Pediu dispensa para amamentar e puseram-na a trabalhar a 30 quilómetros de casa

“Pensa gozar a licença de amamentação?” Com 36 anos de idade e acabada de se tornar mãe, a psicóloga Marta Malheiro ignorava as consequências da resposta positiva que deu, naquele dia, à directora do lar de terceira idade onde trabalhava há 11 anos. Mas depressa ficou a saber, quando esta lhe disse, logo a seguir, que, como não iria conseguir fazer tudo o que era preciso em cinco horas diárias de trabalho, seria transferida para um centro de dia da mesma instituição de utilidade pública, o Centro de Cultura e Desporto dos Trabalhadores do Centro Regional de Segurança Social do Porto.

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Astrónomos encontraram o Olho de Sauron — nas profundezas do Espaço

Uma visão da garganta de uma galáxia ativa revela um campo magnético em forma de anel que pode explicar a radiação gama extrema e os neutrinos. Uma equipa de astrónomos capturou uma imagem da origem de um jato cósmico. A imagem e a sua coloração artificial fazem lembrar o Olho de Sauron, da obra O Senhor dos Anéis, de J.R.R. Tolkien. Localizado a milhares de milhões de anos-luz de distância, o blazar PKS 1424+240 há muito confundia os astrónomos. Destacava-se como o blazar emissor de neutrinos mais brilhante conhecido no céu — conforme identificado pelo Observatório de Neutrinos IceCube —

Webb reduz possibilidades atmosféricas para o exoplaneta TRAPPIST-1 d

O exoplaneta TRAPPIST-1 d intriga os astrónomos que procuram mundos possivelmente habitáveis para lá do nosso Sistema Solar, porque é semelhante em tamanho à Terra, é rochoso e reside numa área em torno da sua estrela onde a água líquida, à sua superfície, é teoricamente possível. Mas, de acordo com um novo estudo que utiliza dados do Telescópio Espacial James Webb da NASA/ESA/CSA, não tem uma atmosfera semelhante à da Terra.

A influência dos planetas pode atenuar a atividade solar

O nosso Sol é cerca de cinco vezes menos magneticamente ativo do que outras estrelas semelhantes – efetivamente, um caso especial. A razão para isso pode residir nos planetas do nosso Sistema Solar, afirmam investigadores do HZDR (Helmholtz-Zentrum Dresden-Rossendorf). Nos últimos dez anos, desenvolveram um modelo que deriva praticamente todos os ciclos de atividade conhecidos do Sol a partir da influência cíclica das forças de maré dos planetas.

São Tomé permite obtenção de nacionalidade com investimento ou doação a partir de 90 mil dólares

São Tomé e Príncipe aprovou um programa que permite a obtenção da nacionalidade através de um investimento ou doação a partir de 90 mil dólares (77.274 euros), segundo um decreto-lei ao qual a Lusa teve esta quinta-feira acesso.

O Decreto-Lei 07/2025 “Regulamentação da Nacionalidade por Investimento ou Doação” foi aprovado no Conselho de Ministros de 10 de maio, promulgado pelo Presidente da República, Carlos Vila Nova a 28 de julho, mas entrou em vigor a 1 de agosto, com a oposição a afirmar que pretende a sua revogação.

Em comunicado lido esta quinta-feira, o presidente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe (MLSTP, oposição), Américo Barros, disse que o Governo “não auscultou os partidos políticos, nem mesmo a sociedade civil” neste processo, e o decreto-lei “não passou pelo escrutínio parlamentar”.

Américo Barros disse ainda que o MLSTP vai propor a revisão da lei da nacionalidade no início da próxima sessão legislativa e defendeu a revogação deste decreto-lei.

A Lusa tentou contactar o Governo são-tomense e a Agência de Promoção do Comércio e Investimento (APCI) para obter mais informações, mas sem sucesso.

O diploma prevê a criação de uma “Unidade de Cidadania por Investimento e Doação (UCID) enquanto órgão técnico-administrativo especializado e responsável por receber, instruir e propor decisões acerca dos pedidos de nacionalidade por investimento e doação”, que serão aprovados após cumprir determinadas “qualificações e requisitos gerais”.

Para a execução do programa, o Governo são-tomense assinou um contrato de concessão de serviço público por 10 anos com a sociedade Passport Legacy, criada segundo as leis do Dubai, com representação em São Tomé.

No contrato a que a Lusa teve acesso, refere-se que a Passport Legacy foi vencedora de um concurso e nomeada pelo Governo são-tomense “como parceira administrativa exclusiva do Programa de Cidadania por Investimento” com “direitos exclusivos para conceber, estabelecer, implementar, operar, gerir, administrar e processar todas as candidaturas” para o programa em nome do Governo.

Segundo o documento, assinado a 21 de maio, antes da promulgação do decreto-lei, as receitas do projeto serão repartidas em 56% para o Governo são-tomense e 44% para a Passport Legacy.

No contrato refere-se ainda que o Governo são-tomense pretende estabelecer uma embaixada em Abu Dhabi e um consulado geral em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, tendo nomeado a Passport Legacy “como sua parceira exclusiva para auxiliar no estabelecimento e financiamento da criação” da embaixada.

Para os processos de atribuição de nacionalidade, o decreto-lei estabelece que a Unidade de Cidadania por Investimento e Doação (UCID), representada pela Passport Legacy recorre a entidades independentes e qualificadas para realizar diligência prévia a todos os candidatos” com vista à “verificação da integridade, licitude dos fundos e cumprimento das normas internacionais de prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo”, antes de remeter o processo ao Ministério Público para emissão de visto prévio.

Por outro lado, prevê ainda que, “por razões de segurança nacional ou reciprocidade diplomática”, pode ser previamente determinada pelo Governo “a não admissibilidade de candidatos” de países sob sanções internacionais ratificadas por São Tomé e Príncipe ou com ausência de cooperação judiciária efetiva com o arquipélago.

No decreto-lei define-se a criação de um Fundo Nacional de Transformação, “com a finalidade exclusiva de domiciliar, gerir e aplicar os recursos provenientes das contribuições” realizadas no âmbito do programa, e define uma lista de projetos prioritários que deverão ser financiados.

Entre os projetos destacam-se a expansão da rede nacional e abastecimento de energia, construção de porto de águas profundas e terminal de contentores, modernização do aeroporto, desenvolvimento urbano, modernização das redes de transporte e infraestruturas, habitação, educação, saúde, e turismo.

Cerca de 2,2 milhões de mulheres afegãs continuam privadas do acesso à educação

Cerca de 2,2 milhões de mulheres afegãs continuam privadas do acesso à educação, uma exclusão social das mulheres que custará ao Afeganistão aproximadamente 790 milhões de euros, anunciou esta quinta-feira a UNESCO.

“Quase 2,2 milhões delas (mulheres afegãs) estão privadas de educação para além do ensino primário”, disse a diretora-geral da organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, numa declaração escrita.

As declarações foram feitas a propósito do 4.º aniversário da tomada do poder pelos talibãs, em 2021, que se assinala na sexta-feira, marcado por mais medidas discriminatórias contra as mulheres em todas as áreas, desde a educação à saúde.

A diretora da UNESCO pediu que as mulheres afegãs não sejam abandonadas, depois de a Organização das Nações Unidas Mulheres ter assinalado esta quinta que a exclusão social e económica das mulheres custará ao país aproximadamente 920 milhões de dólares (790 milhões de euros) entre 2024 e 2026.

“A exclusão prejudica as mulheres, as suas famílias, as comunidades e o país como um todo”, confirmou a representante especial da ONU Mulheres no Afeganistão, Susan Ferguson, numa vídeoconferência de imprensa na capital do país, Cabul.

Segundo o investigador do Laboratório de Políticas Inclusivas da UNESCO, Kyle Ferguson, a “lei da moralidade”, promulgada pelos talibãs em 2024, que obriga as mulheres a usar véu e proíbe que as suas vozes sejam ouvidas em público, traduziu-se no desaparecimento sistemático de mulheres da vida pública.

Kyle Ferguson insistiu que os familiares, a comunidade e até algumas empresas já controlam o comportamento das mulheres, impulsionados pela pressão social e pelos mídia, ou por receio de retaliações. A UNESCO apelou à comunidade internacional para que se mantenha empenhada na restauração do direito das mulheres à educação no Afeganistão.

“Numa altura em que alguns procuram normalizar as relações com os talibãs, apelo à comunidade internacional para que se mantenha mais mobilizada do que nunca para a restauração plena e incondicional do direito das mulheres afegãs à educação. Até que chegue o dia em que possam regressar às salas de aula, não as abandonemos”, instou Audrey Azoulay.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

De acordo com a diretora, o Afeganistão é o único país do mundo onde o ensino secundário e superior é estritamente proibido a raparigas e mulheres. Desde que Audrey Azoulay ocupou o cargo em 2017, os talibãs promulgaram mais de 70 decretos que violam os direitos das raparigas e das mulheres, especialmente o direito à educação.

Audrey Azoulay alertou ainda para retrocessos noutras áreas, como o silenciamento progressivo de jornalistas afegãs, sendo que 80% perdeu o emprego desde 2021. “Esta exclusão sistemática das mulheres da vida pública no Afeganistão tem consequências devastadoras para o desenvolvimento a longo prazo do país, onde metade da população já vive abaixo do limiar da pobreza”, enfatizou a diretora da UNESCO.

Audrey Azoulay indicou que, entre 2001 e 2021, graças à ação da comunidade internacional coordenada pela UNESCO, o número de estudantes no Afeganistão aumentou dez vezes, sendo que em 2001 “praticamente não havia raparigas na escola” e, vinte anos, depois a taxa de escolarização das raparigas em idade escolar primária ultrapassou os 80%

A taxa de alfabetização passou de 17% para quase 30% e a UNESCO contribuiu com mais de 1.000 facilitadores de comunidades locais, que foram formados para dar aulas de alfabetização a 57.000 jovens, na sua grande maioria raparigas.

Destacou por fim que “desde que chegaram ao poder, os talibãs têm procurado sistematicamente aniquilar todas estas conquistas”.

AMA: aplicação gov.pt atualizada reforça “centralidade do cidadão”

A aplicação gov.pt sofreu uma atualização, que reforça a “centralidade do cidadão” na interação com os serviços, ao permitir um acesso rápido aos mais utilizados, informou a Agência para a Modernização Administrativa (AMA).

“A app gov.pt desenvolvida pela AMA acaba de receber uma atualização significativa que reforça a centralidade do cidadão na interação com os serviços públicos digitais”, indicou, em comunicado.

Na nova versão é agora possível configurar acessos rápidos aos serviços mais utilizados, destacando três opções preferenciais, bem como selecionar documentos relevantes, que aparecem diretamente na página principal.

Foi também criada uma secção chamada “processos em curso”, na qual estão procedimentos ativos na app, como a renovação do cartão de cidadão.

Esta aplicação tem ainda uma área com a informação mais relevante e o menu lateral passa a incluir a entrada “serviços”, onde é possível aceder às funcionalidades.

A aplicação gov.pt, que conta com mais de 3,5 milhões de downloads, disponibiliza 26 documentos oficiais em formato digital, como o cartão do cidadão e a carta de condução.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

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Buscas por homem desaparecido em lagoa de São Miguel retomadas na sexta-feira

As buscas por um homem de 57 anos que desapareceu esta quinta-feira na lagoa das Sete Cidades, em São Miguel, Açores, depois de mergulhar, foram interrompidas e vão ser retomadas sexta-feira de manhã, adiantou fonte dos bombeiros.

O adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada, Fernando Infante, disse à agência Lusa, por volta das 21h00 locais (mais uma hora em Lisboa), que as buscas foram suspensas esta quinta-feira “por motivos de segurança dos operacionais” e vão ser retomadas pelas 09h00 locais de sexta-feira.

“É uma situação que não é fácil, atendendo ao local, [porque] as águas não são tão límpidas como nós gostávamos que fossem. Elas têm algum constrangimento com as algas, o que também provoca um bocado mais de dificuldade aos operacionais que fazem as buscas”, explicou.

O alerta para a ocorrência foi dado pelas 15h40 locais, acrescentou.

Segundo Fernando Infante o homem é residente na ilha de São Miguel, estava no local com um grupo de amigos e desapareceu quando navegava numa embarcação vulgarmente designada por “gaivota” e decidiu mergulhar.

Segundo o Plano de Ordenamento da Bacia Hidrográfica da Lagoa das Sete Cidades, “a área de recreio balnear — praia, devidamente delimitada e sinalizada, deve ser a única localização onde é permitida a prática de natação e banhos”.

O adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada observou que os utilizadores das embarcações de recreio que são disponibilizadas no local “têm de andar com colete salva-vidas, que é obrigatório”.

“Ao que parece, o senhor retirou-o para dar o mergulho”, concluiu.

No local estiveram elementos das corporações de bombeiros de Ponta Delgada e da Ribeira Grande, mergulhadores e elementos da PSP, que na sexta-feira retomarão as buscas.

Seis principais fogos combatidos por mais de 2.700 operacionais

Mais de 2.700 operacionais combatiam pelas 00h45 desta sexta-feira os seis principais incêndios em Portugal continental, com os de Arganil (Coimbra), Sátão (Viseu) e Trancoso (Guarda) a concentrarem o maior número de meios.

De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estavam no terreno 2.791 operacionais e 913 meios terrestres nestes seis incêndios.

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O fogo de Arganil, onde deflagrou na freguesia do Piódão na madrugada de quarta-feira, alegadamente provocado por uma descarga elétrica da trovoada seca que se fez sentir naquela zona, era o que mantinha pelas 23h15 mais meios no terreno, com 813 operacionais.

Este incêndio lavrava na quinta-feira de manhã em Pampilhosa da Serra e estendeu-se aos municípios de Oliveira do Hospital e de Seia, este já no distrito da Guarda.

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O fogo em Vila Boa, Ferreira de Aves, no concelho de Sátão, distrito de Viseu, que começou na madrugada de quarta-feira e, no mesmo dia, chegou aos municípios de Sernancelhe, também no distrito de Viseu, e ao de Aguiar da Beira, distrito da Guarda, mantinha pelas 00h45 mais de 750 operacionais no terreno.

Já no fogo que deflagrou em Trancoso, distrito da Guarda, estavam empenhados 508 operacionais, num incêndio que alastrou para os concelhos de Fornos de Algodres, Aguiar da Beira, Celorico da Beira e Sernancelhe.

Ainda no concelho de Trancoso, um fogo com início na quarta-feira em A-do-Cavalo mobilizava 70 operacionais.

O incêndio na serra da Lousã, distrito de Coimbra, que começou na quarta-feira, mobilizava 315 operacionais, depois de durante a tarde ter evoluído “com duas frentes” e obrigado à retirada preventiva de 53 pessoas de várias aldeias.

"Temos um quadro raro." Risco de fenómenos semelhantes a 2017 na base do prolongamento da situação de alerta

O fogo que lavrava na quinta-feira à noite nos concelhos de Portalegre e de Castelo de Vide com “três frentes ativas”, mantinha pelas 00h45 de hoje 322 operacionais.

Já dominados, mas ainda ocorrências significativas, o incêndio de Tabuaço (Viseu) mantinha no terreno 205 operacionais, o de Sirarelhos, Vila Real, que consumiu a serra do Alvão, tinha no local 178 operacionais, o de Cinfães (Viseu), mantinha 139 operacionais e o de Vinhais (Bragança), mantinha 51 operacionais.

Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio desde 2 de agosto e nas últimas semanas têm deflagrado vários incêndios no norte e centro do país que já consumiram mais de metade dos cerca de 75 mil hectares de área ardida este ano.

A situação de alerta foi prolongada até domingo, anunciou, na quinta-feira, a ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, no final de uma visita à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

“Perante a adversidade de 22 dias consecutivos de calor intenso não dar sinais de abrandar, o Governo vai prolongar uma vez mais a situação de alerta, até domingo”, anunciou a ministra em declarações aos jornalistas.

Maria Lúcia Amaral sublinhou que se mantêm todas as restrições e proibições impostas pela situação de alerta de risco agravado de incêndio.

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