👽 Histórias das teorias da conspiração

Olá.

A cineasta Margarida Cardoso contou uma história, que ficou de fora de um trabalho a sair em breve no PÚBLICO, que não só não merece encontrar o seu fim nos blocos de notas esquecidos de uma jornalista como se cruza com uma leitura já com dois meses vinda do New York Times e que diz qualquer coisa sobre 2025 e o que nos trouxe aqui. Vejamos se acreditam.

O crítico James Poniewozik escreveu como os espectadores da TV americana (e por conseguinte do mundo que por aqui a consome) estão treinados para ser teóricos de conspiração, em particular desde os anos 1990 com Ficheiros Secretos, cujo espírito vai beber ao escândalo de Watergate. E depois do 11 de Setembro, dois tipos de entretenimento grassavam: ver séries como 24 ou Segurança Nacional ou ser pessoas a pensar que os atentados foram forjados, vieram de dentro dos EUA e muitos etc, criando um terreno fértil para o QAnon ou o 4Chan. Quando Donald Trump usa retórica conspiracionista, isso é uma ferramenta de poder.

Ora, Margarida Cardoso recordou-nos o documentário Opération Lune (2002), do realizador William Karel para o canal Arte, precisamente sobre o formato documentário e como se pode manipulá-lo. “É um documentário com entrevistas com pessoas muito importantes, como o Henry Kissinger ou o Donald Rumsfeld, para contar a história de que Stanley Kubrick na realidade filmou a ida à lua, porque a viagem correu mal e aproveitaram os estúdios do 2001 — Odisseia no Espaço e refizeram tudo. Mostram ‘documentos’, tens coisas do Jimmy Carter a pronunciar-se sobre isso. Só que o documentário é falso.” A teoria de que a ida do ser humano à Lua é falsa é uma das mais velhinhas histórias conspirativas e hoje só encontra paralelo nos defensores de que a Terra é plana.

“A história é falsa, mas toda a linguagem, as entrevistas… podes criar um objecto completamente falso”, comentou Margarida Cardoso. Opération Lune é um mockumentary que no final explica que o é, mas o que faz é recordar que tudo pode ser manipulado e que as imagens bem montadas têm de ser vistas de forma crítica. Isto foi duas décadas antes da sofisticação dos deep fakes mas já depois de Ficheiros Secretos educarem uma geração, ou mais, a pensar que a verdade está por aí, lá fora, nas palavras de Chris Carter.

O problema é que a verdade é esquiva, cada vez mais, e que a mesma televisão que a tenta respeitar ou mostrar como ela pode ser manipulada contribui, através de narrativas simultaneamente inquietantes e tranquilizadoras (a culpa é de alguém, maior e mais acima do que nós), para o molho de bróculos em que alguns dos homens e mulheres mais poderosos do mundo usam a argumentação das minorias privadas de direitos como vocabulário de poder absolutista.

Por outro lado, Donald Trump pode estar a tentar terraplanar os media e seus críticos, mas os seus próprios acólitos não mudam de canal: tanto falou do caso Jeffrey Epstein e das muitas menores afectadas pelo seu círculo de tráfico e abuso, lançando suspeitas sobre os seus opositores que podem ter estado envolvidos, que agora não se livra dos fãs de true crime e de conspirações.

Netflix

Sexta-feira, 15 de Agosto

The Biggest Loser: O Peso da Verdade Um dos chavões favoritos dos programadores quando tentam pôr maquilhagem num porco, como o dizer popular britânico, é dizer que os programas da vida real são “experiências sociológicas”. Ora, The Biggest Loser, que teve a sua versão portuguesa chamada Peso Pesado, era um concurso aparentemente com um bom propósito: incentivar a melhoria da saúde de concorrentes com obesidade mórbida. Mas quem viu um episódio sequer sabe que havia mais. Era a gamificação da saúde, o voyeurismo sobre pessoas que a sociedade olha de lado, uma solução rápida e uma exploração da imagem de cada um dos concorrentes. Esta minissérie tem três episódios que mostram as facetas do programa.

Night Always ComesVanessa Kirby e Jennifer Jason Leigh, razão bastante para espreitar este drama baseado no livro homónimo de Willy Vlautin sobre uma mulher que arrisca tudo para conseguir uma casa para a sua família. Passa-se numa só noite e o passado é o seu adversário.

Terça-feira, 19 de Agosto

Equipa Americana: Jerry Jones e os Seus Cowboys A história de Jerry Jones e como comprou a equipa de futebol americano dos Dallas Cowboys e com isso criou um ícone desportivo.

Devo Documentário sobre a banda de Whip It, que se estreou no Festival de Sundance em 2024 e é realizada por Chris Smith (Fyre, Sr., Wham!).

Quarta-feira, 20 de Agosto

Pssica Uma mãe e um pirata lutam para encontrar a adolescente raptada por uma rede de tráfico sexual neste filme brasileiro.

Quinta-feira, 21 de Agosto

Hostage  Série que tem uns aromas da A Diplomata e a filmes com ataques às capitais e suas sedes presidenciais: o marido da primeira-ministra inglesa é raptado e a Presidente francesa recebe ameaças durante uma cimeira, começando um thriller com Julie Delpy e Suranne Jones. Curiosidade: Jenny Beth, a cantora-actriz das Savages, tem um dos papéis principais. Cinco episódios.

Fall for Me Filme romântico/erótico da Netflix em que uma jovem vai visitar a irmã a Maiorca e desconfia do carácter do noivo dela; mas ao mesmo tempo vive um romance tórrido com um promotor de um clube que tem, adivinhe-se, “segredos”.

HBO Max

Segunda-feira, 18 de Agosto

Women Wearing Shoulder Pads Série do canal Adult Swim que leva ao espectador e a sua protagonista, Marioneta, à companhia de um grupo de mulheres “excêntricas e ambiciosas que navegam pelo complexo mundo do amor, da família e dos negócios” em Quito nos anos 1980. Criada por Gonzalo Cordova (Tuca & Bertie, Adam Ruins Everything) é uma série de animação em stop-motion.

Prime Video

Sexta-feira, 15 de Agosto

A Mulher da Casa Abandonada — Documentário de crime real sobre uma mulher que vive numa mansão em ruínas em São Paulo, fugida dos EUA e procurada por um crime.

Betty, a Feia: A História Continua — Passada 20 anos depois da série original, agora Betty tenta reatar a sua ligação com a filha adolescente e luta pela sobrevivência do seu casamento.

Filmin

Terça-feira, 19 de Agosto

A Rapariga Que Desapareceu — Minissérie de quatro episódios sobre um casal recém formado que está só feliz. Mas um dia ela desaparece e não é um simples caso de rapto ou morte, mas sim de identidades fabricadas. E afinal há crimes também.

Um Café e Um Par de Sapatos NovosDrama de Gentian Koçi protagonizado pelos irmãos portugueses Edgar e Rafael Morais e sobre dois gémeos surdos-mudos que enfrentam o pior pesadelo: a perda inevitável da visão.

Disney+

Sexta-feira, 15 de Agosto

Sem Limites com Chris Hemsworth: Viver Melhor Agora Depois da primeira temporada em que descobriu ter propensão genética para uma forma de demência, Chris Hemsworth aceita três novos desafios para explorar formas científicas de melhorar a saúde humana. Tocar bateria num concerto de estádio, escalar 180 metros no gelo ou sobreviver ao treino das Forças Especiais da Coreia do Sul.

Quarta-feira, 20 de Agosto

O Estranho Caso de Amanda Knox O caso da jovem norte-americana condenada pelo homicídio da companheira de casa quando estudava em Itália, desde a minúcia do crime à sua liberdade.

O streaming é o futuro

Homicídios ao Domicílio voltará para a sua quinta temporada a 9 de Setembro nos EUA e em Portugal e com ela volta o elenco principal e os convidados que os seus espectadores já não dispensam: Meryl Streep, Da’Vine Joy Randolph, Nathan Lane e Richard Kind. 

Telematemática

mil milhões de presenças nas redes sociais foi o que a campanha de marketing da série Wednesday conseguiu para o lançamento da sua segunda temporada.

24 horas a fugir aos turistas: Lagos para além da espuma do Verão

Como é que se foge aos turistas numa cidade que vive do turismo e que se tem desenvolvido à sua medida? Viramos costas às praias e ao centro histórico de Lagos, e adentramo-nos por bairros residenciais, espaços culturais e ruelas periféricas. Fica o aviso: no pino de Agosto, a probabilidade de encontrar zero turistas em algum destes espaços é provavelmente zero. Mas são lugares que existem maioritariamente para os locais, abertos todo o ano, e longe de qualquer massificação.

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Baixos valores pagos levam médicos a recusar fazer exames para SNS no privado

A Associação Nacional de Unidades de Diagnóstico por Imagem responsabiliza o Estado pela desigualdade de acesso dos utentes do Serviço Nacional de Saúde a exames no privado, defendendo que a não atualização dos preços está na origem do problema.

“O problema é que estão permanentemente a achar que podem pagar as ecografias a três euros, cinco euros, oito euros, ou o que quer que seja, não atualizarem as convenções há 10, 12, 14 anos e acharem que a culpa é dos prestadores convencionados que discriminam”, afirmou, em declarações à Lusa, Nuno Castro Marques, secretário-geral da Associação Nacional de Unidades de Diagnóstico por Imagem (ANAUDI).

Apesar de considerar “inaceitável” qualquer discriminação de utentes, seja do SNS, de seguradoras ou de outros subsistemas, a associação realça que a atual dificuldade de acesso resulta da recusa dos profissionais de saúde em trabalhar para as convenções do SNS, devido aos baixos valores pagos.

“O que acontecido é que as tabelas dos atos convencionados e os seus respetivos preços não foram atualizadas durante décadas. Quando eu digo décadas, é verdadeiramente décadas”, sublinhou.

A ANAUDI defende que esta falta de atualização conduz a uma situação em que, por exemplo, um prestador pode ter 20 médicos radiologistas, mas apenas três ou quatro aceitam fazer atos para a convenção do SNS. O que leva a uma disparidade na capacidade de resposta e no tempo de espera para os utentes do SNS, reconhece, negando, contudo, que a intenção seja discriminar.

“Não cuidar das convenções, é não cuidar do acesso ao SNS. Quando não se atualizam tabelas há 10,12, 14, 16 anos, não se está a atualizar o acesso ao SNS”, defendeu.

A associação garante ter alertado o Ministério da Saúde, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) e a Entidade Reguladora da Saúde (ERS) para a situação, mas sem sucesso.

O dirigente critica ainda a “omissão” do Estado que não cumpre o Decreto-Lei 139/2013, que estabelece a metodologia para a revisão anual dos preços, e que permitiria atualizar os valores pagos como se fez com os das empreitadas públicas, por causa da inflação.

“Nós imputamos a responsabilidade ao Estado, porque as tabelas são unilateralmente fixadas pelo Ministério da Saúde e pela ACSS”, afirmou.

O problema já se estende a todo o país, segundo a associação que dá o exemplo de Castelo Branco, onde já não existem clínicas convencionadas a fazer ecografias para o SNS.

“Isto é um problema generalizado em todo o país. Não me parece que seja o prestador A, B ou C que esteja a discriminar. Bem, pelo contrário, muitas vezes o que acontece é que os próprios prestadores querem realizar os atos, mas não conseguem ter os profissionais de saúde que se recusam”, concluiu.

Esta situação, alerta a ANAUDI, cria um ciclo vicioso: “os utentes procuram seguros e subsistemas para conseguirem fazer exames, e os médicos habituam-se a trabalhar apenas neste regime, dificultando ainda mais o regresso ao SNS”.

A associação defende ainda que a única forma de reverter a situação é o Estado assumir a sua responsabilidade e atualizar as tabelas de preços. “Não é possível arranjar profissionais de saúde que trabalhem com valores de há 10, 12, 14, 16 anos”, concluiu.

A Lusa noticiou hoje que seis dos 14 distritos onde a Unilabs disponibiliza ecografias mamárias e à tiroide não têm agenda disponível para marcações pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que não acontece se os exames forem realizados como cliente segurado ou particular.

Confrontada com esta situação, a Unilabs admite que “em algumas zonas geográficas e tipologias de exames verifica-se já, efetivamente, alguma dificuldade no acesso”, sublinhando, no entanto, que a falta de atualização dos preços convencionados há mais de 15 anos dificulta a disponibilidade de especialistas para a realização desses exames.

Presidente da República na Autoridade de Proteção Civil ao início da tarde

O Presidente da República desloca-se ao início da tarde à sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, para assistir a um ponto da situação sobre os incêndios, disse à Lusa fonte de Palácio de Belém.

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De acordo com a mesma fonte, Marcelo Rebelo de Sousa deverá reunir-se na sede daquele organismo, em Oeiras, com a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, e com o secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha.

Marcelo Rebelo de Sousa deverá assim interromper o período de férias no Algarve para se inteirar da evolução dos incêndios que assolam sobretudo a região centro do país.

A Autoridade Nacional de Proteção Civil tem ainda previstos briefings para as 12h00 e as 19h00 na sua sede em Carnaxide, Oeiras.

Bloqueio dos EUA e outros produtores de petróleo faz ruir tratado dos plásticos

Com o firme bloqueio dos Estados Unidos e outras nações produtoras de petróleo, falharam as negociações para um tratado vinculativo que trace o caminho para reduzir a poluição por plástico – um problema crescente em todo o mundo, onde 460 milhões de toneladas de novos produtos de plástico são produzidos todos os anos, e 20 milhões de toneladas de lixo plástico é lançado na natureza, no mar, nos rios e em terra, e acaba por no ar, nos nossos pulmões e até órgãos reprodutivos, bem como de todos os outros seres vivos.

Os representantes de 184 países, reunidos em Genebra, na Suíça, terminaram dez dias de negociações sem acordo ou plano sobre como prosseguir daqui para a frente, após três anos de negociações, diz a Reuters. Após a sessão final, que se prolongou pela madrugada de quinta para sexta-feira, a directora do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), Inger Andersen, garante que “o trabalho para conseguir um tratado dos plásticos não vai parar”, mas não se sabe ainda como, até porque a ONU enfrenta um sério problema de financiamento, destacam alguns analistas.

Os Estados que querem um tratado ambicioso, ou seja, que vá para além da gestão dos resíduos e promova também sobre uma redução da produção de plásticos, consideraram que a última proposta de texto de acordo divulgado na madrugada de sexta-feira não correspondia às expectativas – depois de o anterior ter sido considerado um recuo face ao que já tinha sido alcançado, que também não tinha avanços por aí além.

Um texto inútil

“O texto não abordava as principais causas da poluição por plástico. Não tinha medidas nenhumas para reduzir a produção, nada de controlos firmes sobre químicos perigosos e não continua garantias nenhumas de que seria incentivada a reutilização, sistemas de recarga e reparação, livres de substâncias tóxicas”, critica a Fundação de Justiça Ambiental, em comunicado. “Sem medidas de controlo da produção e metas vinculativas, o tratado seria inútil para proteger as pessoas e o planeta.”

O bloqueio das conversações manteve-se, de facto, em torno de definir que um futuro tratado deve assumir o dever de reduzir o crescimento hoje incontrolável da produção de novo plástico e de impor limites ao uso de produtos químicos tóxicos na sua produção (tintas, por exemplo), que além de os tornarem perigosos para a saúde de humanos e animais, fazem com que muitas vezes sejam impossíveis de reciclar.

“O texto não falava de uma redução da produção de plástico, que é a medida mais eficiente e mais barata para reduzir esta forma de poluição”, frisou Melanie Bergmann ao Azul, cientista marinha que acompanha a delegação alemã às negociações.

“Reduzir é importante até porque a produção de plástico, actualmente, provoca 5,3% das emissões anuais de gases com efeito de estufa – o que é mais do que as emissões do transporte aéreo”, salientou Melanie Bergmann. “Com as projecções actuais, o continuado aumento da produção de plástico pode representar 30% das emissões do que nos resta do orçamento de carbono global”, acrescentou.

Este conceito de orçamento de carbono refere-se à quantidade máxima de dióxido de carbono, o principal gás com efeito de estufa, que podemos emitir para a atmosfera se queremos ter alguma hipótese de limitar o aquecimento global a 1,5 graus acima dos valores médios pré-industriais (ou seja, 400 mil milhões de toneladas de CO2).

A ministra francesa da Ecologia, Agnes Pannier-Runacher, disse na sessão de encerramento das negociações que estava “furiosa, porque, apesar dos esforços genuínos de muitos e dos progressos reais nas discussões, não foram obtidos resultados tangíveis”, diz a Reuters.

Obstrução dos produtores de petróleo

Aparentemente numa alusão aos países produtores de petróleo (98% dos plásticos são produzidos com recurso a combustíveis fósseis), o delegado da Colômbia, Haendel Rodriguez, disse que o consenso tinha sido “bloqueado por um pequeno número de Estados que simplesmente não queriam um acordo”. O Financial Times comparou estas tácticas nas negociações dos plásticos com o tipo de obstrução feito por potências petrolíferas, como a Arábia Saudita, nas negociações sobre as alterações climáticas.

E isso não é feito discretamente. O Departamento de Estado norte-americano tinha dito à Reuters que a sua delegação só apoiaria um tratado para reduzir a poluição por plástico que não impusesse restrições onerosas aos produtores, para não prejudicar as empresas norte-americanas. Esta é igualmente a posição de outros grandes produtores de petróleo, como a Arábia Saudita, que tem sido identificada como uma força de bloqueio em anteriores negociações para um tratado dos plásticos.

“É melhor não haver acordo do que ficarmos com um tratado sem qualquer poder, que nos comprometeria com anos e anos de inacção, tornando-se um escudo para os poluidores para não agirem”, afirmou Christina Dixon, porta-voz para os oceanos da organização não-governamental britânica Agência de Investigação Ambiental, em comunicado.

Negociar para além da ONU?

Foi no início do século XX que os plásticos começaram a ser usados em grande escala, para substituir materiais naturais como marfim. Mas hoje são usados em tudo, literalmente tudo. Há mais plásticos na Terra do que qualquer outro material, excepto cimento, segundo a Plastic Free Foundation. Desde a década de 1950, estima-se que a humanidade já produziu 9200 milhões de toneladas de plástico e 7000 milhões tornaram-se, simplesmente, lixo.

Como se estes números não fossem suficientemente impressionantes, o que se perspectiva é que a produção aumente ainda 40% durante a próxima década. E menos de 10% do plástico que produzimos é reciclado. “Não vamos sair deste problema reciclando”, disse Inger Andersen.

Se o PNUA não quer desistir, o caminho agora não é claro. Alguns países, como o Reino Unido, afirmaram que as negociações deveriam ser retomadas, mas outros consideram que tudo descarrilou. “É muito claro que o actual processo não vai funcionar”, disse o delegado da África do Sul à Reuters.

“Estamos perante um claro falhanço do multilateralismo, com impactos devastadores a longo prazo para o nosso ambiente, saúde e futuras gerações”, comentou ainda Christina Dixon, da Agência de Investigação Ambiental. Uma simples garrafa de água de plástico pode levar 450 anos a fragmentar-se em minúsculos pedacinhos no mar, causando uma poluição que perdura séculos e se espalha como poeira de estrelas – na água, nas plantas, nos animais marinhos e em todos os seres que deles se alimentam, incluindo os humanos, durante muitas gerações.

Melanie Bergmann sugeriu que se tentasse avançar através de uma via paralela: “Os países mais ambiciosos podem tentar fazer outros acordos fora do processo das Nações Unidas, como aconteceu com as negociações sobre as minas terrestres, depois do Tratado de Otava (assinado em 1997, para proibir o uso, armazenamento, produção e transferência de minas anti-pessoal, lançado por iniciativa do Canadá) que até hoje foi apoiado por mais de 160 Estados”, sugeriu. Mas países como os Estados Unidos, Rússia e China nunca o assinaram.

Após mudança de sigla, Governo moçambicano dá luz verde ao registo de partido de Venâncio Mondlane

O Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos de Moçambique aceitou esta sexta-feira o registo do partido Anamola, do político e ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, disse à Lusa o seu mandatário judicial, Mutola Escova.

“Recebemos a comunicação hoje, em que o ministério da Justiça autoriza o pedido para o registo do partido, que tínhamos apresentado”, disse o advogado, acrescentando que com esta autorização já é possível proceder ao registo de Anamola na conservatória. Dinis Tivane, assessor político de Venâncio Mondlane e secretário-geral interino do partido confirmou igualmente o registo.

“Festejemos o início formal da revolução moçambicana”, escreveu, numa mensagem na sua conta na rede social Facebook, afirmando que Venâncio Mondlane se vai pronunciar sobre esta decisão em breve.

O Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo foi inicialmente proposto, em abril último, com o acrónimo Anamalala. Anamalala significa “vai acabar” ou “acabou”, expressão usada por Venâncio Mondlane durante a campanha para as eleições gerais de 09 de outubro de 2024 – cujos resultados não reconhece – e que se popularizou durante os protestos por si convocados nos meses seguintes.

O ex-candidato presidencial anunciou em 07 de agosto que alterou a designação do seu partido, passando para Anamola, após pedido do Governo moçambicano, que considerou que a anterior sigla carregava “um significado linguístico”. A informação da alteração da proposta do acrónimo consta do recurso que o antigo candidato presidencial submeteu no mesmo dia ao Conselho Constitucional (CC), por considerar então que o Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religioso não respondeu no prazo legal ao pedido para a constituição da formação partidária.

Num ofício do ministério, assinado pelo ministro Mateus Saíze, com data de 28 de maio e que a Lusa noticiou nessa altura, era referido que o termo “Anamalala”, proposta de acrónimo de Aliança Nacional para um Moçambique Livre e Autónomo, é proveniente da língua macua, falada em Nampula, norte do país, “e por isso já carrega um significado linguístico para a comunicação dos que nela se expressam”.

O ministério deu um prazo de 30 dias para a alteração da sigla, contando desde a divulgação daquele documento pela instituição da justiça moçambicana.

Moçambique viveu desde as eleições gerais de 09 de outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas por Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, partido no poder. Segundo organizações não-governamentais que acompanham o processo eleitoral, morreram cerca de 400 pessoas em confrontos com a polícia, conflitos que cessaram após dois encontros entre Mondlane e Chapo, com vista à pacificação do país.

Há um “desemprego oculto” na Rússia

A taxa de desemprego está num mínimo histórico, mas o “desemprego escondido” – as empresas cortam as horas de trabalho. Olhando para a taxa de desemprego na Rússia, que está em mínimos históricos, parece uma boa notícia para a economia russa. Mas isso é apenas uma parte da história. A Rússia está a enfrentar dois problemas no mercado de trabalho, que parecem contraditórios: um aumento do “desemprego oculto” e uma escassez de mão de obra a longo prazo. O presidente Vladimir Putin reconheceu esta semana a tendência, salientando que há cada vez mais trabalhadores em “tempo de inatividade”, a trabalhar

Sem polémicas, apaixonada e dedicada ao trabalho: 5 facetas da princesa Ana aos 75 anos

É a figura discreta, mas constante da família real britânica. A princesa Ana celebra 75 anos nesta sexta-feira, uma efeméride que tem vindo a ser assinalada pelo Palácio de Buckingham ao longo de toda a semana, a começar por um novo retrato oficial em traje de gala ao lado do marido, Tim Laurence. “A melhor rainha que nunca teremos”, é assim que o The Telegraph dá os parabéns à irmã de Carlos III, que em tempos terá sido a filha favorita do príncipe Filipe. Eis cinco coisas a saber sobre a princesa real.

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Na meia-idade e ainda preocupado com o que as pessoas pensam de si. O que fazer?

Como é que deixo de estar obcecado com o facto de as pessoas gostarem ou não de mim? Pensei que na meia-idade me sentiria suficientemente confortável na minha própria pele para dizer “é pegar ou largar”. Mas ainda me chateio com rejeições, mesmo que pequenas (ou imaginárias). Porque é que isto ainda me incomoda tanto e como é que me posso preocupar menos?

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Trânsito reaberto na EN14 após acidente com dois mortos na Maia

O trânsito na Estrada Nacional (EN) 14, que estava interrompido desde a madrugada devido a um acidente na Maia, que prococou dois mortos, reabriu cerca das 9h50, disse fonte da Brigada de Trânsito do Porto.

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O alerta para o acidente foi dado às 4h36 e, de acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, no terreno encontravam-se, por volta das 10h31, seis operacionais, apoiados por duas viaturas.

O embate frontal entre três veículos ligeiros, dois de passageiros e um de mercadorias, provocou dois mortos e três feridos graves.

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