Livre questiona Montenegro sobre incumprimento da meta de limpeza de floresta

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O Grupo Parlamentar do Livre questionou esta quinta-feira o primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre os motivos de incumprimento da meta de limpar um milhão de hectares de floresta entre 2020 e 2024, prevista no Plano Nacional de Ação (PNA) 20-30.

O partido recorda que o objetivo de limpar um milhão de hectares de floresta entre 2020 e 2024 foi assumido após os incêndios de 2017, mas, de acordo com uma notícia do Público divulgada esta semana, apenas 400 mil hectares foram intervencionados. Um número, considera o Livre, que “revela dificuldades estruturais na execução das metas estabelecidas no PNA”.

O Livre questiona Luís Montenegro, numa pergunta enviada através da Assembleia da República, sobre as razões identificadas pelo Governo para o “atraso e incumprimento”, bem como quais são as “ações que pretendem implementar para cumprir não só esta meta o mais rapidamente possível, como para garantir as metas até 2030”.

O grupo parlamentar liderado por Isabel Mendes Lopes sublinha a “insuficiência de intervenções no terreno, a redução dos investimentos e o crescente abandono de parte da floresta” como motivos que agravam a “vulnerabilidade da paisagem face aos desafios das alterações climáticas” e aumentam a “severidade dos incêndios”. “Torna-se, assim, urgente acelerar a mobilização da sociedade, dos recursos e implementação das políticas para evitar a repetição dos piores cenários vividos nos anos mais recentes”, defende o partido.

O Livre cita ainda um relatório da Agência para a Gestão Integrada de Fogos (AGIF) em que especialistas alertam para a “necessidade urgente de acelerar a implementação de medidas” e referem os riscos de falta de intervenção na floresta, que podem levar a “incêndios mais rápidos e severos que podem queimar mais de 750 mil hectares num só ano e/ou destruir locais únicos e ameaçar relevantes infraestruturas e comunidades urbanas”.

Sobre este alerta da AGIF, o Livre questiona o Governo sobre que “medidas pretende adotar para garantir uma gestão preventiva e em larga escala das áreas florestais” e “como justifica a redução dos investimentos e recursos destinados à prevenção e gestão sustentável da floresta”.

“Que alternativas de financiamento complementares pretende implementar para garantir que as ações de gestão e proteção da floresta não fiquem prejudicadas pela redução orçamental denunciada pelas associações do setor em 2024?”, questiona ainda o partido.

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Casal de influencers assaltado à mão armada no Algarve. Relógio de 20 mil euros foi roubado

O casal estava a chegar ao alojamento de férias com os filhos quando foi abordado por dois homens encapuzados e armados. Daniel Gregório e Liliana Filipa, dois ex-concorrentes do reality show “Secret Story”, foram alvo de um assalto à mão armada na madrugada de terça-feira em Vilamoura, no Algarve. O casal foi abordado por dois homens encapuzados e armados, tendo o incidente, que durou cerca de 1 minuto, sido captado pelas câmaras de videovigilância do local. O casal regressava ao alojamento turístico onde passava férias com os filhos, Ariel e Santiago, de 6 e 5 anos, quando, poucos minutos depois

Fogos consumiram este ano cerca de 75 mil hectares

Os incêndios florestais consumiram até esta quinta-feira cerca de 75.000 hectares, mais de metade ardeu nas últimas três semanas, segundo dados provisórios do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

As estimativas divulgadas esta quinta-feira pelo Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que se baseia em imagens de satélite do programa Europeu Copernicus, dão também conta que Portugal é o terceiro país da União Europeia com mais área ardida este ano, depois de Espanha (148.205) e da Roménia (123.816).

A aérea ardida este ano é nove vezes mais do que em igual período do ano passado e a segunda maior desde 2017.

Os dados do ICNF avançam igualmente que nas últimas 24 horas arderam mais de 11.000 hectares.

O ICNF indica que desde o início do ano e até esta quinta-feira deflagraram 5.998 incêndios que provocaram 74.931 hectares de área ardida, 50% dos quais em matos, 40% em floresta e 10% em terrenos agrícolas.

Em relação ao mesmo período do ano passado, o número de incêndios aumentou 72%.

Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio desde 2 de agosto.

Que se lixem os chico-espertos

Cheguei às 7h05. Já estavam oito pessoas à espera do lado de fora do centro de colheitas do hospital. Madrugadores de verão. Quando aqui venho no inverno, sou sempre o primeiro. O corpo antigo lida pior com o frio.

Todas as oito pessoas à minha frente são mais velhas do que eu. Algumas movem-se com dificuldade. A maioria sentou-se no muro. Esperamos. A sala de espera só abre às 7h30 — nessa altura, tiram-se as senhas. As colheitas começam por volta das 8h. Normalmente atrasa. Meia hora de espera até nos podermos sentar numa cadeira. Meia hora, nada de mais.

(Nada de mais quando o corpo é jovem e aguenta bem a espera, seja de pé ou sentado.)

O muro é duro e os sentados contorcem-se de desconforto: põem-se de pé, sentam-se, chegam-se para trás e para a frente…

Esperamos. Assim é a vida de quem precisa de se tratar. Não há mãos que cheguem para tantas almas à procura de ajuda.

— Quem é o último? —, pergunta um senhor nos seus 70 anos, caminhando em passo acelerado, alarmado por já estarem mais de 20 pessoas à espera.

(Não há fila. Cada um acomoda-se ou encosta-se onde pode, tentando lidar o melhor possível com o fardo da espera.)

— Parece que é aquele senhor ali —, diz um jovem chico-esperto de uns 60 anos, apontando para um senhor octogenário, talvez até mais do que isso, que dormitava encostado à parede.

Ninguém falou.

(Calamo-nos demais. Andamos tão calados sobre aquilo que é realmente importante. Acobardados?)

O senhor já lá estava quando cheguei às 7h05. Nunca poderia ser o último.

— Então, é o senhor o último? —, perguntou o recém-chegado ao recém-acordado.

— Eu? Olhe, acho que não. Não sei… —, defende-se, confuso, ainda meio estremunhado — Bom, mas posso ser. Último ou não, a gente está aqui para se tratar, não há mal em esperar, é preciso é que nos tratem o quanto antes —, acrescenta, encolhendo os ombros.

(“Devagar, porque eu tenho pressa”, disse D. Pedro I ao seu charreteiro.)

— Ó amigo, eu troco consigo —, disse-lhe eu, que só podia tirar senha para as análises às 9h, e que não tinha qualquer preocupação com a posição na fila. Nenhuma nobreza na oferta, nenhum louvor reclamo.

— Não é preciso, amigo, estamos todos aqui pelo mesmo. Pior seria se não tivéssemos onde procurar ajuda —, respondeu.

— Faço questão, amigo. Está feita a troca e não se fala mais nisso.

— Obrigado.

Que se lixem os chico-espertos.


O autor escreve segundo o Acordo Ortográfico de 1990

A COVID está a matar mais em Portugal. “É preciso uma atitude diferente”

Mais de 100 mortos só nas últimas semanas, número duplica a cada mês. Não há acesso fácil ao tratamento com fármacos. A escala não é comparável ao que se verificava em 2020 e em 2021. Mas a COVID-19 está de volta a Portugal, está a matar mais pessoas no país ao longo deste ano. Só ao longo das últimas semanas, entre o início de Julho e o dia 10 de Agosto, foram registadas 121 mortes relacionadas com o coronavírus. Só no dia 5 de Agosto morreram 11 pessoas – o número mais alto de óbitos em 24 horas desde Julho

Óbito de Jardim Fernandes. Marcelo assinala “notável trajetória política” do ex-líder do PS Madeira

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou esta quinta-feira a morte do antigo líder do PS Madeira Emanuel Jardim Fernandes, destacando a sua “notável trajetória política” no exercício de várias funções.

“Foi com pesar que o Presidente da República recebeu a notícia da morte de Emanuel Jardim Fernandes, que liderou o Partido Socialista-Madeira durante 14 anos e teve uma notável trajetória política, marcada pelo exercício de funções muito diversas, todas de elevada responsabilidade e relevância”, lê-se numa nota oficial divulgada pelo Palácio de Belém.

Marcelo lembra que, além de autarca, Jardim Fernandes foi deputado ao Parlamento Europeu, à Assembleia da República e à Assembleia Legislativa Regional da Madeira.

“À família, amigos e ao Partido Socialista, o Presidente da República expressa as mais sentidas condolências, esperando que encontrem consolo no legado que permanece”, lê-se ainda na nota.

Emanuel Jardim Fernandes, que morreu na quarta-feira com 81 anos, era advogado de profissão, foi um dos “principais rostos” do PS Madeira quando foi criado, tendo sido eleito deputado para a Assembleia Legislativa Regional na primeira legislatura, em 1976.

Manteve-se no parlamento madeirense durante várias legislaturas e tornou-se presidente do PS Madeira em 1980, cargo que desempenhou até 1993, tendo voltado depois à liderança em 1996.

Também foi deputado na Assembleia da República por duas vezes (1983-1985 e 1991-1995) e no Parlamento Europeu entre 2004 e 2009.

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Preços de frutas e legumes disparam devido ao calor extremo. Atum enlatado também galopou

A subida nas frutas e legumes deve-se principalmente ao aumento das importações. Já o aumento do preço do atum em conserva não tem uma explicação aparente. Os preços dos alimentos em Portugal continuam a registar subidas significativas, especialmente em produtos como fruta, hortícolas e conservas de peixe, segundo dados recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) e da Deco Proteste. Em julho, o índice de preços dos produtos alimentares não transformados acelerou pelo sexto mês consecutivo, atingindo 6,1%, face aos 4,7% registados em junho. A fruta foi o principal motor desta subida, com uma variação homóloga de 10%. Entre 30

GNR detém em flagrante dois homens a atear fogo com isqueiro em Vinhais

A Guarda Nacional Republicana (GNR) deteve dois homens por suspeitas do crime de incêndio no concelho de Vinhais, distrito de Bragança.

Em comunicado, a força de segurança refere que os militares surpreenderam os suspeitos a atear um fogo com um isqueiro na localidade de Quirás, numa zona onde se encontrava uma equipa da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro.

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“No decurso de um incêndio florestal, os militares da Guarda surpreenderam em flagrante os dois suspeitos a atear um fogo (chama direta), recorrendo a um isqueiro, numa zona onde se encontrava uma equipa da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS), colocando assim em risco a integridade física dos militares presentes”, acrescenta a nota.

De imediato, foram efetuadas diligências policiais que culminaram na detenção dos dois indivíduos e na apreensão de um isqueiro.

A ação contou com diversas valências da GNR entre as quais a Proteção da Natureza e do Ambiente, a estrutura Territorial e a UEPS.

Os dois homens de 42 e 61 anos, detidos esta quarta-feira, vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial em Bragança, para aplicação das medidas de coação.

A Guarda Nacional Republicana recorda que se mantém vigilante na prevenção e combate aos incêndios rurais, contribuindo ativamente para a responsabilização criminal dos seus autores e para a proteção de pessoas, bens e do património natural.

A GNR relembra ainda que as queimas e queimadas são das principais causas de incêndios em Portugal e que a realização de queimadas, de queima de amontoados e de fogueiras é interdita sempre que se verifique um nível de perigo de incêndio rural “muito elevado” ou “máximo”, estando dependente de autorização ou de comunicação prévia noutros períodos.

Os nossos ancestrais viveram lado a lado com um hominídeo misterioso

A árvore genealógica humana parece-se cada vez mais com um arbusto indisciplinado. A descoberta recente de dentes antigos sugere que os nossos ancestrais viveram lado a lado com um hominídeo misterioso. Uma equipa de paleontólogos descobriu os fósseis de dentes de duas linhagens humanas antigas diferentes, no mesmo local, no nordeste da Etiópia. A descoberta reduz a distância entre o primeiro do nosso género e o último dos australopitecos na África Oriental. Os dois provavelmente coexistiram. A descoberta foi apresentada num artigo publicado esta quarta-feira na revista Nature. “Esta nova investigação mostra que a imagem que muitos de nós temos

Associação Oikos de Leiria exige inquérito a avaria face a “enormes danos ambientais” para o rio Lis

A Oikos — Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria exigiu um inquérito à avaria numa estação elevatória que obrigou a descargas de efluentes não tratados no rio Lis, provocando “enormes danos ambientais”.

Numa informação enviada à agência Lusa, a Oikos começou por manifestar “preocupação com os enormes danos ambientais decorrentes da avaria na estação elevatória de Monte Real”, no concelho de Leiria, infraestrutura gerida pela Águas do Centro Litoral (AdCL).

“Além dos graves danos ambientais, que se refletem diretamente sobre os recursos hídricos do rio Lis, seus campos agrícolas e sua comunidade”, a Oikos alertou “para os impactes deste grave acidente sobre a economia e a imagem de toda uma região que, ao longo dos últimos anos, tanto esforço imprimiu na construção de uma imagem de confiança e no reequilíbrio ambiental”.

A associação exigiu “um rigoroso inquérito a toda a situação”, assim como “uma profunda reflexão sobre as intervenções a realizar no sentido de assegurar o efetivo bom funcionamento do atual sistema de recolha, transporte e tratamento de efluentes”.

Por outro lado, a Oikos reclamou “urgência na determinação dos graves impactes ambientais, económicos e sociais decorrentes deste acidente”, para serem “estabelecidas as medidas compensatórias relativamente a todos os danos causados”.

Na quarta-feira, a AdCL divulgou que a estação de Monte Real, que eleva efluente para a estação de tratamento de águas residuais do Coimbrão, estava “temporariamente inoperacional devido a uma avaria nas bombas que compõem o sistema de elevação”.

Segundo a empresa, “foi acionado o sistema de descarga de emergência da estação, bem como da estação elevatória a montante (Serra de Porto do Urso)”, e as descargas ocorreram, “respetivamente, no rio Lis e numa vala de rega adjacente”.

Esta situação levou à interdição de banhos na Praia da Vieira, na Marinha Grande, onde desagua o rio Lis, e o Município de Leiria desaconselhou atividades no troço do rio Lis a jusante de Monte Real, como captações para rega, banhos e pesca.

Esta quinta-feira, a empresa assegurou que a avaria está resolvida, desde as 00h30, tendo terminado as descargas de efluentes para o rio Lis.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) revelou que na sequência da avaria, registada às 10h00 de terça-feira, notificou a AdCL a instalar um sistema de retenção para impedir a descarga de efluente no rio Lis.

Numa nota, a APA divulgou que notificou aquela empresa para, “além de realizar todas as diligências para reparar, o mais rapidamente possível, o sistema de bombagem associado” à estação elevatória, “instalar, com caráter de urgência, um sistema de retenção do efluente, de forma a reduzir significativamente ou mesmo impedir a sua descarga no rio Lis”.

A APA esclareceu ainda que, em articulação com o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (GNR), “já acionou todos os mecanismos legais aplicáveis, incluindo os sancionatórios”.

A GNR de Leiria, por seu turno, revelou que está a investigar a poluição no rio Lis e que a situação tem “grave impacto na fauna e flora locais”, havendo já “evidências desse impacto com fauna morta, sobretudo peixes”.

No local, a GNR “realizou diligências de investigação relacionadas com a fonte poluidora”.

Além de testemunhos, a GNR recolheu “amostras de águas residuais e de águas superficiais, destinadas a avaliação do grau de degradação da qualidade da água”, diligências que visam “a comunicação ao Ministério Público e a execução das respetivas ações de investigação criminal”.

Já a Câmara de Leiria sustentou que se está perante uma “grave ocorrência ambiental”, que “levou à descarga direta de efluentes não tratados no rio Lis”, e exigiu à AdCL “a adoção imediata de medidas de contenção e reparação dos danos causados”, e soluções para prevenir casos idênticos.

A autarquia reclamou também a criação de uma comissão de inquérito e a garantia de “compensações ambientais e sociais”.

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