Agrava-se o incêndio em Arganil. Autarca queixa-se de falta de meios


Madrugada difícil em Arganil, onde o vento complicou o combate às chamas.
Um cenário descrito, na última hora, à Renascença, pelo presidente da autarquia, Luís Paulo Costa.
“Esta madrugada foi muito complicada e continua. O início da manhã continua também muito difícil porque os ventos intensificaram-se muito durante a noite, a partir da uma da manhã começaram a ficar muito severos e já fizeram perder completamente o trabalho que tinha sido feito pelos bombeiros ontem ao fim da tarde, ao fim do dia, e há aqui várias frentes que foram empurradas com uma velocidade muito, mesmo muito significativa e está francamente desgovernado e incontrolável”, descreve.
Já segue a Informação da Renascença no WhatsApp? É só clicar aqui
A população que é obrigada a deixar as habitações está a ser acolhida com a ajuda de IPSS locais. Há ainda um pavilhão gimnodesportivo em Coja, para acolher pessoas. Luís Paulo Costa refere que a progressão do fogo obrigou à retirada, por precaução, de quatro pessoas, nas aldeias de Valado e Casarias.
“Nas várias linhas de fogo encontram-se várias aldeias. Tem havido aqui um trabalho de articulação, nomeadamente da Proteção Civil com a GNR, no sentido de avisarem as pessoas e de chegarem antes do fogo circundar as aldeias”, diz o autarca, revelando que durante a madrugada foram retiradas quatro pessoas de duas aldeias.
O presidente da Câmara de Arganil, Luís Paulo Costa, queixa-se da falta de meios e identifica no trabalho da Proteção Civil uma possível má abordagem ao incêndio
“Nós vimos de anteontem, com um dia em que houve aqui um número muito significativo de meios, um empenho muito grande, houve muita organização. As coisas ontem já não correram tão bem. Houve aqui coisas que claramente não correram bem, para não dizer expressamente que correram mal”, assinala.
Ressaltando que não sabe o suficiente sobre combate a incêndios, Luís Paulo Costa destaca que “num incêndio, que tem sempre um conjunto de adversidades, em determinados momentos acontecem janelas de oportunidade, que são uma hipótese para fazer trabalhos ou de contenção ou de combate a incêndio com probabilidade de sucesso”.
“E aquilo que ontem aconteceu foi o desperdício de algumas janelas de oportunidade, porque não estavam meios nas localizações necessárias, porque não eram em número suficiente. E esta madrugada a coisa foi ainda mais flagrante e, portanto, está a ser aqui um exercício muito desanimador”, completa.
De acordo com a Proteção Civil há mais de 800 operacionais no incêndio de Arganil que alastrou a Oliveira do Hospital.
Número semelhante em Sátão, com as chamas a atingirem também os concelhos de Aguiar da Beira, Sernancelhe e Moimenta da Beira.
Estão ainda fora do controlo os incêndios da Lousã, com cerca de três centena de bombeiros a tentar travar a progressão do fogo.
Também Trancoso, onde as últimas horas são de combate a um reacendimento das chamas de deflagraram em Freches. No mesmo concelho há agora um incêndio em Moreira de Rei.
No concelho de Cinfães, uma centena de operacionais combate um incêndio que lavra desde o final da tarde de quarta-feira.
Em Ribeira de Nisa, Portalegre há mais de trezentos operacionais a combater um fogo que teve início às duas da tarde de ontem.