A loucura nas ruas de Nápoles nos festejos do título

Num estádio a rebentar de emoção e com dezenas de milhares de pessoas nas ruas, o Nápoles de Antonio Conte bateu o Cagliari e confirmou o quarto scudetto da história, o segundo em três anos. A cidade saiu à rua, os fogos soltaram-se e as imagens…. são impressionantes! [Vídeo X/Ansa]

Marcelo vai nomear primeiro-ministro só depois de “três conversas muito importantes”

Presidente da República já falou com quem sai do PS, falta falar com quem entra. E quem será o líder da oposição? E o que dirá o primeiro-ministro depois? O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou nesta sexta-feira que só vai avançar na constituição do futuro Governo depois de voltar a falar com PS, Chega e PSD; e que não será antes de 28 de maio, quarta-feira. Em declarações à entrada da Casa da Música, no Porto, onde assistiu a um concerto da Orquestra Sinfónica do Porto, o chefe de Estado, quando questionado se estava tranquilo após ter

Taça de Portugal: “Dobradinha” ou “consolação”

A final da Taça de Portugal que se vai disputar no próximo domingo (17h15, RTP1) no Estádio Nacional entre o Sporting e o Benfica será uma “dobradinha” para os “leões” ou um “prémio de consolação” para as “águias”. Na primeira final que opõe os dois rivais de Lisboa desde 1996, é isto que está em causa. Depois terminará a temporada – embora os “encarnados” ainda tenham no horizonte o Mundial de clubes – e será tempo de começar a pensar já na próxima época.

O fim-de-semana tem ainda para oferecer decisões relativas à I e II Ligas. Há ainda um lugar vago em cada um dos campeonatos profissionais portugueses e se no escalão principal o primodivisionário AFS vai tentar impor o seu estatuto ao Vizela (terceiro classificado da II Liga), no escalão secundário o Paços de Ferreira impedir o Belenenses de escalar um nível. Ambos os play-off são disputados em duas mãos, sendo as primeiras este sábado.

No futebol feminino, Portugal recebe a final da Liga dos Campeões. O estádio José Alvalade abre as suas portas a Arsenal e Barcelona que, a partir das 17h deste sábado, decidem qual deles ficará com o troféu. Já ao nível das selecções, na próxima sexta-feira, a selecção nacional defrontará a congénere inglesa, em partida a contar para a Liga das Nações (19h45, RTP1).

No futebol jovem, o destaque vai para o Europeu de sub-17, onde a selecção portuguesa já fez dois jogos na fase de grupos (triunfo sobre a Albânia e empate contra a França) e jogará na tarde de domingo com a Alemanha para tentar assegurar um lugar na fase a eliminar.

Com os principais campeonatos europeus já terminados ou a terminar, haverá espaço para finais de Taça. E este fim-de-semana Alemanha e França ficarão a conhecer os respectivos vencedores.

Nas restantes modalidades, também se aproximam as horas das decisões. No futsal, com o Benfica e Sp. Braga já apurados para a fase seguinte do play-off de acesso à final, este domingo ficarão a conhecer-se os restantes semi-finalistas entre Sporting e Ferreira do Zêzere e entre Leões Porto Salvo e Quinta dos Lombos.

No basquetebol prosseguem as meias-finais com o Benfica a defrontar a Ovarense este sábado e o Sporting o FC Porto no domingo (por enquanto, benfiquistas e portistas seguem na frente com um triunfo cada). No andebol, o Sporting está a 60 minutos de poder ser campeão, bastando-lhe empatar, neste sábado com o Marítimo.

Nos desportos motorizados, este fim-de-semana haverá Fórmula 1 no circuito do Mónaco, oitava corrida do Mundial, enquanto no Campeonato do Mundo de MotoGP será a pista de Silverstone a receber a sétima etapa do calendário, com a presença de Miguel Oliveira.

Por fim, ainda sobre rodas mas a velocidades mais moderadas, prossegue durante esta semana, em Itália, o Giro, enquanto no pó de tijolo de Roland-Garros arranca já este fim-de-semana o quadro principal, com a presença de três tenistas portugueses: Nuno Borges, Jaime Faria e Henrique Rocha.

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Matilde Jacob edita novo single Lágrimas ao Mar

Matilde Jacob lançou recentemente o seu novo single Lágrimas ao Mar nas plataformas!

Lágrimas ao Mar, o novo single de Matilde Jacob, é um tema que nos fala da ausência de alguém e como gerimos esse mesmo sentimento. Nas palavras da cantora, “esta canção surgiu do silêncio deixado pela ausência – um sussurro que nasce da dor que, com o tempo, aprendemos a abraçar. Foi nesse intervalo, entre a dor e a aceitação, que esta canção encontrou vida. E tudo o que eu estava a sentir começou, finalmente, a fazer sentido para mim. É um diálogo entre quem ficou e quem partiu, esculpido de saudade, memória e amor.”

Neste Lágrimas ao Mar, Matilde Jacob, fala-nos abertamente sobre a relação física que tinha com um seu ente querido e como esta se transformou em algo de espiritual, aquando da sua partida “é uma homenagem à minha avó paterna que partiu, mas deixou em mim um mar inteiro de lembranças. Nesta canção, habitam metáforas do que não chegou a acontecer, e também de tudo o que ainda vive em mim. Porque há algo de eterno na linha onde o céu e o mar se cruzam e se fundem num só. E eu gosto de acreditar que, de algum modo, a minha avó agora vê o mar a partir do céu. E quando os meus olhos se perdem nessa linha longínqua, sinto que, por um instante, voltamos a estar juntas.”

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Ataque de grupo fundamentalista islâmico causa pelo menos nove mortes na Nigéria

O administrador político do distrito de Dikwa, Rawa Gana Modu, disse na sexta-feira que os combatentes do Boko Haram entraram na aldeia de Gajibo a pé, abrindo fogo contra os habitantes locais e trocando tiros com uma milícia que combatia ao lado do exército.

“Insurgentes do Boko Haram mataram nove pessoas” na noite de quinta-feira, incluindo dois civis membros da milícia, e feriram várias outras, disse Modu.

As tropas da cidade vizinha de Dikwa intervieram e ajudaram a expulsar os fundamentalistas da aldeia, disse o dirigente local, acrescentando que pelo menos dez atacantes terão morrido nos confrontos.

O Boko Haram e o grupo fundamentalista rival Estado Islâmico na África Ocidental (ISWA, na sigla em inglês) intensificaram os ataques contra bases militares e aldeias no estado de Borno e nos estados vizinhos de Adamawa e Yobe nos últimos meses.

O exército nigeriano anunciou na sexta-feira que matou 16 fundamentalistas que tentaram atacar uma base militar em Damboa, também no estado de Borno. As tropas nigerianas, apoiadas por caças, conseguiram repelir os atacantes ao fim de duas horas.

O conflito, que dura há 16 anos na Nigéria, já matou mais de 40 mil pessoas e desalojou cerca de dois milhões no nordeste do país, segundo as Nações Unidas.

A violência alastrou aos países vizinhos — Níger, Chade e Camarões — levando à formação de uma coligação militar regional para combater os grupos fundamentalistas islâmicos.

No domingo passado, o jornal nigeriano “Daily Trust” avançou que combatentes do ISWA mataram, pelo menos, 50 agricultores e um número desconhecido foi raptado num ataque no estado de Borno.

Nuno Borges com “temporada positiva em terra batida” ganha confiança para Roland Garros

O número um nacional de ténis, Nuno Borges, considera ter feito uma boa preparação em terra batida para Roland Garros, o que lhe dá “alguma confiança” para o Major francês, entre 25 de maio e 8 de junho, em Paris.

“Esta temporada de terra batida tem sido bastante positiva. Apesar de não ter feito nenhum resultado incrível, foi bom ter conseguido ganhar vários encontros ao longo dos vários torneios de terra. Todos em condições diferentes, o que me traz alguma confiança”, explica o português à Lusa.

Nuno Borges, número 41 do mundo, atingiu este ano, no pó de tijolo, os quartos de final no ATP 250 de Marraquexe e no challenger 175 do Estoril, a terceira ronda no Masters 1.000 de Monte Carlo, onde foi travado pelo tricampeão Stefanos Tsitsipas, e a segunda eliminatória no Masters 1.000 de Madrid, antes de ser eliminado na estreia em Roma e esta semana na segunda ronda no ATP 250 de Genebra.

Pela quarta vez na carreira, o tenista maiato, de 28 anos, vai disputar o quadro principal do segundo torneio do Grand Slam da época na capital francesa, onde regista como melhor resultado a segunda eliminatória, em 2023.

“Cada ano que passa tento otimizar mais ainda a minha vivência aqui em Paris de maneira a ter a melhor performance possível. Este ano vou tentar aprender com os erros dos anos passados e melhorar nesse aspeto. Tenho-me sentido bem fisicamente e isso tem sido importante para esta consistência”, defende o maiato.

O primeiro adversário de Borges será o ‘qualifier’ francês Kyrian Jacquet (151.º ATP), jovem de 24 anos que só tem um encontro disputado num quadro principal de um torneio ATP, no Open dos Estados Unidos, em 2024, e que defrontou o português no ITF de Majadahonda, em Madrid, em 2021.

“Joguei contra ele há muito tempo e não me recordo de quase nada. Sei quem é, mas não como joga. Vou tentar averiguar um pouco, mas não vai mudar muito o meu plano. Manter o meu jogo agressivo e à procura de fazer o meu jogo. Jogar contra um francês, em Roland Garros, vai ser um desafio interessante, pode ser que jogue num estádio, quem sabe”, avançou.

Nuno Borges inicia a sua participação na 124.ª edição de Roland Garros no domingo, primeiro dia da prova, assim como o compatriota Jaime Faria (115.º ATP), que defrontará o norte-americano Jenson Brooksby (165.º ATP), campeão do ATP 250 de Houston e antigo 33 do mundo.

Henrique Rocha (201.º ATP), depois de ultrapassar as três rondas da fase de qualificação para garantir a estreia num quadro principal de um torneio do Grand Slam, só volta aos ‘courts’ de pó de tijolo na terça-feira, dia em que terá pela frente o georgiano Nikoloz Basilashvili (132.º ATP), detentor de cinco títulos ATP e antigo ‘top 20’ do mundo.

Luca Argel e Filipe Sambado apresentam espetáculo “Sol em Gémeos”

Luca Argel e Filipe Sambado apresentam no dia 31 de maio, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa, “Sol em Gémeos”, um espetáculo “único” no qual trocam de canções, acompanhados por uma banda criada para a ocasião.

Gémeos de signo, que fazem anos em dias seguidos, Luca Argel e Filipe Sambado estão “mais próximos do que pode parecer à primeira vista”.

“Talvez não em termos de apresentação estética, mas em termos do que propomos como artistas. O gesto artístico como um gesto também político, como um gesto também de intervenção, em diálogo com o presente, o tempo presente”, referiu Luca Argel, em declarações à Lusa.

Além disso, recordou Filipe Sambado, os dois fazem música “com um pressuposto enraizado em tempos semelhantes, sendo que a música do Luca se foi desenvolvendo muito à base de variantes e possibilidades da música popular brasileira”.

“Eu fiz o mesmo também, em relação à música portuguesa”, disse.

A possibilidade de partilharem um palco surgiu a convite do CCB. A primeira vez aconteceu no ano passado, no festival Felicidade, no Pequeno Auditório.

“Correu bastante bem, tanto para nós como para o festival, e surgiu a proposta de fazermos uma versão ampliada daquilo que tínhamos feito ali”, recordou Luca Argel.

Na altura, apresentaram-se apenas os dois, com as respetivas guitarras, ‘trocando’ de temas. O músico recorda o momento como “uma coisa bem informal, bem próxima, bem intimista”.

“Agora vamos ter uma banda, há mais instrumentos, arranjos maiores, fazemos mais barulho. Mas espero que tenha o mesmo calor da primeira vez”, disse.

Com o tempo, aproximaram-se, tornaram-se amigos e foram também conhecendo melhor o repertório um do outro, e “identificando quais os pontos de contacto”.

Do repertório de Luca Argel, Filipe Sambado destaca “Lampedusa”, do álbum “Sabina”, editado em 2023.

“É uma música que me toca, por ser uma descrição tão visual de um problema tão marcante [a travessia do Mediterrâneo por migrantes], mas depois há músicas que aos poucos me vão dando muito gozo tocar e não é tanto por ser a minha preferida ou não”, afirmou, partilhando que lhe dá “muito gozo tocar” a “Gentrificasamba”.

A escolha de Luca Argel do repertório de Filipe Sambado recai, “neste momento”, em “Talha Dourada”, do álbum “Três Anos de Escorpião em Touro”, editado em 2023.

Nesse disco, Luca Argel ficou “muito colado na produção, nas sonoridades encontradas, nas opções estéticas do som que o disco tem, que é super rico”.

“Quando comecei a pegar em algumas músicas, como ‘Talha Dourada’, ‘Faço um desenho’, “Choro da rouca”, quando comecei a aprender a tocá-las na guitarra, elas revelaram-se, de uma outra forma. Porque não tinha o aparato de produção do disco, era só eu, a canção e a guitarra. Elas começaram a crescer em mim, comecei a perceber coisas, nas letras principalmente, que antes me passavam meio ao lado e depois: ‘Uau. Isto está muito bem escrito’”, partilhou.

“Sol em Gémeos” será “um espetáculo único”.

“À partida não vai acontecer mais vezes, não está nada em vista. Isso já por si é um ponto de interesse para quem nos segue. Depois há todo um envolvimento que está a ser criado e que nos motiva cada vez mais a querer descobrir melhor estas músicas. Está a ser uma experiência cada vez mais interessante [para nós] e para quem vê há esse lado de partilha”, referiu Filipe Sambado.

Em palco, além de Luca Argel e Filipe Sambado, estarão a baixista Vera Vera-Cruz, a baterista Joana Komorebi, que fazem parte da banda de Sambado, e a pianista Pri Azevedo, que tem acompanhado Argel num formato voz e piano.

“Despirmos as canções e entregá-las as estas três pessoas que nos acompanham ajuda bastante a homogeneizar este espetáculo”, referiu Filipe Sambado.

Luca Argel editou no ano passado “Visita”, álbum que junta temas representativos da sua carreira, com novas versões e um inédito gravados apenas com piano e teclado, tocados por Pri Azevedo, e homenageia o Porto, a cidade que o viu “crescer musicalmente”.

Este mês editou um EP, “Meigo Energúmeno — Luca Argel canta Vinicius”, com seis músicas, que acompanha o livro “Meigo Energúmeno — Notas para uma leitura antimachista de Vinicius de Moraes”.

Neste projeto, o músico luso-brasileiro propõe “uma reflexão ousada e necessária do legado de um dos maiores nomes da poesia e da música brasileiras, com um olhar contemporâneo e crítico sobre questões de género e representatividade”.

Filipe Sambado, que se assume como pessoa não-binária, editou em janeiro um novo álbum, “Gémea Analógica”, gravado ao vivo no ano passado e no qual apresenta versões acústicas dos temas de “Três Anos de Escorpião em Touro”, que tem estado a apresentar este ano em palcos de todo o país.

Os bilhetes para o espetáculo “Sol em Gémeos”, dia 31 de maio às 19:00 no CCB, já estão à venda e custam entre os 12,5 e os 25 euros.

Depois da demissão, críticas ao anúncio da demissão. Os “aproveitamentos” no PAN

Anabela Castro e Nuno Pires enviaram um comunicado para anunciar a sua saída – mas, supostamente, o comunicado seria apenas interno. Dois membros da comissão política nacional do PAN eleitos pela lista da atual líder, Inês de Sousa Real, demitiram-se, acusando a direção de desrespeito pela democracia interna, centralização do poder e silenciamento dos críticos. Os dois membros em causa são Anabela Castro e Nuno Pires, eleitos para a Comissão Política Nacional do PAN – órgão máximo de direção entre congressos – pela lista A, afeta à líder Inês de Sousa Real, e transmitiram a decisão através de um comunicado

Freddie Mercury manteve uma filha em segredo

O cantor e compositor Freddie Mercury, vocalista da banda Queen, terá mantido uma filha em segredo, avança o site britânico The Mirror”.

A revelação original está no livro “Love, Freddie”, escrito pela biógrafa já conhecida por outros livros sobre o cantor, Lesley-Ann Jones, que tem lançamento previsto para 5 de setembro.

A identidade da filha escondida não foi revelada, mas sabe-se que terá 48 anos (nasceu em 1976), é médica na Europa e viveu 15 anos com o pai, que morreu em 1991.

A existência desta filha só era conhecida pelo círculo mais próximo de Mercury, incluindo seus pais e sua irmã adotiva.

Os membros da banda Queen também sabiam, assim como o amor da vida de Mercury, Mary Austin.

A menina seria resultado de um caso que o astro teve com a esposa de um amigo próximo. Ela herdou os diários do pai, que agora serão transformados no livro de Jones.

“Freddie Mercury foi e é meu pai”, diz uma declaração da mulher na obra. “Tivemos um relacionamento muito próximo e amoroso desde o momento em que nasci e ao longo dos últimos 15 anos de sua vida.”

“Sereias”: cinco episódios que podiam ser três

Mais uma voltinha no carrossel do streaming. Mais uma manhã passada a olhar para o boneco. Mais uma tarde a esmiuçar 5 episódios de ficção, cujo orçamento ultrapassa o somatório de todas as temporadas dos Morangos com Açúcar. Incluindo as mais recentes, com melhores câmaras, bonita iluminação, mas sem um pinguinho de originalidade que seja. Não me estou a queixar, atenção. É um sonho de menina, isto de ser paga para ver televisão, a minha atividade preferida desde que me lembro de ser gente. Portanto, é ser grata e aproveitar enquanto dura. Até porque, como alguém escreveu na caixa de comentários do meu relambório anterior, eu não tardo a ir parar à sopa dos pobres. Felizmente, adoro sopa. Posto isto, Julianne Moore.

Sempre quis ser ruiva. Acho que a primeira vez que me dei conta disso foi graças a um livro infantil, com uma pequena com longas tranças laranja na capa, cujo título não me lembro. Depois, veio a Ana dos Cabelos Ruivos, que deu com a ardósia na cabeça do bully (slay!) E me encantou. Mas quem fechou o negócio foi mesmo a voluptuosa Jessica de Quem tramou Roger Rabbit?, película que vi e revi até à iminência de gastar a fita do VHS. Desde esse dia, o meu modelo pessoal tornou-se um desenho animado que representava uma cantora de cabaret que traía o marido, um coelho. Tinha que acabar nisto, não é? Resta saber o que é que isto tem a ver com Sereias, a recém estreada mini-série da Netflix cuja sinopse reza assim: “Preocupada com a relação demasiado intensa da irmã com a chefe multimilionária, uma mulher expedita procura respostas numa luxuosa propriedade à beira-mar”. Eles não me ganharam na sinopse, até porque faz um uso estranho do adjetivo expedito. Foi com a Julianne Moore, atriz extraordinaire, que me apanharam. E a verdade nua e crua é que aquilo que me encantou nela, à primeira vista, foram os tão invejados cabelos ruivos.

[o trailer de “Sereias”:]

E que Sereias são estas, pergunta o respeitável público? Se querem sinceridade, acabei agora de ver e não tenho bem a certeza, mas pode ser que vá percebendo enquanto falo convosco. Sereias é a palavra de código entre Devon (Meghann Fahy) e Simone (Milly Alcock) a irmã mais nova, para avisarem que estão em perigo. Duas irmãs que não podiam ser mais diferentes ou viver vidas mais distintas. Simone, a mais nova, parece um macaron de bandelete, rodeada por pantones açucarados e padrões florais. Devon parece que acabou de sair de um concerto onde houve moche, stage diving e whisky martelado: Dr. Martens, eye liner esborratado e permanente cara de ressaca. Simone é assistente pessoal da milionária Michaela, a.k.a. Kiki, que vive numa mansão à beira-mar plantada, que inclui um santuário de aves de rapina e um batalhão de criadagem destratada com passivo-agressividade. Já Devon trabalha num restaurante de fast food (com um nome para o qual não tenho maturidade) “Falafel balls”, cujo dono é Ray, um fuck buddy casado. Vive com um pai alcoólico, diagnosticado com demência precoce. Depois de receber um arranjo comestível (se não estavam a par do conceito, estão como eu) da irmã Simone como reação ao diagnóstico do pai, passa-se dos cornos e decide ir dizê-lo na cara perfeitamente hidratada e sem poros obstruídos da mais nova.

Quando Devon chega à paradisíaca e ostentatória ilha com o seu ar de, como diriam os brasileiros, “xôxa, capenga, manca, anêmica, frágil e inconsistente”, Simone fica com uma expressão de terror do género “como assim 58 deputados?”. Devon encaixa naquele ambiente como calças bege na festa do Avante e isso ainda é mais gritante tendo em conta o timing. A ação passa-se num fim-de-semana prolongado em que Michaela Keller vai receber os mais ricos dos ricos, dar uma entrevista à Vanity Fair e finalizar com uma gala de angariação de fundos para a sua ONG animal. Nada disto se coaduna com o barraco que a irmã mais velha se prepara para dar, alegando que cuidar do pai sozinha e ter algo remotamente parecido com uma vida não combina.

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