Cores da bandeira nacional são elemento comum em cartazes do PS e do Chega

O uso das cores da bandeira nacional é um elemento comum nos cartazes de campanha do PS e do Chega, enquanto os da AD apostam na ideia de continuidade, aponta a investigadora Célia Belim.

“Pedro Nuno Santos apresenta-se numa versão muito nacionalista, com as cores da bandeira portuguesa, para mostrar esse espírito nacional”, disse à Lusa Célia Belim, professora de Ciências da Comunicação no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa. Neste ponto, a linha visual é semelhante à utilizada pelo Chega, afirmou.

Entre as rotundas do Saldanha e de Entrecampos, em Lisboa, embora com algumas semelhanças, cada partido reflete na imagem visual a respetiva estratégia política, com os cartazes políticos como “companheiros de viagem” que têm como objetivo tornar familiares os rostos dos líderes e candidatos.

Nos cartazes do PS, o foco está na agenda temática, com a saúde, habitação e cabaz alimentar em destaque. E com um pormenor: as cores da bandeira nacional — verde de um lado, vermelho do outro e letras amarelas. O rosto do secretário-geral, Pedro Nuno Santos, surge ao centro, numa postura de “afirmação do líder”, diz Célia Belim.

E têm ainda outro pormenor, além da mensagem “o futuro é já”, o que remete para um novo início, há uma moldura branca nos cartazes, que ajuda a dar ênfase à mensagem: “Visualmente, ficamos retidos na imagem”, afirma.

A apostar na quantidade de cartazes está o Chega, tal como tem feito nos últimos anos, sem esquecer os apontamentos das cores da bandeira nacional. A novidade é o slogan, que passou de “limpar Portugal” para “salvar Portugal” – sempre acompanhado pela fotografia de André Ventura.

“Um grito de ordem, em maiúsculas, que pode aludir ao salvador da pátria, uma figura não necessariamente positiva, porque tem conotação com Salazar”, considerou Célia Belim.

Mas há várias frases que vão surgindo pelas ruas. “Eles falham há 50 anos. Deem-me uma oportunidade”, por exemplo, criando um distanciamento entre o Chega e o PS e PSD.

“Não realça os feitos, até porque o partido de André Ventura ainda não governou. Aposta numa lógica de denúncia daqueles que tiveram oportunidade”, acrescentou a investigadora. De resto, os cartazes têm um caráter “simplista, com fundo branco, sem nunca esquecer a bandeira nacional”, sublinhou.

Quem é parado pelos semáforos no Campo Pequeno, talvez não consiga escapar ao cartaz da AD (coligação PSD/CDS) colocado entre os dois sentidos. No cartaz surge destacado o rosto sorridente de Luís Montenegro e mensagens que visam capitalizar o que foi feito pelo Governo no último ano: “Valorizámos 11 carreiras da função pública”, lê-se num dos cartazes, que não foge à cor do PSD – laranja. E o slogan segue a mesma linha: “Portugal não pode parar”, pedindo aos eleitores uma continuidade.

A investigadora Célia Belim observa que apesar de a figura do líder do PSD também surgir nos cartazes, Luís Montenegro “aparece não de forma tão imponente quanto Pedro Nuno Santos”.

A arriscar na estratégia visual está a Iniciativa Liberal, que na rotunda do Saldanha optou por um cartaz em formato 3D, onde aparece um “manual para construir uma casa em Portugal”, criticando o excesso de burocracia.

Em 15 passos, há 15 observações: “paga-se e espera-se”, num contraste de cores – azul, rosa e amarela – e sinais de + e – “tem mais potencial visual” porque são do domínio universal, explica.

A CDU (PCP/PEV) utiliza há décadas o azul como fundo para os seus cartazes e este ano não é exceção, nem para os cartazes mais pequenos, com as habituais palavras: salários, pensões, paz, habitação e saúde.

Já os cartazes maiores — dois deles na rotunda de Entrecampos —, seguem as bandeiras do partido: fim da guerra na Palestina, com a bandeira da Palestina como fundo, e a defesa do Serviço Nacional de Saúde, onde se lê “privado é negócio” em fundo azul. “É uma aposta na agenda temática”, clarifica Célia Belim.

Quem aposta também na agenda temática é o Bloco de Esquerda, que escolheu três bandeiras do partido: taxar os ricos, defender os trabalhadores por turnos e baixar as rendas. Um dos cartazes usa um plano contrapicado em que a imagem destacada são uns sapatos gigantes e, ao lado, a imagem pequena de uma pessoa a olhar para cima.

O “objetivo será mostrar o desequilíbrio social entre aqueles que têm muito e aqueles que estão mais desamparados pelo estado social”, aponta a investigadora.

A imagem da porta-voz do PAN Inês Sousa Real surge num fundo verde e o partido da deputada única escolheu também a agenda temática, como a violência doméstica. Já para os cartazes maiores, no Campo Pequeno, mantém-se o habitual cartaz que diz “touradas só na cama e com consentimento”. “Há um apontamento humorístico”, acrescentou a investigadora.

Mais pequenos são os cartazes do Livre, espalhados pelos postes da cidade, que não seguem a agenda temática, nem a figura do líder, mas sim um slogan do partido: “A alternativa é ser Livre”.

Gasóleo fica mais barato do que carregar elétrico na rede pública

Tendência de aumento de preços de carregamento “preocupa muito”. Carregamento doméstico custa menos de metade. Carregar um carro elétrico na rede pública custou, em abril, mais 49 cêntimos do que abastecer um carro a gasóleo para percorrer 100 quilómetros. Os números são apresentados pela Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) ao JN, e mostram que a situação está a piorar para os verdes: se o percurso de 100 quilómetros ficou este ano a 7,89 euros, em abril de 2024, o mesmo percurso custava 7,66 euros, segundo o Observatório da Mobilidade Elétrica da UVE. Tal como os combustíveis fósseis,o preço

Quem é o “estratega” e “teatral” Bruno Lage? Uma breve análise ao treinador do Benfica

O homem que tem em Jaime Graça o norte regressou à Luz nos primeiros dias de setembro, depois de Roger Schmidt ser despedido após empate em Moreira de Cónegos, deixando a equipa em sétimo lugar, a cinco pontos do Sporting de Ruben Amorim.

“Quero um futebol que os adeptos gostem de ver, dinâmico, divertido, fundamentalmente um futebol que puxe pela bancada, é o que queremos”, prometeu Bruno Lage na apresentação. Tratava-se de um regresso de um treinador que até já tinha sido campeão naquela casa, em 2018/19.

A estreia do setubalense, que passou por Botafogo e Wolves nas intermitências da vida benfiquista, foi um 4-1 caseiro contra o Santa Clara. Desde então, a época tem tido os seus altos e baixos. Lage, que tal como Rui Borges luta por uma dobradinha (na verdade, ataca um triplete nacional), quer vencer o segundo título nacional pelas águias e juntar-se assim ao lote de técnicos que fizeram o mesmo: Toni, John Mortimore, Fernando Riera, Béla Guttmann e Lippo Hertzka. Basta vencer esta noite o dérbi lisboeta por dois ou mais golos.

Os comentadores Bola Branca Francisco Guimarães e Francisco Sousa fazem um breve retrato do treinador do Benfica, hoje com 48 anos.

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Francisco Sousa

É um treinador forte a nível estratégico. Prepara bem os jogos em função dos adversários, demonstrou isso, quer em termos táticos, quer com trocas individuais de jogadores, em diferentes cenários, em contexto de Champions (lembro a linha de 5 com o Atlético Madrid), mas também soube adaptar-se muito bem frente à Juventus, ao Barcelona, até mesmo nas partidas com o Mónaco, ali a dada altura conseguiu fazer a equipa crescer em momentos do jogo, apostando em perfis de jogadores que eram mais necessários.

Fez ajuste de peças, mostrou que tem essa boa leitura a partir do banco para reagir e conseguir fazer com que a equipa melhore. Saiu valorizado nos dois jogos contra o Porto esta época.

Depois, vejo um Lage muitas vezes tenso no banco, tenho feito alguns jogos no Estádio da Luz, é comum vermos o Bruno Lage a gesticular muito mais, às vezes com comportamentos que, na primeira passagem pelo Benfica, não eram tão visíveis. Acho que é, de certa forma, um sinal de reação mais exacerbada, mais emocional, sente muito a pressão de ter de provar que é um treinador para o Benfica.

Tem muitas vezes um discurso bastante serviçal, no sentido de se apresentar como um funcionário do Benfica, o homem que responde ao presidente, que é obediente, e não tanto a personalidade forte, vincada, ainda que a vá mostrando a espaços, é um sinal de valorização pessoal.

Não podemos esquecer que este é um Lage diferente, que já passou por experiências lá fora, provou algumas coisas na Premier League, acho que isso foi importante no regresso ao Benfica, nomeadamente a ideia de ser mais versátil a nível tático. Mas, de facto, acho que Lage, com tudo o que tem mostrado em termos comportamentais entre banco e conferências de imprensa, denota diferenças face aos primeiros tempos.

Francisco Guimarães

É um treinador teatral e por vezes populista. Fala para os adeptos, gesticula para dentro de campo, mas na prática está a gesticular para os adeptos, corre pela linha lateral, grita, esbraceja, e deixa-nos a dúvida sobre se, de facto, vibra muito com o jogo ou se pensa que está em cima do palco do Dona Maria II.

Tem ideias concretas sobre futebol. Apesar de nem sempre as conseguir pôr em prática, nota-se que há trabalho coletivo, e percebe-se em que acredita. Envolve muito os corredores laterais. Gosta de avançados que combinem com os médios, e de um jogo intenso e pressionante, geralmente com linhas subidas. Prefere ter médios com funções e características distintas, um mais pressionante, de processos simples, outro de controlo em posse de bola e outro mais virado para a profundidade. Preferencialmente, um deles que faça movimentos de rutura.

Lê os jogos grandes com mais precisão do que os jogos pequenos, e as suas equipas vão do 8 ao 80 na mesma semana. Defensivamente, acredita no 4-4-2, gosta de roubar a bola em zonas intermédias e altas, para sair em ataque rápido de curta profundidade quando o adversário está aberto e desequilibrado.

Greve na CP suprimiu 77 comboios até às 8h00

A CP suprimiu 77 comboios dos 153 programados entre as 00h00 e as 8h00 deste sábado, devido à greve convocada por vários sindicatos.

Neste período, segundo dados da transportadora a taxa de supressão é de 50,3%.

De acordo com a empresa, dos 49 comboios regionais previstos não se realizaram 40.

Nos urbanos de Lisboa estavam previstas 59 ligações e apenas se realizaram 17 e nos urbanos do Porto estavam programados 30 comboios e foram suprimidos 21. Nos urbanos de Coimbra foram suprimidos três comboios.

Nos comboios de longo curso, realizou-se apenas uma, das 10 ligações previstas.

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A CP – Comboios de Portugal alertou para perturbações na circulação, devido à greve convocada por vários sindicatos, mas para a qual foram definidos serviços mínimos que obrigam a assegurar uma em cada quatro das ligações habituais.

A partir de domingo e até à próxima quarta-feira haverá serviços mínimos na CP, ao contrário do que aconteceu nos primeiros quatro dias de paralisação dos trabalhadores da empresa.

As greves foram convocadas pelo sindicato SMAQ (Sindicato dos Maquinistas), entre os dias 7 e 14 de maio, e pelo sindicato SFRCI (Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante), entre os dias 11 e 14 de maio. Assim, a empresa alerta que se “preveem fortes perturbações na circulação” não se garantindo a circulação de comboios nesta sexta-feira, 9 de maio.

GNR reforça vigilância das florestas contra incêndios

A GNR informou este sábado que ativou oitenta postos de vigia e mais de 140 câmaras de vigilância florestal para prevenir e detetar incêndios, no âmbito da Campanha Floresta Segura.

Em comunicado, a Guarda Nacional Republicana diz que através do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), “procedeu à ativação de 80 Postos de Vigia (PV) da Rede Primária, os quais se encontram guarnecidos por um total de 320 operadores”.

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“Importa referir que, a estes juntar-se-ão, a partir de 29 de junho, mais 150 Postos de Vigia da Rede Secundária, que serão ativados e guarnecidos por 600 operadores adicionais”, acrescenta a nota.

Relativamente às ações de sensibilização, a Guarda Nacional Republicana realizou, até ao dia 7 de maio, um total de 2.845 ações, alcançando 55.150 pessoas, com o objetivo de prevenir comportamentos de risco, promover a adoção de medidas de autoproteção e fomentar o uso responsável do fogo por parte das comunidades.

Segundo a GNR, até ao momento, “foram registadas 18 detenções, das quais 14 em flagrante delito, tendo sido igualmente identificados 136 suspeitos”.

Governo prolonga até 31 de maio limpeza de terrenos

Nesta fase, os militares encontram-se no terreno a percorrer “as faixas de gestão de combustível das freguesias prioritárias, com o objetivo de se proceder à sinalização e georreferenciação dos terrenos rurais que pela sua localização apresentem potencial risco de incêndio”, lê-se na nota.

Em simultâneo, a GNR está a promover ações de informação e sensibilização junto dos proprietários, para que realizem voluntariamente a limpeza dos terrenos até 31 de maio de 2025, evitando que, após o dia 1 de junho de 2025, possam encontrar-se em incumprimento.

De acordo com a GNR, esta fase da campanha tem como objetivo principal “a prevenção com ações de sensibilização dirigidas aos cidadãos e entidades, com vista à alteração de comportamentos e à adoção das melhores práticas de segurança individual e coletiva”.

“O esforço principal está a ser desenvolvido para despertar consciências para a importância da adoção de medidas de autoproteção e para a redução do risco de ocorrência de incêndios”, reforça a GNR.

A Campanha Floresta Segura 2025, que arrancou a 1 de fevereiro e decorre até 30 de novembro, “contribui decisivamente para uma redução significativa do número de ocorrências graves e dos impactos negativos que podem causar na sociedade”, acrescenta.

Por fim, a GNR assegura que a proteção de pessoas e bens, no âmbito dos incêndios rurais, continua a assumir-se como “uma das prioridades estratégicas, sustentada numa atuação preventiva e num reforço de patrulhamento nas áreas florestais”.

Quem é o “ancelottizado” Rui Borges? Uma breve análise ao treinador do Sporting

Apresentou-se em Alvalade, depois do natal, com um slogan profético, quem sabe: “Quando faltar a inspiração, que não falte a atitude”. O cidadão de Mirandela, assinando um brilharete no Vitória SC, sucedia a João Pereira, um treinador que teve muitas dificuldades para manter o nível de jogo e a mentalidade do grupo na ressaca da saída de Ruben Amorim para o Manchester United.

O treinador que flertou com a impossibilidade do bicampeonato (“vamos ver”, disse no Marquês) deixou o Sporting com 11 vitórias em 11 jornadas (39 golos marcados, cinco sofridos). O Benfica estava a cinco pontos e o FC Porto a seis.

Rui Borges chegou para apagar os fogos e devolver a chispa a futebolistas vários como Viktor Gyökeres. Antes de aterrar no gigante de Lisboa, o treinador passou por Mirandela, Académico de Viseu, Académica, Nacional, Vilafranquense, Mafra, Moreirense e Vitória de Guimarães. Aos 43 anos, Borges, com apelido de poeta, tem a possibilidade de conquistar uma dobradinha.

A história desata-se definitivamente já este sábado, no Estádio da Luz. Ao Sporting basta ganhar o dérbi para ser campeão nacional pela terceira vez em cinco anos, algo só visto nos anos 50.

Os comentadores Bola Branca Francisco Guimarães e Francisco Sousa fazem um breve retrato do treinador do Sporting.

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Francisco Guimarães

É um treinador com o perfil de equipa de contenção. Vulgo, equipa pequena. As suas equipas têm dificuldades a sair a jogar. Geralmente, não são dominadoras, o que as torna mais talhadas para o contra-ataque. Já o era no Vitória, continua a sê-lo no Sporting, o que, tendo em conta que se trata de uma equipa de maior dimensão, pode considerar-se um problema.

As suas equipas são verticais. Gosta de laterais ofensivos, médios que lancem bolas longas, trincos a ir buscar jogo aos centrais e avançados em profundidade. Demora tempo a tomar decisões durante o jogo, e nem sempre acerta. Por vezes, em desespero, vale tudo, inclusive ideias nas quais não acredita.

A sua maior qualidade é a “ancelottização” do processo. A simplicidade é o segredo (às vezes é simples demais). Fiel ao discurso do “unidos venceremos”, carregado de chavões, consegue passar a mensagem com eficácia. De facto, as suas equipas lutam até ao fim, unem-se perante as adversidades e os jogadores com mais personalidade assumem o papel de líderes, em substituição deliberada do treinador.

É um treinador sereno e calmo durante o jogo. Uma estátua impenetrável, o que é bom em tempos de maior pressão e ansiedade.

Francisco Sousa

É um treinador que vinha até com uma base do ponto de vista de sistema tático distinto das experiências anteriores. É um técnico muito capaz de fazer crescer jogadores, de valorizar os jogadores em público também, é um dos pontos que foi de coesão e que continua a ser de sustento emocional e motivacional no balneário, a forma como ele valoriza constantemente as grandes figuras da sua equipa em público. Vai-se desfazendo em elogios, ainda há pouco disse que Gyökeres é o melhor avançado da Europa, valorizando constantemente o papel de Hjulmand, vai deixando palavras elogiosas para alguns dos miúdos que têm vindo a aparecer, para Francisco Trincão e outros nomes importantes.

Depois, há aqui de certa maneira dois pesos e duas medidas, porque já teve aqui um discurso de certa forma nonsense a propósito de Conrad Harder. Há aqui jogadores que claramente se percebe, quer por rendimento, quer por perfil tendo em conta a ideia de jogo do treinador, que não têm um encaixe perfeito. Acho que Rui Borges acaba, muitas vezes, por desvalorizar os jogadores, não os utilizando. Enfim, acho que já teve aqui na sua forma bastante genuína de comunicar, completamente despreocupada com a forma como o discurso sai mais ou menos polido, alguns deslizes.

Parece-me, na comparação com Bruno Lage, menos em ebulição no banco de suplentes. Assim como Lage mostrou também uma boa capacidade de adaptação às circunstâncias, acho que o Sporting ganhou estabilidade com o regresso ao 3-4-2-1. É sinal de inteligência e capacidade de reflexão de Rui Borges. A questão é que as escolhas dos perfis, em vários momentos, acabaram por desiludir.

Se é um facto que o Sporting também vai dando sinais de melhoria, tendo em conta o crescimento de alguns jogadores que foram evoluindo quase à força por serem cada vez mais utilizados em determinadas posições, dou o exemplo evidente do Zeno Debast, que ainda está longe de dominar todas as competências como médio, mas sem dúvida cresceu nesse departamento, até na forma como pressiona e recupera, era uma das grandes fragilidades que tinha, até a jogar como central. Mas recuperou alguns jogadores que estavam de fora e que vão ser muito importantes para esta ponta final, já o mostraram a espaços, Pedro Gonçalves, Morita, isso vai ser muito importante.

Recuperou o melhor Gyökeres para esta ponta final de época, tem sido absolutamente decisivo, sendo que o Sporting, e isso não abona muito a favor de Borges, é mais Gyökeres-dependente do que era com Ruben Amorim, sendo que já marcava muitos golos com Amorim. A equipa era mais harmoniosa antigamente, essa dependência é real, tem sido real. Acho que tem sido uma tábua de salvação, vá, para o Rui Borges.

Do ponto de vista das opções, nem sempre foi um treinador capaz de fazer esta equipa crescer de forma sustentada.

Tribunal aceitou listas ilegais do Chega

As listas do Chega para os círculos da Europa e Fora da Europa não cumprem com os 40% de candidatos de género diferente imposto por lei. Tribunal deixou passar; e agora a Comissão Nacional de Eleições já nada pode fazer. O Tribunal da Comarca de Lisboa autorizou listas do Chega que não cumprem com os 40% de candidatos de género diferente imposto por lei. Segundo o Expresso, em causa estão as listas para os círculos da Europa e Fora da Europa, constituídas por quatro elementos (dois efetivos e dois suplente). Para se cumprir a lei, têm de ser dois de

Mourinho explica à imprensa turca como escolhe o onze no Fenerbahçe: «Atiro 25 moedas ao ar…»

Treinador recorreu à ironia quando questionado por um jornalista depois do triunfo diante do Basaksehir

O Fenerbahçe de José Mourinho derrotou ontem o Basaksehir por 4-1 na Liga turca e, depois do jogo, o treinador recorreu à ironia para responder a um jornalista, que questionou as suas escolhas para o onze.

O repórter confrontou o técnico com facto de em 31 jogos ter utilizado “muitos onzes distintos”. “Qual o motivo para uma mudança constante de preferências?”

Mourinho, bem ao seu estilo, respondeu: “Tenho 25 moedas e atiro-as ao ar. Os jogadores de calham em cima da mesa jogam. Os que caem fora, ficam no banco.”

Não satisfeito, ainda acrescentou: “Também vou à discoteca aos fins de semana e desfruto. É assim que escolho o meu onze inicial.”

O Fenerbahçe, recorde-se, é segundo na Liga turca, a 5 pontos do Galatasaray, que tem menos um jogo.

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Por Isabel Dantas

Benfica-Sporting: uma época de apagões e um jogo para haver campeão

Foram muitos os altos e baixos, curvas e contracurvas, avanços e retrocessos, certezas e dúvidas. Momentos de luz a que se seguiram “blackouts“. Nada nesta época foi fácil para Benfica e Sporting, nada foi em linha recta. Sempre com um pé na euforia e outro na depressão. Não foram percursos iguais, mas passaram por problemas semelhantes e é por isso que chegamos à penúltima jornada com os dois a par. Esse empate pode ser desfeito da forma mais justa possível, um confronto directo. Neste sábado, na Luz (18h, BTV), “águias” e “leões” vão medir forças para ficar com o maior prémio de todos, o título de campeão nacional e é bastante provável que isso aconteça.

Uma vitória no derby é a conta mais fácil de fazer, mas não é a única. Sporting e Benfica chegam à 33.ª jornada empatados em pontos (78), com o mesmo número de golos sofridos (26) e com ligeira vantagem “leonina” nos golos marcados (85/82). O que vai fazendo a diferença na classificação é a vitória do Sporting em Alvalade (1-0, golo de Geny) no derby da primeira volta, jogo que marcou a estreia de Rui Borges no banco sportinguista. E é esta vitória que faz com que o Sporting possa jogar com dois resultados na Luz: um triunfo dá-lhe o 21.º título e o primeiro bicampeonato em mais de 70 anos, um empate deixa-o em vantagem na entrada para a última jornada.

Na perspectiva benfiquista, só a vitória serve para se aproximar (parcial ou definitivamente) do 39.º campeonato. Se for por um golo de diferença, terá a vantagem pontual à entrada para a última jornada (em que vai a Braga, com o Sporting a receber o Vitória SC). Se for por dois ou mais golos de diferença, os “encarnados” serão campeões no derby. O empate será um mal menor que não fecha a porta do título, mas essa decisão deixa de estar apenas nas mãos das “águias”.

Não era para ser assim

Rui Borges ou Bruno Lage, um deles será o treinador campeão em 2024-25. Nenhum deles começou a época, mas ambos foram chamados quando as coisas começaram a correr mal – o PÚBLICO chamou ao derby da primeira volta “O plano C do Sporting contra o plano B do Benfica”. Antes de Lage, houve Roger Schmidt durante quatro jornadas (duas vitórias, um empate e uma derrota). Antes de Borges, houve Ruben Amorim (11 vitórias) e João Pereira (falando apenas do campeonato, uma vitória, um empate e duas derrotas).

Lage já sabia ao que vinha – já tinha sido o sucessor de Rui Vitória em circunstâncias parecidas e foi campeão, antes de sofrer uma queda semelhante. Tudo o que tem feito neste regresso tem servido para reabilitar a sua imagem perante os sempre exigentes e voláteis adeptos. Já ganhou uma Taça da Liga e reabilitou o Benfica como candidato ao título – 23 vitórias, dois empates e três derrotas. Claro que, pelo meio, teve o caso dos áudios com os adeptos que ameaçou colocar em causa a sua liderança, mas até parece que Lage saiu reforçado – desde essa derrota com o Casa Pia, o Benfica teve 12 vitórias e um empate.

Quanto a Borges, deu o salto de Guimarães para Alvalade e cumpre na Luz uma volta inteira de campeonato. Em 16 jornadas, ganhou 11 e empatou cinco – não perdeu qualquer jogo no campeonato e, com maior ou menor dificuldade, foi conseguindo manter o Sporting no primeiro lugar. Não escapa às comparações com Amorim, nem às críticas por abordagens conservadoras que resultaram em perdas de pontos nos últimos minutos – mas também já foi buscar vitórias no limite, como a que aconteceu frente ao Gil Vicente.

Jogo do século?

Este será o 325.º confronto entre Benfica e Sporting numa rivalidade que já vem desde o início do século XX – o primeiro jogo aconteceu em 1907. Cento e dezoito anos depois, como é que estão as contas? Vantagem para o Benfica, com 139 vitórias, contra 115 do Sporting (mais 70 empates). Mas vamos reduzir a amostra para tentar descobrir uma tendência: apenas jogos do campeonato na casa das “águias”: em 90 jogos, 49 triunfos para os “encarnados”, 16 para os “leões” e 25 empates. Ou seja, historicamente, o Benfica tem vantagem, sendo que, na última década, essa vantagem é menos evidente: quatro vitórias benfiquistas, duas sportinguistas e quatro empates,

Já houve muitos derbies que foram decisivos e que conduziram directamente a uma festa, ou que abriram caminho a uma festa. O mais próximo que encontramos de um derby com estas características – na Luz, à penúltima jornada e com os dois empatados – foi o de 2004-05, já no novo Estádio da Luz. O Benfica de Trapattoni contra o Sporting de Peseiro e eram os “leões” que podiam jogar com dois resultados, por causa da vitória na primeira mão. Depois de 83 minutos sem golos, livre de Petit pela esquerda, cabeça de Luisão, saída falhada de Ricardo e golo do Benfica – o Sporting reclamou (até hoje) uma falta do brasileiro sobre o guarda-redes, mas nada foi assinalado e o caminho ficou aberto para mais um título do Benfica, confirmado na jornada final no Bessa.

E o que acham os treinadores, este é mesmo o jogo do século? Para Rui Borges, que veio do Vitória SC e que, há duas épocas, treinava na II Liga, este derby pode conduzir ao seu primeiro título. “É como vocês [jornalistas] dizem, é o jogo do século […]. O jogo mais importante da minha carreira? Acredito que sim, é um momento importante para o futuro do Sporting, dá-nos o campeonato. É a primeira vez que posso ser [campeão], sim, é o momento mais importante da minha carreira.”

Já Bruno Lage, sabe o que é ser campeão – ganhou o 37.º título dos “encarnados” em 2018-19 – e, talvez por isso, não seja tão taxativo a classificar o derby deste sábado. “Jogo do século? O jogo mais importante é sempre o próximo. É muito importante e pode ser decisivo. É dessa forma que o estamos a viver.”

Sporting e Rui Borges correm atrás da obra inédita destes rapazes

Há coisas assim. Rui Borges, o treinador do Sporting que tenta aterrar o avião levantado por Ruben Amorim no início da época, quer imitar o Benfica. Como diz que disse?

É que a história do futebol nacional vai longa e houve imensos episódios em que os tradicionais três grandes tiveram três treinadores ao longo da época. Pela 14.ª vez, segundo um levantamento do “Zerozero”, o Sporting apostou num hat-trick de técnicos durante a época (já sabemos que Amorim não saiu por incompetência…). O sucesso nunca foi demasiado, diga-se.

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Só por uma vez na história do futebol português um clube foi campeão tendo três treinadores ao longo da época. É preciso puxar a fita atrás até 1967/68. Os 42 golos de Eusébio salpicaram as sortes de Fernando Riera, Fernando Cabrita e Otto Glória. O Benfica foi campeão, apesar de tudo, com mais quatro pontos do que o Sporting, que amealhou quatro derrotas nas últimas cinco jornadas. Na jornada 23, a três do fim, os leões lideravam o campeonato por um ponto.

Uma dessas derrotas, que relançou definitivamente o campeonato, foi na Luz. O golo do “inferiorizado” Eusébio, como se pode ler nas páginas do “Diário de Lisboa” de 29 de abril de 1968 numa alusão às agruras do joelho, resolveu o dérbi. O cronista não estava muito impressionado, pois um dos títulos foi “mediocridades frente a frente”. Depois do dérbi, um empate nas Antas aproximou os encarnados do título nacional.

Quando o dérbi decidiu o campeonato: aqui estão os cinco episódios

A vitória em casa com o Varzim, na derradeira jornada, por 8-0 e com seis golos de Eusébio, sentenciou a liga. “Um manto encarnado sobre o campeonato”, podia ler-se no “Diário de Lisboa”, que dava conta de o Benfica a liderar na melhor defesa (19), melhor ataque (75), maior goleada (8-0), melhor marcador (Eusébio, 42), melhor marcador num só jogo (Eusébio, seis vs Varzim) e nas receitas. Ao Sporting ficou colada a palavra “apatia”. O zero-quatro no Restelo estraçalhou o grupo orientado por Fernando Caiado.

Na fotografia que ilustra este artigo, os protagonistas são Santana, Jaime Graça, Simões, José Augusto, Eusébio, Iaúca, Coluna, Nelson, Cruz (em baixo); Nascimento, Humberto, Cavém, Jacinto, Melo, Raul, Torres, Calado, José Henrique (em baixo).

O desfecho da liga foi dourado, mas podia ter sido muito mais especial: o Benfica caiu na final da Taça dos Campeões Europeus contra o Manchester United de Bobby Charlton, por 1-4 após prolongamento.

O histórico dos grandes

Voltando à contagem do “Zerozero”, convém lembrar que Rui Borges pode também meter os olhos na época 2018/19 dos leões, quando Marcel Keizer, José Peseiro e Tiago Fernandes contribuiram para a conquista de Taça da Liga e Taça de Portugal, um troféu aliás que os rivais de Lisboa ainda vão disputar.

Qual vai ser o desfecho do dérbi? Vote aqui

O FC Porto cometeu este atentado contra a estabilidade e normalidade em oito ocasiões. É verdade que numa delas até foi campeão, mas não conta para esta lengalenga pois Co Adriaanse não disputou qualquer partida, em 2006/07. Rui Barros e Jesualdo Ferreira sucederam ao bom do holandês corajoso que jogava com três defesas.

Finalmente, o obreiro do único título nacional assente em três cabeças foi também o que menos provocou tal situação inusitada. Foram somente cinco as ocasiões em que os adeptos do Benfica viram tal coisa.

Em 1997/98, em ano de desilusão nacional com a ausência do Mundial de França, os benfiquistas terminaram em segundo lugar, sob orientações de Manuel José, Mário Wilson e Graeme Souness, mas jamais se repetiria a façanha de 1968. Nessa temporada 1997/98, o FC Porto celebrou o tetracampeonato, com António Oliveira no banco a dar indicações e ideias e Jardel, Conceição, Drulovic e Zahovic no campo a derreter defesas.

O jogo deste sábado entre Benfica e Sporting, com pontapé de saída às 18h00, no Estádio da Luz, poderá fechar as contas desta época, ou adiá-las para a última jornada. A partida terá relato na Renascença e acompanhamento, ao minuto, em rr.pt.

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