.

Quarta-feira, 27 de Agosto

Katrina: Come Hell and High Water Série documental produzida por Spike Lee, que já tinha andado pelo rescaldo do furacão em When the Levees Broke (2006) e que dá voz aos residentes de Nova Orleães para contarem as suas vivências da catástrofe. Três episódios.

Quinta-feira, 28 de Agosto

The Thursday Murder Club Chega o filme que junta uma lista valiosa de actores numa espécie de cauda do cometa Knives Out. Elizabeth (Helen Mirren), Ron (Pierce Brosnan), Ibrahim (Ben Kingsley) e Joyce (Celia Imrie) são reformados que se ocupam a resolver casos de homicídio arquivados. Baseado no romance best-seller homónimo de Richard Osman, o filme começa quando um crime lhes bate à porta. De Chris Columbus.

Eu e os Rapazes da Família Walter Romance, adolescência, peixes fora de água quando em segunda temporada quando Jackie Howard volta de Manhattan para o rancho no Colorado onde a espera um buffet de rapazes hormonais, rodeos e muitos campos com espigas.

Apple TV+

Sexta-feira, 22 de Agosto

Invasion — Terceira temporada da série de ficção científica que permanece uma daquelas referências discretas da Apple TV+. Um dos seus truques é uma espécie de baralhar para novo jogo a cada temporada e as perspectivas que até aqui contavam diferentes lados da invasão da Terra por alienígenas cruzam-se pela primeira vez. Missão: entrar na nave-mãe dos Alpha, os tentaculares ET.

TVCine+

Terça-feira, 26 de Agosto

Beguinas — Série de época espanhola ambientada no século XVI e que segue uma jovem nobre que recusa um casamento forçado e se junta a uma comunidade laica de mulheres. Que vivem em liberdade, dedicadas à solidariedade e à contemplação. Entrementes também aparece um amor proibido e tal. Episódios semanais.

HBO Max

Sexta-feira, 22 de Agosto

Peacemaker — Segunda temporada da série em que John Cena é uma estrela e um super-herói. Peacemaker descobre um mundo alternativo onde a vida é tudo o que ele deseja. Como John Cena quando passou do wrestling para Hollywood.

King & Conqueror — Saudadinhas de Jamie Lannister? Terá de dividir atenções entre Nikolaj Coster-Waldau e James Norton, respectivamente William da Normandia e Harold, Conde de Wessex, nesta série de oito episódios ambientada no século XI. Escrita por Michael Robert Johnson (Sherlock Holmes), documenta um conflito entre duas dinastias, dois países e um mar revolto.

Telematemática

É o número de signos do Zodíaco. O que é que isto tem a ver com streaming? Pois que a Netflix vai passar a ter sugestões conforme o signo do utilizador, a partir deste sábado com a nova Your Zodiac Watchlist. É verdade.

Perdido no streaming

Alex Edelman: Just For Us é um especial da comédia da HBO Max datado de 2024 e em que o comediante norte-americano, judeu e curioso, conta uma alucinante história de como respondeu ao anti-semitismo com uma ida a um encontro de supremacistas brancos num apartamento em Nova Iorque.

Promoção, enoturismo e qualidade dos vinhos nas prioridades do IVV Açores

O presidente do Instituto do Vinho e da Vinha (IVV) dos Açores considerou esta sexta-feira que o futuro do setor na região passa pela promoção internacional, pela aposta no enoturismo e pela manutenção da “qualidade superior” dos produtos.

Em declarações à agência Lusa, Cláudio Lopes disse que o setor, em termos de crescimento da área produtiva, não aumentará “muito mais nos próximos anos”, devido à crise de mão-de-obra.

“E, atendendo ao modo como a vitivinicultura é realizada na nossa região, que é basicamente baseada na mão-de-obra, com muita fraca introdução de tecnologia, mais do que aumentar a área de produção, temos é de qualificar e dar segurança e condições de trabalho a quem está no setor neste momento, para que possa prosseguir”, disse.

Cláudio Lopes também destacou a vertente da qualidade, assumindo que o objetivo do trabalho a realizar pelo IVV dos Açores, sob a sua liderança, é manter a qualidade de vinhos de gama alta e que “possam ombrear com os melhores vinhos nacionais e que eles possam também chegar aos mercados internacionais, […] consolidá-los e, se possível, alargá-los”.

“Nós [Açores] somos muito pequeninos em termos do panorama vitivinícola nacional e a minha perceção é de que temos de estar obrigatoriamente ligados ao grande motor da divulgação e promoção dos vinhos nacionais, que se chama ViniPortugal”, frisou.

O responsável indicou que, na quinta-feira, teve uma reunião com o secretário regional da tutela da Agricultura e referiu-lhe a ambição de, muito rapidamente, os Açores “estarem ligados à ViniPortugal, que é o maior e o melhor veículo de promoção dos vinhos nacionais no panorama internacional”.

Outra das apostas para o setor passa por criar todas as condições para desenvolver o enoturismo.

“Nós temos nove ilhas, com uma riqueza cultural e também uma tradição vitivinícola grande, […] que têm um potencial enorme a desenvolver no enoturismo. E eu penso que o enoturismo pode ser uma mola de sustentabilidade do setor em termos financeiros e sociais e de coesão do próprio setor regional”, afirmou.

Cláudio Lopes assumiu que no desempenho do cargo terá como objetivos a promoção dos vinhos, o desenvolvimento do enoturismo e “manter a preocupação da qualidade superior” dos produtos.

O IVV dos Açores foi criado em 2022, mas só foi implementado este ano, tendo os estatutos sido aprovados pelo Governo Regional (PSD/CDS-PP/PPM) em fevereiro.

Em junho, o executivo nomeou a nova direção do IVV liderada por Cláudio Lopes, e que tem como missão assegurar a regulação, fiscalização, certificação e promoção da produção vinícola açoriana, apoiando diretamente os produtores e contribuindo para a sustentabilidade e valorização da vinha e do vinho.

O presidente do IVV dos Açores disse esta sexta-feira à Lusa que o organismo regional, com sede no concelho da Madalena, na ilha do Pico, ainda não está totalmente instalado, prevendo que esteja a funcionar em pleno “até meados, ou finais de setembro”.

Assumiu que a missão “vai ser exigente e estimulante”, esperando que o instituto seja mais uma entidade que venha “prestigiar e dignificar” o setor vitivinícola regional e “ajudá-lo a promover em termos nacionais e internacionais”.

O arquipélago açoriano possui três regiões demarcadas de produção de vinhos de Denominação de Origem (Pico, Graciosa e Biscoitos — ilha Terceira) e todas as ilhas são abrangidas pela Indicação Geográfica Açores.

Quinta do Vesúvio 2022: Um tinto imponente, património do Douro

A produzir vinhos há mais de 200 anos, mas com origens que remontam ao séc. XVI, a Quinta do Vesúvio é uma propriedade deslumbrante, símbolo maior do Douro vinhateiro que muitos designam simplesmente como “a quinta das quintas”. Do palacete e capela barrocos, às vinhas, adega e lagares de granito, tudo é imponente. Também pela dimensão e enquadramento — tem 137 hectares, com oito quilómetros de frente de rio e estação de comboio, alargando-se por uma amplitude de 30 vales e encostas que sobem até aos 500 metros —, e ainda pela qualidade dos seus históricos vinhos do Porto.

Mais recentes, os DOC Douro depressa se impuseram também pela imponência que os distingue entre os melhores da região. Tintos densos e intensos, mas também frescos, equilibrados e elegantes, e com extraordinária aptidão para se projectarem no tempo.

Daí que a par do último lançamento, da colheita de 2022, a Symington tenha optado por um novo lançamento — chamam-lhe Cellar Release — da colheita de 2015. Ou seja, depois de quase uma década de amadurecimento em garrafa, e a mostrar a real dimensão do vinho. Ainda cheio de fruta de grande pureza, muito fresco, concentrado e intenso, com taninos vivos e saborosos, grande elegância e polimento. Vinho para mais uma década ainda de boa saúde. Custa 125€ cada garrafa, em caixa de prestígio.

A prova com junta permite avaliar em pleno o potencial da nova colheita, que foi lançada já no início da Primavera. O ano de 2022 foi desafiante, com calor e secura extremos e a produção a ficar-se pela metade do habitual. Depois disso, a vindima teve de ser interrompida por causa das chuvas fortes, mas a súbita baixa de temperaturas trouxe frescor e qualidade acrescida aos mostos.

É um dos vinhos mais prometedores do Vesúvio. Denso, mas fluido, intenso e rico na fruta (frutos negros e azuis, como mirtilos), mas também com a frescura do campo, do orvalho das manhãs. Na boca domina um ambiente sedoso e suave, com volume, notas especiadas, taninos maduros, frescura mentolada e grande persistência no final de boca. Um tinto imponente, património do Douro para perpetuar a memória da Quinta do Vesúvio.

“Quero continuar no topo”. Ruben Dias renova com o Manchester City

O defesa internacional português Ruben Dias renovou o contrato com o Manchester City até 2029, anunciou o clube da Liga inglesa de futebol, mostrando-se “incrivelmente feliz”.

“Estou incrivelmente feliz hoje. Estou tão orgulhoso de representar este grande clube. O City é onde quero estar, no topo do desporto, a competir por troféus. A ambição do clube está perfeitamente alinhada com a minha e como futebolista não há nada melhor do que isso”, assumiu, em declarações aos canais do clube.

Ruben Dias, de 28 anos, chegou ao Manchester City em setembro de 2020, proveniente do Benfica, e já conquistou nove troféus, com destaque para a Liga dos Campeões de 2022/23 e para quatro Ligas inglesas, tendo ainda vencido duas Ligas das Nações ao serviço de Portugal.

“Quando penso nos troféus que ganhámos e na forma como jogámos futebol durante a meu tempo aqui, não me conseguia imaginar a jogar em mais nenhum sítio”, assegurou o 68 vezes internacional por Portugal.

Depois de ter começado a sua formação no Estrela da Amadora, Ruben Dias mudou-se ainda como infantil para o Benfica, no qual fez o resto da sua formação, estreando-se na equipa principal em 2017/18, transferindo-se para os ‘citizens’ por um valor a rondar os 70 milhões de euros.

“Como clube, estamos realmente entusiasmados que o Ruben tenha assinado um novo contrato e comprometido o seu futuro com o clube. O seu trabalho duro, profissionalismo e dedicação são óbvios para todos nós a cada dia. É um líder no balneário e no campo. É um dos nossos capitães, os jogadores ouvem-no e [o treinador] Pep [Guardiola] e a equipa técnica adoram trabalhar com ele”, disse o diretor para o futebol, o português Hugo Viana.

Açores prevê aumento na produção de vinho e qualidade “excepcional”

A produção de vinho nos Açores deverá ter um aumento de 120 a 130% face a 2024 e as estimativas apontam para vinhos de “qualidade também excepcional”, anuncia Cláudio Lopes, presidente do Instituto do Vinho e da Vinha (IVV) dos Açores, admitindo que 2025 será um ano “muito bom, quer em termos quantitativos, quer em termos qualitativos”.

“Relativamente àquela que era a nossa previsão de colheita para 2025, que era substancialmente superior à colheita de 2024, nós apontámos, em devido tempo, um aumento de 120 a 130%, relativamente à colheita de 2024. E, por aquilo que nos vamos apercebendo, decorrida que é uma semana de vindimas na região, tudo aponta para que isso se cumpra, que essa previsão seja atingida”, disse.

Em 2024 verificou-se uma quebra de cerca de 50% face a 2023, devido a doenças e aos ataques das aves, tendo sido produzidas 275 toneladas de uvas.

“Estamos em presença de um ano bem melhor do que os últimos quatros anos, em termos de quantidade e de qualidade da produção. Digamos que o nosso último ano bom tinha sido 2019. A partir daí tivemos um ciclo de quatro a cinco anos relativamente maus, por vários factores, climatéricos e também de ataque de doenças e de pragas”, lembrou.

Nesta época, a região está “em presença de um ano bem melhor”, disse o dirigente, que espera que a previsão se concretize até ao final da vindima que começou na semana passada.

O Verão “tem corrido bem” para o sector e o estado sanitário das uvas já recolhidas é “muito bom”, continuou, indicando que as previsões apontam para uma produção de 500 a 600 toneladas.

“E, se o Verão decorrer do modo como tem decorrido até agora, podemos ter um ano de qualidade também excepcional. Por isso estimo que seja um ano muito bom, quer em termos quantitativos, quer em termos qualitativos”, concluiu.

Na região verificou-se, uma vez mais, a antecipação das vindimas, devido a preocupações dos produtores relacionadas com o ataque das pragas, nomeadamente das aves.

Porém, alguns produtores já introduziram “algumas práticas de acautelamento das produções, nomeadamente protegendo algumas parcelas com redes e usando outros mecanismos de equipamentos sonoros e tudo o que podem fazer para afugentar as pragas relacionadas com as aves”.

A falta de mão-de-obra no sector também é evidente, mas, segundo Cláudio Lopes, as pessoas vão contornando a situação com ajudas de amigos e de familiares e recrutando alguma mão-de-obra disponível, e isso não é preocupação neste momento.

A região produz maioritariamente vinhos brancos, mas também tintos, rosés, espumantes e tem um nicho “especial e muito particular” de licorosos, onde sobressai “o Czar, que é um vinho muito particular e único no mundo”, segundo o responsável.

O arquipélago açoriano possui três regiões demarcadas de produção de vinhos de Denominação de Origem (Pico, Graciosa e Biscoitos — ilha Terceira) e todas as ilhas são abrangidas pela Indicação Geográfica Açores. Actualmente, existem no território 33 produtores, 92 marcas comerciais e 156 referências.

A paisagem da cultura da vinha do Pico é um sítio classificado pela UNESCO desde 2004.

1 32 33 34 35 36 601