Médicos, enfermeiros e outros profissionais da saúde no Algarve estão em greve

Médicos, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde cumprem esta quinta-feira uma greve conjunta de 24 horas, no Algarve, em protesto contra a falta de profissionais e a degradação das condições de trabalho.

A paralisação abrange todos os profissionais da saúde que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região, que exigem, entre outras reivindicações, a contratação de mais pessoal para travar o desgaste a que dizem estar a ser sujeitos.

Segundo os profissionais de saúde, a exaustão e o agravamento das condições de trabalho só não têm maiores consequências para os doentes e utentes devido ao “elevado sentido de responsabilidade e entrega” diária.

“Os pedidos de exoneração e rescisões de contratos de trabalho acontecem quase diariamente e, em muitos serviços, regista-se uma diminuição do número de profissionais, por turno”, lamentam os profissionais, num comunicado conjunto.

Por seu turno, o presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve, Tiago Botelho disse à Lusa não compreender os motivos invocados para a greve, considerando que, na sua origem, estão estruturas sindicais que atuam por razões políticas.

A greve, marcada para entre as 00h00 e as 24h00, foi convocada pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS-FNAM), pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas do Sul e das Regiões Autónomas.

Ricardo Quaresma: “A minha mãe entrava às 4 da manhã na Praça da Ribeira, trabalhava a limpar casas. Tinha três trabalhos e só a víamos à noite. Eu e o meu irmão estávamos sempre juntos a jogar à bola”

Geração 80

Podcast

Nasceu em setembro de 1983, em Lisboa. A mãe é africana e o pai de etnia cigana. Passava os dias na rua, a jogar futebol com o irmão mais velho. Foi ao clube do bairro, com apenas 8 anos, que o Sporting o foi buscar. “Deve quase tudo ao futebol”, os títulos e a vida. “Os meus amigos de infância ou estão mortos ou estão agarrados à droga”. Ricardo Quaresma é o convidado do último episódio da 2ª temporada do Geração 80

Nasceu em setembro de 1983, em Lisboa. A mãe é africana e o pai de etnia cigana. Viveu no Casal Ventoso com os pais e o irmão mais velho até ir para o Sporting. O dia-a-dia dividia-se entre a escola e a rua, onde passava grande parte do tempo a jogar à bola.

O pai esteve ausente quase dois anos, a mãe trabalhava de manhã à noite e durante esse período o irmão mais velho foi pai e era quem metia o irmão “reguila” mais novo no lugar.

Nuno Fox

Começou a jogar futebol no clube do bairro e foi lá que o Sporting o foi buscar com apenas oito anos. Cresceu na Academia e aos 17 já jogava na equipa principal. Partilhava balneário com João Pinto, Jardel ou Paulo Bento e foi com eles que aprendeu tudo sobre o futebol.

Deixou Alvalade para ir para o FC Barcelona, mas as coisas não correram bem. “Era muito novo, nem tinha 19 anos. Cometi um erro, devia ter esperado pelo meu tempo, pelo meu momento e oportunidade e por isso quis sair”, recorda. Não regressou ao Sporting e hoje sabe que foi “a melhor escolha” mas na altura ficou “magoado”. “Vou para o FC Porto porque o Sporting me fechou a porta”. conta.

“Deve quase tudo ao futebol” e ganhou quase tudo a jogar futebol. Para a memória de todos os portugueses fica o ano de 2016 onde ao lado de Cristiano Ronaldo ganhou o Euro.

Ricardo Quaresma é o convidado do último episódio da 2ª temporada do Geração 80, conduzido por Francisco Pedro Balsemão.

Nuno Fox

Livres e sonhadores, os anos 80 em Portugal foram marcados pela consolidação da democracia e uma abertura ao mundo impulsionada pela adesão à CEE. Foram anos de grande criatividade, cujo impacto ainda hoje perdura. Apesar dos bigodes, dos chumaços e das permanentes, os anos 80 deram ao mundo a melhor colheita de sempre? Neste podcast, damos voz a uma série de portugueses nascidos nessa década brilhante, num regresso ao futuro guiado por Francisco Pedro Balsemão, nascido em 1980.

Tempo ao Tempo

Tempo ao Tempo é um podcast de histórias da História, de passado, presente e futuro, e da mudança da memória no tempo. Aqui vamos percorrer a micro-história e a História global, a História europeia e a História nacional, sempre com o objetivo de atualizar os dilemas das pessoas do passado e colocar em perspetiva histórica os nossos dilemas do presente. Com o tempo, vão aparecer texturas e um padrão narrativo, que ajudará a fazer sentido do todo. Mas o todo será sempre multímodo, polifónico e eclético. De muitos caminhos. Todas as quintas-feiras um novo episódio escrito e narrado por Rui Tavares. E ao sábado, um episódio extra emitido na SIC Notícias e em podcast

Relatório do acidente do Titan: o relato sombrio de uma tragédia que podia ter sido evitada

A Guarda Costeira dos EUA divulgou o relatório da investigação sobre a tragédia do submersível Titan, que matou cinco pessoas em junho de 2023, revelando um padrão chocante de negligência, má gestão e desrespeito flagrante pelos protocolos de segurança — numa tragédia que “era evitável”. O relatório da investigação sobre a tragédia do submersível Titan, divulgado esta quarta-feira pela Guarda Costeira dos Estados Unidos, é um relato devastador da sucessão de más práticas que levou à morte de 5 pessoas em 2023. Com 300 páginas, o documento traça de forma história notavelmente completa a história da OceanGate e do seu

Branca, loura e de olhos azuis, Sydney Sweeney fez anúncio de jeans a falar de genes e nasceu mais uma guerra cultural. Pedro Mexia analisa

Como em inglês, as palavras jeans e genes são homófonas, ou seja leem-se igualmente jeans, e sendo a actriz branca, loura e de olhos azuis, rapidamente começou na rede X uma onda de críticas alegando que a campanha era uma promoção codificada da eugenia.

Pedro Mexia escreveu uma crónica, disponível em exclusivo para assinantes em expresso.pt, sobre o que pode estar em causa nesta polémica. Partindo deste texto, é com o colunista do Expresso que fazemos a conversa de hoje.

Sydney Sweeney no Desert 5 Spot, em Hollywood, na tarde de estreia de “Americana”

Getty Images

Tiago Pereira Santos

Neste podcast diário, Paulo Baldaia conversa com os jornalistas da redação do Expresso, correspondentes internacionais e comentadores. De segunda a sexta-feira, a análise das notícias que sobrevivem à espuma dos dias. Oiça aqui outros episódios:

O que fazer quando se tem 1% do PIB nacional guardado em casa Eis o problema de Alves Reis no verão de 1925

Onde se cria dinheiro? Quem cria dinheiro? E quem consegue colocá-lo em circulação? E que tal criar um banco? Foi isso mesmo que fez Alves Reis. Oiça aqui mais um episódio do podcast ‘Tempo ao Tempo’.

Apesar de o escudo valer menos do que a peseta, Espanha era vista pelos mercados como mais frágil. O ataque especulativo de 1995 obrigou a peseta a cortar 7% na sua paridade

getty images

Fotografia de Tiago Miranda, trabalho gráfico de Vera Tavares e Tiago Pereira Santos

Oiça ‘Tempo ao Tempo’ aqui no Expresso, SIC e SIC Notícias, ou subscreva o podcast em qualquer plataforma de podcast. Todas as quintas-feiras um novo episódio escrito e narrado por Rui Tavares.

Poderia haver vida sob a superfície de Marte e nas luas geladas — graças aos raios cósmicos

Um novo estudo descobriu que partículas altamente energéticas no espaço, conhecidas como raios cósmicos, podem criar a energia necessária para sustentar a vida no subsolo em planetas e luas do nosso Sistema Solar — o que implica que há muitos mais locais no Universo onde a vida pode existir. A investigação mostra que os raios cósmicos podem não só ser inofensivos em certos ambientes, como também ajudar a vida microscópica a sobreviver. A descoberta desafia a visão tradicional de que a vida só pode existir perto da luz solar ou do calor vulcânico. Recentemente publicado na revista International Journal of

Sporting de Braga procura frente ao Cluj ficar mais perto do play-off da Liga Europa

O Sporting de Braga defronta esta quinta-feira o Cluj, na Roménia, pelas 17h30, na primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga Europa de futebol, com os olhos no play-off de acesso à fase de liga.

Após superar os búlgaros do Levski Sófia na segunda pré-eliminatória, com um empate em reduto alheio (0-0) e um triunfo caseiro, após prolongamento (1-0), o Sporting de Braga reencontra uma equipa que defrontou na edição 2012/13 da Liga dos Campeões.

Embora o técnico ‘arsenalista’, Carlos Vicens, considere improvável resolver já a eliminatória com o experiente Cluj na Roménia, um triunfo da equipa portuguesa deixa-a mais perto do play-off de acesso à fase de liga da Liga Europa.

Caso supere o Cluj, uma equipa que soma já nove partidas oficiais em 2025/26, com o saldo de três vitórias, três empates e três derrotas, o Sporting de Braga vai defrontar no play-off o Lincoln Red Imps (Gibraltar) ou o Noah (Arménia).

O jogo do Sporting de Braga com o Cluj, na Roménia, relativo à primeira mão da terceira pré-eliminatória da Liga Europa, está agendado para as 19:30 locais (17:30 de Lisboa), e terá a arbitragem de Elchin Masiyev, do Azerbaijão.

Médicos, enfermeiros e profissionais da saúde no Algarve estão em greve

Médicos, enfermeiros e outros profissionais da área da saúde cumprem esta quinta-feira uma greve conjunta de 24 horas, no Algarve, em protesto contra a falta de profissionais e a degradação das condições de trabalho.

A paralisação abrange todos os profissionais da saúde que trabalham no Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região, que exigem, entre outras reivindicações, a contratação de mais pessoal para travar o desgaste a que dizem estar a ser sujeitos.

Segundo os profissionais de saúde, a exaustão e o agravamento das condições de trabalho só não têm maiores consequências para os doentes e utentes devido ao “elevado sentido de responsabilidade e entrega” diária.

“Os pedidos de exoneração e rescisões de contratos de trabalho acontecem quase diariamente e, em muitos serviços, regista-se uma diminuição do número de profissionais, por turno”, lamentam os profissionais, num comunicado conjunto.

Por seu turno, o presidente da Unidade Local de Saúde (ULS) do Algarve, Tiago Botelho disse à Lusa não compreender os motivos invocados para a greve, considerando que, na sua origem, estão estruturas sindicais que atuam por razões políticas.

A greve, marcada para entre as 0h00 e as 24h00, foi convocada pelo Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS-FNAM), pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) e pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas do Sul e das Regiões Autónomas.

Médicos sem Fronteiras denunciam “matança orquestrada” em Gaza: “Isto não é ajuda”

“Um laboratório de crueldade”: é assim que a organização internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) descreve aquilo em que se transformaram os locais de distribuição de ajuda da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla e inglês) – que, afirma, “institucionaliza a política israelita de fome” no território.

Num relatório que reune testemunhos de feridos e de pessoal médico em duas clínicas junto a centros de distribuição da GHF, a MSF avança o número de 174 pessoas tratadas com ferimentos de balas nas últimas sete semanas, entre junho e julho. Quase metade das vítimas eram crianças.

A grande maioria – quase todos (96%) – eram jovens rapazes, o que simboliza a estratégia adotada pelas famílias, de enviar o seu membro mais jovem e mais saudável para conseguir enfrentar a multidão e chegar à comida.


“As pessoas estão a ser abatidas como animais. Não estão armadas. Não são soldados. São civis com sacos de plástico, à espera de levar para casa farinha ou massa”


A MSF aponta que numa das clínicas, em Al Mawasi, no sul de Gaza, 11% dos ferimentos por balas de armas foram dirigidos à cabeça e ao pescoço, enquanto quase 20% tiveram como alvo o peito, o abdómen e as costas. Numa outra clínica a poucos quilómetros, em Khan Younis, os feridos apresentaram mais ferimentos nas pernas.

A precisão dos disparos, conclui a organização, sugere “uma intencionalidade, em vez de fogo acidental ou indiscriminado”.

As pessoas estão a ser abatidas como animais. Não estão armadas. Não são soldados. São civis com sacos de plástico, à espera de levar para casa farinha ou massa. Quão alto é o preço que se tem de pagar por um saco com comida?”, diz um coordenador médico da MSF no relatório.

O documento, que tem por base os dois centros da MSF no sul de Gaza, refere que no espaço de sete semanas foram recebidos 1.380 feridos vindos dos locais de distribuição de comida, além de 28 corpos sem vida.

"Já estive em guerras, mas nunca num genocídio”: O que vê um português em Gaza?

Entre os 28 mortos recolhidos, todos à exceção de um eram homens com idades entre os 20 e os 30 anos, com ferimentos de balas da cintura para cima.

No relatório sublinha-se que, apesar de as equipas médicas da organização não conduzirem investigações para identificar os autores dos disparos, os locais em questão são controlados pelo exército israelita, “tornando a presença de grupos armados palestinianos nestas áreas altamente improvável”.

Crianças com tiros no peito enquanto procuram comida. Pessoas esmagadas ou sufocadas em debandadas. Multidões abatidas a tiro em pontos de distribuição. Em 54 anos de operações da MSF, raramente vimos níveis de violência sistemática contra uma população civil desarmada, mascarada de ‘ajuda’. Os locais de distribuição da GHF transformaram-se num laboratório de crueldade”, refere a diretora-geral da MSF.

No seu relatório, os Médicos sem Fronteiras pedem o fim do “esquema” da Fundação Humanitária de Gaza, uma solução criada por Israel e pelos Estados Unidos que teve início em maio deste ano, depois de 11 semanas de total bloqueio de entrada de bens alimentares e de saúde. O mecanismo de distribuição é da responsabilidade de empresas privadas, acompanhadas pelo exército israelita, que garante o perímetro de segurança no local.

“Estamos a ser massacrados. Já fui ferido talvez 10 vezes,” diz Mohammed Riad Tabasi (nome fictício), um paciente tratado na clínica dos Médicos Sem Fronteiras em Al-Mawasi. “Vi com os meus próprios olhos cerca de 20 cadáveres à minha volta. Todos baleados na cabeça, no estômago.”

Avisos pelas redes sociais e horários “aleatórios”

Durante o cessar-fogo que vigorou entre janeiro e março deste ano, a ONU tinha cerca de 400 pontos de entrega de ajuda humanitária no enclave. A GHF tem quatro e e estão todos localizados em zonas controladas pelo exército de Israel. Foram criados em maio, em resposta a acusações do governo de Netanyahu de desvio de ajuda em Gaza, pelo Hamas, e de fracasso da resposta humanitária da ONU no local.

De acordo com o relatório da MSF, os horários de funcionamento dos centros da GHF são “aleatórios”. Os cidadãos de Gaza são avisados pelas redes sociais de que um determinado centro vai abrir. “Frequentemente estes avisos surgem durante a noite e com menos de 30 minutos” de antecedência, lê-se no documento. “Os pontos podem ‘abrir’ e ‘fechar’ em minutos.”

“A GHF publica no Facebook ‘rotas seguras’ para os locais, ignorando que os palestinianos normalmente se deslocam no escuro e que as referências circundantes foram destruídas, tornando estas ‘rotas seguras’ quase impossíveis de seguir.”

Os centros da MSF em Gaza estão vocacionados para prestar apenas cuidados primários, mas, desde que os centros da GHF começaram a operar, as equipas tiveram de mudar as rotinas, indica o relatório. “Habituaram-se de tal forma ao fluxo de feridos a seguir a cada distribuição que começaram a monitorizar as redes sociais da GHF — usadas para anunciar as aberturas dos locais — para garantir que as equipas médicas estavam a postos antes do tempo”, lê-se.

Os profissionais da organização descrevem como veem multidões a subir a rua, carregando sacos para guardar os bens recolhidos. “Depois os feridos começam a chegar, quase ao mesmo tempo. Tenho pacientes com ferimentos de balas que são, literalmente, carregados nos mesmos sacos de plástico que usaram para carregar comida“, relata uma responsável pela equipa de enfermagem.

“O modo como este esquema opera visa claramente retirar a dignidade às pessoas. Mesmo quem consegue obter alimentos nestes locais, corre o risco de sofrer roubos e agressões por outras pessoas famintas”, aponta a MSF, que se viu obrigada a criar um novo tipo de classificação de ferimentos — Espancado por Outro (BBO, na sigla em inglês) — para os casos de pessoas feridas no meio das multidões nos locais de distribuição de alimentos.

Em entrevista à Renascença no final de julho, um psicólogo português ao serviço dos Médicos Sem Fronteiras deu o seu testemunho de “pessoas a serem baleadas enquanto esperam por comida”, criticando a distribuição “mal feita” de ajuda humanitária pela GHF.

Segundo dados do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, mais de 1000 habitantes do enclave morreram à procura de ajuda e comida, em pontos de distribuição de alimentos. Os feridos, indica, ultrapassam os sete milhares.

A 13 de julho, a ONU reportava um registo de 875 mortos na recolha de comida, 674 dos quais nas imediações dos pontos de distribuição da GHF.

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