Aos 14 anos, saiu de casa atrás de um sonho. Agora, vai comandar startups em Aveiro

Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

Acesso gratuito: descarregue a aplicação PÚBLICO Brasil em Android ou iOS.

O século 21 havia acabado de começar e a internet tentava recuperar o fôlego depois da explosão de uma bolha que apavorou o mundo da tecnologia. Era 2003, as redes sociais surgiam como promessas e a maior parte da população era mais analógica que digital. Os jovens iam com mais frequência às salas de cinema, assistiam a TV aberta e, em vez de smartphones, recorriam aos livros impressos para os trabalhos escolares.

Entre eles, havia um garoto curitibano que já dominava alguns idiomas, os quais aprendeu sozinho, e que preferia ir à biblioteca para ler do que assistir a uma partida de futebol em um estádio. Mas ele tinha um predicado a mais: já era apaixonado por tecnologia. Aos 14 anos, Kauan von Novack optou por sair de casa para empreendedor. “Foi uma decisão difícil, mas acertada”, diz ele.

Passados 22 anos, Kauan acredita que fez a escolha certa. E, já com uma trajetória consolidada, decidiu se impor um novo desafio: transformar o charmoso município de Aveiro, no Norte de Portugal, em uma das cidades europeias referências nos quesitos empreendedorismo e inovação. Para isso, está sendo criado um fundo de investimentos, com registro na Bolsa de Valores de Amsterdã, onde o brasileiro viveu por mais uma década, no valor de 20 milhões de euros para acelerar 200 startups até 2028.

Potencial do negócio

Kauan acredita no potencial do negócio. E recorre ao passado para reforçar o seu feeling. Quando deixou a casa dos país para se tornar empreendedor, passou a montar websites para comerciantes que já viam no mundo virtual uma forma de incrementar seus negócios. De início, cobrou R$ 5 mil (hoje, 800 euros) por trabalho.

“Esse valor surgiu por acaso, pois ainda não sabia precificar muito bem o meu trabalho. Só tive a real dimensão de quanto custava montar um website quando, num ponto de ônibus, um desconhecido viu o resultado do meu trabalho e me recomendou que eu cobrasse 10 vezes mais. Achei aquilo uma loucura, mas arrisquei”, conta.

O paranaense Kauan von Novack saiu de casa aos 14 anos para empreender
Djan Vasconcelos

Assim que recebeu o primeiro pedido depois daquela conversa no ponto de ônibus, Kauan colocou R$ 50 mil (8 mil euros) na mesa de negociação com a empresa que deseja montar sua página digital na internet. “E deu certo. No dia em que recebi os R$ 50 mil, me senti rico”, diverte-se ele, que, hoje, aos 36 anos, é CEO da Startupbootcamp, uma das principais aceleradoras de startups da Europa.

Passada a euforia inicial, o jovem empreendedor percebeu o quando era importante manter os dois pés bem fincados no chão. “Não deixei que as circunstâncias fossem donas da minha vida. A decisão de sair de casa tão cedo foi a mais certa e, com a educação que meus pais me deram, pude me transformar na pessoa que sou hoje. Meus pais são e sempre foram pessoas maravilhosas”, destaca o empreendedor. Ele lembra que o pai, certa vez, leu algo sobre Bill Gates e decidiu: “Vamos ensinar o menino a mexer no computador”.

Cautela é fundamental

O brasileiro sabe que a vida não é tão generosa com todos. Por isso, recomenda muita cautela a quem quer empreender. Ele ressalta a importância de se combinar curiosidade, talento natural e criatividade para que um projeto não ganhe o carimbo da decepção. “Estudei e me preparei para fazer o melhor na área que escolhi. Muita coisa aprendi como autodidata, mas sempre ouvindo muito e me inspirando em referências de sucesso”, relata. Cinco anos após o grito de independência, Kauan já tinha 60 colaboradores trabalhando para ele em uma empresa.

Nos primeiros anos do brasileiro como empreendedor, ainda havia as listas telefônicas com páginas amarelas. Era ali que ele buscava potenciais clientes. “Marcava cada empresa com caneta, dava telefonemas e oferecia meus serviços. Como os websites e os softwares que haviam na praça não tinham os recursos de hoje, incrementava as minhas entregas. Assim, fui crescendo”, lembra.

Kauan ressalta que aquele empreendedor que estava nascendo não tinha nada a ver com o destino que os pais haviam pensado para ele: ser diplomata. Quando ele fez 12 anos (nessa idade, já lia Oscar Wilde), num encontro com Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba, ex-governador do Paraná e muito amigo da família, ouviu dele: “Você não tem que ser diplomata. Você tem que ser empreendedor. O que o Brasil precisa é de empreendedores”.

Hoje, o paranaense se considera “empreendedor de empreendedores”, pois ajuda empresas a crescerem. Graduado em administração, ele tem mestrado em inovação, empreendedorismo e liderança e doutorado em economia, expressa-se em português, inglês, espanhol, francês, italiano e alemão, já escreveu três livros e prepara um quarto, para lançar com o que chama de “capítulo Portugal”.

Vale do Silício

Aos 19 anos, Kauan vendeu a empresa que havia criado e rumou para o Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos, onde estão instaladas empresas de alta tecnologia, como Google, Apple, Meta e Netflix. Nos cinco anos que passou lá, ele afirma que aprendeu a valorizar a simplicidade ante o esbanjamento com o qual se deparava diariamente. “Aprendi isso e sempre pergunto aos investidores de startups: você realmente precisa disso? Então vai e faz de maneira simples e eficiente”, assinala.

Uma outra virada na vida do brasileiro se deu aos 24 anos. “Fui chamado pelo Patrick de Zeeuw, CEO e cofundador da Startupbootcamp, meu mentor e melhor amigo. Ele me convidou para ir para a Holanda construir uma antítese do Vale do Silício, ou seja, um empreendimento com o DNA europeu. Foi quando nasceu o projeto da Startupbootcamp, em 2013, que atua em mais de 20 países e já ajudou mais de 1,7 mil empresas a crescerem”, diz.

Agora, em Portugal, quer repetir um pouco da história que viveu na Holanda. Segundo a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o país tem, atualmente, 4.719 startups. Kauan acredita que, por meio do projeto Acelera Portugal, ajudará a incrementar esse número com empresas brasileiras e portuguesas. A meta é estender, ao longo do tempo, o projeto para Porto e Lisboa.

“Vejo, em Aveiro, as mesmas condições que notei em Amsterdã, 12 anos atrás, para construir esse projeto. Hoje, Amsterdã é a segunda cidade da Europa em empreendedorismo e inovação. Quando lá cheguei, estava em 9º lugar. Aveiro é uma cidade boa de viver, tem gente aberta, polos tecnológicos próximos, qualidade de vida e um setor industrial que pode trabalhar com as startups”, acrescenta o brasileiro.

Médio Oriente. Ministro dos Negócios Estrangeiros israelita classifica de “suicida” solução dos dois Estados

Acompanhe o nosso liveblog sobre o conflito no Médio Oriente.

O chefe da diplomacia israelita classificou hoje como “suicida” a solução dos dois Estados — Israel e Palestina —, defendida por grande parte da comunidade internacional para pôr fim ao conflito em Gaza, em curso há 22 meses.

“Um Estado palestiniano no coração de Israel seria, sem dúvida, uma solução (…) para aqueles que procuram eliminar-nos. Não permitiremos que isso aconteça”, afirmou Gideon Saar, em declarações à imprensa internacional, insistindo que seria “uma medida suicida”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) israelita também atacou os países que apoiam a criação de um Estado palestiniano e que anunciaram que o reconhecerão formalmente durante a Assembleia-Geral das Nações Unidas, em setembro.

“Se países grandes como a França e o Canadá querem estabelecer um Estado palestiniano no seu território, podem fazê-lo; têm espaço suficiente. Mas aqui, na terra de Israel, isso não vai acontecer”, sentenciou.

Saar, que se referiu aos limites estabelecidos em 1967 após a Guerra dos Seis Dias, quando Israel ocupou a Cisjordânia, afirmou que “estabelecer um Estado palestiniano dentro das fronteiras de 67, com capital em Jerusalém Oriental (…) colocaria em grave perigo os centros populacionais de Israel e empurraria Israel para fronteiras que não podem ser defendidas”.

Portugal também já iniciou o processo com vista ao reconhecimento da Palestina na Assembleia-Geral das Nações Unidas.

Desde o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas contra território israelita em 07 de outubro de 2023, que desencadeou a ofensiva israelita na Faixa de Gaza, Israel intensificou as suas operações militares na Cisjordânia, além de expandir os colonatos.

Em 19 de julho de 2024, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) determinou que Israel deve revogar todas as leis que favorecem a ocupação da Cisjordânia, classificando-a como ilegal.

No entanto, nesse mesmo mês, o parlamento israelita aprovou uma moção simbólica — sem efeitos legais — a favor da anexação do território, considerado ilegalmente ocupado pelo direito internacional.

As declarações do ministro dos Negócios Estrangeiros israelita coincidem com a aprovação, por parte do Exército israelita, do plano para a próxima fase da ofensiva no enclave palestiniano, que inclui a ocupação da cidade de Gaza, onde residem cerca de um milhão de pessoas, segundo a imprensa árabe.

Migrantes e refugiados são mensageiros de esperança num mundo obscurecido, afirma arcebispo espanhol

O arcebispo espanhol Joan-Enric Sicília afirmou esta quarta-feira em Fátima que migrantes e refugiados são mensageiros de esperança num “mundo obscurecido por guerras e injustiças”, destacando a sua “resistência face à adversidade”.

“Num mundo obscurecido por guerras e injustiças, mesmo onde tudo parece perdido (…), os migrantes e os refugiados são mensageiros de esperança”, disse Joan-Enric Vives i Sicília, na missa de encerramento da peregrinação internacional de 12 e 13 de agosto, que integrou a peregrinação nacional do migrante e do refugiado.

Perante milhares de fiéis no santuário, o prelado referiu-se à mensagem de Fátima, que “não perdeu a sua atualidade, porque o mundo continua a precisar de consolação, de conversão e, sobretudo, de esperança”.

Para o presidente da peregrinação, se “há alguém que precisa desta esperança viva hoje” são os “migrantes e refugiados, homens e mulheres marcados pela incerteza e pela espera”.

“A Virgem Maria não é alheia às dificuldades e sofrimentos de quem migra”, pois também ela foi “peregrina e refugiada” ao, caminhar “para o Egito para proteger o seu filho”, passando pela atual Faixa de Gaza, adiantou.

Realçando que, “no meio das trevas, brilha sempre uma luz para os mais pequenos, os pobres, os que choram e os que procuram um lugar no mundo”, o presidente da peregrinação, conhecida também como a peregrinação dos emigrantes, assinalou que, atualmente, “muitos migrantes caminham com uma mala numa mão e a fé na outra”.

“E é essa fé que o Jubileu vem renovar, porque o Ano Santo também é para eles, para lhes dizer que não estão sós, que a sua vida tem dignidade, que o seu futuro não está perdido, que a Igreja caminha com eles”, adiantou Joan-Enric Vives i Sicília, considerando que neste ano abrem-se as “portas” dos corações, das comunidades e dos países.

Reiterando que “acolher migrantes não é apenas uma obra de caridade”, mas “uma opção evangélica e jubilar”, o arcebispo emérito de Urgel, de que faz parte o Principado de Andorra, onde serviu a comunidade emigrante portuguesa, salientou que neste tempo a Igreja é chamada, mais do que nunca, a ser “mais aberta, mais hospitaleira”.

Aos presentes, desafiou para que sejam “missionários da esperança nos países” que os acolhem, “realizando novos itinerários de fé” ou “iniciando diálogos inter-religiosos feitos de vida quotidiana e de busca de valores comuns”, e que o seu entusiasmo espiritual e vitalidade “contribuam para revitalizar comunidades eclesiais envelhecidas e cansadas, nas quais o deserto espiritual avança ameaçadoramente”.

No final da celebração, o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, referiu-se ao “drama dos incêndios” e pediu orações, de forma especial pelos bombeiros.

“Neste dia, não podemos ignorar o drama dos incêndios que vai percorrendo o nosso país e também outros países vizinhos”, afirmou o sacerdote, lembrando “as inquietações que provoca e o rasto de destruição que deixa”.

Aos peregrinos, Carlos Cabecinhas pediu que rezem por “todos aqueles que são atingidos pelos incêndios”, mas de “forma especial pelos bombeiros e por todos quando combatem os incêndios”, apelando para que os ajudem com comportamento responsável.

A missa, onde se cumpriu a tradição da oferta de trigo, foi concelebrada por três bispos, 82 padres e 12 diáconos. Estiveram presentes cerca de 50 mil peregrinos, segundo estimativa do Santuário de Fátima.

Caixa Geral de Depósitos garante cumprir normas sobre transferências temporárias de trabalhadores

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) garantiu esta quarta-feira à agência Lusa cumprir o previsto no acordo de empresa (AE) relativamente ao pagamento de despesas de deslocação nas transferências temporárias de trabalhadores entre agências, que motivou uma queixa sindical.

“No entendimento da Caixa, sempre que os colaboradores são alocados temporariamente a outra agência, independentemente da duração, aplica-se o previsto na alínea b) do número 9 da cláusula 44 [mobilidade], onde está claro que a empresa custeará as despesas com a deslocação: “Na impossibilidade ou inadequação de horários de utilização de transportes coletivos, o trabalhador que utilizar viatura própria será ressarcido pelo valor de 25% do valor estabelecido na clausula 61, nº 1, alínea d)” “, afirmou fonte oficial do banco público.

Segundo detalha numa nota escrita enviada à Lusa, estando previsto na cláusula 61 (despesas com deslocações), alínea d), que esse valor é de 0,50 euros por quilómetro (Km), daqui resulta que “nas transferências temporárias (mobilidade) o valor a aplicar seja de 0,125 euros por km”.

A resposta da CGD surge após o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo Caixa Geral de Depósitos ter anunciado esta quarta-feira que instaurou uma ação judicial contra o banco por violação das normas do AE, acusando a administração de violar a convenção coletiva em vigor na empresa “em matéria de pagamento do acréscimo das despesas de deslocação” quando os trabalhadores são transferidos temporariamente do seu local de trabalho.

No comunicado hoje divulgado, o sindicato argumenta que “ao longo dos anos, nas transferências temporárias de local de trabalho, a CGD sempre suportou o acréscimo das despesas em viatura própria, quando incompatível o uso de transportes públicos, nos termos estabelecidos no acordo de empresa, ou seja, 0,50 euros por quilómetro”.

Contudo, segundo o sindicato, “de forma unilateral, a CGD decidiu aplicar às transferências temporárias o regime das transferências definitivas, ou seja, 0,125 euros por quilómetro, contrariando e pervertendo inexplicavelmente o espírito de boa-fé com que as cláusulas foram acordadas mutuamente”.

Considerando esta alteração “abusiva e ilícita”, a estrutura sindical diz que “tem vindo a causar prejuízos sérios” aos trabalhadores e “dificuldades de gestão de pessoal às hierarquias”.

“O valor pago pela empresa no âmbito das transferências temporárias de local de trabalho não chega para cobrir as despesas reais que esses trabalhadores realizam, designadamente, em zonas com insuficiente cobertura de transportes públicos ou no interior do país, onde as agências distam dezenas de quilómetros entre si”, acrescenta.

Adicionalmente, o sindicato acusa a CGD de violar o previsto no AE no que diz respeito ao pré-aviso de transferência do local de trabalho, afirmando que os trabalhadores “são frequentemente transferidos sem a devida e obrigatória comunicação prévia, por escrito”.

Relativamente a esta situação, a Caixa esclarece estar também previsto na cláusula 44 (mobilidade), no número 5, “que a empresa deve comunicar, por escrito, a transferência com antecedência mínima de 30 dias”, garantindo que o banco “cumpre sempre esse pré-aviso, a menos que exista acordo nessa transferência”.

“Tenho 26 anos e cinco operações aos joelhos”: Rebeca Andrade abandona solo a pensar em Los Angeles

A ginasta brasileira Rebeca Andrade anunciou esta quarta-feira que vai deixar definitivamente as competições no solo, na qual é campeã olímpica, para preservar a saúde tendo em vista Los Angeles2028.

“Não farei mais exercícios no solo. O solo é o que causa mais impactos. Sou uma atleta de 26 anos, com cinco operações aos joelhos. Quando conhecemos os nossos limites, é fundamental respeitá-los. Eu sei que adoram quando faço exercícios no solo, mas ainda consigo mostrar muito nos outros aparelhos”, afirmou Rebeca Andrade, numa conferência de imprensa, no Rio de Janeiro.

Já segue a Bola Branca no WhatsApp? É só clicar aqui

A brasileira assegurou estar a “cuidar melhor da saúde física e mental”, a pensar nos próximos anos da olimpíada, até aos Jogos.

Várias lesões no joelho, entre 2015 e 2019, prejudicaram a carreira de Rebeca Andrade, antes de se tornar numa das melhores ginastas do mundo, conseguindo, até, surpreender a `lenda` norte-americana Simone Biles em Paris2024.

A ginasta natural de São Paulo cumpriu a sua estreia olímpica nos Jogos Rio2016, alcançando as medalhas de ouro, no salto, e prata, no concurso geral individual, em Tóquio2020.

Em Paris, sagrou-se campeã no solo e `vice` no salto e, novamente, no concurso geral individual, além da medalha de bronze por equipas.

Andrade prepara, agora, a presença nos Mundiais de ginástica artística, agendados para entre 19 e 25 de outubro, em Jacarta.

Judiciária investiga morte de bebé: jovem alega que não sabia que estava grávida

A Polícia Judiciária (PJ) de Braga está a investigar a morte de um bebé no passado domingo, após um parto acidental em casa, na freguesia de Prado São Miguel, concelho de Vila Verde (Braga). O bebé foi encontrado morto na habitação, sendo que a mãe, jovem, alega ter percebido que estava grávida só aquando do parto.

Ao PÚBLICO, fonte da PJ de Braga indica que “não há indícios criminais e que terá sido um parto natural”, não provocado. A investigação decorre com o objectivo de apurar “se o bebé nasceu morto ou se morreu após o parto” e aguardam-se os resultados da autópsia.

A Lusa indicava, citando uma fonte da autoridade policial, que a mãe, “maior de idade, alegou ter escondido a gravidez da família” e residia com os pais. No entanto, fonte da Polícia Judiciária de Braga avançou ao PÚBLICO que a própria jovem alega que desconhecia que estava grávida até ao momento em que entrou em trabalho de parto e que não haveria sinais visíveis da gravidez.

Quando se aperceberam do parto, os familiares terão ligado para o 112. Uma equipa de bombeiros deslocou-se à habitação, mas o bebé já estava morto. A jovem foi transportada para o Hospital de Braga.

A unidade de saúde, contactada pelo PÚBLICO, não confirmou, até ao momento de publicação deste artigo, se a jovem se mantém hospitalizada ou se já teve alta.

Em 2024, dos mais de 84 mil partos realizados, 841 decorreram em casa ou noutro local que não um estabelecimento hospitalar (307).

Moçambique garante acesso universal de energia até 2030

O Presidente de Moçambique garantiu esta quarta-feira que o país vai alcançar o acesso universal de energia até 2030, com a capitalização da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), maior produtora de eletricidade, e recorrendo também a energias alternativas.

“Moçambique compromete-se a universalizar o acesso à energia até 2030, com uma estratégia integrada que combina desenvolvimento do mercado energético, industrialização e atração de investimento, capitalizando Cahora Bassa e Mphanda Nkuwa como motores da transformação económica e da criação de valor interno”, disse Daniel Chapo.

O chefe do Estado falava esta quarta-feira em Maputo, na abertura da assembleia-geral do Africa50, um mecanismo continental que financia a construção de infraestruturas e que decorre sob lema “Moçambique e Africa50: Unir Infraestruturas, Conectar Continentes e Transformar Vidas”.

Para o referido acesso universal da energia, além da HCB, uma das maiores barragens em África, e fontes alternativas de energia em que o país está a investir, Moçambique vai apostar também no projeto da barragem de Mphanda Nkuwa, um empreendimento a ser composto por uma central hidroelétrica com capacidade de produção de 1.500 MegaWatts (MW) e por uma linha de transporte de alta tensão com 1.350 a 1.400 quilómetros, entre Tete, no centro de Moçambique, e Maputo, no sul.

Chapo elogiou os esforços do Governo na expansão da corrente elétrica, com aumento do acesso à eletricidade de 31% para 62% da população desde 2018, tendo ultrapassado 400 mil novas ligações por ano nos últimos dois anos.

Para continuar a expandir o acesso a eletricidade, disse Chapo, Moçambique também avançou com acordos regionais e globais, citando, como exemplo, a iniciativa Missão 300, liderada pelo Banco Mundial e pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que visa levar energia a 300 milhões de africanos até 2030, com o chefe do Estado moçambicano confiante nos novos pacotes de financiamento do Africa50 para projetos de energia.

“Atualmente, estamos a desenvolver com o Africa50 transações inovadoras, focadas em energia, digitalização, integração regional, transporte, logística, com postos fronteiriços de paragem única, apoiados pela Área de Comércio Livre Continental Africana, aqui presente ao mais alto nível. Cada uma destas iniciativas promove emprego, diversificação económica e desenvolvimento sustentável de Moçambique e da SADC [Comunidade de Desenvolvimento da África Austral]”, disse Chapo.

A Africa50 foi criada pelos governos africanos e pelo BAD para colmatar a lacuna de financiamento de infraestruturas em África, facilitando o desenvolvimento de projetos, mobilizando financiamento e investindo em infraestruturas.

Atualmente conta com 37 acionistas, incluindo Moçambique, que aderiu ao mecanismo de financiamento no ano passado.

Ainda hoje, o Presidente moçambicano anunciou que o país vai acolher nos próximos meses o Fórum Presidencial de Investimento em Infraestruturas, com foco em projetos de energia, incluindo linhas de transmissão de energia, corredores económicos e logísticos, digitalização e conectividade continental.

Na abertura da assembleia-geral do Africa50, foram assinados acordos em que este grupo vai financiar em Moçambique o projeto de construção de três linhas de transporte de eletricidade de 840 KV e a construção de um centro de dados na capital moçambicana.

Conforme explicou o presidente do conselho de administração da Electricidade de Moçambique (EDM), Joaquim Henriques Ou-chim, os acordos vão garantir a construção de uma linha a partir do distrito de Metoro, na província de Cabo Delgado, ligando com o distrito de Marrupa, na província do Niassa, com capacidade para 220 kilovolts (KV).

A segunda linha vai partir de Chumuarra, na província da Zambézia até ao distrito de Inhaminga, na província de Sofala, com capacidade de 400 KV, sendo que a última, com capacidade de 220 KV, vai ligar Metoro, em Cabo Delgado, ao distrito de Namialo, em Nampula.

Incêndio de Sátão tem três frentes ativas e há três aldeias na linha de fogo

Três frentes ativas consomem mato e pinhal num incêndio que começou esta madrugada em Sátão, num combate difícil que tem três localidades numa das linhas de fogo, disse à agência Lusa fonte da Proteção Civil.

“O incêndio está a arder com bastante intensidade e está com três frentes ativas, numa zona de mato e pinhal”, disse à agência Lusa, cerca das 14h30, o segundo comandante do Comando Sub-regional Viseu Dão Lafões.

João Cardoso adiantou que aldeias em risco “não [há], mas na linha de fogo, de uma das frentes, estão as localidades de Aldeia Nova, Carrasqueira e Outeiro de Cima”, na freguesia de Ferreira de Aves, concelho de Sátão, distrito de Viseu.

O alerta para este incêndio foi dado pela 1h03 desta quarta-feira, em Vila Boa, Ferreira de Aves, Sátão.

Pelas 15h30, combatiam este incêndio 247 operacionais apoiados por 78 veículos e seis meios aéreos, segundo a página oficial da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Análise de ADN revela ancestralidade da África Ocidental na Inglaterra medieval

Um par de pessoas não relacionadas sepultadas em cemitérios na Grã-Bretanha do século VII provavelmente tinha avós da África Ocidental. Uma menina de 13 anos e um jovem de 17, não relacionados e sepultadas em dois cemitérios diferentes em Inglaterra durante a Alta Idade Média, tinham avós da África Ocidental. Como e quando os seus parentes chegaram à Grã-Bretanha é desconhecido, mas a descoberta implica que os migrantes nos tempos anglo-saxónicos vinham de muito mais longe do que se pensava anteriormente. Depois de os romanos finalmente se retirarem da Grã-Bretanha em 410 d.C., a Grã-Bretanha foi invadida e colonizada pelos

Urgências da região monitorizam eventuais casos de contaminação na praia da Nazaré

Os Serviços de Urgência de Leiria, Alcobaça e Pombal encontram-se em alerta e a monitorizar eventuais casos de contaminação na praia da Nazaré, mas, segundo a Unidade Local de Saúde da Região de Leiria, não há registo de novas situações.

Apesar da interdição de banhos, decretada na terça-feira pela Capitania do Porto Nazaré, “não se registou um aumento de afluência aos Serviços de Urgência com sintomas gastrointestinais, resultado da atuação preventiva que desaconselhou de imediato o contacto com a água”, informou hoje a Unidade Local de Saúde (ULS) da Região de Leiria.

Contactada pela agência Lusa, a ULS acrescentou: “Ainda assim, os Serviços de Urgência de Leiria, Alcobaça e Pombal encontram-se em alerta e a monitorizar eventuais casos.”

A zona norte da praia da Nazaré, no distrito de Leiria, está interditada a banhos desde terça-feira, devido a uma obstrução na conduta de saneamento, junto à Praça Manuel Arriaga, que provocou uma escorrência de efluentes durante cerca de hora e meia.

Na resposta enviada à Lusa, a ULS indicou que análises preliminares realizadas após a deteção de uma descarga poluente junto à praia “revelaram níveis muito elevados de contaminação em dois dos três pontos de colheita, localizados mais próximos da zona da descarga”, e que o Departamento de Saúde Pública continuará a acompanhar e verificar a situação, mantendo a população informada sobre qualquer atualização relevante.

Esta é segunda interdição da praia a banhos desde o início do mês, depois de em 01 de agosto os banhos terem sido proibidos devido à descarga nos esgotos pluviais. Na sequência do incidente, 116 pessoas foram assistidas na ULS da Região de Leiria com sintomas relacionados com a contaminação da água.

A Câmara da Nazaré afirmou esta quarta-feira não afastar a hipótese de “sabotagem” na conduta de saneamento e reconheceu a necessidade urgente de um investimento na substituição do sistema com cerca de 60 anos.

A autarquia prevê ter, até ao final desta quarta-feira, os resultados das análises pedidas ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.

1 88 89 90 91 92 599