Igreja centenária da Suécia rebocada para novo local: a culpa é da maior mina de ferro do mundo


Apesar de garantir a preservação do edifício, a mudança marcará o fim da sua permanência centenária no local original.
“De certa forma, a igreja é a alma de Kiruna, é um lugar seguro”, afirmou Lena Tjarnberg, pároca da cidade. “Para mim, é um dia de alegria. Mas penso que muitas pessoas sentem também tristeza por termos de deixar este lugar”, sublinhou.
Para a comunidade indígena Sami, que vive há milénios na região com as suas renas, a mudança traz sentimentos bem diferentes. Trata-se, para muitos, de mais um sinal das transformações profundas provocadas pela crescente atividade mineira.
“Esta zona é terra tradicional Sami”, afirma Lars-Marcus Kuhmunen, presidente da comunidade Sami de Gabna. “Era uma área de pasto e também de nascimento das crias das renas”, recorda.
Kuhmunen alertou ainda que a eventual aprovação de uma nova mina nas proximidades poderá interromper o percurso tradicional entre os pastos de verão e de inverno das renas, tornando a atividade praticamente “impossível”. “Há 50 anos, o meu bisavô disse que a mina iria devorar o nosso modo de vida. E ele tinha razão”, lamentou.