PS perde mais de dois milhões e Bloco vê apoios reduzidos a um terço. Como os resultados de domingo afetam as subvenções dos partidos

Ainda com os votos dos círculos da emigração por contabilizar, já é possível fazer um cálculo aproximado de como os resultados eleitorais do passado domingo vão influenciar os balanços financeiros dos partidos políticos. Além da subvenção anual recebida com base no número de votos obtidos, os resultados eleitorais ditam igualmente o valor recebido para financiar as atividades políticas dos deputados e dos grupos parlamentares assim como a subvenção pública que compensa as despesas das campanhas eleitorais para as legislativas de 18 de maio.

Somando os principais apoios do Estado aos partidos políticos, a queda mais pronunciada é a do PS que, no primeiro ano da próxima legislatura, vai ter direito a gastar menos 2,1 milhões de euros do erário público em comparação com o que se verificou no primeiro ano da legislatura anterior. Se, no ano passado, o PS teria 11,2 milhões de euros em fundos públicos à disposição, num valor próximo da Aliança Democrática (11,5 milhões), em 2025, serão 9,1 milhões, enquanto a coligação que deverá constituir Governo ascenderá aos 12,1 milhões de euros.

Em sentido contrário aos socialistas, o Chega vai aumentar o orçamento público à sua disposição em 1,4 milhões de euros, totalizando 8,9 milhões em 2025. O Bloco de Esquerda que, nas palavras de Mariana Mortágua sofreu “uma grande derrota” no domingo, irá beneficiar de cerca de 743 mil euros, enquanto, no ano passado, esse valor ascendia aos 2,4 milhões de euros.

Entre os restantes partidos, a Iniciativa Liberal e o Livre registaram aumentos nos fundos públicos que vão receber. Os liberais passam de 2,8 milhões para 3 milhões, enquanto o partido de Rui Tavares terá mais 400 mil euros para gastar, num total que ronda os 2,4 milhões. Na soma dos vários apoios estatais, a CDU beneficiará de 1,8 milhões, depois de no primeiro ano da legislatura passada terem sido 2 milhões de euros. O PAN terá direito a uma soma de 564 mil euros, muito semelhante à do ano passado, enquanto o JPP vai ter 281 mil euros de dinheiro público para investir.

A maior parcela deste total corresponde à subvenção anual para cada partido que foi a votos, cujo valor é alcançado com base nos resultados obtidos nas eleições de domingo. Ainda sem os votos dos círculos da emigração contabilizados e comparando as votações no território nacional das legislativas de 2025 com as de 2024, é possível concluir que o Partido Socialista perderá mais de um milhão e 127 mil euros, enquanto o Chega receberá mais 917 mil euros por ano.

Pelos votos nos 18 círculos eleitorais do continente e os dois das regiões autónomas, o PS terá direito a um total de 4,857 milhões de euros, por pouco superando o Chega que receberá 4,687 milhões. No caso da AD, a subvenção é divida pelos dois partidos da coligação. O CDS vai beneficiar de 152 mil euros anuais, enquanto para o PSD serão 6,611 milhões de euros. Com as eleições do ano passado, os sociais-democratas tinham garantido apenas 6,189 milhões de euros.

Nos círculos da emigração, os três partidos mais votados em 2024 tiveram à volta de 60 mil votos cada. Mantendo-se um número de votos semelhante, PS, Chega e AD terão direito a cerca de 209 mil euros a acrescentar aos valores já garantidos no território nacional.

Voltando a superar o valor mínimo de 50 mil votos para ter direito ao apoio, o ADN (78.914 votos) terá direito a pedir uma subvenção anual, pela segunda legislatura consecutiva, que deve ser requerida ao Presidente da Assembleia da República. Com uma redução de mais de 20 mil votos face às eleições do ano passado, o partido pode reclamar uma subvenção de 270 mil euros. O ADN mantém-se como a única força política sem representação parlamentar a beneficiar deste apoio.

Pelo contrário, o novo partido com representação no Parlamento, o JPP terá direito a uma subvenção a rondar os 70 mil euros, correspondente a pouco mais de 20 mil votos. Neste caso, foi a eleição de um deputado pelo círculo eleitoral da Madeira, de onde esta força política é originária, que garantiu ao partido dos irmãos Sousa o apoio financeiro da Assembleia da República.

A quantia atribuída aos partidos políticos nesta subvenção é calculada com base no valor do IAS , que corresponde a 522,50 euros, em 2025. O valor do Indexante de Apoios Sociais é dividido por 135 e sujeito a uma redução de 10%, resultando em 3,483 euros atribuídos por cada voto nas legislativas deste domingo. Assim sendo, os partidos que mais caíram nas intenções de voto nas eleições do último fim de semana são os que terão os maiores cortes na subvenção. Durante a mesma legislatura, este valor vai variando com a atualização anual do valor do IAS.

Ao lado dos socialistas, o Bloco de Esquerda foi quem teve a maior queda eleitoral. O próximo apoio financeiro a que os bloquistas terão direito corresponderá a menos de metade do valor do último ano. Depois de cerca de 931 mil euros de subvenção pelos votos em território nacional, em 2024, receberão apenas 415 mil euros pelas eleições deste ano. De igual forma, a CDU perde 57 mil euros de subvenção e terá direito a 630 mil euros. Quem também terá à disposição menos fundos é o PAN, que passa de 403 mil euros, nas eleições passadas, para 281 mil euros nestas eleições.

Os restantes partidos aumentaram a subvenção anual. A Iniciativa Liberal poderá reclamar ao Presidente da Assembleia da República um valor a rondar um milhão e 150 mil euros, quando no ano passado foram disponibilizados menos 89 mil euros aos liberais. No caso do Livre, os ganhos são superiores. Com o aumento de 50 mil votos em território nacional, o partido de Rui Tavares tem direito a mais 193 mil euros, num novo total de 873 mil euros.

Além da subvenção anual, o Estado também disponibiliza verbas aos partidos políticos por via dos orçamentos disponíveis para custos de representação dos deputados, para a contratação de assessores e outros funcionários para os grupo parlamentares. Acresce a esses apoios a subvenção pública para as campanhas eleitorais.

Para compensar os gastos feitos nas duas semanas antes do ato eleitoral, o bolo disponível para distribuir entre os partidos políticos é de 8,36 milhões de euros. Deste total, 20% são divididos igualmente entre todas as forças políticas que tenham apresentado candidatos a mais de metade dos 230 lugares parlamentares à disposição e os restantes 80% são distribuídos consoante proporção de votos obtidos por cada partido.

Sublinhando que ainda falta apurar os resultados eleitorais das comunidades portuguesas que votaram fora do país, a AD espera receber cerca de 2,48 milhões de euros para compensar os gastos na campanha eleitoral, enquanto o Chega e o PS deverão receber uma quantia próxima dos 1,8 milhões de euros.

Para os socialistas, os gastos numa campanha que teve resultados abaixo do esperado podem contribuir para algum prejuízo, sendo que, na proposta para orçamento da campanha eleitoral entregue à Entidade das Contas e Financiamento dos Partidos, o PS previu que receberia 2,25 milhões de euros de subvenção estatal. Por outro lado, a AD previu receber cerca de 2,3 milhões de euros e o Chega 1,6 milhões de euros.

Quantos às subvenções para a campanha dos outros partidos, os liberais terão direito a 575 mil euros, 75 mil euros a mais do que o previsto pelo partido; o Livre receberá 481 mil euros, quando esperava uma subvenção de 150 mil euros; a CDU espera um apoio de 399 mil euros, quando tinha planeado gastar mais 42 mil euros . O Bloco de Esquerda acaba por ter direito a uma subvenção que é apenas 60 mil euros inferior aos 386 mil euros previstos, ainda que só tenha eleito uma deputada. Isto porque a perda de quatro mandatos — correspondendo à redução a um quinto da representação parlamentar — foi mais pronunciada do que a perda de votos de 163 mil — uma diminuição de cerca de 58% da votação.

Os maiores derrotados da noite eleitoral também verão um corte nas verbas disponíveis para financiar os encargos com os trabalhos parlamentares. O valor destas subvenções, ao contrário dos outros dois mencionados, não está dependente dos votos, mas sim do número de deputados eleitos. As verbas disponíveis para a utilização dos grupos parlamentares dividem-se em várias parcelas dedicadas a diferentes tipos de despesa: gastos com a assessoria dos deputados, encargos com a comunicação e os associados a custos com os gabinetes de apoio aos grupos parlamentares.

Para a assessoria dos parlamentares, cada grupo parlamentar dispõe de uma outra subvenção anual por deputado de 2.292 euros, ou seja, 4,5 vezes o valor do IAS. Desconhecendo-se ainda a divisão dos quatro deputados que falta apurar do círculo da emigração, para já com 89 deputados, a  terá direito a 204 mil euros, para PS e Chega com 58 deputados serão 133 mil euros, para os nove deputados da IL serão 21 mil euros, para o Livre com 6 deputados serão cerca de 14 mil euros, para os três deputados da CDU serão menos de 7 mil euros. Este apoio, que é pago mensalmente, será para PAN e BE de apenas 2.292 euros, enquanto para o CDS, parceiro da coligação AD, com os seus dois deputados, o valor será de 4,5 mil euros.

Contudo, existe ainda outro importante apoio financeiro em jogo. Para a remuneração dos membros dos gabinetes de apoio aos deputados, a AD terá cerca de 2,7 milhões de euros por ano disponíveis, mais 197 mil euros do que no ano passado, por exemplo. Ainda sem terem sido apurados os votos da emigração, o PS terá, pelo menos, os mesmos 2,3 milhões do Chega. Enquanto os socialistas perdem 548 mil euros para gastar nestes encargos em relação à legislatura passada, o partido de André Ventura ganha mais 219 mil euros para despesas do gabinete de apoio aos deputados.

Para os liberais este valor será próximo dos 1,2 milhões, para o Livre ascenderá aos 987 mil euros e para a CDU ficar-se-á pelos 767 mil euros. Os restantes partidos com representação parlamentar não beneficiam deste apoio por terem eleito apenas um deputado e, dessa forma, não constituírem um grupo parlamentar.

Quilómetros de cabos enterrados sob as nossas cidades estão a auscultar o nosso planeta

O nosso planeta é atravessado por cabos de fibra ótica, que estão a ser usados para construir um mapa gigantesco do mundo subterrâneo. Este sistema pode ser crucial para a previsão e mitigação dos danos de sismos futuros. Segundo uma estimativa citada pela New Scientist, mais de 4 mil milhões de quilómetros de cabos de fibra ótica serpenteiam por baixo e entre cidades. Normalmente, não pensamos muito nesta rede física. Preocupamo-nos apenas em receber as chamadas e navegar na Internet. Mas, cada vez mais, os próprios cabos estão a tornar-se uma valiosa fonte de informação sobre o planeta. Em Istambul,

Princesa Elisabeth, futura rainha da Bélgica, pode não acabar o curso na Universidade de Harvard devido às imposições da Casa Branca

A princesa Elisabeth, futura rainha da Bélgica, é uma dos cerca de sete mil alunos afetados com as novas diretrizes da administração Trump em relação à Universidade de Harvard.

Com 23 anos e a acabar o primeiro ano de mestrado na escola de elite norte-americana, a princesa Elisabeth não sabe se vai continuar a estudar nos Estados Unidos, depois de a Casa Branca ter proibido os alunos estrangeiros de estudar na instituição.

“A princesa Elisabeth acaba de concluir o seu primeiro ano. O impacto da decisão da administração de Trump só ficará mais claro nos próximos dias ou semanas. Neste momento estamos a investigar a situação”, afirmou, esta sexta-feira, Lore Vandoorne, porta-voz do Palácio Real da Bélgica, à agência Reuters.

A polícia é chamada a uma casa após uma queixa por ruído. Quando chegam, os agentes encontram uma festa de aniversário de arromba. Mas o aniversariante, José Valbom, desapareceu. “O Zé faz 25” é o primeiro podcast de ficção do Observador, co-produzido pela Coyote Vadio e com as vozes de Tiago Teotónio Pereira, Sara Matos, Madalena Almeida, Cristovão Campos, Vicente Wallenstein, Beatriz Godinho, José Raposo e Carla Maciel. Pode ouvir o 1.º episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube Music.]

o zé faz 25 — imagem para link nos artigos

Por seu turno, Xavier Baert, o diretor de comunicação do Palácio, acrescentou que o melhor que se pode fazer é esperar, porque a decisão de Donald Trump pode não avançar: “Temos que olhar com calma e esperar. Muita coisa ainda pode acontecer. Será que a decisão, tal como a conhecemos agora, será realmente aplicada? Só o tempo dirá”.

A filha mais velha dos monarcas belgas licenciou-se em História e Política, na Universidade de Oxford, no Reino Unido, e agora frequenta o mestrado de dois anos em Políticas Públicas, em Harvard.

Ainda esta sexta-feira, a Universidade de Harvard processou a Casa Branca pela decisão tomada, alegando que a revogação da autorização da instituição para receber alunos estrangeiros constitui não só uma “violação flagrante” da Constituição, como também uma “retaliação” por a instituição ter rejeitado as exigências de se alinhar com a agenda de Donald Trump.

À atenção do Benfica: João Félix prefere ficar na Europa e afasta-se do Flamengo

Informação partilhada pelo jornalista Venê Casagrande

João Félix fez saber ao Flamengo que prefere continuar na Europa do que rumar ao Brasil e, em concreto, ao Flamengo. O jornalista Venê Casagrande, especializado em assuntos do clube do Rio de Janeiro, revelou que José Boto, diretor-deportivo do Fla, reuniu-se ontem com o avançado e os seus representantes por vídeoconferência.

Segundo a mesma fonte, Félix, de 25 anos, deixou claro que vai analisar propostas de clubes europeus, antes de equacionar prosseguir a carreira na América do Sul. O internacional português é desejado pelo Benfica, como Record adiantou oportunamente. A ideia das águias passava por assegurar o empréstimo do jogador a tempo de participar no Mundial de Clubes.

Vinculado ao Chelsea, Félix esteve emprestado ao Milan, mas o clube italiano decidiu não ficar com ele, devolvendo-o aos ingleses.

Por Record

Ataque com faca faz pelo menos 12 feridos na Alemanha

Pelo menos 12 pessoas ficaram feridas esta sexta-feira na Estação Central de Hamburgo, na Alemanha, após um ataque com arma branca nas plataformas 13 e 14 da estação, por volta das 18h00 (17h00 em Portugal continental).

Segundo uma publicação da polícia de Hamburgo na rede X, uma pessoa já foi detida. O agressor seria uma mulher, avança o jornal Bild. Para já, não há indícios do envolvimento de mais suspeitos, avança a revista Spiegel.

Três pessoas estão em estado crítico, três sofreram ferimentos graves e outras seis apresentam ferimentos ligeiros. Alguns dos feridos estão neste momento a ser tratados no interior de comboios, afirma ainda o jornal.

Ainda não são conhecidas as motivações por trás do ataque.

A Estação Central de Hamburgo é um dos centros de transporte mais movimentados da Alemanha, com mais de 550.000 viajantes por dia, de acordo com o seu site.

Ataque com faca na Alemanha faz pelo menos 12 feridos

Vários feridos graves após ataque à mão armada levaram a uma “grande operação policial”. Suspeito foi preso pelas autoridades. Pelo menos 12 pessoas ficaram hoje feridas, várias com gravidade, num ataque com faca na estação central de comboios de Hamburgo, norte da Alemanha, anunciou a polícia alemã, que deteve o suspeito. “De acordo com as averiguações iniciais, uma pessoa na estação central terá ferido várias pessoas com uma faca. A suspeita foi preso pela polícia“, anunciou a polícia de Hamburgo, na rede social X. De acordo com a DW, a suspeita é uma mulher de 39 anos. “Com base nos

Nova ameaça de tarifas por Trump à Europa e à Apple põe economia no vermelho

“Recomendada” uma tarifa de 50% à Europa, líderes mundiais já reagiram. E nem a americana Apple escapa às tarifas do seu presidente. O Presidente norte-americano considerou hoje que as negociações comerciais com a União Europeia (UE) “não estão a dar frutos” e recomendou a imposição de uma tarifa de 50% sobre os seus produtos a partir de 1 de junho. “As nossas negociações com eles não estão a dar frutos! Por isso, recomendo uma tarifa direta de 50% para a União Europeia a partir de 1 de junho de 2025″, anunciou Donald Trump através do seu perfil na rede Truth

Três detidos no Aeroporto de Lisboa com 32 quilos de cocaína e canábis

A Polícia Judiciária (PJ) deteve nos últimos dias, no Aeroporto de Lisboa, duas pessoas com 23 quilos de cocaína dissimulada na bagagem e uma terceira com 8,7 quilos de erva de canábis, foi divulgado nesta sexta-feira.

Fonte da PJ adiantou à agência Lusa que elementos da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes, da PJ, detiveram dois homens que transportavam escondida numa mala de viagem e em embalagens escondidas junto ao corpo 23 quilos de cocaína proveniente do Brasil.

Numa outra ação, os elementos da Judiciária detiveram uma mulher, proveniente do Extremo Oriente, que transportava 8,7 quilos de folhas e flores de canábis (sumidades floridas de canábis), acondicionadas a vácuo em embalagens que transportava no interior de uma mala de viagem.

Os detidos, indiciados por tráfico internacional de estupefacientes, têm entre 22 e 26 anos e, depois de ouvidos em primeiro interrogatório judicial, ficaram sujeitos a prisão preventiva, a medida de coação mais gravosa.

As detenções, no âmbito de três intervenções distintas, ocorreram no quadro da atividade regularmente exercida pela PJ para tentar impedir a entrada de estupefacientes em território nacional através dos aeroportos internacionais.

As investigações da PJ prosseguem para avaliar as ligações para com estes traficantes.

Legislativas. Publicação de André Ventura no hospital foi a que teve mais visualizações em toda a campanha

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A primeira publicação do presidente do Chega, André Ventura, no hospital, após ter sofrido um espasmo esofágico, teve mais de três milhões de visualizações no Facebook, o maior alcance de um líder partidário em toda a campanha eleitoral.

Esta informação consta de um relatório divulgado pelo MediaLab do ISCTE nesta sexta-feira, em parceria com a Comissão Nacional de Eleições (CNE), para monitorizar a desinformação durante a campanha para as eleições legislativas de 18 de maio.

De acordo com esse relatório, a publicação de André Ventura no Hospital de Faro — para onde foi transportado em 13 de maio, após ter tido um espasmo esofágico durante um comício em Tavira — teve 3.322.952 visualizações na rede social Facebook.

Nessa publicação, feita por volta das 08h40, André Ventura aparece numa fotografia deitado numa cama hospitalar, a fazer um “fixe” com a mão, com um cateter e uma pulseira laranja, e escreve que estava a ser “muito bem tratado no Hospital de Faro” e esperava “ter alta nas próximas horas”.

Esta foi a publicação de André Ventura nas redes sociais que teve mais visualizações durante todo o período oficial de campanha eleitoral — entre 4 e 16 de maio –, ultrapassando largamente a de todos os outros líderes partidários, que nunca conseguiram alcançar o patamar dos milhões.

A título de exemplo, a porta-voz do PAN, Inês Sousa Real, foi a líder que teve a publicação mais popular a seguir a André Ventura, com quase 646 mil visualizações: trata-se de uma fotografia divulgada no Facebook em que festeja a conquista do campeonato de futebol ao lado do seu gato, ambos com um cachecol do Sporting.

Curiosamente, as publicações que tiveram mais visualizações dos líderes do PSD, Luís Montenegro, da IL, Rui Rocha, e do CDS-PP, Nuno Melo, em toda a campanha foram as que fizeram na rede social X (antigo Twitter) a desejar uma rápida recuperação a André Ventura, na sequência do espasmo esofágico.

Essa publicação de Luís Montenegro teve 193 mil visualizações, a de Rui Rocha cerca de 97 mil e Nuno Melo conseguiu 38 mil. O relatório ressalva, contudo, que as contas Facebook e Instagram de Rui Rocha não são rastreáveis, pelo que não conseguiu calcular o número de visualizações que as suas publicações obtiveram nessas redes sociais.

No geral, André Ventura foi o líder mais popular nas redes sociais em toda a campanha, tendo quase sempre números de visualizações cerca de cinco vezes superiores aos dos restantes políticos e, em alguns casos, 20 vezes superiores.

Na última semana de campanha, por exemplo, as publicações de André Ventura tiveram quase 22 milhões de visualizações no Instagram, contra 957 mil para a coordenadora do BE, Mariana Mortágua, que ficou em segundo lugar.

No Facebook, o líder do Chega atingiu os 13 milhões de visualizações, igualmente muito distante do secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, que, com 978 mil, foi o segundo líder partidário mais popular naquela rede social.

O problema de saúde de André Ventura parece ter tido um grande impacto no número de pessoas que acederam às suas redes sociais, que registaram um aumento significativo nas visualizações entre a primeira e a segunda semana de campanha: no Facebook, por exemplo, a conta de Ventura passou de cerca de dois milhões e 600 mil visualizações para 13 milhões e 800 mil.

O mesmo fenómeno registou-se na conta de André Ventura no Instagram — que passou de cerca de 10 milhões de visualizações para 21 milhões — e no X (antigo Twitter), que aumentou de quase três milhões para perto de cinco milhões.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o MediaLab, do ISCTE, em parceria com a agência Lusa, estão a monitorizar as redes sociais para identificar e medir o impacto da desinformação na campanha das legislativas de maio, prolongando-se até 24 de maio.

O Medialab produz semanalmente relatórios sobre o fenómeno da desinformação.

Ministério da Educação faz balanço positivo da primeira semana das provas ModA

O Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) fez nesta sexta-feira um balanço positivo da primeira semana das provas ModA, que diz estarem a decorrer “dentro da normalidade”, contrariando o relato da Fenprof.

“Na generalidade, as provas ModA têm decorrido dentro da normalidade e com tranquilidade”, refere a tutela, numa nota enviada à agência Lusa.

Os alunos dos 4.º e 6.º ano estão desde segunda-feira a realizar as provas de Monitorização das Aprendizagens (ModA), que na primeira semana testaram os conhecimentos a Português.

Com as provas a realizarem-se em formato digital e com uma greve de professores a decorrer, os serviços do Ministério receberam apenas relatos de “falhas pontuais, que as escolas têm conseguido resolver para a realização da prova”.

O balanço do MECI contraria o relato feito nesta sexta-feira pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof), que fala em alunos sem aulas ou testes feitos em corredores por falta de rede nas escolas.

De acordo com o levantamento feito pela federação junto de 175 escolas (114 do 1.º ciclo e as restantes do 2.º ciclo), em 30% das escolas do 1.º ciclo, a greve de professores impediu a aplicação provas ModA.

A falta de condições também obrigou muitos agrupamentos a reagendar ou emitir novas convocatórias para que os alunos do 4.º e 6.º anos pudessem voltar a realizar a prova, referiu a organização sindical.

A Fenprof relatou também problemas desde códigos de acesso inválidos, computadores inoperacionais e falhas de rede, a situações em que as provas tiveram mesmo de ser feitas “em corredores por inexistência de rede nas salas de aula”.

As provas ModA decorrem até 6 de junho, tendo a Fenprof convocado uma greve a todas as tarefas relacionadas com aquelas provas, designadamente às de secretariado, vigilância e classificação.

No final da semana passada, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) anunciou ter atribuído aos 809 agrupamentos escolares e escolas não agrupadas 15,4 milhões de euros, dos quais 15,3 milhões para comprar ou reparar computadores, mas as escolas utilizaram apenas “8,32 milhões para a aquisição de computadores”.

Os resultados das provas ModA não têm implicações na classificação interna do aluno, na aprovação nas disciplinas nem na transição de ano.

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