Zelensky espera garantias de segurança de aliados europeus “dentro de dez dias”

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou segunda-feira em Washington que os seus aliados ocidentais vão formalizar “dentro de dez dias” as garantias de segurança para a Ucrânia, para impedir qualquer novo ataque russo ao país.

“As garantias de segurança serão provavelmente decididas pelos nossos parceiros e haverá cada vez mais detalhes, pois tudo será colocado no papel e oficializado (…) dentro de uma semana a dez dias“, afirmou o chefe de Estado ucraniano, após negociações na Casa Branca com o Presidente norte-americano, Donald Trump, e vários líderes europeus.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que uma das garantias de segurança para a Ucrânia, a acompanhar qualquer acordo de paz com a Rússia, deverá ser um exército ucraniano suficientemente “robusto” para impedir novos ataques de Moscovo.

“Pude voltar esta tarde ao conteúdo dessas garantias de segurança, que são um exército ucraniano robusto, capaz de resistir a qualquer tentativa de ataque e dissuadi-lo, e, portanto, sem limitações em número, capacidade ou armamento”, disse Macron aos jornalistas. “Enquanto ele [o Presidente russo, Vladimir Putin] achar que pode vencer através da guerra, continuará”, acrescentou.

Zelensky disse que está “pronto” para uma reunião bilateral com Putin, para pôr fim à invasão russa do seu país, que já dura há mais de três anos. “Estamos prontos para uma reunião bilateral com Putin e, depois disso, esperamos uma reunião trilateral” com a participação de Donald Trump, disse à imprensa.

A questão de eventuais concessões territoriais exigidas pela Rússia à Ucrânia “é uma questão que deixaremos entre mim e Putin”, acrescentou.

Macron confirmou a ausência do tema nas concessões territoriais nas conversações, porque, segundo disse, “a prioridade são as garantias de segurança” e “isso deve ser discutido bilateralmente e trilateramente”, numa eventual reunião entre Putin e Zelensky, seguida de uma possível cimeira a três com Trump.

O Presidente finlandês, Alexander Stubb, manifestou dúvidas de que Putin esteja disponível para a sequência de reuniões que se anunciou no final do encontro na Casa Branca, que juntou, para além de Stubb, do anfitrião, Donald Trump e Zelensky, os Presidente francês, Emmanuel Macron, o chanceler alemão Friedrich Merz, e o seus homólogos britânico, Keir Starmer, e italiana, Giorgia Melonio, e ainda as lideranças da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e da NATO, Mark Rute.

“Putin raramente é digno de confiança. Resta saber se ele tem coragem de comparecer a este tipo de reuniões, se tem coragem de comparecer a uma reunião trilateral, ou está mais uma vez a tentar ganhar tempo”, afirmou Stubb à imprensa finlandesa.

As reuniões em Washington giraram em torno das garantias de segurança, que devem ser fornecidas à Ucrânia pelos seus aliados do Velho Continente, em “coordenação” com os Estados Unidos.

Segundo Donald Trump, Vladimir Putin estará disposto a aceitar tais garantias de segurança.

Campanha contra condução sob efeito do álcool arranca esta terça-feira

As autoridades portuguesas realizam a partir desta terça-feira ações de fiscalização e prevenção da condução sob efeito do álcool, no quadro do Plano Nacional de Fiscalização (PNF) de 2025, foi anunciado na segunda-feira.

A campanha Taxa Zero ao Volante, realizada pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), Polícia de Segurança Pública (PSP) e Guarda Nacional Republicana (GNR) têm ações previstas na Guarda (esta terça e quarta-feira), Elvas (21 de agosto), Portalegre (22) e Tomar (25).

Em Portugal, “em 2023, um em cada quatro condutores falecidos em acidentes de viação apresentava uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 0,5 g/l e três em cada quatro destes condutores tinham uma taxa igual ou superior a 1,2 g/l”, referem as autoridades em comunicado conjunto.

“Do total das vítimas de acidentes de viação autopsiadas, 23% apresentavam uma taxa de álcool no sangue superior ao limite legalmente permitido, das quais 73% excediam a taxa considerada crime”, pode ainda ler-se no comunicado.

As autoridades alertam que “conduzir sob a influência do álcool causa várias perturbações, designadamente ao nível cognitivo e do processamento de informação, bem como alterações na capacidade de reagir aos imprevistos e descoordenação motora”.

Esta será a oitava das 11 campanhas planeadas para este ano, no âmbito do PNF de 2025, que prevê ações mensais.

Em estado de velho

Em vinte e cinco anos de vida pública, muitos deles em posições de governo, nunca reagi por escrito a qualquer texto ou comentário que me fosse dirigido.

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A lei do mais forte que ameaça afundar a Ucrânia

Há uma frase na azeda troca de palavras entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky na Casa Branca, há cinco meses, que ilustra na perfeição a visão do presidente norte-americano sobre a guerra na Ucrânia: “You don’t have the cards”. Ou seja, tu não tens cartas para jogar este jogo com a Rússia. A admissão deste princípio altera a natureza do direito internacional e ameaça fazer regressar o mundo ao tempo das guerras medievais. Ganha quem tem cartas, ou seja, armas e homens. Perde quem não tem.

A guerra sempre foi assim, diz-se, e com razão. Geralmente, os mais fortes ganharam, outras vezes, como tantas vezes na História de Portugal ou na II Guerra Mundial, foi preciso forjar alianças para travar as ambições imperiais das potências. O que obriga a uma pergunta: há solução para este conflito sem que a Rússia fique a ganhar? Não estará Trump apenas a ser realista e pragmático? Alguém acredita que a Rússia possa abdicar da Crimeia e do Donbass?

Vamos centrar este episódio do P24, para o qual convidámos o embaixador Francisco Seixas da Costa, na questão dos territórios. Vale mais uma paz injusta do que a continuação de uma guerra devastadora?


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Motoristas da Horários do Funchal avançam com nova greve em setembro

Os motoristas da empresa pública de transportes coletivos Horários do Funchal, na Madeira, vão avançar com uma nova greve em 17 e 18 de setembro, indicou esta terça-feira o Sindicato Nacional de Motoristas e Outros Trabalhadores (SNMOT).

“O plenário [de trabalhadores] mandatou o sindicato para marcar uma greve de 48 horas para os dias 17 e 18 de setembro e essa greve é para manter caso um requisito não fique preenchido: que se acabe com as discriminações salariais na Horários do Funchal”, disse à agência Lusa o dirigente sindical Manuel Oliveira.

O SNMOT promoveu esta terça-feira dois plenários de trabalhadores, um com os motoristas da empresa privada Siga Rodoeste, outro com os profissionais da empresa pública Horários do Funchal.

No caso da Siga Rodoeste, que emprega cerca de 80 motoristas, a decisão foi agendar uma reunião para setembro com a Associação Comercial e Industrial do Funchal/Câmara de Comércio e Indústria da Madeira (ACIF/CCIM), que representa os empresários do setor, para prosseguir com o processo negocial.

Já em relação à Horários do Funchal, com 350 motoristas, o plenário mandatou o sindicato para avançar com uma nova greve em setembro, tendo já havido duas paralisações, uma em 25 e 26 de junho, outra em 20 de julho.

Além de reivindicar uma “correção da atualização salarial” em pelo menos 30,65 euros por mês e a reabertura do processo negocial para a redução do horário de trabalho para 35 horas semanais, o SNMOT exige o fim das discriminações salariais.

“Esta é a condição sine qua non e depois, a outra, como é óbvio, é que haja abertura do processo negocial para a discussão das questões que estão em cima da mesa, nomeadamente a redução de horário semanal das 39 horas para as 35, naturalmente feito de forma faseada”, disse Manuel Oliveira.

O sindicalista explicou que a discriminação salarial decorre de um acordo assinado entre a administração da empresa Horários do Funchal e outra estrutura sindical do setor, o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Atividades Metalúrgicas da Madeira (STRAMM), que determinou um aumento salarial de 20 euros no vencimento base, com efeitos retroativos a 1 de janeiro de 2025, abrangendo não apenas os trabalhadores filiados neste sindicato como também os não sindicalizados.

Os trabalhadores filiados no Sindicato Nacional de Motoristas e Outros Trabalhadores não foram abrangidos por este aumento, sendo que o processo negocial está também marcado por alguma tensão entre as partes envolvidas, nomeadamente o sindicato, a administração da empresa e o Governo Regional (PSD/CDS-PP), que tutela a Horários do Funchal.

Estes fogos que nos roubam o chão

Em 2017, sob o título doloroso Estes fogos que nos descarnam…, chorei nestas páginas as lágrimas de uma tragédia que devastou o nosso chão comum e tocou cada um de nós. Então como hoje, senti o rugir do vento, a voragem das chamas e a asfixia do ar que, na aldeia onde nasci, ameaçaram e desafiaram a coragem dos meus amigos de infância, dos meus colegas de escola, dos meus conterrâneos que, numa tristeza imensa, ficaram rodeados de uma paisagem negra e destruída.

Julguei então que uma desgraça de tal tamanho bastava para se fazer o que podia ser feito. Não bastou! Menos de oito anos depois, interrogo-me sobre quanto textos mais escreverei sobre este assunto.

Vou ser cru e excessivo. Tão cru como é duro o nó que tenho na garganta e como é salgada a água que me enevoa os olhos. Eu, que elogio o planeamento e a preparação cuidada, declaro que estou farto de me ver atolado em planos, planeadores, agências, zonamentos, gestão, prazos, desenhos de proteção, limpeza (como se tratasse de fazer a higiene!), despovoamento, ações integradas, medidas inovadoras, mapas, contratos, descentralizações e desconcentrações, o raio que os parta! Rodeados de tudo, menos do que falta E o que falta é ação, ação concertada sob autoridade pública! Falta cultivar a floresta. Se o termo não fizer sentido para os técnicos, faz para mim.

Não tenho competência para falar tecnicamente de floresta, mas parece-me razoável pensar que, como tudo o que se desenvolve na terra, ela precisa de tratamento, cuidado, cultivo. Repito, cultivo. A floresta não é uma coisa que é preciso afastar das pessoas, para que não lhes faça mal. À falta de melhor, uso a expressão que usei há oito anos: exploração florestal. Isto é, corte, replantação, diversificação, sucessão de intervenções, ciclos sucessivos, com os tempos necessários. Como é que isto se faz? Devem fazê-lo, de forma devidamente regulada, as empresas que se dedicam à floresta. E que, por incentivo público, devem se apoiadas para alargarem a sua atividade sob condições de promoção do bem comum. Devem fazê-lo os proprietários individuais que assumam a responsabilidade da propriedade. Deve fazê-lo o Estado nas escassas matas públicas e onde mais ninguém o faça ou possa fazer. Mas é de fazer que falo! Fazer o que não está a ser feito. Cortar, usar a madeira, repovoar, variar espécies – tudo o que, se bem penso, cabe no conceito de exploração florestal, não no linguajar que está a tornar-se tão ofensivo como inútil.

A floresta sempre ardeu. Claro que sim. Mas o fogo era apagado pelas mãos, na maior parte das vezes desarmadas, que cultivavam a floresta. A floresta arderá sempre muito. Claro que sim. A isso conduz o estado desgraçado a que o mundo chegou. Mas não se julgue que será com populações que não existem, agências que “gerem”, burocracia que “ordena”, planos que “planeiam”, mapas que “mapeiam” que se cuidará da floresta. Não será. É cuidando do chão que se cultiva a floresta.

Perdi as ilusões. Ninguém fará isto, sei-o bem! Estamos no tempo do abacate, não no da floresta. Perdemos o direito ao nosso chão e ninguém no-lo devolverá. E estamos demasiado derrotados para o reconquistarmos nós. Resistência e denúncia – isso podemos fazer.

Alguém virá obter as rendas que a natureza dá. Alguém prometerá “serviços ambientais” para ganhar direitos, receber pagamentos públicos. E a floresta continuará a arder como hoje porque estes apenas se servem dela e rejubilam com dinheiro. E o Estado que temos será, mais uma vez, subserviente e risonho. E quando tirar as mãos do que incomoda dirá que é uma reforma “estrutural”.

Resta-nos a crueza, a zanga, a ira dirigida a quem nos descarna. Resta-nos saber que saberemos sempre chorar, sentir a perda, amar a paisagem, apreciar a cor que ela sempre reganhará. E sabermos, como só sabemos na tragédia, que a nossa vida não reside apenas em nós, está nos lugares, nos companheiros, no ar e na terra cuja ferida nos fere, estejamos longe ou perto. Como eu sei quando sei que a minha aldeia está rodeada de fogo e basta uma faúlha para arder na soleira das portas.

Perdi as ilusões, ganhei a zanga e sei o que penso de quem nos anuncia, com o país a arder, que teremos Fórmula 1, como tão sagazmente notou logo o Francisco Seixas da Costa. E não hesito em citar o Capitão Haddock na mais impublicável das suas expressões!

O autor escreve segundo o acordo ortográfico de 1990

A “falta de noção” de uma festa nos fogos

O almirante Gouveia e Melo fez bem em pôr o dedo na ferida sobre a falta de planeamento de meios e o “cinismo# da celebração do PSD, mas isso poderá ser-lhe cobrado se for eleito Presidente e vier a estar perante a mesma situação. A ministra da Administração Interna, que se limita a ler comunicados, não tem capacidade política para mostrar liderança durante uma crise como a dos incêndios, matéria mais indicada para políticos experientes de carapaça dura.

Carlos Paes

Os comentários deste episódio são de João Pedro Henriques, jornalista do Expresso, Eunice Lourenço, editora de Política e David Dinis, diretor-adjunto, com a moderação de Vítor Matos. A sonoplastia é de João Luís Amorim e a ilustração da autoria de Carlos Paes.

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Earendel, a estrela mais distante já descoberta, pode afinal não ser realmente uma estrela

Astrónomos usaram o telescópio espacial James Webb para investigar se a “Estrela da Manhã”, a mais distante identificada no universo é, de facto, um enxame estelar. A estrela mais distante já descoberta pode ter sido mal classificada. Em vez de ser uma única estrela, o objeto — apelidado de Earendel da palavra inglesa antiga para “estrela da manhã” — pode ser um enxame estelar, um grupo de estrelas que estão ligadas pela gravidade e formadas a partir da mesma nuvem de gás e poeira, sugere nova investigação. Os astrónomos pensavam que Earendel, descoberta pelo telescópio espacial Hubble em 2022, seria

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