Volta a Portugal: Byron Munton conquista Senhora da Graça, Artem Nych de amarelo
Byron Munton (Feirense) venceu este domingo na Senhora da Graça, na quarta etapa da 86.ª edição da Volta a Portugal, que ligou Bragança a Mondim de Basto – com chegada no alto do Monte Farinha -, num dia atípico e que teve a distância (182,9 km) original encurtada em cerca de dez quilómetros na sequência da neutralização da corrida.
Munton ascendeu, assim, ao segundo lugar da geral, a oito segundos do novo líder, o russo Artem Nych, vencedor em 2024, que terminou a etapa em terceiro.
A neutralização realizada ao quilómetro 132, depois da meta volante de Vila Real, quando faltavam cerca de 51 quilómetros para a meta e 13 para o Alvão, e retomada na Campeã, a 42 quilómetros da meta, teve impacto. Mas, no fim, imperou a lei do mais forte, com Artem Nych a ascender à liderança face à implosão de Pau Marti (perdeu 7m40s).
Interrupção imposta numa altura em que um quinteto de fugitivos formado pelo líder virtual da prova, Francisco Peñuela (Caja Rural), pelo segundo classificado da etapa anterior, em Bragança, Caleb Classen (Project Echelon), e ainda por Jan Kino (Atom 6), Edgar Curto (Illes Balears) e Francisco Morais (Tavfer-Mortágua) dispunha de sensivelmente 2 minutos de vantagem para um grupo intermédio de perseguidores e de 3 minutos para o pelotão, onde seguia o camisola amarela.
Decisão tomada em função do incêndio na região – que a Protecção Civil havia dava como controlado às 13 horas, antes de um agravamento que obrigaria a mudar o trajecto da Volta – e que teve como implicação imediata a ligação directa à Campeã, eliminando a subida à Serra do Alvão, contagem de primeira categoria com que o pelotão contava, por ser altamente selectiva, para ajudar a anular a vantagem da fuga antes da abordagem decisiva à escalada da Senhora da Graça.
Os corredores, que acabaram por rodar mais uma hora sob condições térmicas extremas, retomaram a corrida separados pela diferença de tempos registada em Vila Real, embora a situação tenha, obviamente, afectado a concentração dos ciclistas e a dinâmica da etapa, com a maioria a procurar tirar partido das circunstâncias que precipitaram o pelotão para um final ao ataque.
Percorrida a primeira metade dos 42 quilómetros entre Campeã e a Senhora da Graça, feita a descer, as diferenças mantiveram-se estáveis, pelo que o ataque ficaria reservado para a aproximação a Mondim de Basto, onde o venezuelano Peñuela e o norte-americano Classen chegaram isolados à meta volante.
Com o pelotão a cerca de um minuto de distância e o camisola amarelo Pau Marti a afundar-se, Peñuela ainda tentou a sorte a solo, mas foi alcançado a quatro quilómetros da meta pelo grupo onde seguia Artem Nych, que há um ano foi segundo na Senhora da Graça, para conquistar a 85.ª edição.
Desta feita foi apenas terceiro, depois do sul-africano do Feirense, que ascendeu ao segundo lugar da geral, a 8 segundos de Nych, e do colombiano Jesús Peña, que entra no pódio da Volta, a 12 segundos do russo.
