“O influencer de Deus” vai ser canonizado pelo Papa e torna-se no primeiro santo ‘millennial’

O Papa Leão XIV vai presidir este domingo, na Praça de São Pedro, à primeira canonização do seu pontificado. Trata-se de Carlo Acutis, conhecido como o “inluencer de Deus”. Nascido em 1991, será o primeiro santo da geração millennial. A informação é avançada pela agência Ecclesia e pelo The Guardian.

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Papa Leão XIV celebra no domingo as suas primeiras canonizações

O Papa Leão XIV celebrará domingo a sua primeira canonização, cerimónia na Praça de São Pedro que deverá reunir jovens católicos de todo o mundo e na qual dois jovens italianos serão proclamados santos. A canonização esteve prevista para abril, mas foi adiada devido à morte do Papa Francisco.

Leão XIV solicitará, usando a fórmula tradicional latina, que Pier Giorgio Frassati e Carlo Acutis sejam inscritos no Livro dos Santos para que sua veneração possa ter início. A característica singular desta canonização é que ambos serão santos muito jovens, de famílias de classe alta, com interesses semelhantes aos dos jovens de hoje, e não aos de religiosos ou seculares de uma época distante.

O primeiro santo da geração millennial. A vida de Carlo Acutis, o rapaz dos computadores que será canonizado por Leão XIV

O responsável do Dicastério para as Causas dos Santos, Marcello Smeraro, destacou que a importância dos novos santos, Acutis e Frassati, reside no facto de serem jovens, “santos de rua”. Descrito como um amante da tecnologia, da internet, de desporto e dos animais, Carlo Acutis morreu em 2006, no Hospital San Gerardo, em Monza, com apenas 15 anos, vítima de leucemia.

Há anos que crianças católicas, que se identificaram com ele, fazem peregrinações ao Santuário da Spogliazione, onde o corpo de Acutis está exposto vestido com calças de ganga e sapatilhas. Carlo Acutis nasceu, em 1991, em Londres, onde morava por causa do trabalho do pai, passou a infância em Milão e, embora a família não fosse praticante, começou a frequentar a Igreja todos os dias, dedicando-se sobretudo aos mais desfavorecidos.

A mãe, Antonia Salzano, que levará a relíquia de seu coração ao altar no domingo durante a canonização, explica que ele era um génio da computação e que começou a falar de Deus pela internet, razão pela qual muitos o consideram o padroeiro da internet. Foi beatificado a 10 de outubro de 2020, na Basílica de São Francisco, em Assis, sob o pontificado do Papa Francisco, após a aprovação da cura milagrosa de um menino brasileiro, Matheias Viana. Carlo será canonizado após uma jovem estudante costa-riquenha chamada Valéria Valverde ter ficado gravemente ferida num acidente de bicicleta em Florença, em 2022. Conta-se que a mãe foi rezar no túmulo de Acutis, em Assis, e a menina recuperou.

Já Frasatti (1901-1925), filho do fundador do jornal La Stampa, dedicou-se a ajudar os pobres. Nascido em Turim, morreu aos 24 anos, de poliomielite fulminante, talvez contraída em um dos muitos abrigos que visitava diariamente para prestar assistência. Amante de teatro, música, pintura, literatura e caminhadas nas montanhas, estudou engenharia de minas para “servir Cristo entre os mineiros”.

6 erros que provavelmente está a cometer na remoção de nódoas da roupa

Desde usar água demasiado quente ou o detergente errado, é provável que esteja a cometer erros que podem danificar as fibras das roupas ou ser ineficazes na remoção das nódoas. Quando se trata de lidar com nódoas persistentes, muitas pessoas recorrem a soluções rápidas que, muitas vezes, pioram o problema. Desde a adição de mais detergente até à lavagem da roupa com água quente, as práticas domésticas comuns podem, na verdade, aprofundar as nódoas e até danificar a roupa. O especialista em lavandaria Zack Kutchma, gestor associado de marca da Swash, partilhou com a The Spruce os erros mais frequentes

Pixel 10 Pro XL alcança quarto lugar nos testes do DxOMark

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Apesar de manter o hardware do antecessor, o Google Pixel 10 Pro XL beneficia sobretudo pelo processamento.

O Pixel 10 Pro XL foi recentemente avaliado pelo portal DxOMark, que analisou em detalhe o desempenho fotográfico do novo topo de gama da Google. O dispositivo mantém os mesmos sensores do Pixel 9 Pro XL, mas aposta em algoritmos de imagem mais avançados. O resultado foi um desempenho sólido que garantiu 163 pontos e a quarta posição no ranking global e na categoria Ultra-Premium.

O modelo chegou ao mercado europeu com o processador Tensor G5, desenvolvido pela Google e produzido pela TSMC, deixando para trás a anterior parceria com a Samsung. Esta mudança trouxe melhorias na eficiência e desempenho, para além de um processador de sinal de imagem redesenhado que se refletiu diretamente na qualidade fotográfica.

No ranking do DxOMark, o Pixel 10 Pro XL surge em quarto lugar, atrás do Huawei Pura 80 Ultra, com 175 pontos, do OPPO Find X8 Ultra e do Vivo X200 Ultra. Em fotografia, obteve 165 pontos, com destaque para a câmara principal, e em vídeo somou 160 pontos, na sua categoria.

A análise detalha que o Pixel 10 Pro XL revela-se mais competente em cenários de boa iluminação. As fotografias apresentam exposição equilibrada, gama ampla dinâmica e tons de pele naturais. Já a teleobjetiva periscópica produz capturas bastante fieis, com detalhe, e o seu foco automático foi rápido e preciso em várias situações.

O DxOMark também apontou, no entanto, limitações. Em baixa luminosidade foi registado ruído em fotografia e vídeo. Em exteriores foram detetados reflexos indesejados, o zoom em distâncias intermédias perdeu definição face à concorrência e o modo retrato gerou artefactos associados a erros na estimativa da profundidade.

Com estes resultados, o Pixel 10 Pro XL confirma que aposta da Google representa um equilíbrio entre hardware consolidado e software de imagem otimizado. As melhorias introduzidas pelo novo processador parecem ser evidentes, mesmo sem novidades no conjunto de câmaras.

Pedro Nuno deixa um aviso ao PS: “Há, infelizmente, quem se tenha viciado nos elogios da direita”

Pedro Nuno Santos voltou a falar sobre Carlos Moedas e o acidente do elevador da Glória, em Lisboa. Desta vez, no entanto, o antigo secretário-geral do PS parece deixar um recado claro para dentro de portas: o socialista sugere que há quem, à esquerda, esteja disposta a ficar calada com receio da reação dos adversários.

“A direita, nos partidos e na comunicação social, elogia-nos quando somos ‘sóbrios’ e ‘moderados’ nas críticas. Noutras palavras, quando somos ‘bem comportados’ com eles. Há, infelizmente, quem na esquerda se tenha viciado tanto nos elogios da direita que já não conseguem viver sem eles”, escreveu o socialista nas suas redes sociais.

“⁠Carlos Moedas podia, em 2021, perante um ‘erro técnico’ dos serviços da CML, pedir a demissão de Fernando Medina, sem que ninguém à direita se tivesse insurgido contra tal ‘aproveitamento’. Mas nós, já não podemos exigir, em 2025, que Carlos Moedas seja coerente com o que defendeu em relação ao seu antecessor. Haja paciência”, escreve o socialista.

Num último parágrafo, Pedro Nuno Santos sugeriu que o PS não poderia ficar calado só porque perdeu eleições. “As derrotas eleitorais devem servir para ouvirmos, refletirmos e aprendermos. Não para nos calarmos ou desistirmos de defender aquilo em que acreditamos. Os nossos adversários políticos e seus apoiantes gostariam que nos calássemos, mas nós não lhes podemos fazer esse favor.”

Recorde-se que na, primeira reação ao caso, Alexandra Leitão, figura que foi sempre próxima de Pedro Nuno Santos (foi sua líder parlamentar e por ele escolhida como candidata a Lisboa), disse taxativamente que não pedia a demissão de Carlos Moedas. Também José Luís Carneiro, atual secretário-geral do PS, não exigiu a cabeça de Carlos Moedas.

Em contracorrente, e no dia seguinte, Pedro Nuno Santos utilizou as redes sociais para exigir a demissão do atual presidente da Câmara. Poucas horas depois, Eurico Brilhante Dias, atual líder parlamentar do PS, também sugeriu que o social-democrata não tinha outra saída. “Moedas sabe que em consciência e em coerência não tem muitas alternativas [à demissão]”.

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João Almeida terceiro em mais uma vitória da UAE na Vuelta

O português João Almeida terminou em terceiro lugar na etapa 14 da Volta a Espanha em Bicicleta, que foi vencida por Marc Soler, também da UAE.

Desta vez, o líder Vingegaard terminou em segundo lugar no alto de La Farrapona e ganhou dois segundos ao atleta luso na bonificação (seis para o dinamarquês e quatro para Almeida).

A distância na frente da Vuelta é agora 48 segundos com vantagem para Vingegaard.

Esta é a sétima vitória da UAE na Volta a Espanha de 2025 e a 80.º triunfo do ano paa a equipa.

[em atualização]

PCP. António Filipe pede apoio diplomático para proteger flotilha humanitária a caminho de Gaza

O candidato presidencial comunista António Filipe defendeu este sábado que o Governo deveria dar o “apoio diplomático necessário” para garantir a segurança dos cidadãos portugueses na flotilha que ruma à Faixa de Gaza. “Havendo cidadãos portugueses, o Estado não pode deixar de estar atento, de acompanhar a situação e fazer o que estiver ao seu alcance para garantir a vida e a segurança dos nossos concidadãos”, sustentou.

Em declarações aos jornalistas após ter visitado a Bienal de Artes Plásticas da Festa do Avante!, na Quinta da Atalaia, Seixal, António Filipe defendeu que, tendo em conta que há cidadãos portugueses na flotilha humanitária, “o Estado português não deve deixar de acompanhar essa situação e de dar o apoio diplomático que seja necessário, até para garantir a segurança”.

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“Creio que a forma como o Governo reagiu não foi a mais adequada. Creio que não devemos ignorar, independentemente do facto de uma das pessoas que participa ser titular de um órgão de soberania — isso não é irrelevante”. António Filipe referia-se à flotilha humanitária que partiu de Barcelona no domingo passado rumo à Faixa de Gaza, onde Israel combate o movimento islamita Hamas, e que é integrada pela coordenadora do BE, Mariana Mortágua, pela atriz Sofia Aparício e pelo ativista Miguel Duarte.

Após Mariana Mortágua ter defendido que o Governo português tinha a obrigação legal e moral de usar “todos os instrumentos” para garantir que a flotilha conseguia chegar em segurança à Faixa de Gaza, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, refutou essa teoria, considerando-a inusitada.

Governo avisa Mortágua: Estado não tem “responsabilidade jurídica” de proteger flotilha que vai para Gaza

“Não vamos agora pôr a frota da Armada Portuguesa a acompanhar esta flotilha ou a desencadear uma guerra contra Israel, não sei bem o que é que se pretende”, afirmou Paulo Rangel.

Nestas declarações aos jornalistas, António Filipe, candidato apoiado pelo PCP, defendeu que o Presidente da República deveria ter um papel mais interventivo no que se refere à situação na Palestina, frisando que é o representante máximo do Estado português a nível internacional e a sua opinião sobre a matéria “deve ser considerada”.

“E eu creio que Portugal já devia ter reconhecido há muito tempo o Estado da Palestina, que deveria fazê-lo sem condicionamentos”, sustentou, considerando incompreensível que Portugal seja “um dos poucos países do mundo” que ainda não o fez.

Médio Oriente. Mortágua diz que Governo tem obrigação de garantir segurança de Flotilha Humanitária

António Filipe defendeu ainda que o Estado português já deveria ter tido “uma posição mais firme no plano internacional de condenação do genocídio que está a ser levado a cabo pelo Estado de Israel contra o povo de Gaza” e também perante os colonatos que se “continuam a estender de forma absolutamente ilegal” na Cisjordânia.

“O Estado português deveria ser mais afirmativo nessa matéria e deixar a ambiguidade em que se tem vindo a refugiar e que tem militado a favor de uma condescendência relativamente ao genocídio que está a ser levado a cabo na Faixa de Gaza”, afirmou.

Questionado se considera que o Presidente da República também tem manifestado essa ambiguidade, António Filipe disse que, “em determinados momentos, isso é óbvio”, frisando que, caso ele próprio fosse Presidente, teria uma postura diferente perante a “forma cúmplice” como o Governo se tem comportado perante Israel.

“Eu, se fosse Presidente da República, manifestaria publicamente uma opinião diferente relativamente ao posicionamento do Estado português”, assegurou.

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Soler ganhou asas e estendeu o domínio em terra de pátria querida: Emirates soma sétima vitória em 14 etapas no dia em que João foi terceiro

Cinco de setembro de dois mil e vinte e cinco. É este o dia que vai ficar para a história do ciclismo português. Foi este sábado que João Almeida escreveu mais uma página de ouro na sua carreira e venceu no temível alto do L’Angliru. Na primeira etapa em que contou com o apoio de toda a equipa — como referiu o diretor desportivo Matxin —, o Bota Lume aproveitou o trabalho da UAE Team Emirates-XRG para deixar o seu carimbo nesta Vuelta e, depois de assumir as despesas da corrida a seis quilómetros do fim e de levar Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike) ao limite, conquistou o primeiro lugar numa das subidas mais memoráveis do ciclismo. Para além, o português e o dinamarquês igualaram o recorde do Angliru que, pertence a Roberto Heras, desde 2000.

Nem o inferno foi suficiente para apagar o lume do trator: João Almeida vence no Angliru depois de ter trabalhado durante seis quilómetros

“É um dos dias mais marcantes da minha carreira. É uma subida muito longa e muito dura. Foram cinco horas a lutar o dia todo. Estou muito contente e a equipa esteve espetacular. Fizemos o nosso trabalho, demos o nosso máximo, tentámos e acho que merecíamos. Fiz o último quilómetro de forma muito inteligente e conseguiu rematar a vitória. Ainda estou sem palavras. É inacreditável! Queríamos marcar um ritmo alto no final da penúltima subida para fazermos a descida bem posicionados. Fizemos tudo certinho e os rapazes tiveram brutais e excelentes. Deram tudo o que tinham e não podia ter corrido melhor. Demos o nosso melhor e estamos satisfeitos. A vitória foi a cereja no topo do bolo. Temos etapas muito duras pela frente. A vitória dá-nos mais confiança e já começamos a ter a classificação geral bem estipulada e com boas diferenças de tempos. É darmos o nosso melhor e ver como é que conseguimos acabar”, assumiu o português à sua assessoria de imprensa, dando desde logo o mote para o que falta da Vuelta: “Nunca desistir”.

“Gostava de ter vencido hoje [sexta-feira]. Queria muito vencer hoje. Mas, para ser sincero, acho que o João mereceu a vitória. Ele esteve muito forte. Fiz tudo o que pude. Ele merece a vitória, mas, claro, estou um pouco dececionado por não ter vencido. No topo da penúltimo subida comecei a suspeitar, quando ele colocou toda a sua equipa a trabalhar. Dava para ver uma Emirates com intenções diferentes. Esforcei-me muito, principalmente no final. Também sinto um pouco de pena dos meus colegas de equipa, porque não consegui terminar o ótimo trabalho que fizeram. Todos perderam [tempo], à exceção do João. Agora talvez me possa concentrar um pouco mais no João. Gostava de ter vencido, pela minha família, pela minha equipe. É o Angliru, é um dia muito especial, uma subida lendária, e eu estava ansioso por isso”, explicou Vingegaard ao Eurosport.

Assim, o fim de semana começou com o pelotão a passar por mais uma etapa montanhosa nas Astúrias, com partida em Avilés e chegada na mítica La Farrapona, nos Lagos de Somiedo, apenas 136 quilómetros depois. Ainda assim, a 14.ª tirada contou com 3.800 metros de desnível acumulado, com passagens pelo Alto Tenebreo, com 5,8 quilómetros a 6,2% de inclinação média, e pelo Puerto de San Llaurenziu (9,9 km a 8,6%) antes de La Farrapona, que conta com 16,8 km a 6%, mas tem um traçado irregular, já que os primeiros 11 quilómetros têm pendentes baixas e os últimos seis se encontram acima dos 8%. Ainda assim, a etapa começou com mais um protesto pró-Palestina, que obrigou a Guarda Civil a escoltar o pelotão durante a saída neutralizada. A partir deste sábado, a Israel-Premier Tech anunciou que retirou do seu equipamento a palavra “Israel”, depois de já o ter feito nos carros e no autocarro da equipa.

O dia voltou a contar com uma fuga numerosa na dianteira, que contou com as presenças de Mikkel Bjerg e Marc Soler (Emirates), Victor Campenaerts (Visma), Bruno Armirail (Decathlon AG2R La Mondiale) e de Jefferson Cepeda (Movistar). O belga foi precisamente um dos primeiros protagonistas, ao criticar a falta de presença de um carro da Visma na frente, depois de ter sofrido um problema mecânico que podia ter colocado em causa a estratégia da sua equipa. Ainda assim, Campenaerts solucionou-o rapidamente e retomou a fuga de imediato. No pelotão, a Visma impôs um ritmo tranquilo até à parte decisiva da etapa, quando Ivo Oliveira (Emirates) aumentou o ritmo no início do Porto de San Llaurienzu, com a Emirates a partir o grupo logo a seguir.

Ainda assim, as emoções ficaram guardadas para a Farrapona, com Soler a atacar na fase inicial, com a companhia de Johannes Staune-Mittet (Decathlon), que não aguentou muito tempo o ritmo do espanhol. A cinco quilómetros do alto, o dorsal 7 já tinha mais de minuto e meio de vantagem para o norueguês e 2.44 para o grupo principal, que continuava a ser conduzido pela sua equipa. Os ataques ficaram guardados para o último quilómetro, com Vingegaard e Almeida a seguirem Jai Hindley (Red Bull-Bora-hansgrohe). Com a meta à vista, Marc Soler chegou à quarta vitória na Vuelta e deu à Emirates o sétimo triunfo em 14 etapas. Em termos coletivos, o espanhol juntou-se a Juan Ayuso, Jay Vine e João Almeida, que também triunfaram nesta edição da corrida espanhola. O português lançou o sprint final, mas acabou ultrapassado pelo dinamarquês em cima da meta, perdendo dois segundos nas bonificações. Assim, a diferença entre os dois aumentou para 48 segundos.

Centro cultural judaico em Lisboa alvo de vandalismo todas as semanas

O Centro Cultural Judaico Rua da Judiaria, em Lisboa, tem sido alvo de atos semanais de vandalismo e mensagens de ódio desde o início da guerra no Médio Oriente, em 2023, disse à Lusa o fundador da associação.

Nas paredes exteriores do centro surgem todas as semanas autocolantes e mensagens escritas sobre o boicote a Israel e contra os israelitas, contou Luciano Waldeman, exemplificando com “Vocês não são bem-vindos a Portugal” ou “Morte a Israel”.

“As pessoas não estão a conseguir separar as coisas”, lamentou, destacando que o centro tem sido alvo de agressões antissemitas.

Na segunda-feira estavam escritas nas paredes do centro cultural judaico mensagens como “Free Gaza”, mas também declarações de ódio aos judeus como “assassinos de crianças”.

O fundador do centro Rua da Judiaria relatou ainda que a cada duas semanas aparece alguém que tenta arrancar da parede a Estrela de Davi, um símbolo judaico em forma de estrela de seis pontas.

Luciano Waldman disse que já teve conflitos com pessoas do grupo Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), um movimento liderado por palestinianos que defende o fim da ocupação israelita em Gaza e da colonização dos territórios palestinianos.

“Eu disse ao homem: Olhe, respeito as suas opiniões, mas os adesivos não. Simplesmente o homem quis agredir-me, gritava como um louco a dizer “és sionista, sionistas como tu têm que morrer, pessoas como tu merecem a morte” e assim por diante”, disse.

Contactado pela Lusa, o BDS negou as acusações e declarou não ter conhecimento dos conflitos, sublinhando que não tolera atos discriminatórios.

“Em conformidade com a definição de discriminação racial da ONU, o movimento BDS não tolera qualquer ato ou discurso que adote ou promova, entre outros, o racismo anti-negro, o racismo anti-árabe, a islamofobia, o antissemitismo, o sexismo, a xenofobia ou a homofobia”, indicou a organização.

O movimento disse ainda que rejeita a comparação de críticas ao estado de Israel com antissemitismo.

“Repudiamos qualquer tentativa, desonesta e perigosa, de equiparar e fazer equivaler a antissemitismo àquilo que são críticas ao Estado de Israel e ao sionismo”, indicou o BDS.

Luciano Waldman disse que já recebeu insultos racistas na Rua da Judiaria, exemplificando: “Volta para a tua terra, o homem do bigodinho tinha razão”.

“Há uma explosão de antissemitismo” em Lisboa, lamentou o dirigente, lembrando que os judeus e israelitas que vivem em Portugal não são responsáveis pelo conflito em Gaza.

“Nós não somos os soldados e nós não somos o governo de Israel que está a tomar decisões sobre a guerra” referiu o responsável.

Disse ainda que já fez centenas de queixas à Câmara de Lisboa sobre as mensagens de ódio e as situações são publicadas nas redes sociais do centro, no Instagram, no Facebook, destacando que até agora nada foi feito.

“Nada é feito e as coisas estão só a piorar”, alertou o responsável.

A Lusa tentou contactar a Câmara de Lisboa para obter esclarecimentos, mas a autarquia não respondeu.

O centro cultural judaico Judiaria de Lisboa, com 600 associados, foi fundado por Luciano Waldman em 2019 com o objetivo de salvaguardar, valorizar e promover o património material e imaterial judaico-português.

O conflito no enclave foi desencadeado pelos ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023 no sul de Israel, onde perto de 1.200 pessoas morreram e cerca de 250 foram feitas reféns.

Em retaliação, Israel lançou uma vasta operação militar no território, que já provocou mais de 63 mil mortos, segundo as autoridades locais, a destruição de quase todas as infraestruturas do enclave e a deslocação de centenas de milhares de pessoas.

“Com quartos para estudantes a 500€ só nos resta armar a tenda”: Federação Académica do Porto denuncia falta de alojamento estudantil

O início do novo ano letivo está novamente marcado pela crise no acesso à habitação estudantil. Para dar visibilidade ao problema, a Federação Académica do Porto (FAP) instalou outdoors junto ao Pólo Universitário da Asprela e na zona do Campo Alegre, com mensagens críticas ao aumento do preço dos quartos. “Com quartos para estudantes a 500€ só nos resta armar a tenda”, alerta um dos painéis.

A ação coincide com a abertura da segunda residência criada pela FAP, no Marquês, que disponibiliza 24 camas para bolseiros. “Quando o Estado falha, os estudantes resolvem”, afirma outro dos outdoors, em alusão à forma como a academia tem tentado, com recursos próprios, dar resposta a um problema estrutural.

“Ano após ano alertamos para o problema do alojamento estudantil. Esta crise está a fazer do ensino superior um reprodutor das desigualdades em vez de um elevador social”, sublinha Francisco Porto Fernandes, presidente da FAP.

De acordo com o Observatório do Alojamento Estudantil, um quarto no Porto custa em média 400 euros. Para os mais de 24 mil estudantes deslocados que entram este ano no ensino superior na cidade, garantir casa é muitas vezes o maior obstáculo depois da colocação.

O Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), apresentado em 2018, previa 18 mil novas camas até 2026, mas, a um ano do prazo, apenas 2400 estão concluídas. “É preciso investimento público e, a curto prazo, parcerias público-privadas que aumentem a oferta”, defende o presidente da Federação Académica do Porto, entidade que tem procurado dar resposta com recursos próprios.

Depois da abertura, em 2023, da Academia 24 da Bainharia, na Ribeira, com 40 camas, os estudantes vão gerir também a nova Academia 24 do Marquês, situada na Praça Marquês de Pombal, resultado de uma parceria com o Instituto Profissional do Terço, uma IPSS do Porto. O edifício foi requalificado e inclui quartos, cozinha, espaços de lazer, áreas de estudo individual e coworking.

Com um total de 64 camas agora disponíveis, a FAP sublinha que o esforço dos estudantes é insuficiente face à escala do problema. Por isso, volta a apelar às instituições de ensino superior e ao Estado que aumentem a oferta pública de alojamento e estabeleçam parcerias com entidades privadas e do sector social. Só assim, diz, será possível aliviar a pressão sobre os estudantes deslocados e garantir acesso mais justo ao ensino superior.

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