Cinco vinhos especiais para brindar aos 25 anos da Fugas (ou noutra ocasião à altura)

Quinta das Bágeiras Garrafeira branco 1013

Um grande vinho é sempre também o contexto e a circunstância e, por isso, o vinho que talvez me tenha sabido melhor foi um Frei João bebido há uns 30 anos, em Manaus. No regresso à cidade depois de duas semanas de incursão pela floresta amazónica, aquele tinto, mesmo com peixe grelhado, nunca o vou esquecer. O melhor vinho é sempre aquele que nos sabe melhor!

Podia escolher o emocionante Grandjó de 1925, provado quase um século depois, um Barca Velha ou Legado, os vinhos quase-perfeitos da Sogrape, os finos tintos da Casa Rosado Fernandes (Alentejo) da década de 1970, que ainda vivem, a riqueza, elegância e complexidade do Quinta da Gaivosa 1995, ou um dos majestosos Czar do Pico.

Marcados na memória estão também dois tintos muito especiais: o poderoso Kompassus Baga 1991 e o delicado Villa Oliveira tinto 2014, edição 125 anos, dois vinhos monumentais só possíveis pela acção do tempo, mas elejo um branco, o Quinta das Bágeiras Garrafeira 1013, que não será difícil e encontrar ainda a preços acessíveis e pode, assim, ser partilhado com os leitores.

Um branco sólido, cheio de sabor e harmonia, intenso na frescura e complexidade, e que confirma também a Bairrada como grande região de brancos — e temos andado demasiado absorvidos com os tintos. Mas sobretudo porque é daqueles vinhos que trás consigo a consistência do tempo, a vinha velha (mais de 70 anos) que fornece as uvas (Bical e Maria Gomes), as antigas técnicas e tonéis da fermentação, e, fundamentalmente, o tempo que nos obriga a esperar por ele. Ou seja, um branco que nos exige respeito e não se deixa moldar. José Augusto Moreira

Verdelho de João Silva, Criação Velha, Pico

Há uns bons anos, numa viagem ao Pico, em passeio pela Criação Velha, um dos pólos da paisagem vinhateira protegida da ilha, descobri um pequeno viticultor que produzia um Verdelho “passado” dos antigos. Um vinho sem aguardente mas com o álcool de um fortificado, por excesso de madureza das uvas. Julgo que o produtor se chamava João Silva. Não estava em casa, foi a mulher que me atendeu e me deu a provar um Verdelho de uma pipa já meio vazia, colheita do ano anterior. Um outro vinho qualquer estaria morto. Mas aquele estava soberbo. Comprei alguns garrafões e passei o vinho para garrafas.

Paguei o preço que me foi pedido, uma ridicularia, face aos preços absurdos a que são vendidos vinhos similares, e até piores. Beber rótulos, e a fama do produtor, nunca foi uma atitude muito inteligente. Por vezes, encontramos a felicidade na adega do mais humilde produtor. Foi o meu caso. Pedro Garcias

Quinta do Crasto Porto Tawny 50 Anos

É um dos melhores vinhos que temos provado nesta categoria de tawnies criada há três anos. Com um perfume intenso a iodo, nozes, mel de cana e casca de laranja cristalizada, encanta pelo equilíbrio entre doçura e frescura. Tem uma acidez vibrante, que sentimos primeiro, textura aveludada e a complexidade de um vinho feito de ingredientes muito antigos, e por isso também muito concentrado, mas sofisticado.

“A essência” deste 50 Anos, como lhe chama o enólogo Manuel Lobo de Vasconcellos, é um tawny com mais de 100 anos, dos stocks da casa Constantino de Almeida, que o Crasto engarrafou em tempos como Honore Porto, mas do qual guardou uma pequena quantidade. É um vinho harmonioso, fresco e verdadeiramente um vinho fino. Apesar de a escolha cair nesta categoria quando o que se está a celebrar conta meio século de vida, escolhemo-lo para brindar à Fugas e desejar: venham mais 25! Ana Isabel Pereira

Pedras Brancas Espumante 2020

A recomendação deste espumante para celebrar o aniversário da Fugas é um piscar de olhos aos leitores açorianos (e um tique de vaidade de quem assina o texto, pronto). Qualquer cidadão terá o direito de provar o primeiro espumante alguma vez foi feito na ilha da Graciosa, mas a realidade é tramada: só há 850 garrafas deste Pedras Brancas 2020 Brut Nature. Se os graciosenses (4100 almas) decidissem provar o vinho, não saía da uma única da ilha.

Cá está um vinho peculiar que, feito de Verdelho e Arinto dos Açores e assinado pelo picoense Paulo Machado (Insula Atlantis) e pelo bairradino José Carvalheira (Carvalheira Wine Creators), tem aromas e sabores que podem baralhar os distraídos ou aqueles que estão habituados a espumantes frutadinhos. A partir de um vinho que esteve 40 meses sobre borras temos notas marinhas (algas, iodo e maresia), fruta madura e sabores salgados, com ligeira sensação doce e uma mousse com persistência mediana na boca. Os graciosenses têm orgulho nas suas queijadas, nas meloas, nos alhos (IGP) e nos vinhos brancos tranquilos. Podem agora, com galhardia, acrescentar este espumante, notoriamente vulcânico. Edgardo Pacheco

Duas Quintas Reserva Especial 1995

Um vinho intemporal. Em 1995 o enólogo João Nicolau de Almeida decidiu recuperar a memória de Rui Fernandes escrita em 1532 para descrever a região de Lamego e as qualidades do seu “vinho de pé”. Fez então um vinho com pisa prolongada seguindo a receita com mais de 500 anos. Tinha nascido o Duas Quintas Reserva Especial que, quando foi lançado, era um vinho duro, tânico, difícil. Era preciso esperar por ele.

Há uns dez anos, escrevi sobre esse vinho num texto para a Fugas. O tempo tinha-lhe limado as arestas. O que era duro e adstringente tinha evoluído para um volume de boca sumptuoso e uma complexidade impressionante. Ainda mais recentemente, voltei a prová-lo com um grupo de amigos. O vinho crescera. Ganhara mais fineza e elegância, sem deixar de ser grandioso, imponente e com uma extraordinária palete de aromas e de sabores.

Há uma lição deste vinho que justifica uma reflexão. A que nos convoca para o valor do tempo nestes dias dominados pela pressa. Beber um tinto com 30 anos e notar que só agora está a chegar à sua melhor forma é mais do que uma experiência sensorial: é uma exaltação do Douro e uma lição de vida. Manuel Carvalho

Nome Pedras Brancas Espumante 2020

Produtor Adega e Cooperativa Agrícola da Ilha Graciosa;

Castas Verdelho e Arinto

Região Açores

Grau alcoólico 12%

Preço (euros) 60

Pontuação 92

Autor Edgardo Pacheco

Notas de prova É o primeiro espumante alguma vez foi feito na ilha da Graciosa e só há 850 garrafas deste Pedras Brancas 2020 Brut Nature. É um vinho peculiar, feito de Verdelho e Arinto dos Açores e assinado pelo picoense Paulo Machado (Insula Atlantis) e pelo bairradino José Carvalheira (Carvalheira Wine Creators). Tem aromas e sabores que podem baralhar os distraídos ou aqueles que estão habituados a espumantes frutadinhos. Esteve 40 meses sobre borras e tem notas marinhas (algas, iodo e maresia), fruta madura e sabores salgados, com ligeira sensação doce e uma mousse com persistência mediana na boca. Um espumante notoriamente vulcânico de que os graciosenses também podem orgulhar-se.

Nome Quinta do Crasto Porto Tawny 50 Anos

Produtor Quinta do Crasto;

Castas Mistura de castas

Região Douro

Grau alcoólico 21%

Preço (euros) 390

Pontuação 97

Autor Ana Isabel Pereira

Notas de prova Com um perfume intenso a iodo, nozes, mel de cana e casca de laranja cristalizada, encanta pelo seu equilíbrio entre doçura e frescura. Na boca, sentimos-lhe primeiro a sua acidez vibrante e depois então uma textura aveludada e toda a complexidade de um vinho feito de ingredientes muito antigos, e por isso também muito concentrado, mas sofisticado. Este Quinta do Crasto Porto Tawny 50 Anos é harmonioso, fresco e verdadeiramente um vinho fino. Especial, para ocasiões igualmente especiais.

Do pilates ao azeite, isto está tudo ligado

Como relaxar

À pergunta “O que é a contrologia?” talvez calhem poucas respostas, mas se perguntarem “O que é o pilates?” é possível que se chegue a uma resposta, nem que seja porque está na moda e o assunto anda nas bocas do mundo.

Criado por Joseph Pilates e frequentemente associado à imagem de “pessoas em boa forma, empoleiradas nuns aparelhos com ar de instrumentos de tortura”, assim escreve Madalena Haderer, o médoto de exercício físico é muito mais do que isso, relevando-se como um sistema completo de conexão entre o corpo e a mente, uma espécie de “meditação em movimento”.

Na lista de relaxamento temos também os tratamentos personalizados do Porto Urban Spa.

E ainda uma nova abordagem à tarefa de arrumar a casa que, tal como a filosofia de Marie Kondo, está a tomar conta das redes sociais. É um pouco infantil, traz uma carga de asco e dá pelo sugestivo nome de “regra do cocó“.

Por onde andar

Sobre apontamentos curiosos e jogos de contrastes, vale a pena acompanhar a viagem de Humberto Lopes pelo Vietname, a bordo do “Expresso da Reunificação”, onde a lentidão tanto pode ser um busílis como um encanto.

Por terras lusitanas, o caminho aponta para uma Festa de Caminhadas na Arrábida, o Festival Islâmico de Mértola, a Bienal de Fotografia do Porto, o Festival Mental em Lisboa e um Imaginarius – Festival Internacional de Teatro de Rua de Santa Maria da Feira com o Progresso à cabeça, entre outras propostas.

O que comer

O sonho comanda a vida e para a comida não há excepções. Ainda faltam alguns meses para saborear a segunda edição do festival de comidas do mundo É Um Encontro, na Amadora, mas os preparativos já estão em marcha e a expectativa é que já possa ter serventia do restaurante que vai abrir na cidade e dar trabalho a pessoas em situação de sem abrigo.

Nos entremeios, temos Campo Maior a ir aos azeites com a Feira Nacional de Olivicultura, que regressa depois de um pousio de quase 20 anos e vem temperada com o primeiro Congresso Nacional do Azeite.

O que beber

Beber vinho pode, afinal, ser uma boa decisão para a saúde. De acordo com o estudo publicado no Canadian Journal of Cardiology – que “pode ser um bálsamo para a deprimida indústria vinícola”, refere Pedro Garcias –, as contas fazem-se mais ou menos assim: “beber vinho branco e espumante é a terceira melhor receita para prevenir um ataque cardíaco, beber tinto é a quarta”. Isto fazendo a coisa com moderação e sem desconsiderar, claro está, os riscos conhecidos e associados ao consumo de bebidas alcoólicas.

Venha também esse património brasileiro que dá pelo nome de cachaça, as notas do novo Vinha da Ponte da Quinta do Crasto, os vinhos “complexos e leves” da Herdade dos Cardeais e a festa da Quinta Nova de Nossa Senhora do Carmo, que está a celebrar os 20 anos do primeiro enoturismo do Douro.

O que ver

A época dos blockbusters de Verão está a chegar e para já ficamos com as habilidades de Tom Cruise no seu papel de Ethan Hunt em Missão: Impossível – O Ajuste de Contas Final, o oitavo filme da saga. É uma das estreias em cartaz nesta semana. Temos também a Breve História de Uma Família, um drama com assinatura de Lin Jianjie que explora o impacto social e cultural da política do filho único na China.

Na televisão há Duster, um thriller criminal baseado na história da primeira negra no FBI, com a típica fórmula em que dois opostos têm de trabalhar juntos.

O que ler

Um Open Weekend com a literatura de viagens a acertar o passo entre Vendas Novas e Cabrela; o Maia BD com as tiras apontadas aos 40 anos de carreira de Luís Louro e à banda desenhada francesa sobre Portugal; o Festival Literário de Bragança com uma nona edição dedicada à gastronomia; e o debutante Festival Literário Mulheres que Escrevem, em Cascais. Estas são algumas das propostas em banca, a que se juntam outros títulos.

O importante é promover os hábitos de leitura, ferramenta que pode ser considerada de sobrevivência quando se trata de navegar “na imensidão de informação, na tecnologia e na correria dos nossos dias”. É o que defende o escritor Juan Villoro em Não Sou Um Robô, com conceitos a transmitir também aos mais novos, em parelha com Nós, o último título da colecção Missão: Democracia. Uma história que fala sobre a vida das pessoas que fazem parte da União Europeia e sobre como, no fundo, estamos todos ligados.

Relaxe também por aqui

Ana Martins vai assumir cargo de deputada pelo Chega/Açores na República

Acompanhe o nosso liveblog sobre política

A engenheira Ana Martins vai assumir o cargo de deputada do Chega à Assembleia da República pelo círculo dos Açores, anunciou o líder do partido na região, José Pacheco, nesta quarta-feira.

As pessoas votaram no Chega, votaram na nossa lista. Mas, para ficarem descansados e evitarem especulações, quem vai é a senhora engenheira Ana Martins [terceira candidata], uma pessoa responsável, com bom currículo, da nossa confiança, que vai integrar o grupo parlamentar de 60 deputados e que vai representar muito bem os Açores”, explicou o dirigente do Chega, em conferência de imprensa, na Horta.

Assim, não será nem o cabeça de lista do Chega pelo círculo dos Açores, nas eleições legislativas nacionais de domingo, Francisco Lima, nem a número dois, Olivéria Santos, que vão assumir a função de deputado no parlamento nacional.

Francisco Lima substituiu Miguel Arruda, acusado de roubar malas no aeroporto, enquanto cabeça de lista. O veterinário, empresário na área dos produtos químicos e deputado no parlamento regional açoriano, vai rumar a Lisboa na nova legislatura.

O Chega foi a terceira força política mais votada nos Açores nas legislativas nacionais de domingo, obtendo 22,85% dos votos dos eleitores açorianos (15,76% nas eleições do ano passado), elegendo um dos cinco deputados pelo círculo dos Açores à Assembleia da República.

José Pacheco explicou aos jornalistas que não pode prescindir de Francisco Lima, nem de Olivéria Santos (atuais deputados à Assembleia Legislativa dos Açores), não só pelo trabalho que desempenham no parlamento regional, mas também porque está a contar com ambos para encabeçarem as listas de candidatos do Chega nas próximas eleições autárquicas.

“Eu espero ganhar Ponta Delgada. É com este intuito que me vou candidatar. Como espero que a Olivéria vença na Lagoa e o Francisco Lima na Praia da Vitória”, adiantou o líder do Chega nos Açores.

José Pacheco admitiu que o partido possa a vir a ter o mesmo problema se estes candidatos vencerem as eleições nos respetivos concelhos, “mas não será um drama”.

Questionado sobre a razão de o partido ter escolhido dois deputados para os dois primeiros lugares na lista de candidatos pelo círculo dos Açores ao parlamento nacional, sabendo de antemão que não iriam ocupar os cargos, o líder do partido na região explicou que o que estava em causa era a falta de experiência da candidata.

“É uma boa pergunta e eu vou responder com toda a verdade. A própria candidata achou que seria muito mais razoável, por uma questão de protagonismo e de visibilidade pública, que devia ser outra pessoa, com mais experiência, que ela não tem ainda, mas que vai ter, e esperamos que seja uma mais-valia para o Chega”, justificou.

O Chega tem cinco deputados à Assembleia Legislativa dos Açores, que têm sido determinantes para fazer aprovar os principais diplomas do Governo Regional de coligação (PSD/CDS-PP/PPM), liderado pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, que não tem maioria absoluta no parlamento regional.

Sporting investiga ação da PSP que cegou adepto durante festejos e admite tomar “medidas adequadas”

O Sporting CP informou, esta quarta-feira, que está a investigar o caso do adepto que ficou cego de um olho devido a uma bala de borracha disparada pela Polícia de Segurança Pública (PSP) durante os festejos do campeonato no último sábado. Através de um comunicado, o clube admite adotar as “medidas adequadas”.

De Alvalade ao Marquês e de rezas viradas para Meca a uma benfiquista em cadeira de rodas. Festejos do Sporting tiveram tudo

“Relativamente ao caso que veio a público envolvendo o adepto Bernardo Topa, e face à gravidade das consequências associadas, o Sporting CP informa que, para além do contacto já estabelecido com o próprio, está a encetar todas as diligências possíveis e necessárias junto das autoridades competentes, com vista à investigação da ocorrência e à adopção das medidas que se revelem adequadas”, escreveram num comunicado. Ainda assim, elogiam “todos os intervenientes que tornaram possível a extraordinária celebração do Bicampeonato”.

A PSP confirmou ao Observador que numa intervenção da Unidade Especial de Polícia houve “necessidade de utilização de meios coercivos por parte da PSP, incluindo o emprego de arma antimotim com recurso a bagos de borracha”.

PSP abre inquérito após adepto do Sporting ter ficado cego de um olho devido a bala de borracha disparada nos festejos

A atuação policial desta noite — que a PSP descreve, inicialmente, como “tranquila e positiva” — contemplou ainda agressões de um agente a um adepto algemado (já tendo sido aberto um procedimento disciplinar) e a perseguição a um grupo que roubou a taça da Liga dos Campeões feminina.

Para evitar novos desacatos, nas vésperas do dérbi da Taça de Portugal que coloca, pela primeira vez desde o jogo do very light, Sporting e Benfica frente a frente no Jamor, os leões apelam “a todos para que adotem uma postura responsável, contribuindo para que o espetáculo seja isso mesmo — um espetáculo — dentro e fora das quatro linhas”.

Entretanto, a polícia instaurou um processo de inquérito aos “polícias intervenientes na reposição da ordem pública na Praça Duque de Saldanha”, onde Bernardo Topa foi atingido.

A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

O adepto tem 28 anos e é natural do Porto, de onde veio para celebrar o primeiro bicampeonato do Sporting em mais de 70 anos. Bernardo trabalha como comissário da TAP, foi nadador-salvador durante uma década e chegou a estagiar na SportingTV, revela o Record.

Inicialmente, segundo o MaisFutebol, as autoridades acreditavam que o sportinguista tinha sido atingido com pirotecnia, já que tinham rebentado vários petardos na zona. No entanto, o relato feito pelo adepto permitiu à polícia relacionar esse ferimento com uma “limpeza de área” que terá culminado na bala perdida que o atingiu.

Bernardo admite processar a PSP e o Estado português por negligência, depois de uma bala ter destruído o seu olho. “Saí dali a correr desesperado com dores e a escorrer sangue”, descreveu ao Record.

Lucros da Sonae aumentam 77% no primeiro trimestre para 43 milhões

Os lucros da Sonae cresceram, no primeiro trimestre deste ano, 77,2%, em termos homólogos, para 43 milhões de euros, adiantou o grupo em comunicado divulgado nesta quarta-feira.

Este resultado reflete uma melhoria na “rentabilidade operacional dos negócios e revalorizações dos ativos do grupo”, disse a empresa, apontando ainda a “melhoria do desempenho operacional” que compensou “o impacto do aumento das amortizações e dos custos financeiros associados à expansão do portefólio”.

Por outro lado, o volume de negócios consolidado da Sonae aumentou 23% em termos homólogos para 2,6 mil milhões de euros nos primeiros três meses do ano, “impulsionado por um forte crescimento orgânico nos principais negócios e pela integração de empresas recentemente adquiridas, incluindo a Musti e a Druni”. No retalho alimentar as vendas subiram 7%, apesar dos efeitos “desfavoráveis de calendário (uma vez que 2024 foi um ano bissexto e este ano a Páscoa ocorreu apenas em abril).”

Em comunicado, Cláudia Azevedo, presidente do grupo, é citada realçando “o sólido desempenho do grupo no início de 2025”, e acrescenta: “Todos os nossos negócios cresceram e reforçaram as suas quotas de mercado, em setores muito competitivos e num contexto marcado por elevada volatilidade.”

Missa, televisões e André Ventura. Ainda não é tarde para salvar a democracia

O resultado das eleições de dia 18 lembraram-me o livro As Notícias. Um manual de utilização. Nele, Alain de Botton lembra-nos que agora as notícias ocupam nas nossas vidas a mesma posição dominante antes ocupada pelas religiões. Nas sociedades modernas, temos hoje ao ligar a televisão para ver o jornal do dia ou da noite a mesma atenção que outrora se tinha quando se ia à missa. E para muitos, a informação tornou-se num credo filtrado pelas suas ideias: só acreditam nos seus próprios deuses e abominam os dos povos vizinhos.

O calor encolheu o Nemo: peixes-palhaço reagem ao stress térmico para sobreviver

“Nemo encolhido: o peixe-palhaço sobrevive às ondas de calor encolhendo-se”, anuncia o comunicado de imprensa que relata como uma equipa de investigadores das universidades de Newcastle, Leeds e Boston concluiu que esta espécie de peixe − celebrizada no popular filme de animação À Procura de Nemo − possui a capacidade de se encolher, ou seja, a de os peixes ficarem mais curtos, em resposta ao stress térmico. Esta reacção aumenta em 78% as hipóteses de os indivíduos sobreviverem.

Os investigadores das universidades britânicas e norte-americana mediram “o comprimento de 134 peixes-palhaço todos os meses, durante cinco meses, e monitorizou a temperatura da água de quatro a seis dias, durante uma onda de calor marinha”, lê-se no comunicado de imprensa sobre o estudo publicado esta quarta-feira na revista científica Science Advances.

Numa descoberta “emocionante”, acrescenta-se, os resultados do trabalho mostram também que a coordenação é importante para os peixes-palhaço (Amphiprion percula), pois têm mais hipóteses de sobreviver às ondas de calor quando se encolhem ao lado do seu parceiro de reprodução. “Esta é a primeira vez que se demonstra que um peixe de recife de coral reduz o comprimento do seu corpo em resposta a condições ambientais e sociais”, refere a nota da Universidade de Newcastle ​​.

Ao longo dos cinco meses, 101 dos peixes-palhaço encolheram pelo menos uma vez em resposta à onda de calor
Morgan Bennett-Smith

“Não se trata apenas de ficar mais magro em condições de stress, estes peixes estão mesmo a ficar mais pequenos. Ainda não sabemos exactamente como o fazem, mas sabemos que alguns outros animais também o conseguem fazer. Por exemplo, as iguanas marinhas podem reabsorver parte do seu material ósseo para também encolherem durante períodos de stress ambiental”, adianta Melissa Versteeg, estudante de doutoramento da Escola de Ciências Naturais e Ambientais da Universidade de Newcastle, que liderou o estudo.

Como encolhem?

No artigo publicado esta quarta-feira na Science Advances, os autores dão mais detalhes: a descoberta foi feita durante ondas de calor marinhas extremas nos recifes de coral do Indo-Pacífico. Os investigadores monitorizaram 67 casais reprodutores selvagens de peixes-palhaço na Baía de Kimbe, na Papua-Nova Guiné, de Fevereiro a Agosto de 2023, durante o quarto evento mundial de branqueamento de corais, quando as temperaturas da Baía de Kimbe excederam a média preexistente em 4 graus Celsius, descreve o estudo.

Em média, a redução do comprimento do peixe situou-se entre os 50 e 83 milímetros. “O nosso estudo não inclui informações sobre o mecanismo de encolhimento, mas estudos anteriores sobre o crescimento de vertebrados podem fornecer algumas informações sobre os custos fisiológicos de ser grande à medida que as temperaturas aumentam”, lê-se no artigo.

A equipa acompanhou 67 casais reprodutores selvagens de peixes-palhaço na Baía de Kimbe, Papua-Nova Guiné
Morgan Bennett-Smith

Reduzir o comprimento do corpo através da reabsorção de tecidos, em oposição à simples perda de peso, pode ser adaptativo”, referem os autores, observando que a reabsorção pode ser uma forma de se ajustar às mudanças nas necessidades metabólicas. Em alternativa, o efeito do stress térmico pode ser indirecto, “mediado por alterações na disponibilidade ou composição dos alimentos”.

A plasticidade do crescimento e do tamanho em resposta à variação da temperatura será especialmente útil para organismos que estão muito ligados ao local e não podem regular o stress térmico a nível do comportamento e que vivem perto do seu máximo térmico em ambientes flutuantes. Este é o caso do peixe-palhaço, que está obrigatoriamente associado a anémonas hospedeiras em ecossistemas tropicais de águas pouco profundas, referem os cientistas, que admitem que esta redução de tamanho em resposta ao stress térmico possa ser encontrada noutras espécies tropicais de corpo pequeno e ligadas ao local.

Com os resultados das medições mensais, os autores afirmam ter encontrado uma relação causal entre o calor excessivo das águas e o encolhimento. “Ao longo dos meses, 101 dos peixes-palhaço encolheram pelo menos uma vez em resposta ao stress térmico”, escrevem no artigo, acrescentando que esta reacção aumentava a probabilidade de sobrevivência dos peixes até 78%, em comparação com os 33 peixes que não encolhiam.

“Em conclusão, uma resposta plástica de crescimento individual ao stress térmico, condicionada pelo ambiente social, pode levar a benefícios de sobrevivência a curto prazo. Se esta plasticidade fosse generalizada nos peixes, poderia ter consequências marcantes para as populações e comunidades à medida que as ondas de calor se tornam mais frequentes”, concluem.

O peixe-palhaço está associado anémonas hospedeiras em ecossistemas tropicais de águas pouco profundas
Morgan Bennett-Smith

Um pau de dois bicos

E, ao que parece, reduzir de tamanho será um pau de dois bicos para os peixes-palhaço. Pode ser bom: “O lado positivo do encolhimento para a população é que reduz a taxa de mortalidade durante o evento de stress térmico, o que pode facilitar a persistência da população durante as ondas de calor marinhas que estão a aumentar em frequência e intensidade nos oceanos tropicais.” Mas também pode ser mau: “A desvantagem do encolhimento da população é a diminuição da taxa de natalidade à medida que os peixes se tornam mais pequenos, uma vez que o rendimento reprodutivo está relacionado com o tamanho do corpo das anémonas e da maioria dos outros peixes.”

Seja como for, não é um fenómeno inédito. “A redução do tamanho do corpo foi considerada a terceira resposta ecológica universal ao aquecimento global, juntamente com as mudanças na distribuição das espécies e as alterações na fenologia”, escrevem os autores no artigo publicado.

Regressando à nota de imprensa, Melissa Versteeg não disfarça o entusiasmo: “Ficámos tão surpreendidos com o encolhimento destes peixes que, para termos a certeza, medimos cada indivíduo repetidamente durante um período de cinco meses. No final, descobrimos que era muito comum nesta população.”

Theresa Rueger, professora catedrática de Ciências Marinhas Tropicais e autora principal do estudo, acrescenta que os resultados mostram “que os peixes podem encolher-se em resposta ao stress térmico, que este é ainda mais afectado por conflitos sociais, e que a contracção pode melhorar as suas hipóteses de sobrevivência”. Se esse encolhimento a nível individual fosse generalizado e ocorresse entre diferentes espécies de peixes, nota a bióloga, “poderia constituir uma hipótese alternativa plausível para explicar por que razão o tamanho de muitas espécies de peixes está a diminuir, sendo necessários mais estudos nesta área”.

No artigo, os cientistas rematam: “Esta é a extraordinária plasticidade de crescimento em resposta ao stress térmico que demonstramos aqui: os indivíduos adultos encolhem.”

Trump acusa África do Sul de genocídio contra brancos em encontro tenso com presidente

O que se passou na Casa Branca esta quarta feira Encontro entre Donald Trump e Cyril Ramaphosa teve direito a vídeos e muito constrangimento. As luzes apagaram-se na Casa Branca esta quarta feira, quando o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa foi surpreendido com um conjunto de vídeos escolhidos pelo presidente dos EUA. As imagens mostravam protestos contra, segundo Donald Trump, fazendeiros brancos que vivem no país africano. Nos vídeos grupos de manifestantes cantavam uma polémica música contra o Apartheid, que menciona “matar fazendeiros”. “Estas são pessoas que são autoridades e estão a dizer… matem os fazendeiros brancos e tomem as suas

Cinco detidos e 7,3 toneladas de canábis apreendidas na operação “Erva Daninha”

A Polícia Judiciária (PJ) apreendeu 7,3 toneladas de canábis e 411 mil euros na operação de terça-feira contra o tráfico de droga através de plantações legais de canábis, que culminou com cinco detidos, disse fonte da instituição.

Segundo a mesma fonte, foram ainda apreendidos na operação “Erva Daninha” 12 veículos e 11 armas.

Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui

No total, foram realizadas 64 buscas no continente e na Madeira, seis em Espanha, uma na Bulgária e outra no Chipre.

“A organização criminosa em causa, conhecendo as falhas e vulnerabilidades do sistema de fiscalização e controlo de exportação de canábis medicinal em Portugal, adquiria empresas farmacêuticas, depois criava sociedades comerciais licenciadas para o comércio por grosso, importação e exportação de canábis medicinal, acabando, na realidade, por enviar vários milhares de quilos de canábis para mercados ilícitos utilizando documentação de certificados falsos“, referiu na terça-feira, em comunicado, a PJ.

O destino da droga seriam os mercados europeu e africano e a atividade duraria há alguns meses.

A investigação começou no início de 2022, no âmbito da cooperação com as autoridades espanholas, e tinha, numa primeira fase, culminado na apreensão de “um total de cerca de 1.200 quilos de anfetaminas (3-CMC e 3-MMC)“.

O inquérito é titulado pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal, tendo participado na operação de terça-feira cerca de 300 inspetores, 48 peritos e 24 seguranças da PJ, seis magistrados do Ministério Público e três juízes.

Gestor do terminal rodoviário de Sete Rios tem de dar acesso à FlixBus, diz regulador

A Autoridade da Mobilidade e Transportes (AMT) determinou ao operador do terminal de Sete Rios em Lisboa que garanta o acesso à empresa FlixBus que opera serviços rodoviários de longo curso entre várias cidades. Esta decisão do regulador dos transportes surge na sequência de um recurso apresentado pela FlixBus face à ausência de decisões ou decisões de recusa de acesso a vários terminais rodoviários, entre os quais o de Sete Rios.

Em comunicado, a AMT diz que, após a análise dos argumentos, “não foi provado o esgotamento da capacidade do terminal e foi confirmada a existência de capacidade disponível — também pelo Município de Lisboa —  pelo que foi determinado que o gestor do terminal deve facultar o acesso ao terminal, dentro dos horários disponíveis, não podendo tal ser negado, a todos os operadores que o requeiram”.

O terminal de Sete Rios é operado pela RNE (Rede Nacional de Expressos) que é a maior concorrente da FlixBus nos trajetos de longo curso em autocarro. Além de Lisboa, a FlixBus identificou mais sete terminais nas cidades de Évora, Portimão, Leiria e Fátima, Tomar e Abrantes, Caldas da Rainha, Coimbra e Faro onde estaria a enfrentar dificuldades de acesso. Esta informação foi prestada em setembro de 2021, tendo sido considerada no relatório da ação de supervisão levada a cabo pela AMT aos gestores de interfaces de serviço rodoviário e às respetivas condições de acesso, divulgado em agosto do ano passado.

A FlixBus é uma empresa alemã que entrou em Portugal em 2017 e que tem tido forte crescimento na oferta de transporte de longo curso dentro do país e para destinos europeus. Em Lisboa, a empresa usa o terminal de autocarros da Gare do Oriente e também uma paragem em frente ao Jardim Zoológico na zona de Sete Rios que fica fora do terminal.

O acesso a terminais apenas pode ser recusado em caso de comprovada incapacidade para receber serviços adicionais. A AMT é a instância de recurso contra eventuais decisões desfavoráveis ou com falta de fundamentação.

A Rede Nacional de Expressos (RNE) tem um prazo de dez dias para publicitar no seu site informação sobre as taxas de ocupação do terminal para que a FlixBus ou outros operadores possam apresentar pedidos de acesso fundamentos. Nesse prazo terá ainda de responder ao pedido de acesso feito pelo operador concorrente, fundamentando o grau de ocupação e disponibilidade da infraestrutura nos horários solicitados, e comunicar os horários ocupados e os disponíveis, bem como os critérios para a sua atribuição.

O regulador dos transportes diz ainda que vai levar a sua decisão à Autoridade da Concorrência para esta avaliar a existência de “eventuais práticas restritivas da concorrência”. E avisa que existe a obrigação dos gestores de terminais rodoviários em todo o país de publicarem regulamentos com informação atualizada sobre a ocupação do terminal, horários disponíveis e critérios de alocação. As infrações ao cumprimento destas regras constituem contraordenações.