Incêndios. Situação de alerta prolongada até domingo


O Governo decidiu, esta quinta-feira, prolongar novamente a situação de alerta no país devido aos incêndios. A informação foi dada ao país pela ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, que adiantou que a situação de alerta foi prorrogada até ao próximo domingo, dia 17 de agosto.
“A adversidade não dá sinais de nos largar”, justificou a ministra, numa declaração ao país onde relembrou que “há 22 dias consecutivos que somos assolados por uma onda de calor extraordinário, ininterrupto, que tem motivado incêndios de grande dimensão, também eles ininterruptos, sobretudo a norte do país”.
Na comunicação, em que fala de “calamidade nacional”, exprime ainda “profunda solidariedade com todas as pessoas que têm sido diretamente afetadas por este flagelo” e “profunda gratidão” por quem tem estado “na primeira linha de combate” a impedir que estes incêndios “tenham repercussões irreversíveis na vida das pessoas”.
“A perseverança inquebrável de todas estas pessoas que combatem os incêndios na linha da frente tem sido notável”, destaca, lamentando a “exaustão e cansaço” de quem tem estado a lutar contra o fogo e pedindo que ninguém se sinta “excluído deste combate que é de todos”. “É necessário manter a vigilância, manter a atitude individual de autocontenção perante os riscos e pensar que esta é uma luta nacional, é um combate de todos”, rematou.
“Temos o maior dispositivo de sempre no terreno”
Em resposta a uma pergunta da Renascença sobre as críticas que têm sido feitas pelos autarcas das zonas afetadas, Maria Lúcia Amaral reitera que “temos, neste momento o maior dispositivo de sempre no terreno”.
“Compreendo muito bem todos os apelos que os autarcas têm feito. Perante a natureza dramática do que estamos a viver, é mais que compreensível”, acrescenta.
“Neste momento, que é o momento de unir esforços e reagir, estamos a reagir com todos os meios disponíveis”, repetiu, dizendo, no entanto, compreender que, “quem está próximo das populações, próximo da aflição e sofrimento das pessoas, entenda que tudo o que existe não é suficiente, porque os meios são sempre limitados”. “Mas repito: neste momento temos o maior dispositivo de sempre no terreno”.
“Os meios demonstram que o país está a responder de uma forma unida”, adiantou, garantindo que, quanto às críticas de descoordenação, “ninguém está imune a ela num esforço tão grande”.
Governo vai pedir mais dias de Canadair a Marrocos
Ao responder aos jornalistas, a ministra adiantou, igualmente, que os aviões Canadair emprestados foram cedidos “até sexta-feira”, mas que as autoridades portuguesas vão ver “se podemos dispor deles até domingo”. Quanto a ajuda internacional, Maria Lúcia Amaral descarta, para já, esse cenário. “Continuaremos a garantir todo o dispositivo que for absolutamente necessário para cumprir a nossa missão primeira, que é preservar vidas e bens. As decisões são tomadas com o apoio técnico-operacional. Quando nos disserem que é precisa ajuda internacional, essa ajuda será pedida sem hesitação”, diz.
No entretanto, também não se prevê uma passagem do nível de alerta para contingência, porque tal só serviria para mobilidade meios locais “que já estão mobilizados”. “No plano prático não sentimos a necessidade”, explica.
Ministra garante que não se demite
Questionada sobre uma possível demissão, a ministra da administração interna reiterou que, há dois meses, prestou “um juramento de lealdade”. “Não vou trair o juramento de lealdade dois meses depois apresentando a minha demissão ou pensando demitir-me”, reforçou, assegurando que não vai ao terreno porque o governo segue “a doutrina fixada em 2017” de “não prejudicar”.
“Fazemos tudo para não prejudicar e a ida ao terreno de autoridades políticas não se enquadraria dentro do princípio de jamais prejudicar. É por isso que ainda não fomos. Não vamos nestas circunstâncias”, garante.
[Notícia atualizada às 19h42 de 14 de agosto de 2025 para acrescentar mais declarações da ministra aos jornalistas]