Kikas: «Dos grandes só me faltava marcar ao FC Porto»

O avançado do E. Amadora Kikas foi entrevistado esta terça-feira no Canal 11, onde deu conta das suas aspirações e recordou a exibição na última jornada frente ao FC Porto, onde marcou um dos golos da vitória (2-0) da sua equipa. 

“Tirando os jogos com o Rio Ave e o AVS, este foi um um dos melhores jogos que fizemos. A semana foi muito boa e sabíamos que o FC Porto não estava numa boa fase. Vínhamos de dois resultados negativos e estávamos a precisar de uma vitória. Juntamo-nos todos e dissemos ‘tem de ser agora’, para podermos respirar um pouco melhor. Entrámos muito fortes e conseguimos uma vitória importante”, assinalou. 

Depois de ter marcado a Benfica e Sporting, faltavam os dragões para completar o ciclo. “Já tinha dito aos meus amigos e ao meu pai que, dos 3 grandes, só me faltava marcar ao FC Porto. E ia ficar chateado comigo se não fizesse um golo. É muito dificil ter tantas oportunidades contra um grande e, quando fiz o golo, fiquei um bocado aliviado e pensei ‘já está’. Um ponta-de-lança vive de golos e já não marcava desde o Moreirense, há sete jogos”, recordou. 

O golo foi festejado à imagem do seu ídolo. “Gosto muito de Lewandowski, é o avançado de referência”, contou, antes de confessar que o seu sonho é Inglaterra. “Já estive em Chipre e aos 26 anos ainda me considero jovem. O meu sonho é chegar à Premier League. Sinto-me bem no Estrela, renovei por mais um ano, mas claro que gostava de ir para outros palcos.” Curiosamente, há muitos que comparam Kikas a Jota Silva, avançado do Nottingham Forest. “Já algumas pessoas disseram que éramos parecidos, pois nunca desistimos da bola e, tal como eu, ele também veio do Campeonato de Portugal. Era bom chegar onde ele chegou. Porque não?” 

O dianteiro não tem dúvidas que a luta pela permanência “vai ser até ao fim”, mas espera resolver tudo já no domingo, com o Rio Ave. “Sabemos que nada está garantido, mas vamos em busca de uma segunda vitória consecutiva no campeonato, que ainda não conseguimos, para acabarmos bem”, disse. 

Von der Leyen saúda “responsabilidade coletiva” em momento “sem precedentes”

Siga o nosso artigo em direto sobre o apagão

A presidente da Comissão Europeia felicitou as populações de Portugal e Espanha pela “responsabilidade coletiva e solidariedade” que demonstraram face a um “apagão sem precedentes”.

“Ontem [segunda-feira], cidadãos em Espanha e Portugal, e em algumas partes de França, enfrentaram um apagão sem precedentes. Quero felicitá-los pela calma e civismo […], demonstraram responsabilidade coletiva e solidariedade”, disse Ursula von der Leyen, na qualidade de elemento do Partido Popular Europeu (PPE), durante o congresso desta família política, na cidade espanhola de Valência (leste).

A presidente do executivo comunitário também agradeceu a todos os “polícias, bombeiros e controladores de tráfego” que “trabalharam sob imensa pressão para proteger os cidadãos e preservar a ordem”.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11h30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Como um “choque de frequência” em Espanha apagou a produção, contaminou a rede elétrica e deitou tudo abaixo em 5 minutos. Dez perguntas

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do apagão.

O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu nesta manhã de terça-feira que o serviço está totalmente reposto e normalizado.

Apagão: Perdas seguradas podem chegar a 300 milhões de euros em Espanha, menores em Portugal, diz agência DBRS

Siga o nosso artigo em direto sobre o apagão

As perdas relacionadas com interrupções de negócios após o apagão desta segunda-feira podem levar a grandes indemnizações das seguradoras, que podem chegar a 300 milhões de euros em Espanha e uma fração disso em Portugal, calcula a DBRS.

Numa nota enviada esta terça-feira, a DBRS sinaliza que a falha de energia que afetou na segunda-feira, desde as 11h30, Portugal e Espanha pode gerar um aumento nas reivindicações relacionadas com seguros residenciais, comerciais, de viagem e de interrupção de negócios.

“Embora seja difícil fornecer uma estimativa das perdas seguradas na situação atual, a nossa expectativa inicial é que as perdas seguradas variem entre 100 e 300 milhões de euros em Espanha e uma fração disso em Portugal”, aponta a agência de notação financeira, destacando que “as perdas económicas totais serão várias vezes maiores que essas estimativas”.

Como um “choque de frequência” em Espanha apagou a produção, contaminou a rede elétrica e deitou tudo abaixo em 5 minutos. Dez perguntas

Apesar de admitir que as seguradoras provavelmente vão considerar as perdas financeiras derivadas deste evento geríveis, “as seguradoras espanholas e portuguesas provavelmente receberão um volume excecional de sinistros após o apagão, o que poderá colocar as suas capacidades operacionais sob pressão”.

Mario de Cicco, vice-presidente de Seguros Globais e Classificações de Pensões da Morningstar DBRS, sinaliza, citado em comunicado, que apesar das perdas relacionadas com interrupções de negócios poderem “ser graves e possivelmente levar a grandes indemnizações”, a “maioria das apólices de seguro normalmente começa a cobrir danos decorrentes de interrupções de negócios apenas após 12, 24 ou até 48 horas”.

“Como resultado, os pagamentos das seguradoras devem ser amplamente mitigados pelo facto de o fornecimento de energia ter sido quase totalmente restabelecido em menos de 12 horas”, concluiu.

No que diz respeito aos detentores de seguro de viagem, estes deverão ter “direito a alguma indemnização devido às grandes interrupções no transporte ferroviário e aos cancelamentos de voos, contudo, isso poderá ser amplamente atenuado devido ao lento retorno aos serviços normais no dia seguinte”.

Já a incidência de acidentes de carro “parece ser pequena”, nota a DBRS.

Um corte generalizado no abastecimento elétrico afetou na segunda-feira, desde as 11:30, Portugal e Espanha, continuando sem ter explicação por parte das autoridades.

Aeroportos fechados, congestionamento nos transportes e no trânsito nas grandes cidades e falta de combustíveis foram algumas das consequências do “apagão”.

O operador de rede de distribuição de eletricidade E-Redes garantiu hoje de manhã que o serviço está totalmente reposto e normalizado.

Hélder Silva quer erguer o troféu: «É importante ganhar títulos»

O Famalicão tem esta tarde a oportunidade de fazer história no escalão sub-23

O Famalicão tem esta tarde a oportunidade de fazer história no escalão sub-23, mas a disputa por um título não será propriamente uma novidade para muitos dos jogadores do plantel. Isto porque falamos de uma geração que, há duas épocas, conquistou o Campeonato Nacional de sub-19, o que faz aumentar o desejo dos jovens atletas em erguer o troféu no final da partida, embora saibam de antemão que esse meta só será cortada se derrotarem o Torreense, uma vez que estão a 3 pontos do adversário e venceram na 1.ª volta (2-1).

Por José Santos

Estoril Praia vence e ultrapassa Casa Pia na I Liga

O Estoril Praia venceu na visita ao Casa Pia por 3-1, no último jogo da 31.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, e ultrapassou a formação lisboeta, que joga em Rio Maior.

O marroquino Yanis Begraoui deu vantagem aos visitantes, aos 21 minutos, Cassiano empatou, aos 43, na conversão de uma grande penalidade, mas a formação comanda por Ian Cathro chegou à vitória nos minutos finais, graças aos golos de Alejandro Marqués e João Carvalho, aos 82 e 87, respetivamente.

No jogo inicialmente marcado para segunda-feira, adiado devido ao apagão energético que afetou a Península Ibérica, o Estoril Praia regressou às vitórias após duas derrotas e subiu ao oitavo lugar, com 42 pontos, por troca com o Casa Pia, que somou o quarto jogo sem vencer, soma 41 e ‘caiu’ para o nono posto.

“Flow” vence Prémio do Público Lux do Parlamento Europeu e da Academia Europeia de Cinema

A longa-metragem Flow – À Deriva, que conquistou o Óscar de Melhor Filme de Animação 2025, é também o vencedor do Prémio do Público Lux do Parlamento Europeu e da Academia Europeia de Cinema, esta terça-feira anunciado em Bruxelas.

Dirigido por Gints Zilbalodis, Flow teve estreia mundial no Festival de Cinema de Cannes em maio do ano passado e foi o primeiro filme letão a conquistar um Óscar da Academia de Hollywood, deixando para trás produções como Divertida Mente 2 e Wallace & Gromit: A Vingança das Aves.

O filme, que tem coprodução francesa e belga, acompanha o gato Flow numa viagem por um mundo sem humanos, onde tem de trabalhar em conjunto com outras espécies para sobreviver a desafios sem precedentes.

Quando recebeu o Óscar, em Los Angeles, o realizador reforçou a importância de cada um saber cooperar com todos os outros. “Estamos todos no mesmo barco”, disse então Zilbalodis. “Temos de ultrapassar as nossas diferenças e encontrar formas de trabalhar juntos”.

Flow – À Deriva, que chegou às salas portuguesas de cinema em 20 de fevereiro, tem já no seu palmarés o prémio de Melhor Filme de Animação nos Globos de Ouro de 2025 e foi nomeado para os Prémios Annie e para os Prémios Bafta da Academia Britânica de Cinema.

Além de conquistar o Óscar de Melhor Longa-Metragem de Animação, foi ainda nomeado para o Óscar de Melhor Filme Internacional.

Para o Prémio do Público Lux, Flow – À Deriva competia com Animal, de Sofia Exarchou (Grécia, Áustria, Roménia, Chipre e Bulgária), Dahomey, de Mati Diop (França, Senegal e Benin), Intercepted, de Oksana Karpovych (Canadá, França e Ucrânia), e O silêncio de Julie, de Leonardo Van Dijl (Bélgica e Suécia).

Organizado pelo Parlamento Europeu e pela Academia Europeia de Cinema, em parceria com a Comissão Europeia e a Europa Cinemas, o Prémio do Público Lux combina as votações do público europeu e as dos eurodeputados, em dois universos com igual peso (50%) no resultado final.

O Parlamento Europeu criou o Prémio de Cinema Lux em 2007 com o objetivo de apoiar a distribuição de filmes europeus “que reflitam a diversidade cultural na Europa e fora dela, e que abordem questões de interesse comum, como a dignidade humana, a igualdade, a não discriminação, a inclusão, a tolerância, a justiça e a solidariedade”.

O prémio promove a legendagem de todos os filmes finalistas nas 24 línguas oficiais da União Europeia, e a projeção gratuita no espaço europeu, antecedendo a votação do público.

Apagão: GEOTA exige reforço da eficiência energética em Portugal

Siga o nosso artigo em direto sobre o apagão

O Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA) exigiu um reforço da eficiência energética em Portugal e uma produção descentralizada de energias renováveis, para uma maior resiliência do abastecimento de eletricidade e evitar apagões.

O GEOTA reconhece, em comunicado, que a análise rigorosa das causas do apagão’de segunda-feira pode demorar, mas defende que “urge esclarecer rapidamente a população”, salientando que o sistema elétrico ibérico já operou inúmeras vezes com percentagens elevadas de energias renováveis sem qualquer constrangimento.

Para o grupo ambientalista, a importação-exportação de eletricidade entre Portugal e Espanha é um processo permanente com benefícios para ambas as partes, mas Portugal “continua a ter capacidade de produção nas centrais termoelétricas a gás natural e em centrais hidroelétricas de albufeira, que lhe permite ser autossuficiente”.

“A importação dentro do mercado ibérico dá-se por motivos meramente económicos, sendo que, no dia 28 [segunda-feira], durante algumas horas Portugal estaria a ser pago para consumir eletricidade de Espanha. Ao contrário do que algumas vozes vêm a defender, a solução não é nem a reabertura das centrais a carvão (na prática substituídas pelas centrais a gás) nem a energia nuclear (extremamente cara, de construção demorada, com riscos conhecidos, pouco resiliente face a perturbações, e perpetuadora do modelo de rede assente em mega centrais)”, argumenta.

Em alternativa, o GEOTA destaca “soluções que reúnem grande consenso entre especialistas”, como sejam reduzir significativamente as necessidades através da eficiência energética, promoção da flexibilidade da produção e consumo como parte de uma moderna rede inteligente, aumento de forma racional da capacidade de armazenamento através de baterias, modernização das redes de transporte e melhoria dos sistemas de alerta e de resposta para estabilização da rede.

“Reconhece-se a necessidade de manter operacionais as centrais de ciclo combinado a gás natural, com utilização decrescente, mas ainda relevantes para o equilíbrio do sistema. Esta mudança de paradigma do sistema elétrico obriga a uma reestruturação do funcionamento do mercado de eletricidade”, considera o grupo.

Neste contexto, o GEOTA reivindica uma maior aposta na eficiência energética, e na produção de energia renovável descentralizada em autoconsumo e comunidades de energia.

O GEOTA avisa que “no modelo atual, a grande maioria dos sistemas fotovoltaicos estão acoplados à rede elétrica e desligam-se em caso de ‘apagão’”, recomendando que “se pondere a instalação de energia solar com capacidade para operar desconectada da rede elétrica em algumas localizações críticas, para resposta a estes eventos muito raros, mesmo que tal comporte custos superiores”.

Por último considera que “é fundamental agora esclarecer, quer as causas do apagão, quer a demora na reposição do serviço, para reduzir os riscos de eventos semelhantes no futuro”.

O GEOTA manifestou também preocupação sobre a rapidez com que as comunicações e outros sistemas críticos falharam, a impreparação da população para eventos deste tipo e a aparente existência de apenas duas centrais elétricas capazes de iniciar o ‘black-start’ (restauro do fornecimento a partir de uma paragem completa), mas, mesmo assim, louva o trabalho dos operadores das redes elétricas e das autoridades de proteção civil na resolução da crise.

Lucro do Spotify sobe 14% para 225 milhões de euros entre janeiro e março

A plataforma sueca Spotify lucrou 225 milhões de euros no primeiro trimestre, um acréscimo de 14% face ao mesmo período do ano passado, foi esta terça-feira anunciado.

Por sua vez, o lucro operacional quase triplicou, atingindo 509 milhões de euros até março. No final do mesmo mês, a empresa, que tem sede em Estocolmo, contava com 678 milhões de utilizadores ativos mensais, mais 10%.

E o número de subscritores ‘premmium’ progrediu, entre janeiro e março, 12% para 268 milhões.

Citado em comunicado, o fundador do Spotify, Daniel Ek, disse que os resultados alcançados devem-se, em parte, ao modelo ‘freemium’, que dá aos utilizadores flexibilidade de permanecer na plataforma, “mesmo em momentos de maior incerteza”.

Daniel Ek referiu ainda que, apesar dos momentos de incerteza, a plataforma de música está confiante no futuro.

Carlo Ancelotti recusou treinar o Brasil, avançam em Espanha

Treinador do Real Madrid estará a analisar uma proposta proveniente da Arábia Saudita

Afinal, Carlo Ancelotti já não vai assumir o comando técnico da seleção brasileira. Segundo a imprensa espanhola, o treinador italiano do Real Madrid disse ‘não’ aos responsáveis máximos da Confederação Brasileira de Futebol e estará a analisar uma importante proposta proveniente da Arábia Saudita.

Carlo Ancelotti viajou ontem para Londres para estabelecer as bases do acordo com a CBF e assinar contrato… mas acabou por não fazê-lo. Os agentes que cuidam da operação esperavam, no entanto, que o técnico dos merengues fechasse o acordo esta terça-feira, em Madrid, mas o italiano acabou por recusar a oferta quando faltava apenas pegar na caneta e assinar a ‘papelada’. Carlo Ancelotti quis agradecer o interesse demonstrado ao longo das últimas semanas e fez questão de entrar diretamente em contacto com Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, que assim viu cair por terra o seu grande sonho para assumir a canarinha. Ancelotti começou por dizer aos responsáveis da CBF que seria difícil abraçar o projeto em junho, antes do Mundial de Clubes, algo que precisamente ia contra as informações veiculadas do outro lado do Atlântico.

Relacionadas

O Real Madrid pode efetivamente ter dificultado a saída do italiano, mas, em Espanha, referem que Ancelotti tem em mãos uma proposta milionária do Médio Oriente. Fala-se em cerca de 50 milhões líquidos por temporada.

Esta não é a primeira vez que o timoneiro transalpino recusa uma proposta para treinar o Brasil. Em 2023, depois de muita especulação, Ancelotti renovou contrato com o Real Madrid.

Jorge Jesus volta a ser o favorito

De acordo com o ‘Globoesporte’, Jorge Jesus passou a ser o favorito a assumir o cargo. O treinador português do Al Hilal esteve sempre na ‘short list’ e agora ganha força, no mesmo dia em que foi eliminado nas meias-finais da Liga dos Campeões Asiática.

Apagão. Duas mil consultas e 100 cirurgias não urgentes foram adiadas na ULS de São João, no Porto

Num “dia intenso com momentos de preocupação”, o hospital S. João do Porto provou que está pronto para situações de crise, congratula-se a presidente do Conselho de Administração da respetiva Unidade Local de Saúde (ULS). Durante o corte de eletricidade que afetou o país na segunda-feira demonstrou “que as equipas funcionam de forma articulada, estão empenhadas e são capazes de fazer face às crises de uma forma estrategicamente organizada e eficiente”, garante Maria João Batista ao Observador.

Ainda assim, não foi possível realizar todas as consultas, tratamentos e cirurgias previstas, para poupar a energia criada pelos geradores. “Foram adiadas cerca de cem cirurgias que não eram urgentes e que correspondem a um terço da atividade cirúrgica que nós temos nesta unidade hospitalar”, concretiza a médica. Por outro lado, foi necessário “adiar cerca de cem tratamentos de hospital de dia, incluindo doentes com patologia oncológica, que correspondem também a um terço dos tratamentos que se fazem  diariamente nesta instituição”, continua. “Em relação às consultas, entre os cuidados hospitalares e os cuidados de saúde primários, as unidades de saúde familiar, os centros de saúde, tivemos de cancelar cerca de duas mil consultas, o que correspondeu aproximadamente a metade das consultas que fazemos nesta unidade diariamente”, enumera.

No entanto, “apesar da situação que se vivia, todos os doentes oncológicos que tinham de fazer o tratamento naquele dia, fizeram-no, tal como os que necessitavam de transfusões e para as quais já tínhamos tudo preparado”.

Mesmo já com eletricidade reposta, o hospital optou por manter o plano de contingência, mas em escala menor, até a manhã desta terça-feira. “Tínhamos receio que houvesse ainda alguns problemas no início do dia, nomeadamente com os sistemas informáticos, por causa da variação da energia. Tínhamos alguma preocupação porque há vários equipamentos, como os de ressonância ou os aparelhos de radioterapia, que são pesados e que com esta instabilidade elétrica podiam eventualmente ter algum problema a começar a funcionar”, detalha ao Observador.

O plano de contingência foi levantado já ao final da manhã, altura em que a ULS começou a “funcionar em plenitude”. Maria João Batista admite, contudo, que os cuidados continuam redobrados. “Estamos com uma situação de cautela e de segurança em relação a tudo o que é abastecimento de água e energia elétrica. Estamos a garantir que, se houver um novo apagão, se houver algum problema com a energia, temos mais tempo de combustível e de água. Ainda estamos em estado de alerta, mas a resposta está perfeitamente mantida”, conclui.

As várias consultas, cirurgias e exames adiados começaram também já, esta terça-feira, a ser reagendados. Todavia, é um processo que se pode estender ao longo desta semana e até à próxima. “Temos de agir de acordo com a premência de cada uma das situações. Nas que tinham que ser já resolvidas hoje [esta terça-feira], como tratamentos do hospital de dia, por exemplo, os doentes já foram contactados e estão a fazer os seus tratamentos. Consultas e de cirurgias que não tenham de ser feitas imediatamente vão ser realizadas nos próximos dias, eventualmente semanas, mas, repito, de acordo também com a gravidade da situação e com a necessidade de sermos mais ou menos céleres”, sublinha.

A ULS São João, como várias outras unidades de saúde, funcionou através de geradores. Ainda que a “autonomia” do hospital estivesse “dependente do combustível”, a presidente do conselho de administração do São João garante que estavam prontos caso o apagão se tivesse estendido mais um dia. “Os geradores que nós temos permitem que mantenhamos a atividade durante várias horas. A nossa capacidade de os mantermos funcionais depende da capacidade que existe na sociedade de nos fazer chegar combustível. Nós tivemos a Proteção Civil que o trouxe e, portanto, antes mesmo de termos a restauração da luz, tínhamos combustível suficiente para nos mantermos até hoje em atividade”, refere. Caso o cenário se mantivesse por um período mais longo e “transversal em todo o país e deixasse de ser possível o combustível chegar aos sítios necessários”,  Portugal chegaria a uma “situação de catástrofe”, sublinha.

Desde o primeiro momento sem eletricidade na ULS São João houve com “efeito imediato várias reuniões com o gabinete de crise” do hospital. A partir daí, e sempre com “várias reuniões ao longo do dia com uma periodicidade bastante curta” os profissionais de saúde foram gerindo as áreas e receberam “instruções para as formas de responder aos doentes e as decisões a tomar”.

Mesmo com uma reação positiva à crise desta segunda-feira, a presidente do Conselho de Administração da ULS São João salienta que o apagão serve de “reflexão” de modo a que os planos de contingência para várias situações possam ser aperfeiçoados. “Há vários aspetos que estão a ser neste momento trabalhados porque pretendemos estar melhor preparados para o que possa voltar a acontecer”, remata.

1 30 31 32 33 34 652