“Tentativa de colocar em causa a seriedade da instituição e dos dirigentes.” Sporting “desmente categoricamente” St. Juste


A novela começou durante o dia desta quarta-feira, com a notícia de que Jeremiah St. Juste tinha sido colocado a treinar com a equipa B do Sporting depois de não ter saído ao longo do mercado de transferências de verão. Ao início da noite, à margem da Supertaça de futsal em Gondomar, Frederico Varandas aproveitou para liderar a narrativa e explicou desde logo a decisão tomada pela equipa técnica de Rui Borges.
“É o sistema de um treinador em quem nós confiamos muito, acreditamos muito no nosso treinador e acreditamos muito neste sistema em que o treinador joga. Foi por causa deste sistema que fomos buscar o treinador há um ano, para jogar neste sistema. E neste sistema jogamos com dois centrais. Segundo a hierarquia do treinador, o St. Juste é o quinto central. E para nós não faz sentido o quinto central da equipa A ter um salário como o do St. Juste. E isto que estamos a dizer foi comunicado ao agente do St. Juste durante o mercado de transferências. O St. Juste tem contrato com o Sporting, recusou ‘n’ propostas, é o quinto central e não há nenhum problema pessoal com o St. Juste”, atirou o presidente leonino.
Pouco depois, através de várias mensagens deixadas nas redes sociais, o central neerlandês reagiu à despromoção à equipa B — e, aparentemente, às palavras de Frederico Varandas. “Ao longo dos últimos meses muito tem sido escrito e dito sobre a minha situação no Sporting. Sinto que é o momento de partilhar o meu lado da história com total transparência. No início da janela de transferências, foi-me dito pelo clube que não precisava de sair porque o treinador contava comigo esta temporada. Mas quando a temporada começou, subitamente não fui incluído no plantel. Ninguém, nem a equipa técnica nem a direção, falou comigo sobre isso. Em vez disso fui ignorado. Ao mesmo tempo, os meus irmãos, que são também os meus agentes, foram contactados pelo clube a dizer que queriam vender-me devido ao meu contrato que estava a terminar. Após um ano no Sporting, tive a opção de me juntar a um grande clube na Alemanha, mas o Sporting deixou claro que não estava à venda e manteve-me no meu contrato. Eu compreendi completamente isto e nunca criei problemas ou tive um mau comportamento por causa disso”, começou por dizer.
“Por mais que eu ame o Sporting e por mais triste que esteja por, devido a lesões, ainda não ter conseguido dar aos adeptos o que eles realmente merecem, eu entendi a mensagem. Nas últimas semanas da janela de transferências, trabalhámos arduamente para encontrar uma solução. Viajei para Osasuna para ver o clube, mas as estruturas contratuais em torno de questões legais e fiscais tornaram o acordo impossível. Com vários clubes alemães, cheguei a um acordo pessoal, mas o Sporting só aceitou os termos com o Union Berlim. Por uma semana, estive de malas feitas e pronto, à espera da luz verde para voar. Dois dias antes do prazo, foi-me dito que um primeiro jogador tinha de ser vendido. Isso não aconteceu, e então a transferência caiu. Depois, surgiram histórias na imprensa a dizer que eu rejeitei o contrato por razões financeiras. Isso é uma completa mentira. Eu já tinha concordado pessoalmente há mais de uma semana. Depois, finalmente, tive a minha primeira conversa direta com a direção. Expliquei que agora havia uma verdadeira chance de eu ficar, especialmente porque a minha filha estava prestes a nascer aqui em Lisboa, algo muito importante para mim. A direção entendeu e disse claramente: ‘Tens um contrato com o Sporting, então podes ficar se quiseres’”, continuou.
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“Hoje treinei feliz com os meus companheiros de equipa. Mas quando cheguei a casa fui inundado de mensagens. Através da imprensa, li que tinha sido enviado para a equipa B. Fiquei a saber pelos jornais. Um pouco mais tarde, o meu irmão foi informado pela direção, que lhe disse que eu ficaria na equipa B ou, de outra forma, procuraria opções no Médio Oriente. Isto apenas dias depois de me terem dito que compreendiam perfeitamente se eu ficasse e me concentrasse no nascimento da minha filha. Eu respeito o clube, o treinador e, acima de tudo, os adeptos, e peço apenas o mesmo respeito em troca. Vou dobrar-me, mas nunca irei quebrar, o verde e o branco bombeia nas minhas veias. Por isso, vou vestir a camisola da equipa B com orgulho”, terminou.
Já esta quinta-feira, em comunicado, o Sporting sentiu-se na obrigação de reagir novamente à polémica e às alegações feitas por Jeremiah St. Juste. “O Sporting Clube de Portugal desmente categoricamente as insinuações graves e inaceitáveis expressas no comunicado divulgado ontem nas redes sociais pelo jogador Jeremiah St Juste. O Clube sublinha que o atleta, e os elementos do seu entorno, foram informados em todos os momentos dos desenvolvimentos relativos ao seu presente e futuro no Sporting CP, algo que a própria publicação do jogador evidencia”, pode ler-se.
“A este respeito, importa ainda clarificar que a decisão técnica aludida pelo jogador foi pessoalmente transmitida ao mesmo quando este se encontrava na Academia pelas 13 horas e, quanto ao demais, a inclusão do atleta na lista de jogadores inscritos na Liga dos Campeões da UEFA fala por si. O Sporting CP repudia a tentativa de colocar em causa a seriedade da instituição e dos seus dirigentes, e informa que não deixará de recorrer a todos os mecanismos legais ao seu dispor para, em sede própria, repor a verdade e garantir a estabilidade necessária para a concretização dos objectivos da equipa”, concluiu a nota divulgada pelos leões.