Jonathan Caicedo ganha no alto da Torre. Nych reforça liderança

O ciclista Jonathan Caicedo venceu a sétima etapa da Volta a Portugal em Biclicleta, que terminou no alto da Torre.

O russo Artem Nych foi segundo e reforçou a liderança na prova. O português Gustavo Leaça foi terceiro, a 46 segundos, depois de ter sido o maior animador da etapa.

Na geral, Nych tem agora 46 segundos de vantagem sobre o novo segundo colocado, o colega de equipa Alexis Guerin. e 1.20 sobre Jesus Pena e 1.21 sobre Byron Munton.

[em atualização]

Petição exige fim de medida do YouTube que estima idade dos utilizadores com IA

Uma petição pública, com mais de 90.000 assinaturas, exige que o YouTube volte atrás na implementação de uma medida que usa Inteligência Artificial (IA) para verificar a idade dos utilizadores.

No final de julho, a aplicação informou que começou a testar o uso de funções de IA nos Estados Unidos para descobrir se os utilizadores são maiores de idade na plataforma, com base em vários sinais, como os tipos de vídeos pesquisados, a categoria dos vídeos ou a antiguidade da conta.

A medida pretende oferecer “as experiências e proteções mais adequadas para cada idade”, refere a plataforma.

Contudo, a nova funcionalidade de IA do YouTube está a gerar grande contestação, tendo sido criada uma petição que já soma mais de 90.000 assinaturas devido ao receio de violação de privacidade dos utilizadores.

Os autores da petição, disponível na plataforma Change.org, temem a análise de “todo o seu histórico de visualizações e comportamento para estimar a sua idade”, estando em causa a “vigilância em massa e controlo de dados (…) que viola a privacidade e a autonomia”.

Quando um utilizador for identificado como adolescente serão automaticamente aplicadas uma série de medidas de segurança, que consistem em desativar a publicidade personalizada, ativar ferramentas de bem-estar digital e adicionar salvaguardas às recomendações.

A plataforma também alertou que, se o sistema calcular erroneamente que um utilizador tem menos de 18 anos, este poderá verificar a sua idade através de um cartão de crédito ou de um documento de identificação oficial.

A petição pode ser consultada através da seguinte ligação: https://www.change.org/p/youtube-s-ai-tracks-everything-you-watch-stop-this-now.

José Cid recorda Mário Martins figura “fulcral” na música portuguesa

O músico José Cid recordou o produtor discográfico Mário Martins, que morreu esta quinta-feira aos 90 anos, como uma figura “fulcral” na música portuguesa, pelo apoio que deu a muitos artistas.

Mário Martins, responsável por dar a conhecer ao público nomes como Carlos Paião (1945-1988), José Cid, Marco Paulo (1945-2024) e Rui Veloso, morreu hoje numa unidade hospitalar em Lisboa, disse à agência Lusa fonte da Casa do Artista, onde residia.

“Ele é fulcral na música portuguesa, deu muitos apoios a muitos colegas e à minha pessoa, então, foi incondicional”, afirmou José Cid, em declarações à Lusa.

A voz de temas como “Cai Neve em Nova Iorque”, “A Minha Música” e “Ontem, Hoje e Amanhã”, lembrou que Mário Martins “produziu muitos, muitos, muitos artistas, que ajudou”.

“Nos anos 1960 eu tinha a maior das dificuldades em entrar em qualquer editora portuguesa. É o Mário Martins que me abre os braços e me coloca, num lugar prioritário até, na Valentim de Carvalho, onde era diretor artístico”, recordou José Cid.

Morreu Mário Martins, o produtor que revelou José Cid, Marco Paulo, Carlos Paião e Rui Veloso

O produtor foi “defensor acérrimo” da criatividade do músico, tendo mesmo “lutado muitas vezes, até na própria editora, contra algumas opiniões contrárias”.

“Foi uma pessoa que esteve ao meu lado incondicionalmente. Depois, o nosso relacionamento foi sempre de grande amizade. O Mário Martins era um homem muito inteligente, muito culto. Um bocadinho, às vezes, divertidamente sarcástico”, partilhou.

Mário Martins foi durante cerca de 30 anos responsável pelo departamento de Artistas e Reportório (A&R) da editora discográfica Valentim de Carvalho, onde começou a trabalhar em 1966, a convite de João Belchior Viegas, agente artístico de Amália Rodrigues.

Autárquicas. Tribunal Constitucional recusa mudar nome da coligação PSD/CDS/PPM em Aveiro

O Tribunal Constitucional (TC) recusou um pedido do PSD no sentido de alterar para “ALIANÇA MAIS AVEIRO” a designação da coligação entre o PSD, CDS e PPM que vai concorrer à presidência da Câmara de Aveiro nas próximas autárquicas.

Num acórdão datado de 12 de agosto, consultado esta quinta-feira pela Lusa, o TC indeferiu o pedido feito pelo secretário-geral do PSD, Hugo Soares, para corrigir o acórdão daquele tribunal que determinou a anotação da coligação com a denominação “ALIANÇA COM AVEIRO”.

No pedido, Hugo Soares refere que se tratou de “um lapso” na indicação da denominação da coligação em causa, que deveria chamar-se “ALIANÇA MAIS AVEIRO” e não “ALIANÇA COM AVEIRO”, o nome que foi usado pela candidatura liderada por Ribau Esteves em 2013, 2017 e 2021.

No entanto, os juízes do TC referem que a pretensão do requerente configura não uma retificação de qualquer erro material de escrita do acórdão em causa, mas antes “uma verdadeira alteração material da denominação da coligação, que, ademais, não tem reflexo nos anúncios de jornal já publicados com o propósito de dar a conhecer a coligação”.

“Conclui-se, pois, que no momento em que é apresentado o requerimento ora em apreço (12/08/2025) já não é possível a correção da denominação de uma coligação anteriormente anotada, que sempre implicaria a publicação de novos anúncios nos jornais, que neste momento seria já igualmente extemporânea”, refere o acórdão.

Contactado pela Lusa, o presidente da Concelhia do PSD, Firmino Ferreira, garantiu que este “problema burocrático” não irá afetar o processo da candidatura da coligação.

“É um problema de voltar a assinar as fichas dos candidatos”, disse Firmino Ferreira, adiantando que os candidatos que já tinham assinado as fichas e foram de férias poderão enviar a assinatura digital.

O dirigente referiu ainda que a entrega das listas da coligação no Tribunal de Aveiro será feita na segunda-feira, último dia do prazo definido pela Comissão Nacional de Eleições para a entrega das candidaturas.

Até ao momento, foram anunciadas as candidaturas à Câmara de Aveiro de Alberto Souto Miranda (PS), Luís Souto Miranda (PSD/CDS/PPM), João Moniz (Bloco de Esquerda), Miguel Gomes (Iniciativa Liberal), Isabel Tavares (CDU), Bruno Fonseca (Livre) e Diogo Machado (Chega) e Paulo Alves (Nós, Cidadãos!).

Atualmente, a Câmara de Aveiro é liderada pelo social-democrata Ribau Esteves, que completará o seu terceiro mandato e, por esse motivo, não pode recandidatar-se.

Nas autárquicas de 2021, a coligação PSD/CDS-PP/PPM elegeu seis mandatos e o PS/PAN três. O Chega tem atualmente um eleito na Assembleia Municipal de Aveiro.

As eleições autárquicas vão realizar-se em 12 de outubro.

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Um Tratado dos Plásticos enviado pela Temu

O clima de tensão está a dominar as negociações para um tratado global dos plásticos das Nações Unidas. Muitos países consideraram “inaceitável” a proposta de texto apresentada quarta-feira por Luis Vayas Valdivieso, o diplomata equatoriano que está a presidir ao encontro em Genebra do Comité Intergovernamental sobre Poluição Plástica (o chamado INC-5.2). O texto em causa era tão “fraco”, e tinha como ponto de partida “uma fasquia tão baixa”, que há Estados-membros a redigir um novo documento em contra-relógio. O plenário final do INC-5.2 está agendado para o final da tarde desta quinta-feira.

E porque foi tão mal recebida a proposta de Vayas? O descontentamento de inúmeros delegados deveu-se à diluição e deformação da proposta original, publicada em Dezembro de 2024. Imaginem abrir uma caixa à espera de 34 páginas, repletas de palavras assertivas, de parênteses rectos que merecem ser negociados, e encontrar no interior um rascunho bem menor (12 páginas) e com uma linguagem suavizada. É uma decepção, como nos muitos memes de expectativa vs. realidade nas encomendas da Temu. 

“Ao tentar agradar a todos, Vayas acabou por não agradar a ninguém”, resumiu Daniel Gocher na newsletter diária Global Plastics Diplomacy Briefing. Os Estados-membros que desejam um tratado ambicioso e eficaz ficaram frustrados com as cedências ao lobby dos combustíveis fósseis e do sector petroquímico. E não se calaram, fazendo com a diplomacia fosse “por água abaixo”.

“Lamentamos informar que, para a Colômbia, o rascunho do texto proposto é totalmente inaceitável e não podemos considerá-lo como base para negociação”, afirmou Sebastián Rodríguez, coordenador de assuntos ambientais do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia, durante a sessão plenária de quarta-feira, que durou cerca de três horas.

“Fechar um acordo só para dizer que fechamos um acordo não foi o que nos fez viajar milhares de quilómetros para chegar a Genebra”, disse Steven Victor, ministro da Agricultura, das Pescas e do Ambiente de Palau, um Estado insular na Micronésia.

Como escrevi no Azul esta semana, cerca de cem dos 184 países presentes apoiam um acordo global e vinculativo que atinja quatro metas: limite e reduza a produção total de plástico, elimine gradualmente os produtos químicos nocivos, erradique progressivamente os produtos plásticos problemáticos e desnecessários, garanta uma transição justa para aqueles que vivem da recolha de lixo, povos indígenas e outras comunidades afectadas e que, por fim, arrecade financiamento público suficiente para garantir essa evolução.

Há ainda Estados-membros, como o Kuwait e a Arábia Saudita, que preferem centrar a discussão na gestão de resíduos, em apoios facultativos e compromissos voluntários determinados ao nível nacional. Os Estados Unidos já avisaram que rejeitarão qualquer documento que inclua não só limites para a produção de plástico, mas também para aditivos químicos potencialmente nocivos.

Para a bióloga marinha Melanie Bergmann, cientista que está a acompanhar a delegação alemã em Genebra, o texto apresentado por Vayas “carece da ambição necessária” para cumprir o mandato dado pela Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente. Segundo explicou esta manhã, falta-lhe foco na saúde humana, por exemplo, além de menções específicas à redução da produção de novos plásticos e ao uso de compostos químicos potencialmente nocivos. 

Face à proposta de Tratado dos Plásticos enviada por Vayas, o que os Estados-membros ambiciosos podem fazer? Mandar o texto para trás? Usá-lo como ponto de partida para chegar a uma versão aceitável? Abandonar o processo e estudar caminhos alternativos? Adiar novamente e considerar, depois de Busan e Genebra, um terceiro “último” encontro negocial? Todas as possibilidades permanecem em aberto. 

Os turistas que conduzem em Espanha também precisam de ter a luz de emergência V-16?

As alterações às regras de condução significam que todos em Espanha terão em breve de manter uma luz V16 no seu carro, mas a autoridade de trânsito do país confirmou recentemente regras diferentes para turistas. Brevemente, os condutores espanhóis deixarão de poder usar legalmente os tradicionais triângulos de aviso em caso de avaria ou estiverem envolvidos num acidente. A partir de 1 janeiro de 2026, todos os condutores em Espanha deverão ter no carro, e usar em vez dos triângulos de aviso, uma luz de emergência V16 — uma pequena luz LED com uma bateria de longa duração, ímanes, e

Morreu Mário Martins, o produtor que revelou José Cid, Marco Paulo, Carlos Paião e Rui Veloso

O produtor discográfico Mário Martins morreu esta quinta-feira, aos 90 anos, numa unidade hospitalar em Lisboa, disse à agência Lusa fonte da Casa do Artista, onde residia.

Mário Martins marcou o século XX português ao ser responsável por dar a conhecer músicos como Carlos Paião, José Cid, Marco Paulo e Rui Veloso.

Nascido em Lisboa, em 1934, Mário Martins incentivou também artistas como Lara Li, Paco Bandeira e José Alberto Reis, de quem se tornou amigo.

O produtor discográfico privilegiou sempre “o lado profissional, mas houve casos em que se construiu uma amizade”, como disse numa entrevista à agência Lusa na década passada, dando como exemplo a declamadora Maria Germana Tânger, o músico José Cid, que sempre o convidava para assistir aos seus espetáculos, e o cantor José Alberto Reis.

Com Maria Germana Tangêr (1920-2018), Mário Martins iniciou uma série de gravações discográficas de poesia portuguesa, numa coleção que inclui álbuns com poemas ditos pelos seus autores, como David Mourão-Ferreira (1927-1996) ou Mário Cesariny (1923-2006).

“[No caso do] Rui Veloso foi a mãe que marcou comigo e veio de comboio do Porto até Lisboa, e deu-me a ouvir uma cassete do filho, para dizer se achava se tinha ou não futuro”. A resposta foi “sem sombra de dúvida que sim, e a carreira dele fala por si”, contou à agência Lusa.

Mário Martins referiu “o seu dedo” direto em êxitos como “Somos Livres”, de Ermelinda Duarte, que “insistia em não gravar e depois foi um sucesso retumbante”, “Vinte Anos”, pelo grupo Green Windows, do qual faziam parte José Cid, Vítor Mamede e Mike Sergeant, entre outros, ou no álbum “O Nazareno”, de Frei Hermano da Câmara, que contou as participações de Amália Rodrigues e Mara Abrantes, entre outros, e ao qual se referiu como a sua “mais complexa produção, mas que valeu a pena”.

Mário Martins foi durante cerca de 30 anos responsável pelo departamento de Artistas e Reportório (A&R) da editora discográfica Valentim de Carvalho, onde começou a trabalhar em 1966, a convite de João Belchior Viegas, agente artístico de Amália Rodrigues.

Graças à sua intervenção, Amália Rodrigues — a quem Mário Martins se referia como “o verdadeiro milagre português” — gravou, em 1982, “O Senhor Extraterrestre”, de Carlos Paião (1957-1988), artista que passou a constar do catálogo da Valentim de Carvalho.

Mário Martins desenvolveu também a faceta de poeta e escreveu para Amália, mas a sua timidez impediu-o de mostrar o poema à fadista e foi gravado por Beatriz da Conceição, em 1967, “porque faltava um tema para fechar o disco”.

“Tive vergonha em mostrar à Amália, ela cantava David Mourão-Ferreira, Pedro Homem de Mello, Alexandre O’Neill, e quem eu era ao pé destes grandes poetas? Ninguém”, afirmou à Lusa.

O músico José Cid recordou o produtor discográfico Mário Martins como uma figura “fulcral” na música portuguesa, pelo apoio que deu a muitos artistas.

“Ele é fulcral na música portuguesa, deu muitos apoios a muitos colegas e à minha pessoa, então, foi incondicional”, afirmou José Cid, em declarações à Lusa.

A voz de temas como “Cai Neve em Nova Iorque”, “A Minha Música” e “Ontem, Hoje e Amanhã”, lembrou que Mário Martins “produziu muitos, muitos, muitos artistas, que ajudou”.

“Nos anos 1960 eu tinha a maior das dificuldades em entrar em qualquer editora portuguesa. É o Mário Martins que me abre os braços e me coloca, num lugar prioritário até, na Valentim de Carvalho, onde era diretor artístico”, recordou José Cid.

O produtor foi “defensor acérrimo” da criatividade do músico, tendo mesmo “lutado muitas vezes, até na própria editora, contra algumas opiniões contrárias”.

“Foi uma pessoa que esteve ao meu lado incondicionalmente. Depois, o nosso relacionamento foi sempre de grande amizade. O Mário Martins era um homem muito inteligente, muito culto. Um bocadinho, às vezes, divertidamente sarcástico”, partilhou.

[Um homem desobedece às ordens dos terroristas e da polícia e entra sozinho na embaixada. Momentos depois, ouve-se uma enorme explosão“1983: Portugal à Queima-Roupa” é a história do ano em que dois grupos terroristas internacionais atacaram em Portugal. Um comando paramilitar tomou de assalto a embaixada turca em Lisboa e uma execução sumária no Algarve abalou o Médio Oriente. É narrada pela atriz Victoria Guerra, com banda sonora original dos Linda Martini. Ouça o quarto episódio no site do Observador, na Apple Podcasts, no Spotify e no Youtube MusicE ouça o primeiro episódio aqui, o segundo aqui e o terceiro aqui]

Entre as várias vedetas com quem trabalhou, o produtor realçou o profissionalismo da cantora Maria Clara (1923-2009): “O incêndio no Chiado [em Lisboa, em agosto de 1988], destruiu parte dos arquivos da Valentim de Carvalho e decidiu-se voltar a gravar alguns temas que se tinham perdido. A Maria Clara aceitou gravar alguns dos seus êxitos, décadas depois da sua primeira gravação, veio do Porto, acompanhada pelo marido, chegou pontualmente e cantou maravilhosamente afinada e com aquela voz clara, uma grande profissional”.

Na conversa com a Lusa, Mário Martins realçou a dificuldade em gerir artistas e escolher repertórios adequados à voz e às ambições de cada um.

Quando conheceu António Variações (1944-1984), apresentado pelo jornalista Luís Vitta (1945-2015), Martins reconheceu-lhe o talento, mas projetou para o cantor um repertório com base no folclore, área que conhecia bem, pelas várias gravações que efetuou com o poeta Pedro Homem de Mello (1904-1984), em diferentes regiões do país.

A Mário Martins se deveu o sucesso de Marco Paulo (1945-2024), cujo repertório inclui algum material original, mas é essencialmente composto por versões portuguesas de autoria de António José Lampreia (1929-2003) para composições estrangeiras. Depois da morte de António José, foi Mário Martins quem passou a responsabilizar-se pelas versões em português do intérprete de “Eu Tenho Dois Amores” (António José/Georges Hatzinassios).

Mário Martins produziu discos de Luís Goes, Fafá de Belém, Nuno da Câmara Pereira, Paco Bandeira, Carlos Paião, José Cid, Júlio Pereira, Jorge Palma, Grupo de Cantares de Manhouce, Alexandra, José da Câmara, Maria Teresa de Noronha e Lucília do Carmo.

Além do seu trabalho na Valentim de Carvalho, colaborou com a apresentadora de televisão Teresa Guilherme, na RTP e, mais tarde, foi convidado pelo realizador televisivo José Nuno Martins, para fazer um programa de sua autoria na RTP.

Na TVI foi o autor e apresentador do programa “Fado Fadinho” (1993), pelo qual recebeu um Prémio Bordalo.

Em 1993, saiu da Valentim de Carvalho para a Movieplay Portuguesa, onde coordenou a série “O Melhor dos Melhores” (1994), que reuniu êxitos de cerca de 100 artistas nacionais.

Nesta discográfica produziu, entre outros, o disco “O Outro Lado do Fado” (2005), de Lenita Gentil, que recebeu, em 2006, o Prémio Amália Rodrigues para Melhor Álbum do Ano.

Proprietário de terreno onde começou incêndio em Águeda constituído arguido

A GNR constituiu arguido o proprietário de um terreno agrícola em Águeda, no distrito de Aveiro, onde na quarta-feira terá começado um incêndio florestal.

Em comunicado, a GNR esclareceu que na sequência de um alerta para a ocorrência de um foco de incêndio florestal, os militares da Guarda deslocaram-se de imediato ao local, onde verificaram que os Bombeiros de Águeda se encontravam a proceder à extinção das chamas.

“No decurso das diligências policiais, apurou-se que o proprietário do terreno agrícola, onde teve início o incêndio, realizava trabalhos na sua propriedade quando detetou fogo proveniente da parte inferior do trator, sendo o veículo identificado como a provável causa do incêndio”, refere a mesma nota.

Segundo a GNR, o homem de 79 anos foi constituído arguido pelo crime de incêndio florestal, tendo os factos sido remetidos ao Tribunal Judicial de Águeda.

Autárquicas. Ricardo Sousa recorre ao Constitucional para travar Jorge Ratola em Espinho

Ricardo Sousa apresentou queixa no Tribunal Constitucional contra a candidatura do PSD a Espinho, após a jurisdição nacional do partido ter indeferido o pedido para impugnar a indicação de Jorge Ratola como cabeça de lista, à revelia da concelhia.

“Esgotados que estão os meios internos para tentar repor a legalidade dos atos, demos entrada no Tribunal Constitucional de uma ação para anulação da deliberação da Comissão Política Nacional do PSD e restabelecimento imediato da legalidade. Simultaneamente, demos entrada a um incidente de medida cautelar, que faça suspender os efeitos da referida deliberação até decisão final deste Tribunal”, adianta esta quinta-feira Ricardo Sousa à Lusa.

O recurso do jurista ao Tribunal Constitucional deve-se ao imbróglio eleitoral envolvendo o PSD no referido concelho do distrito de Aveiro e Área Metropolitana do Porto. A situação remonta a novembro de 2024, quando Ricardo Sousa foi selecionado como candidato das eleições autárquicas por unanimidade dos membros da secção local do partido (à qual o próprio preside), após o que o PSD nacional avocou o processo e, em julho, fez saber que o cabeça de lista seria afinal Jorge Ratola — ex-vice-presidente da Câmara de Aveiro, então adjunto do Primeiro-Ministro e atualmente seu assessor.

Ricardo Sousa declarou nessa altura que o seu afastamento se devia a um “ajuste de contas pessoal” por parte de Luís Montenegro e, apoiado por mais de 110 militantes, pediu a impugnação da candidatura de Ratola.

O Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, em acórdão a que a Lusa teve acesso, não lhe deu, contudo, razão, com base em dois argumentos que o jurista considera “facilmente desmontáveis”: a existência de uma sondagem em que “supostamente o candidato indicado pela secção local não estaria bem colocado” e o desrespeito do calendário definido “por um pretenso documento de orientação estratégica aprovado pela Comissão Política Nacional do PSD a 11 de dezembro de 2024”.

No primeiro caso, Ricardo Sousa explica que a concelhia nunca foi consultada sobre a dita sondagem, diz que a secção não teve “conhecimento com exatidão dos resultados” e realça que o próprio nome de Jorge Ratola “não era considerado como uma das alternativas” em estudo. “Para além do mais, os estatutos do PSD não fazem nenhuma referência a sondagens, quanto mais a estas serem causa de exclusão de um candidato”, acrescenta

Já quanto ao documento com a orientação dos sociais-democratas para as eleições autárquicas do dia 12 de outubro, Ricardo Sousa nota que “os estatutos também não definem nenhum tipo de calendário ou timing para a Comissão Política de Secção indicar o seu candidato à câmara municipal” e realça ainda que a deliberação em que a concelhia de Espinho o formalizou como cabeça de lista “é de 13 de novembro de 2024, quase um mês antes da aprovação do pretenso documento” sobre a estratégia eleitoral do PSD.

O jurista salienta, aliás, que em “pelo menos mais 18 concelhos” houve candidatos definidos em data anterior à aprovação do tal documento e nem por isso essas escolhas foram posteriormente inviabilizadas pelas instâncias superiores do partido, “caindo assim por terra o argumento de que o desrespeito por um pretenso calendário poderia ser causa de exclusão da candidatura”.

Para Ricardo Sousa, “o Conselho Nacional de Jurisdição do PSD aceitou como boa uma versão que falseia a realidade dos factos, não apresentando qualquer prova ou sustentação estatutária sólida para a posição que defende”, e é por isso que o caso tem agora que ser apreciado “por um órgão de jurisdição verdadeiramente independente e sem amarras partidárias”.

“Os estatutos são claros: a secção propõe o nome do candidato, a distrital aprova e a nacional homóloga. Mas este princípio estatutário foi completamente subvertido, porque o nome indicado pela Secção de Espinho nunca foi submetido a votação na reunião da Distrital, como impõem os estatutos”, declara.

Às eleições de 12 de outubro em Espinho também concorre o BE com Rita Ribeiro, o IL com José Ilídio Sá, a CDU com Pilar Gomes, o PS com Luís Canelas e, a título independente, Maria Manuel Cruz, atual presidente da Câmara, eleita pelos socialistas mas desvinculada do partido desde que esse preferiu o seu vereador como cabeça de lista.

O executivo municipal dessa autarquia costeira com 21,4 quilómetros quadrados e cerca de 33.000 habitantes integra atualmente sete elementos: Maria Manuel Cruz, Leonor Lêdo Fonseca e Lurdes Rebelo, pelo PS; Luís Canelas, que também foi eleito pelos socialistas, mas agora é vereador sem pelouros, depois de a presidente lhe retirar a confiança política; e Lurdes Ganicho, João Passos e Hélder Rodrigues, pelo PSD.

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Novo sistema robótico para cirurgia à coluna disponível no Hospital de São João

O Hospital de São João, Porto, disponibiliza aos utentes do Serviço Nacional de Saúde, desde há quatro meses, um novo, e “único em Portugal”, sistema robótico para intervenções cirúrgicas à coluna vertebral, anunciou esta quinta-feira o diretor do Serviço de Ortopedia.

Em declarações à Lusa, Francisco Serdoura explicou que se trata de uma inovação “muito recente” que permite “uma precisão submilimétrica na execução de gestos cirúrgicos, nomeadamente da introdução de parafusos, que são procedimentos feitos muito frequentemente na coluna”.

“Esta tecnologia tem vindo a ser utilizada em cirurgias mais complexas e com maior risco, sendo que o objetivo é, reduzindo o risco, ter ganhos em saúde para o doente”, esclareceu.

O novo sistema robótico “altera um bocadinho o fluxo de trabalho na cirurgia, porque inverte, ou seja, muitas vezes vamos para a cirurgia e depois intraoperatoriamente temos que tomar algumas decisões em função daquilo que encontramos”.

Na cirurgia robótica de coluna é diferente, “é preciso programar previamente tudo aquilo que se vai fazer, e depois a execução passa a ser de acordo com um programa pré-definido”. “Obviamente que, sendo uma cirurgia com uma precisão submilimétrica, permite que o dano que nós fazemos na abordagem cirúrgica seja reduzido, com um ganho possível e expectável para o doente, nomeadamente em relação perdas de sangue e menor risco de infeção”, afirmou Francisco Serdoura.

Até ao momento, foram realizadas, de uma “forma ritmada”, 16 cirurgias, em quatro meses, o que é um motivo de “orgulho” para a equipa. Este novo sistema “é único em Portugal e é dos poucos a nível europeu”, salientou. “É algo que nos satisfaz, saber que esta tecnologia de ponta está acessível aos cidadãos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sem condicionantes de acesso”, nomeadamente financeiros.

O diretor do Serviço de Ortopedia do Hospital de São João do Porto salientou ainda que “são investimentos no SNS que, de facto, trazem um benefício coletivo, até porque criam um padrão de qualidade que acho que é importante para todos, importa que seja cada vez mais acessível a todos e não apenas a alguns”.

“Existe aqui um trabalho de colaboração essencial. Ao usarmos a tecnologia, também estamos a contribuir para o desenvolvimento do produto, inclusive aspiramos a fazer trabalhos de investigação com a introdução de outras tecnologias” e, ao mesmo tempo, faz com que “as equipas, quem trabalha no SNS, tenham um particular prazer em participar, porque contribuem para a evolução da inovação da ciência e da tecnologia em Portugal”, acrescentou.

Qualquer doente do país — Norte, Centro e Sul — tem acesso a esta nova técnica, desde que cheguem “devidamente enquadrados e referenciados” pelos médicos assistentes.

O Hospital de São João do Porto é centro de referência para o tratamento de doentes com trauma grave. O serviço de Ortopedia e Traumatologia desta unidade hospitalar realiza, em média, 400 cirurgias à coluna vertebral por ano, entre situações de traumatismos e de patologias, como as escolioses.

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