​Os britânicos e a Europa

Na passada segunda-feira o Reino Unido e a União Europeia (UE) celebraram um acordo sobretudo de natureza económica. É o último facto de uma relação complicada que já leva mais de meio século.

Em 1957 seis países europeus – França, Alemanha, Itália, Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo – assinaram o Tratado de Roma, um grande passo em frente da integração europeia.

O Reino Unido não quis fazer parte da Comunidade Económica Europeia. Promoveu, antes, o comércio livre na Europa, sobretudo através da EFTA (Associação Europeia de Comércio Livre). Além do Reino Unido, faziam parte da EFTA Portugal, Suécia, Suíça, Dinamarca, Noruega e Áustria.

Portugal vivia então em ditadura, pelo que não poderia entrar para a CEE. Foi importante para a economia portuguesa este comércio livre de artigos industriais. Foi a entrada do país na integração europeia.

A economia dos seis países da CEE cresceu notavelmente. Perante tal sucesso, o Reino Unido arrepiou caminho e tentou aderir à CEE. Mas o general De Gaulle, presidente de França, opôs-se à entrada do Reino Unido na CEE.

Só em 1973 logrou o Reino Unido aderir à CEE, depois União Europeia. Mas as coisas complicaram-se e o Reino Unido acabou por abandonar a UE em 2016 – foi o Brexit.

Só que os britânicos partidários do Brexit se iludiram quanto aos benefícios de o seu país se desligar da UE. Por isso o governo trabalhista do Reino Unido manifestou empenho em estabelecer acordos com a UE.

Não se trata de um regresso dos britânicos à Europa comunitária, mas de acordos pontuais úteis a ambas as partes. Agora foi um acordo de natureza sobretudo económica, mas que também contempla a área estratégica e da defesa. A UE valoriza a cooperação com o Reino Unido na defesa.

Despedimentos e lay-off na Coindu. “Tememos o pior”

Ernesto Fernandes espera à porta da Coindu, em Joane, pelo fim do turno da mulher. Ficou desempregado há dois meses e é com expetativa que aguarda por novidades de Manuela, para saber como vai ser o futuro da família.

“Vamos ver o que se vai suceder. Não há nada a fazer. O que fazemos nesta idade?”, questiona. “Se ela calha de ir para lay-off , sou eu e ela nesta situação. Ela ainda tem emprego, eu não”, afirma Ernesto Fernandes, à Renascença.

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“Tem de ser um dia de cada vez”, diz resignado o antigo funcionário de uma empresa têxtil que fechou portas em abril, também em Vila Nova de Famalicão.

Minutos depois, a suspeita confirmava-se. Manuela trazia a indicação de que vai para lay-off. Só não sabe a data. “Só segunda-feira é que nos vão dizer”, conta a trabalhadora, que admite estar com “medo”.

É uma história que se repete depois de, no ano passado, já ter passado por um processo lay-off. “É outro de novo”. “Agora é pior porque tenho o marido desempregado”, lamentava.

O fim da Coindu. Trabalhadoras penduram batas no último dia da fábrica

A Maria Costa, 62 anos de idade e 33 de casa, calhou o mesmo destino: seis meses sem trabalho.

“O que eles [a administração] dizem é que não há trabalho. Só para 2027 é que vem uma grande encomenda”, conta a sexagenária, que admite que não se importava de ser ela uma das 123 pessoas despedidas. “Ia para a reforma, mas não nos mandam a nós [mais antigos]”.

A decisão da empresa apanhou de surpresa o sindicato Têxtil do Minho e Trás-os-Montes.

“Isto é uma muito má notícia, aponta o sindicalista Francisco Vieira.

“Neste momento tememos o pior. A partir do momento em que isto [a empresa] passou para as mãos de capital internacional [italiano], tememos uma deslocalização”, admite o responsável.

“Neste momento, a pergunta que se tem de fazer é se está garantida a continuidade da Coindu em Portugal e que Coindu?”, vinca o sindicalista, lembrando que a empresa abriu “há meia dúzia de meses” uma unidade na Tunísia e “há trabalhadores daqui a trabalhar lá”, adverte.

Ataque israelita deixa mais de 50 desaparecidos na Faixa de Gaza

Um bombardeamento israelita destruiu esta sexta-feira uma casa no campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza, de acordo com a Proteção Civil, que estima que mais de 50 pessoas continuem desaparecidas sob os escombros.

Em comunicado, o porta-voz da agência do território palestiniano, controlado pelo movimento islamita Hamas, Mahmud Basal, explicou que o ataque fez quatro mortos e outros seis foram resgatados, acrescentando que todos eram civis.

“As operações de busca terminaram devido à falta de equipamento pesado necessário para chegar àqueles que ainda estão presos sob os escombros”, acrescentou Basal.

O bombardeamento destruiu uma casa de quatro andares pertencente a uma família no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.

Os ataques israelitas contra o enclave palestiniano continuaram durante a madrugada, elevando para 85 o número de mortos desde o início da manhã de quinta-feira, de acordo com fontes médicas citadas pela emissora do Catar Al Jazeera e por outros meios de comunicação locais.

O gabinete de imprensa do Governo de Gaza noticiou ainda a morte de seis agentes de segurança que trabalhavam na distribuição e proteção de ajuda humanitária em Deir al-Balah, no centro da Faixa de Gaza, em resultado de “ataques e incursões diretas” do exército israelita.

O Governo do enclave afirmou que os agentes estavam a “executar uma tarefa puramente humanitária” de proteger “dois camiões de medicamentos e material médico” para os hospitais.

As autoridades denunciaram o ataque como uma resposta ao desejo de Israel de “interromper o fluxo de ajuda humanitária” e “criar um estado de caos”, permitindo o “saque de ajuda humanitária” e garantindo que “não chega aos destinatários pretendidos”.

Desde o início da ofensiva, em outubro de 2023, pelo menos 53.762 palestinianos foram mortos, incluindo 16.503 menores, entre os quais mais de 900 bebés com menos de um ano de idade, de acordo com o Ministério da Saúde.

As negociações indiretas entre Israel e o Hamas para um eventual cessar-fogo e a libertação de reféns continuam estagnadas.

Alegando querer obrigar o Hamas a libertar os reféns raptados durante o ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, Israel bloqueou igualmente toda a ajuda a Gaza, a 02 de março, acusando o Hamas de a desviar, o que este nega.

As autoridades israelitas, sob pressão internacional, anunciaram esta semana um recomeço limitado da ajuda humanitária, que estava totalmente bloqueada há mais de dois meses.

Depois de as forças israelitas terem quebrado uma trégua de dois meses, a 18 de março, o Governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou, no início de maio, um plano de conquista de Gaza, à custa da deslocação interna da maioria dos seus 2,4 milhões de habitantes.

Frente Cívica pede a Luís Montenegro que cobre indemnizações à REN pelo apagão

A associação Frente Cívica disse esta quinta-feira ter pedido ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, que o Governo cobre uma indemnização à REN – Redes Energéticas Nacionais pelos prejuízos causados pelo apagão de 28 de abril.

“A atividade económica parou, negócios perderam stocks de produtos perecíveis, os portugueses temeram pela sua segurança, e em pelo menos um caso, a falha de energia provocou ou contribuiu para a morte de uma pessoa”, recorda a associação, numa carta enviada na quinta-feira.

O Ministério da Saúde anunciou, em 01 de maio, que ordenou uma averiguação das circunstâncias da morte de uma mulher de 77 anos que estava ventilada e que terá morrido, alegadamente, em consequência do apagão de 28 de abril.

A Frente Cívica apontou a REN como “responsável por este e outros prejuízos”, uma vez que “é a esta empresa que compete fazer a gestão global da rede elétrica e garantir o fornecimento do serviço elétrico em contínuo e em permanência”.

“A este nível, na sua primeira e principal missão, a REN falhou em toda a linha, ou em toda a rede”, lê-se na missiva.

“Dado que a REN fracassou na função que lhe foi atribuída pelo Estado e pelos portugueses, deve agora indemnizar-nos a todos enquanto cidadãos”, defendeu a associação.

A Frente Cívica exortou o Governo a cobrar à gestora das redes nacionais uma indemnização no valor de 780,5 milhões de euros, o mesmo valor que a associação estimou para o prejuízo do apagão de 28 de abril.

Esta indemnização permitiria “ao Estado acudir aos prejuízos incorridos pelos agentes económicos afetados pelo apagão”, referiu a carta.

“Na eventualidade de não conseguir indemnizar, a REN poderá sempre entregar a concessão de volta ao Estado português, legítimo representante dos cidadãos ludibriados pela sua incúria”, concluiu a Frente Cívica.

Os prejuízos provocados pelo apagão atingem, pelo menos, três milhões de euros no setor do leite e laticínios, estimou a Confederação das Cooperativas Agrícolas e do Crédito Agrícola de Portugal (Confagri), que reclama ajudas do Governo.

Também a Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC) já reclamou a criação de uma linha de apoio, perante os custos decorrentes do apagão, que levou a que animais deixassem de ser enviados para consumo.

A carta enviada a Luís Montenegro é assinada por Paulo de Morais e João Paulo Batalha, respetivamente presidente e vice-presidente da Frente Cívica.

Paulo Morais, que já foi vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, vai ser candidato pelo PSD nas próximas autárquicas à Câmara de Viana do Castelo e esteve com Montenegro durante a campanha para as legislativas antecipadas de 18 de maio.

A crónica do Benfica-Ovarense, 85-66: Domínio depois do susto

Ovarense entra forte na Luz, mas Benfica reage e ganha vantagem nas ‘meias’ do playoff

O Benfica puxou dos galões de tricampeão nacional e de vencedor da fase regular da Liga Betclic para receber e bater (85-66) a Ovarense, no jogo 1 das meias-finais do playoff, disputado à melhor de cinco.

Por Alexandre Reis

Dahl dá tudo para ficar no Benfica

Lateral-esquerdo pressiona Roma, pois está determinado em permanecer na Luz

Enquanto discute com a Roma os valores para manter Samuel Dahl, o Benfica conta com um aliado de peso. O lateral-esquerdo sueco tem pressionado junto dos responsáveis do emblema italiano, pois está determinado em permanecer, em definitivo, de águia ao peito.

Por Nuno Martins

Miguel Menino na agenda para o meio-campo do V. Guimarães

Jogador do Farense é o eleito para render João Mendes no plantel e o negócio é viável

Miguel Menino está na agenda do V. Guimarães para o reforço do meio-campo. O jogador do Farense é o eleito para render João Mendes no próximo plantel dos vitorianos, num negócio que vai adiantado e tem condições para se concretizar, em função da conjugação de vontades de todas as partes.

Por António Mendes e Armando Alves

Francisco Conceição confirmado no Mundial de Clubes com a Juventus

FC Porto aceitou extensão do empréstimo do internacional português, que não ficou prevista no acordo inicial entre clubes

A imprensa italiana manifestou ontem algumas dúvidas sobre o fim do período de empréstimo de Francisco Conceição à Juventus e o ‘Tuttosport’ até escreveu que o superagente Jorge Mendes estava em comunicação direta com o FC Porto para prolongar a ligação até ao fim do Mundial de Clubes. Mas segundo apurou Record, o FC Porto já aceitou a extensão do empréstimo, que não ficou prevista no acordo inicial entre clubes.

Quer isto dizer que Francisco Conceição estará ao serviço da Juventus no grande palco da FIFA no período em que a sua cláusula de rescisão está em saldos. Recordar que a cláusula do internacional português é de 45 milhões de euros, descendo para os 30 milhões de euros entre 15 de junho e 15 de julho.

Por Record

Apoio dos adeptos do Vizela vai transpor muros do estádio

Com 450 seguros na bancada, vizelenses organizam-se para receber a equipa em peso nas Aves

Com o entusiasmo em redor da equipa nos píncaros, perante a possibilidade do regresso à 1ª Liga, as gentes de Vizela estão a mobilizar-se em força para a visita à Vila das Aves, da 1ª mão do playoff frente ao AVS SAD. Os 450 bilhetes disponibilizados voaram em apenas uma hora, mas o apoio não se ficará por aí, com os adeptos a organizarem-se para uma receção calorosa à equipa no estádio adversário.

“Vizelenses, chegou a nossa hora! Receção à equipa em Vila das Aves no sábado [amanhã]. Com ou sem bilhete, todos são fundamentais. O apoio à equipa tem de ser infernal”, pode ler-se na página da claque Força Azul, no Facebook, que pediu uma adesão digna da história das gentes de Vizela: “Saiam todos à rua como saíram os mais velhos no concelho quando tocava a rebate.” Esta última referência alude à luta da freguesia pela sua elevação a concelho, que durou entre 1982 e 1998. Nesse período, de forma a reunir a população na rua tendo em vista os protestos, era utilizada uma sirene.

De notar que, apesar do forte apoio à equipa bem visível ao longo dos últimos meses, com a subida de rendimento da equipa e a gradual ascensão na tabela, o cenário foi muito diferente no início da época. Aliás, até janeiro raramente foi quebrada a barreira dos 1.500 espectadores no Estádio doVizela, o que contrasta com os últimos jogos em casa, em que estiveram mais do que 3 mil nas bancadas.

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Por Marques dos Santos

Miguel Oliveira quer evoluir em Silverstone

Piloto português confiante para GP Inglaterra

Depois de ter regressado após longa lesão no GP França, Miguel Oliveira (Pramac) começa esta sexta-feira a competir no GP Inglaterra, em Silverstone, onde quer dar sinais de evolução.

“Após voltar em Le Mans, onde o objetivo principal era recuperar o ritmo perdido, sem qualquer outra expectativa que não fosse fazer voltas e voltar a acostumar-me à mota, a abordagem a Silverstone vai ser completamente diferente. Fisicamente, espero estar em melhor forma. Nos últimos dias desde o GP de França que tenho treinado intensamente”, comentou o piloto português, em declarações reproduzidas pela Yamaha, que é 24º no Mundial, liderado pelo espanhol Marc Márquez (Ducati).

Esta sexta-feira há treinos livres (11h45 e 16h00); no sábado disputa-se a corrida sprint (16h00); e no domingo há o Grande Prémio (14h00). 

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