Novo Hospital de Sintra está a “destruir” o Amadora-Sintra


É recorrente ver sindicatos de médicos — e até a própria Ordem da classe — virem a terreiro denunciar a falta de meios, sobretudo humanos, no Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra). Menos comum é um sindicato referir que o novo Hospital de Sintra, inaugurado em meados do mês passado, está a agravar a falta de meios no Fernando Fonseca.
“Agravou-se (a situação no Amadora-Sintra) com a abertura do novo hospital de Sintra, que funciona com muito poucos recursos.” Prova disso, acrescenta Tânia Russo, dirigente do Sindicato dos Médicos da Zona Sul e da FNAM (Federação Nacional dos Médicos), é “a inexistência de médicos com experiência em reanimação, a realização por médicos e técnicos do Amadora-Sintra de todos os exames de imagem”, como TAC, ressonâncias magnéticas ou Raio-X.
Mas mais grave, sublinha Tânia Russo, é a questão das cirurgias, que estarão a ser fortemente afetadas. “Para abrir uma sala do bloco do Hospital de Sintra, é preciso fechar 3 salas no Amadora-Sintra, com o respetivo cancelamento de cirurgias, incluindo oncológicas”.
E por isso, a dirigente sindical deixa uma convicção: “Isto não é criar um serviço, não é criar um hospital, é destruir aquilo que já existe”.