“Russiagate”. Câmara de Lisboa vai “defender o indefensável” para evitar multa

Corria o ano de 2021. Ativistas anti-Putin, dissidentes do regime, protestavam frente à embaixada da Rússia, numa manifestação que exigia a libertação do opositor Alexey Navalny. Tanto a embaixada como o ministério russo dos Negócios Estrangeiros receberam os dados pessoais dos promotores do protesto, fornecidos pela autarquia de então, liderada por Fernando Medina.

Mas, soube-se na altura que já desde 2013, quando António Costa era presidente do município, que a autarquia partilhava com terceiros dados pessoais de manifestantes.

Os ativistas argumentaram que a Câmara Municipal de Lisboa pôs em causa a sua segurança e a dos seus familiares na Rússia, aquando da divulgação dos seus dados. E a autarquia foi alvo de uma multa de 1,25 milhões de euros por parte da Comissão Nacional de Proteção de Dados no caso que muitos apelidaram de “Russiagate” (não confundir com o outro “Russiagate”, que envolve o Parlamento Europeu).

Um valor que foi sendo reduzido devido à prescrição de algumas contraordenações, sendo agora de 738 mil euros, correspondente à prática de 65 contraordenações. Ainda assim, a autarquia recorreu, mas agora, o Tribunal Central Administrativo Sul considerou “improcedente” esse recurso.

A cerca de dois meses das eleições autárquicas, e confrontado com esta decisão, Carlos Moedas, o autarca de Lisboa, mostra-se disponível para, como refere, “defender o indefensável”. Diz-se disposto a “proteger os contribuintes”, ainda que assumindo como “um erro” a partilha de dados de ativistas.

“Tenho de defender, sim, de certa forma, o indefensável. Eu vou tentar evitar a multa”, referiu o autarca, à margem de uma visita ao quartel do Regimento de Sapadores Bombeiros em Alvalade, onde chegaram esta manhã parte dos 40 homens e mulheres que estiveram a ajudar a combater os incêndios florestais em Arouca.

PGR abre inquérito a André Ventura e Rita Matias por divulgação de nomes de crianças

A Procuradoria-Geral da República (PGR) instaurou um inquérito ao líder do Chega, André Ventura, e à deputada Rita Matias por terem divulgado nomes de crianças do pré-escolar, confirmou a Renascença.

O inquérito foi aberto depois de Ventura ter lido nomes de menores que, alegadamente, frequentavam uma creche em Lisboa, durante um debate parlamentar às alterações da lei da nacionalidade.

Já Rita Matias, deputada do Chega, partilhou um vídeo nas redes sociais em que fez o mesmo, partilhando inclusive uma imagem com nomes e apelidos de alunos.

No mês passado, a Comissão Nacional de Proteção de Dados tambémabriu um processo de averiguações.

Dirigentes associativos, partidos políticos e cidadãos anunciaram publicamente que iriam apresentar queixa contra o facto de o Chega ter divulgado nomes de origem estrangeira de crianças que frequentam uma escola portuguesa, considerando que passaram à frente na lista de menores de nacionalidade portuguesa.

No debate parlamentar, André Ventura disse que a lista era “pública”, mas Rita Matias admitiu posteriormente que não tinha confirmado a “veracidade” dos nomes.

Estudo revela que portugueses abandonam marcas que fingem ser sustentáveis

Um estudo do Instituto Superior Miguel Torga (ISMT), em Coimbra, revelou que a maioria dos consumidores portugueses, ao constatar que uma marca está a mentir sobre as suas práticas sustentáveis, deixa de adquirir produtos da mesma.

Ao perceberem que a empresa pratica greenwashing — campanhas, selos ou alegações de comportamentos ambientais que não correspondem à realidade —, os portugueses deixam de comprar os produtos dessa marca e procuram alternativas mais éticas, avança o ISMT, num comunicado enviado à Lusa.

As marcas mais identificados pelos inquiridos, que se enquadram no modelo de greenwashing, incluem a Volkswagen, citada por cerca de 40% da amostra, seguida pela EDP e pela Galp. As conclusões demonstram ainda um padrão de quebra de confiança, rejeição da marca e, muitas vezes, abandono definitivo.

“As pessoas não estão apenas desiludidas, estão a reagir com firmeza a um tipo de engano que consideram particularmente grave: o uso abusivo de causas ambientais para fins comerciais”, afirma a professora e investigadora no ISMT, Célia Santos, que coordenou o estudo em co-autoria com Arnaldo Coelho, da Universidade de Coimbra, e Alzira Marques, do Instituto Politécnico de Leiria.

Para a docente, “trata-se de uma ruptura racional, em que os consumidores sentem que foram instrumentalizados e respondem afastando-se”. Este afastamento é “intencional, informado e persistente”, muitas vezes marcando o fim da relação entre consumidor e marca. “A percepção de incoerência entre o discurso e a prática ambiental não é perdoada”, sublinha Célia Santos.

A investigação, que efectuou um inquérito a nível nacional, identificou dois mecanismos principais que explicam o afastamento: a “confusão verde” (dificuldade em distinguir se um produto é verdadeiramente sustentável ou apenas promovido como tal) e o surgimento de emoções negativas extremas, designadas como “ódio à marca”.

“Quando o consumidor percebe que não pode confiar na informação que lhe é dada, entra num estado de alerta. Fica mais desconfiado, sente-se frustrado e perde o sentido de controlo sobre as suas decisões de compra”, explica.

Neste contexto, a reacção é dar seguimento a um consumo ético, onde o cliente “tenta recuperar esse controlo escolhendo marcas que considera mais transparentes, mesmo que isso implique mudar de hábitos ou pagar mais”.

“As emoções negativas que se geram, como a indignação ou o desprezo, não desaparecem com uma nova campanha ou o reposicionamento da marca. Pelo contrário, muitas vezes consolidam-se como formas de rejeição duradoura”, notou a investigadora.

Bar da praia dos Ingleses demolido pela Câmara do Porto

A Câmara do Porto está a demolir o bar da praia dos Ingleses para “salvaguardar a segurança de pessoas, bens, saúde pública e ambiente”, revelou hoje o município, que conta ter esta operação concluída na terça-feira.

Segundo informação publicada na sua página de Internet, a demolição está a ser executada pela autarquia “ao abrigo do estado de necessidade”, perante a degradação do remanescente do equipamento, que “estava a constituir um perigo iminente e efetivo”.

“Além das questões relacionadas com a insalubridade do local e o perigo para a saúde pública, a estrutura metálica do bar encontrava-se em estado de degradação, com os perfis metálicos e suas ligações a apresentarem zonas em avançado estado de corrosão”, especifica.

Segundo a Câmara do Porto, “a contínua degradação das estruturas metálicas estava a comprometer a sua capacidade resistente, representando um perigo potencial para os utilizadores da praia”.

A intervenção, que teve início na segunda-feira e tem uma duração estimada de sete dias úteis, inclui, além da demolição da estrutura, a remoção e o transporte dos materiais para “vazadouro autorizado e a colmatação do lanço de escadas de acesso à praia, atualmente inexistente”.

Pelo menos três corpos encontrados na província de Cabo Delgado

Pelo menos três corpos foram encontrados no posto administrativo de Chiúre Velho, na província moçambicana de Cabo Delgado, palco de ataques de grupos extremistas desde 24 de julho, disse esta quarta-feira à Lusa fonte oficial.

Segundo fonte da Força Local, paramilitares que apoiam o combate aos grupos de rebeldes que atuam em Cabo Delgado desde 2017, os corpos, visivelmente baleados, foram encontrados na terça-feira, nas matas da localidade, numa zona de produção de mandioca, milho e gergelim, a cerca de 30 quilómetros da vila sede de Chiúre, sul da província.

“São corpos de maiores de idade, acharam e comunicaram as autoridades do distrito, mas ninguém sabe quem são porque o estado dos corpos não é dos melhores”, relatou a mesma fonte, a partir de Chiúre.

Os corpos foram encontrados por um grupo de militares que patrulhava a região, na sequência da atual onda de ataques no sul da província de Cabo Delgado. No terreno, disse ainda, estão forças compostas por militares moçambicanos e do Ruanda.

“Tanto em Chiúre Velho, como em Ocua temos força, a ideia é controlar o movimento dos rebeldes”, disse ainda a fonte da Força Local, acrescentando que em alguns zonas a população está a retornar às aldeias.

Mais de 57 mil pessoas foram deslocadas desde 20 de julho em Cabo Delgado após o recrudescimento de ataques de extremistas, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

De acordo com o mais recente relatório da OIM, com dados de 20 de julho a 3 de agosto, divulgado esta semana, “a escalada de ataques e o crescente medo de violência” por parte de grupos armados não estatais nos distritos de Muidumbe, Ancuabe e Chiúre levaram ao deslocamento de 57.034 pessoas, num total de 13.343 famílias.

Incluem-se 490 grávidas, 1.077 idosos, 191 pessoas com problemas de mobilidade e 126 crianças separadas dos pais, que chegam a andar mais de 50 quilómetros, pela mata, noite e dia, sobretudo em direção à sede do distrito de Chiúre, no sul da província de Cabo Delgado.

Trata-se do maior pico de deslocados por ataques, com destino a Chiúre em cerca de um ano.

A OIM acrescenta que os agentes no terreno apontam que “a alimentação é a necessidade humanitária mais urgente”, seguida de abrigo e itens não alimentares.

Deste total de deslocados, 22.939 foram abrigados em Namisir e 27.558 em Micone, em ambos os casos em duas escolas da vila de Chiúre.

Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram na segunda-feira novos ataques nos distritos de Chiúre e Muidumbe, com pelo menos cinco pessoas decapitadas, num momento crescente de violência naquela província moçambicana.

Na reivindicação, feita através dos canais de propaganda do Estado Islâmico, refere-se que numa aldeia de Chiúre foram capturadas e decapitadas quatro pessoas, na sexta-feira. No domingo, outra pessoa foi capturada e morta em Muidumbe, igualmente por elementos alegadamente pertencentes ao grupo Ahlu-Sunnah wal Jama’a (ASWJ).

Vários distritos de Cabo Delgado, sobretudo Chiúre, estão a registar uma crescente atividade por parte de elementos destes grupos nos últimos dias. Na semana passada, extremistas reivindicaram também a decapitação, em locais diferentes, de pelos menos três cristãos moçambicanos.

O ministro da Defesa Nacional admitiu, na quinta-feira, preocupação com a onda de novos ataques em Cabo Delgado, adiantando que as forças de defesa estão no terreno a perseguir os rebeldes armados.

“Como força de segurança não estamos satisfeitos com o estado atual, tendo em conta que os terroristas nos últimos dias tiveram acesso às zonas mais distantes do centro de gravidade que nós assinalámos”, disse o ministro Cristóvão Chume, aos jornalistas.

A província de Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma insurgência armada que já provocou mais de um milhão de deslocados.

Ministério Público abre inquérito a André Ventura e Rita Matias

O Ministério Público confirmou, nesta quarta-feira, a abertura de um inquérito ao presidente do Chega, André Ventura, e à deputada do partido Rita Matias, sobre a divulgação de nomes de crianças imigrantes matriculadas numa escola de Lisboa.

Em resposta enviada à Lusa, a Procuradoria-Geral da República (PGR) adiantou que “confirma-se a instauração de inquérito relacionado com a matéria”.

André Ventura mencionou a lista de nomes na Assembleia da República e Rita Matias divulgou os nomes num vídeo partilhado nas redes sociais.

A Comissão Nacional de Protecção de Dados (CNPD) também já abriu um processo de averiguação ao caso.

Imagens de satélite mostram danos de mega-sismo em base de submarinos nucleares da Rússia

Os danos ligeiros terão sido causados pelo tsunami que surgiu após o terramoto de 8,8 que abalou o Pacífico na semana passada. O forte sismo de magnitude 8,8 que atingiu o remoto Extremo Oriente da Rússia na semana passada causou danos ligeiros na base de submarinos nucleares de Rybachiy, na Península de Kamchatka, de acordo com imagens de satélite recentemente analisadas. As fotografias tiradas no domingo pela Planet Labs mostram um cais flutuante na base — um local crítico para a Frota Russa do Pacífico — parcialmente separado da sua atracagem. Embora vários outros cais permaneçam intactos, a estrutura danificada

Desemprego recua para 5,9% no segundo trimestre do ano

A taxa de desemprego fixou-se em 5,9% no segundo trimestre, 0,7 pontos percentuais abaixo do trimestre anterior e menos 0,2 pontos percentuais do que no mesmo período de 2024, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta quarta-feira.

Segundo o INE, entre abril e junho, a população desempregada, estimada em 329,5 mil pessoas, diminuiu 9,9% (36,3 mil) em relação ao trimestre anterior e 0,8% (2,5 mil) relativamente ao trimestre homólogo.

Já a taxa de subutilização do trabalho foi estimada em 10,1%, o que representa uma diminuição de 1,0 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 0,5 pontos percentuais face ao mesmo trimestre do ano passado.

Pelo menos cinco mortos e 100 desaparecidos em inundação nos Himalaias

Pelo menos cinco pessoas morreram e mais de 100 continuam desaparecidas num aluimento de terras provocado por chuvas torrenciais no estado indiano de Uttarakhand, nos Himalaias, anunciou fonte da equipa de resgate desta quarta-feira.

O desastre aconteceu cerca das 13h30 (9h00 em Lisboa) de terça-feira na aldeia de Dharali, no distrito de Uttarkashi, quando uma inundação repentina provocou uma grande queda de água das montanhas e devastou a aldeia, arrastando tudo à sua passagem, incluindo dezenas de pessoas.

“Cerca de 150 pessoas foram levadas para um local seguro”.

De acordo com as informações disponíveis, quatro pessoas foram encontradas mortas e mais de 100 estão desaparecidas. Ainda aguardamos a confirmação da administração local”, avançou o inspetor-geral adjunto da Força de Resposta a Desastres (NDRF) indiana, Mohsen Shahedi, que enviou três equipas para a área afetada.

Horas depois, a agência de notícias estatal Press Trust of India (PTI) noticiou a recuperação de um quinto corpo dos escombros em Dharali, enquanto os esforços de busca e salvamento continuam.

Imagens divulgadas pelas autoridades e pelos meios de comunicação social mostram o rio Kheerganga a transbordar subitamente e a submergir completamente a área, agora coberta por lama espessa e detritos, dificultando a assistência das autoridades.

O ministro-chefe de Uttarakhand, Pushkar Singh Dhami, chegou ao local do desastre esta manhã para coordenar a resposta no local.

“Estão em curso grandes esforços de resgate, envolvendo mais de 160 polícias”, disse Dhami, acrescentando que já foram preparados pacotes de alimentos para distribuição e uma equipa médica foi mobilizada para tratar dos feridos.

Dharali, um popular destino turístico de verão, permanece agora praticamente isolada depois de várias estradas de acesso terem sido destruídas ou bloqueadas por aluimentos de terra.

As autoridades pediram aos residentes que se mantenham afastados dos rios devido ao risco de novas inundações.

Este desastre acontece numa altura em que foi emitido um alerta vermelho pelo instituto meteorológico da Índia devido ao risco de chuvas “extremamente fortes” em várias zonas do estado nos próximos dias.

Uttarakhand, uma região montanhosa e ecologicamente frágil, tem registado chuvas ininterruptas durante a atual estação das monções e numerosos aluimentos de terra e inundações.

As chamadas “explosões de nuvens”, fenómenos extremamente localizados que provocam chuvas torrenciais em apenas alguns minutos, são especialmente perigosas em zonas como os Himalaias, onde o solo não consegue absorver a água.

Festival sueco quer que os fãs “deem um rim” por um bilhete

O festival sueco Way Out West, que se realiza anualmente em Gotemburgo, está a tentar convencer os fãs a “darem um rim” pelo bilhete para a edição deste ano.

Tudo o que os fãs têm de fazer para conseguir um passe para os três dias de festival (que se realiza de quinta a sábado) é registarem-se como dadores de órgãos, que serão recolhidos para possíveis transplantes após a sua morte.

Os que o fizerem receberão uma pulseira de entrada com a frase “dei um rim por este bilhete”. Esta oferta é limitada a maiores de 18 anos.

Os bilhetes gerais para o Way Out Fest 2025, que se realiza este fim de semana e conta com nomes como Charli XCX, Chappell Roan e Pet Shop Boys, esgotaram rapidamente.

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